blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

domingo, abril 30, 2006

Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é oportunidade. Há ali "porto" algures ou estarei a ser influenciada pelos festejos futebolísticos mais recentes? (Neste parêntesis, está fechado o momento em que me levanto e tiro da estante três dicionários: o de etimologia de José Pedro Machado, o de latim-português - julgo que a origem é latina - da Porto Editora e o de grego-inglês da da Oxford, porque quero ver o que diz sobre a palavra correspondente em grego: eukairía. Volto a sentar-me.) Cá está! Opportunitas, atis, de opportunus, a, um; mais concretamente, de ob + portus: "que impele para o porto, que conduz ao porto". Os ventos oportunos seriam os favoráveis, vantajosos, apropriados, propícios para uma boa chegada. Parece-me interessante que no vocábulo haja já uma ideia de chegada, de conclusão, qualquer coisa de definitivo. Uma oportunidade não é apenas um momento temporário, sem grandes consequências se não for bem aproveitado. Se pensarmos bem, uma vez que é oportuno não apenas aquilo que é em si favorável, mas o que resulta bem, o bom final, a boa conclusão, não existem oportunidades perdidas. A boa chegada, resultado natural do bom caminho, não é coisa que se possa perder. Sempre que se perde qualquer coisa que se julgava ser uma oportunidade, é porque não o era de facto. Como se soubéssemos que chegámos bem, quando lá chegámos; nunca antes, jamais depois, caso não tenhamos chegado. Julgo que trago boas notícias. A palavra em grego eukairía é muito bela, mas de certa forma, incompleta. Aquele eu- quer dizer bom. O curioso kairia vem do mais familiar kairós, que significa tempo. Juntamos o prefixo ao substantivo e temos "bom tempo". Em grego, falta aquela noção de caminho favorável com consequente (e implícita) boa chegada, que observamos em oportunidade. Apesar da beleza do momento certo (outra maneira de dizer bom), prefiro a esperança da nossa palavra latina.
Quanto ao petroleiro...

Your Life Path Number is 8

(...) You have a head for business and finance. You know how to make money. A great visionary, you can see gold where other people see nothing. (...)

E não é que...

You Were A Lion

You have a lethal combination of strength and energy. You have strong family ties, and close friends are like family to you.


Quando o Rui MCB sugeriu que refizesse o teste, ri-me pelos motivos óbvios: só se mudasse de data de nascimento. Ainda assim, resolvi aceitar o desafio e repeti o teste, com a mesma data, claro. E não é que o resultado é diferente? Ontem baleia, hoje leão, amanhã quem sabe...

sábado, abril 29, 2006

Não podia ser um bichinho mais elegante?

You Were a Whale

You see the unseen and connect on the deepest level. You help others find their soul's song.

Blockbomba: El Bonaerense (uma espécie de Retratos do Trabalho na Província de Buenos Aires com movimento, muito bem escrito e interpretado); Broken Flowers (Jim Jarmusch é, decididamente, um chato; este filme não se consegue ver nem em fast forward e pior só mesmo se fosse a preto e branco); Oliver Twist (excelente fotografia, nevertheless outra bela seca).
Mais uma possível divisão do mundo: da autoria do estimado sobrinho.

sexta-feira, abril 28, 2006

Uns sobre outros: "Now, once upon a time there was a naughty, dirty little girl who sang and danced her way to the top. She didn't care who she was horrid to in order to get famous. She even did a nude book where she showed her vixen toilet parts to everyone, and depicted scenes of depravity with young and old gay boys and girls licking and poking her. When she grew up she realized she didn't want her own children to read this smut or to see her on stage twirling her nipples and grinding with a man dressed as the Pope. One day a big wise rabbit called Philip Berg hopped up to her and suggested that she should study the ancient mystic and esoteric knowledge of the first five books of Moses and explore a path to fulfillment via spiritual and scientific laws of the universe that govern the cosmos and the human soul. And so she did. She set about repenting and making herself a better person. She washed out her filthy mouth and the words "mother", "sucker" and "cock" never passed her lips again. She thanked the big rabbit and all his creed and asked how she could show the world that she was now a new and spiritually clean person called "Enid". He gave her a $26 red friendship bracelet, available at blahblahla.com and a catalog for further merchandise. This is a true story, and if you don't believe me, go fuck yourself." Jennifer Saunders e Dawn French sobre Madonna.
Nas bancas

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Nas livrarias



Os melhores textos do blogue Jaquinzinhos, do João Caetano Dias, foram reunidos em livro. Parabéns, JCD!

quinta-feira, abril 27, 2006

Coisas que melhoram algumas vidas (40)

Descobrir o vídeo do monólogo de génio de Stewie, da série Family Guy. Escrito já cá estava.
Estado em que se encontra este blogue

"Sócrates: O que é, então, um ser humano?
Alcibíades: Não sei o que dizer."

Platão, Alcibíades I, 129e.
Dos Antigos: uma vez que estava tudo decidido, não havia nem boas nem más notícias.
Eu hoje acordei assim...


Madonna

... insuportável...

quarta-feira, abril 26, 2006

Sobreposição de festas!

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2DJs DO C********! LIVE SET
(agora com ar condicionado)

SEXTA, DIA 28, a partir da meia-noite, no Napron, à Rua da Barroca (mas podem passar também pelo Frágil, que nós não nos importamos porque vamos lá tocar para o mês que vem e já não somos quase famosos)

Mais uma extraordinária selecção vintage do Hotel Júpiter, da Praia da Rocha, entre 77 e 78! Convidado especial: Vítor Espadinha (se aparecer).

Promessas, fotos, pedidos e marcações para djsdocaralh@gmail.com.

Os 2DJs são Nuno Miguel Guedes e Zé Diogo Quintela (nomes registados).
Verdades absolutas: a vida é frágil. (Nunca percebi porque é que insistem em dizer que não há verdades absolutas. Contestar, por exemplo, que a vida seja frágil é um exercício de hybris a que nem eu me atrevo.)
Modos de vida: há quem tente mudar o mundo. Prefiro separar as águas e nadar tranquilamente nas mais cálidas e transparentes. (Percebo que não haja relação de causa e efeito - talvez não tenha de haver - e que a segunda frase podia ser substituída por: "Prefiro comer chocolates, passear no jardim" etc.)

terça-feira, abril 25, 2006

Última hora!

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Festa Quase Famosos, na sexta-feira, dia 28 de Abril, no Frágil.
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer

- Uma ideia grouchial! Destacar e premiar o melhor comentador da blogosfera, retirando-o do seu habitat natural, desviando as atenções para o escolhido, expondo-o. Ah, o sustentável exercício do poder... Parafraseando Adília Lopes: "Escolhe quem pode / quem pode escolhe".
- O blogue da Atlântico está uma categoria!
- A Papoilinha gosta de Bikinis com K, keridos, katitas e pekeninos!
- Lord ASS e os seus livros. A ler todas as notas nas fotografias. Uma delícia.
- Os dedos fizeram um "Eu hoje acordei assim" Especial Páscoa e só agora reparei. Lindo! Muito obrigada!
- Agradecimentos também atrasados ao Mar Salgado (embora os festejos se prolonguem por todo o mês de Abril).
- Cristina, obrigada. Uma beleza.
- E como seria o cartoon desta frase?
- Pedro, só desgostos. Adoro, venero, admiro o ponto de exclamação! O ponto de exclamação é alegre, é brincalhão, dançarino, muito giro! As reticências, no entanto...
- Há provas irrefutáveis de humor feminino aqui e aqui; aqui e aqui.
- Caríssimo Luís Mourão, tem toda, toda, três vezes toda a razão. Compreendo perfeitamente. Eu própria fiquei a pensar no raccord de que fala (antes de o mencionar) e a pensar que, no blogue, um dia de silêncio não melhora a interpretação.
- Não sei se já disse isto, mas adoro um blogue que se chama O Jansenista. Descobri-o por mero acaso, saltitando de blogue em blogue e um dia fiquei e voltei e pu-lo na minha lista de visitas preferidas e diárias. Como não sabia o que era um jansenista, resolvi investigar. Segundo o Le Petit Robert um jánseniste começa por ser um "partisan du jansénisme". Seguem-se duas definições: "Personne qui fait preuve d'une rigueur excessive dans ses idées" e "type de reliure classique sobre, sans ornement". Rigoroso e sóbrio. Quanto a jansénisme: "Doctrine de Jansenius sur la grâce et la predestination; movement religieux et intellectuel animé par les partisans de cette doctrine" e logo depois "Port-Royal, berceau du jánsenisme". Cá está! Os exemplos dados pelo dicionário falam de lutas entre jansenistas e jesuítas e foi então que li n'Os Jesuítas, de Jean Lacouture (Editorial Estampa, Lisboa, 1993), que os jansenistas tinham uma "visão do mundo mais implacável do que a de Ésquilo" (366). Longa vida ao Jansenista!
Caprichos

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Pink Prada (para papoutsófilos)
Eu hoje acordei assim...

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Natalie Wood. Cortesia de António Pereira.

... a pensar numa senhora francesa gentilíssima, que disse a seguinte frase: "Tout Paris a eclaté de rire". Que frase extraordinária! Seria impensável que uma senhora inglesa dissesse tal coisa. Nem espanhola, nem dinamarquesa, nem portuguesa, mesmo de Lisboa. Talvez uma argentina pudesse dizer que "toda Buenos Aires se desatou a rir". Vou perguntar se seria possível. Cada vez mais me parece haver coisas que só podem ser ditas pelos franceses. Descobertas recentes, enfim.
Six Feet Under Notes

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Dear friends de Six Feet Under chat: não sei se aguento tanta angústia todas as segundas-feiras. Todas as personagens estão ainda mais deprimidas, desgastadas, arrastadas do que na última série. Se pensarmos que David é o mais saudável - e talvez apenas por ser sensível e conciliador, porque se pensarmos bem, David está completamente apaixonado, o que, segundo Séneca, por exemplo, não era grande sinal de saúde -, estamos perante um cenário de horror. Brenda vê o vídeo do casamento de Nate com Lisa para não fazer a mesma coisa. Tanto quis ser diferente que conseguiu (desculpem o comentário horrível, mas a cena do aborto no dia anterior ao casamento e o comentário tão óbviozinho sobre o sangue da morte na brancura do vestido, suscitam o pior que há em mim). A psicose regressiva de George, o dating compulsivo de Ricko, a incapacidade de Ruth, a imoralidade de Billy, a loucura de Claire, o egoísmo de Keith... só o cansaço de Nate me parece interessante. Os três irmãos sentados na escada a fumar erva. Ficaram de fora a grávida, o chato e o doido varrido. Quem? Brenda, Keith e Billy. Ah! Teresa Heinz Kerry mencionada pela horrorosa mãe de Brenda (estão a ver? só me apetece chamar nomes às personagens!) O pássaro agoirento a comer o bolo de noiva. Ai, pior só mesmo o início. Não sei como interepretar a morte incial. Afinal o que é que mata: a repressão ou a psicoterapia?
Porque é que adoro Desperate Housewives (26)

"The world is filled with good fathers. How do we recognize them? They're the ones who are missed so terribly that everything falls apart in their absence. They're the ones who love us, long before we've even arrived. They're the ones who come looking for us when we can't find our way home. Yes, the world is filled with good fathers. And the best are the ones who make the women in their lives... feel like good mothers."

Cena do quarto episódio da segunda série, My Heart Belongs to Daddy.

segunda-feira, abril 24, 2006

Para: Miss Pearls

512429.jpg
por Tutte
Porque é que adoro Desperate Housewives (25)

"Bree: At the risk of ruining a lovely evening, I have some unpleasant news. The police dug up your father today."

Cena do terceiro episódio da segunda série, You'll Never Get Away From Me.
Posts actualizados: Caracóis, Sandálias e Traições e Etimologia hebdomadária.

domingo, abril 23, 2006

A malta da caixa

José Pacheco Pereira disse, no seu artigo no Público, o que qualquer pessoa saudável e decente pensa a respeito de um certo tipo de comentadores anónimos, frequentadores assíduos de caixas de comentários alheias, cuja função na blogosfera consiste em insultar e difamar o próximo. Fez muitíssimo bem e no local mais que apropriado. Agora anda tudo muito aborrecido por o seu nickname ter sido mencionado no jornal. Ora vamos lá a ver se percebo: o chiquinho34 está chateado porque o nick de que tanto se orgulha é citado no jornal, como fazendo parte de um grupo de débeis mentais. Repitam comigo: o chiquinho34 está chateado. Coitadinho do chiquinho34, que é conhecido pela família e pelos amigos que o consolam com palavras como: "Ó chiquinho34, o gajo não sabe que tu és muita porreiro, pá! E és tão boa pessoa. Toda a gente sabe disso, meu." No trabalho, é apoiado com pancadinhas nas costas: "Ó chiquinho34, não há direito o gajo ir falar de ti para o jornal. Então, mas fala-se assim das pessoas? Não se pode falar assim das pessoas, nem chamar nomes! Quem é que esse gajo pensa que é? Deixa, ouve, ele não sabe que tu és boa pessoa, pá." Assim estamos, com dois pesos e duas medidas. Parece que não se pode falar mal da malta da caixa. E, ainda por cima, ser pago por isso. Bravo, JPP!

Adenda: já escrevi o que tinha a escrever sobre o tema, aqui, aqui e aqui.

sábado, abril 22, 2006

Caprichos

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Tod's Women Degas (espantosos)
Uns sobre outros: "Beckett was early commandeered by Enthusiasts whose object was always to quarantine their heroes. Under their influence, critics dwindle into a priesthood, readers vanish into a congregation, and art freezes into a sacrament that can never be questioned." Robert Robinson sobre os fãs de Samuel Beckett
Modo de vida: vou comprar um petroleiro e depois vou ficar à espera.
Verdades absolutas: o mundo não se divide entre bons e maus, bonitos e feios, inteligentes e burros e nem mesmo entre pessoas com carácter e sem carácter. O mundo divide-se entre aqueles que têm prazos a cumprir e aqueles que não têm. Assim é que é.

Adenda: o Eduardo sugere uma outra divisão.
Bombas de Ouro: para os posts Estado de excepção e Encontro raro, do Groucho, no Blogue Mais Giro! Até a escolha da citação é excelente. No Hades não está com certeza!

sexta-feira, abril 21, 2006

Eu hoje acordei assim...

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Angelina Jolie

...Varandas?

quarta-feira, abril 19, 2006

1506-2006



Em nome próprio (excelente post, Ana Cláudia), vou hoje acender uma vela no Rossio em memória das vítimas do massacre de Lisboa, ocorrido há 500 anos.

terça-feira, abril 18, 2006

Última hora!

Weblogs: o autor/editor
21 de Abril, às 18h30, Biblioteca Municipal Central Palácio Galveias - Entrada livre


Francisco José Viegas, Origem das Espécies
Catarina Campos, 100 Nada
João Villalobos, Prazeres Minúsculos
Rui Branco, Adufe
Ana Cláudia Vicente, Quatro Caminhos e co-autora de O Amigo do Povo
Moderadora: Isabel Goulão, Miss Pearls

Temas em discussão:
- a dicotomia autor/editor e a questão da validação dos conteúdos;
- novos caminhos da informação e de debate;
- o uso integrado das tecnologias ao serviço da criatividade;
- o uso de blogues na educação e no desenvolvimento do gosto pela escrita.
Eu hoje acordei assim...


Polly Walker

... Pilar?
- Charlotte? Acabou algum blogue e não dei por nada?
- A Pilar por acaso não pode ligar-me à HBO? É por causa do fim de Rome...
- Charlotte, só trato de blogues. E mal, como tem visto, porque nunca consigo a ligação no momento em que é mais precisa. O máximo que faço é chamadas interurbanas para o Brasil, mas também só para blogues. Quando as séries de televisão acabam, a Charlotte terá de fazer o favor de ligar directamente e maçar as pessoas também directamente.
- Era o que pensava, mas sabe que tinhar de usar esta fotografia única da Átia à paisana.
Caracóis, Sandálias e Traições

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Há séries boas, há Deadwood e depois há Rome. Agora vou dormir e chorar porque acabou. (Desculpem o atraso histórico) Átia e Octávia assistem à representação da cena na arena, com os heróis Pulo e Voreno como protagonistas. Átia tem razão: in person são muito mais giros. Tito Pulo, numa espécie de enfermaria/masmorra é informado de que é famoso. Há pinturas por todo o lado. Foge e vê-se o Aqueduto das Águas Livres ao fundo! Swear to God. A fama interessa a Pulo porque lhe traz mulheres. Parece-me um objectivo interessante e mais divertido do que outros possíveis, pelo menos. Pulo pede para ser levado para a casa de Voreno. "It's good to hear your father laughing from time to time", diz Níobe à filha. De facto, Voreno riu-se pouco. Pulo dorme e Irene aproxima-se com uma faca. Níobe apanha-a em flagrante e a cena é muito engraçada. Níobe diz-lhe qualquer coisa como: "Filha, tu não sabes o que estás a fazer. Vai deitar-te que o mal é sono." Níobe, mais uma vez inteligente, manda que Irene trate das feridas de Pulo e esta cospe na papa, como se Pulo não tivesse já comido coisas muitíssimo piores (sendo que o cuspo de Irene não seria mau de certeza). César desviará o rio. Já não se fazem homens assim! Cícero: "Gauls and Celts in the Senate?" e só faltava uma continuação ao estilo The Fast Show: "With my reputation?" Senador Voreno é mais uma grande ideia de César que de nada lhe valerá. Cícero tenta dissuadi-lo: "Excuse me, as a friend..." Pormenor espantoso e certeiro o da risada de Marco António naquele momento! Níobe e Voreno combinam o casamento da filha com um homem velho e rico: "Strange marriage it would be if you loved him from the start." Ah, the horrible old days... Calpúrnia sonha e esta coisada dos sonhos naquela altura era motivo mais que suficiente para mudar de terra. Servília pede que os antepassados protejam Bruto, que se preocupa em assassinar César "com honra". Que não seja morto enquanto dorme, nem envenenado. Poderemos considerar o assassínio de César uma espécie de ataque terrorista? Talvez não, mas terror não faltou ali. Servília convida Átia, que leva Octaviano e ouve a história de tudo o que se está a passar. Servília soube esperar e saber esperar parece que é uma virtude, excepto quando é a vingança que se pretende. Voreno é afastado, Marco António é afastado e Bruto não consegue. Mais uma cena espantosa. Irene tinha dito: "Who knows waht the gods will do?" Pulo pede perdão e salva-se.

Caros Cláudia, Luís, BilidaQuid e Luís, adorei a nossa conversa. Sigamos para Six Feet Under Notes!

segunda-feira, abril 17, 2006

House (segunda temporada) às 21h30, na Fox: agora ouço noutro telejornal que "a PJ ficou magoada com as declarações de..."
Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é terrorista. Li recentemente que há muitas dúvidas acerca da definição dos termos "terrorismo" e "terrorista". Pareceu-me estranho que houvesse tantas dúvidas perante a quantidade horrível de exemplos de ataques terroristas nos últimos anos, mas enfim: definir custa. Terrorista tem terror mais que incluído, palavra latina está visto: terror, oris. É o medo, o receio, o pavor, mas curiosamente, em latim, se a palavra estiver no plural, o significado muda e temos "acontecimentos que causam pavor". E depois o verbo, terreo, que significa aquilo que já sabemos: aterrorizar, meter medo, fazer tremer. O sufixo -ista (iste, a, ud), que se formou a partir de um pronome demonstrativo, quer apenas dizer esse, essa ou isso; ou seja, aquele que, neste caso, mede medo, causa receio, provoca terror. Serve então o presente exercício de etimologia para nada: terrorista e bicho-papão até parecem sinónimos!
Porque é que só vejo séries: hoje mais um bombista-assassino fez-se explodir em Telavive. Matou nove pessoas, feriu cinquenta e matou-se a si próprio. Vejo, na televisão, imagens do alegado assassino: uma criança com 16 anos, de metralhadora na mão. Comentário do jornalista: "Podemos ver a sua determinação". Determinação? Não vale a pena.

domingo, abril 16, 2006

Howdy, Major Scobie!



Muitos parabéns, querido Nuno, por três anos de sofisticadas traduções simultâneas!
Blockbomba: Flightplan (é incrível que no fim, depois daquele horror todo, ninguém tenha ao menos pedido desculpas a Jodie Foster, coitadinha!); Corpse Bride (outra vez Tim Burton e os amiguinhos do costume, Johnny Depp e Helena Bonham Carter... Pois, são sempre os mesmos a fazer coisas brilhantes); King Kong (temos de ter três pontos importantes em atenção: 1) demora uma hora até que o macaco apareça; 2) a segunda hora é passada na ilha com o macaco e 3) a terceira é passada a tentar matar o macaco; e, no meio disto tudo, o filme é muito bom, surpreendente. Mais duas coisas, pronto: perante a feiura dos nativos, era impossível que o Kong não se apaixonasse pela loirinha maneirinha e percebo perfeitamente que ela estivesse fascinada pelo bicho... Querido, olhem, mesmo muito querido).
Metabloggers do it better (18)

Nos bastidores do bomba inteligente, o Bruno Braz, um jornalista muito simpático da SIC Notícias, perguntou-me como tinha aparecido a rubrica "Eu hoje acordei assim". Fazendo um esforço de memória, passo a contar aquilo de que me lembro. Pus no blogue uma fotografia da Natalie Wood a beber (provavelmente) um dry martini, sob o título de outra série que andava a fazer chamada "Estado em que se encontra este blogue" (e que representava - e representa ainda - o estado em que eu própria me encontrava - e me encontro, na grande maioria das vezes). Nessa noite de copofonia violenta, actualizei o blogue duas vezes num estado etilizado, digamos, mas bem disposto. Dormi pouco nesse dia, mas curiosamente, quando acordei estava fresca que nem uma alfacinha muito verdinha. Já tinha aquela fotografia da Natalie Wood guardada e pensei que seria um seguimento engraçado: ontem estava assim, mas hoje acordei assado, com cara alegre e bem, apesar do desastre de ontem. Ri-me e, no dia seguinte, pensei que seria engraçado continuar a brincadeira associando uma imagem qualquer - quanto mais absurda, melhor - a um pequeno texto sobre a situação estranha na fotografia. E escrevi isto. Mais tarde, comecei a explorar outras coisas absurdas, como a de criar uma espécie de distância entre o texto e a imagem - tentei isso aqui, aqui e aqui por exemplo - e quantas mais ideias tinha, mais insistia na rubrica. O auge foi - para mim - atingido neste post. Quando o Paulo Pinto Mascarenhas me convidou para escrever sobre blogues na Revista Atlântico, sugeri que o título da coluna fosse, "Eu hoje acordei assim". Achei que fazia sentido. Parece-me interessante (para não dizer interessantíssimo) que haja um certo encadeamento nas coisas. Se não fosse a repetição, a insistência, as variações sobre o mesmo tema, as invenções e reinvenções este blogue seria outro.
Eu hoje acordei assim...

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Eva Longoria

... primeiro no partido, agora no Parlamento...

quinta-feira, abril 13, 2006

What is the word

loucura -
loucura porque -
porque -
que palavra será -
loucura disto -
tudo isto -
loucura de tudo isto -
dado -
loucura dado tudo isto -
visto -
loucura visto tudo isto -
isto -
que palavra será -
isto isto -
isto isto aqui -
tudo isto isto aqui -
loucura dado tudo isto -
visto -
loucura visto tudo isto isto aqui -
porque -
que palavra será -
ver -
vislumbrar -
parecer vislumbrar -
precisar de parecer vislumbrar -
loucura porque precisar de parecer vislumbrar -
que -
que palavra será -
e onde -
loucura porque precisar de parecer vislumbrar que onde -
onde -
que palavra será -
ali -
ali mesmo -
além ali mesmo -
ao longe -
ao longe além ali mesmo -
a custo -
a custo ao longe além ali mesmo que -
que -
que palavra será -
visto tudo isto -
tudo isto isto -
tudo isto isto aqui -
loucura porque para ver o que -
vislumbrar -
parecer vislumbrar -
precisar de parecer vislumbrar -
a custo ao longe além ali mesmo que -
loucura porque precisar de parecer vislumbrar a custo ao longe além ali mesmo que -
que -
que palavra será -

que palavra será

Últimos trabalhos, Samuel Beckett, tradução de Miguel Esteves Cardoso, Assírio & Alvim, Lisboa, 1996.
Uns sobre outros: "James Joyce was a synthesizer, trying to bring in as much as he could. I am an analyzer, trying to leave out as much as I can." Samuel Beckett
Gostar de homens©


Hoje, no Teatro São Luiz, em Lisboa, a partir da 18h até à meia-noite, celebra-se o centenário do nascimento de Samuel Beckett, com conversas, leituras e filmes. A não perder.

quarta-feira, abril 12, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

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O Magistrado Voreno recebe e resolve problemas, até aparecer Másquio a reclamar terras para os veteranos. Másquio pergunta por Tito Pulo, porque afinal eram "como Castor e Pólux".O deslumbramento de Níobe é quase inocente e provoca uma ligeira irritação. Voreno terá de falar com César. Entretanto o amigo Tito Pulo escolheu o mau caminho dos contract killers e encontra-se no inferno de Erastes Fullmen a comer rato cozido: "Always someone in need of mortality". Não faltará trabalho a Pulo. Julho em honra de Júlio (César) e os graffittis premonitórios, que retratam Bruto a esfaquear César. "You may call a cat a fish, but he will not swim", diz Bruto, que frase interessante. Também podemos chamar armário branco a um frigorífico, mas não podemos lá guardar as camisolas dobradas. Por exemplo, o banquinho giro onde César se senta, no Senado, é um trono para Cássio, que teme o regresso da monarquia (a propósito, o desaparecimento de Cleópatra e Cesárion aborrece-me, porque a entrada de César em Roma muito acompanhado foi interpretada - segundo sabemos - como um acto de desafio, algo que orientaria o destino de César), mas não passa de uma simples cadeira para Bruto. Cássio fala pela primeira vez, de forma muito clara, na necessidade de matar César. Tito Pulo, desalmado, perdido, mata Aufídio e é atirado para as masmorras pelo crime. Octaviano pede ao tio que intervenha, mas a questão é delicada. Aufídio era um homem importante, que falava contra César. Mas este defende-se: "I had no idea he existed until he ceased to exist". Frase extraordinária, mas se pensarmos um bocadinho melhor, há coisas que só podem ser ditas por César. Pronto, vá lá, Napoleão também podia ter dito isto. Mas, por exemplo, Churchill já não. Seria acusado de não estar bem informado. Octaviano manda que Timão contrate um advogado. Nenhum quer aceitar o caso, até que um totó resolve aceitar. Visita Tito Pulo, tenta orientar o seu depoimento, tenta resolver a culpa, mas não consegue. Em tribunal, leva com alfaces e, ao não conseguir admitir a inocência do seu cliente, perde o caso. Entretanto, César quer mandar Bruto para a Macedónia: Bruto argumenta que não o traiu, fez apenas o que tinha a fazer. Houve ali qualquer coisa que me escapou. Mas compreendo a empatia, embora dela não partilhe. "Old betrayals do not signify?" pergunta César. Tudo por causa daqueles graffittis provocatórios, dos avisos de Átia. Tito Pulo aguarda a morte na cela e faz uma oferenda aos deuses, um bichinho que por ali andava. Reza pelos amigos antes de morrer. Segue-se a melhor cena do episódio: a da luta na arena entre Tito Pulo e os gladiadores e o momento hooligan em que Voreno e Pulo desatam aos gritos pela Décima Terceira. O que é que faz com os soldados quando não há guerra? O combate na arena - espectacular - acaba por ser a encenação do que se passa no campo de batalha. E tudo aquilo é de uma tristeza, de uma brutalidade angustiante. Voreno salva o amigo Pulo e fico a pensar se este par não será a versão heterossexual e viril do casalinho do Satyricon. Erastes Fullmen e os capangas falam do desaparecimento das enguias. Para onde vão ninguém sabe. Posca paga a Fullmen e pede-lhe, para a próxima, para não contratar mais veteranos. Afinal, era tudo verdade. Bruto, choroso, finalmente concede. A cena final é brilhante, com aquela mão de Servília no ombro do filho.

terça-feira, abril 11, 2006

Conversas deliciosas

- Mas, olha, é ponto, aspas e ponto outra vez ou só aspas e ponto?
- Isso é deixar o tempo passar que tudo se resolve.
The sound of bomba: a grafonola do bomba inteligente foi de férias para a Costa Rica! Um dia volta. Acho. Espero. Talvez não.
Dois anos a megablogar!

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O blogue Mood Swing cumpre dois anos de existência. Para a superbatukada, um exercício de numerologia. De acordo com umas contas que eu cá sei (baseadas na data de nascimento do blogue e não no nome), o Mood Swing é um número 11. Segundo a revista Happy Woman, ser um número 11 significa isto: "São inteligentes, perspicazes e intuitivos. Possuem capacidades visionárias. Podem sentir-se sozinhos, pois é difícil encontrarem quem pense e sinta ao seu ritmo. (...) São pessoas privilegiadas e é raro encontrar pessoas com esta vibração." Cá está, in a nutshell, querida. Que é como quem diz, basicamente. Muitos beijos de parabéns!
Metabloggers do it better (17)

Como mulher sou maternal com miúdos mais novos, cúmplice com rapazes da minha idade e intolerante com homens mais velhos. Como homem sou um cavalheiro com todas as mulheres.
Metabloggers do it better (16)

Os leitores têm direito ao anonimato.
Porque é que adoro Desperate Housewives (24)

"Phyllis begins to cry again.

Bree: For God sakes, Phyllis, don't you ever worry about dehydration?
Phyllis: Are you saying that I am too emotional?
Bree: I'm saying that even Italians take a break now and again."

Cena do segundo episódio da segunda série, You Could Drive a Person Crazy.
Eu hoje acordei assim...

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Angelina Jolie

... sim, tarde e a pensar naquele título daquele livro gordinho que vi há pouco tempo: 1001 Books You Must Read Before You Die. Depois de morrermos talvez seja um bocado difícil... Enfim, preferi comprar um outro, também gorducho, em francês, que lerei com dificuldade, com o dicionário ao lado, cujo título me despertou muita curiosidade: Le livre noir de la psychanalyse : vivre, penser et aller mieux sans Freud. A primeira frase é irresistível: "La France est, avec l'Argentine, le pays le plus freudien du monde." Ah, e daqui um grande beijinho para a Fox, que conseguiu encaixar perfeitamente o episódio de Desperate Housewives entre Medium, no AXN e Rome, na 2:. Muito bonito. Obrigada.

segunda-feira, abril 10, 2006

Modo de vida: do report spam para o delete forever.
Ninho de cucos (48)

O que se passa com o gato Varandas é semelhante àquilo de que padeceu Al Swearengen nos últimos episódios de Deadwood: um horror, uma agonia, muitas dores e operações a sangue-frio. (Muitos dos episódios são escritos por mulheres. Isto deve querer dizer alguma coisa.)

domingo, abril 09, 2006

Coisas que melhoram algumas vidas (39)

Para aqueles que preferem cartoons (que podem ser os mesmos que apreciam Plauto ou não), Ibañez, no La Nación de Buenos Aires.

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Coisas que melhoram (mesmo só) algumas vidas (39)

Ler as Comédias de Plauto. Viva!
Uns sobre outros: "The syphilis and gonorrhea of the theatre." David Mamet sobre os críticos Frank Rich e John Simon.
Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é crítica. Dificilmente olhamos para o vocábulo sem pensar que é qualquer coisa negativa, desagradável, que alguém diz mal de alguém de alguém ou de alguma coisa. "Criticar" e "dizer mal" são de repente (ou talvez nem tanto) sinónimos, quando, na verdade, a long, long time ago, o significado era sobretudo neutro. A krisis grega não era mais do que aquilo que Aristóteles designou por a possibilidade de discernir, de distinguir, de separar e - o mais interessante - de escolher. Naturalmente, tinha de haver meios para fazer esse julgamento, essa separação. Para tal, havia kritirión, ou critério: uma espécie de teste em que se comprovava a qualidade de alguma coisa, nomeadamente de um texto. Em Atenas, o krités era o juiz dos concursos de poesia. Curiosamente, a palavra aplicava-se também àquele que interpretava os sonhos. O que seria um crítico de sonhos? Seriam com certeza muitos os critérios por que se regeria. Atentemos no verbo krino e mais uma vez nos seus sentidos: escolher, seleccionar, destacar, separar. O verbo correspondente em latim, cernere, acrescenta ainda o bonito significado de "reconhecer claramente, sobretudo pelos olhos". Tudo isto me parece bom, talvez porque entendo a escolha como algo positivo e que faz bem. Mas para tal acontecer é preciso saber o que se entende por "bom" e "fazer bem". Hoje em dia, claro, porque na Atenas de que falo, as coisas eram mais claras e, sobretudo, não havia a conversa de chacha da "opinião subjectiva", que é coisa que não compreendo muito bem. Não entendo como é que formar uma opinião tem necessariamente de passar por o que somos e o mesmo, de certa forma, se passa com o gosto. Mas este é uma questão (difícil de explicar) que não pertence à etimologia. Talvez o problema dos críticos agora seja o de estarem demasiado ansiosos por falarem do que não gostam (tarefa inútil porque tem resultados pouco estimulantes para quem lê as críticas). Poucos falam do que gostam. Porque será? Talvez a culpa seja de Sófocles, que deu a krino um significado diferente (é capaz de ter sido nas Euménides): o de condenar e ler a sentença. Maldito tragediógrafo!
Eu hoje acordei assim...

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Madonna

... Pilar, estou há mais de 24 horas à espera, a ouvir o Morrissey.
- Eu avisei que era sábado...
- Deixo, então, uma mensagem: muitos parabéns por dois anos de O Acidental, um dos meus blogues preferidos de sempre, estimulante, muito activo e - o mais importante - livre. Vinte e dois beijos e voltem com blogues individuais ou colectivos. Mas voltem depressa, está bem?

sábado, abril 08, 2006

Eu hoje acordei assim...

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Catherine Deneuve

- Ai, Pilar...
- Já sei, Charlotte.
- Sabe?
- Sim, o que se passa no blogue O Acidental, apesar das festas, do aniversário e dos posts magníficos de despedida, é de uma tristeza sem fim.
- É isso mesmo. Porque é que acha que estou deitada no chão de rastos, toda despenteada e - gasp! - descalça?
- Vejo-a muito em baixo, sim. Literalmente.
- Ai, vê? Deve ter um telefone com câmara, pois... Ligue-me, ao Acidental, por favor. Quero falar com o Paulo Pinto Mascarenhas.
- Charlotte, só dá para comunicar por Skype.
- Pilar, não abuse da minha paciência.
- Pronto, vou tentar fazer a ligação, mas sabe que hoje é sábado?
- Não faz mal. Fico à espera enquanto ouço aquela música lembrada pelo Francisco: "If it's not love, then it's the bomb, the bomb, the bomb, the bomb, the bomb, the bomb, the bomb that will bring us together"... Chuif...

sexta-feira, abril 07, 2006

Ninho de cucos (47)

- Coitadinho do Varandas... o bicho está triste?
- Miu...
- Conta o que se passa, querido.
- (Bocejo profundo e longo.)
- O bichinho está deprimido?
- Não, miau, bolas! Tenho uma infecção urinária!
Modo de vida

"os pés enrodilhados na cortina
as mãos fazendo força no espaldar

fora coisa de antigos e a avena
duraria mil anos sem quebrar"

Fernando Assis Pacheco, Respiração Assistida, Assírio & Alvim, Lisboa, 2003, p. 18.
Eu hoje acordei assim...

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Nicole Kidman

... deitar tarde e cedo erguer não dá saúde, mas faz crescer.

quinta-feira, abril 06, 2006

Uns sobre outros: "A combination of Little Nell and Lady Macbeth." Alexander Woollcott sobre Dorothy Parker.
The sound of bomba: só mais um tema cantado pelo singular Cristóbal Repetto, está bem?

Por un cariño
letra de Gerardo Alcázar (Gerardo Coll Jarque)
música de Demon (Lorenzo Torres Nin)
canta Cristóbal Repetto

Nunca me quisieras te he suplicado,
fue porque me querías que te he querido;
no ha sido culpa mía si te he olvidado,
que de tu olvido sólo nació mi olvido.
Por ti de Dios me olvidé,
por ti la fe yo perdí,
y por ti me quedaré,
sin fe sin Dios y sin ti.

Por un cariño un día te di un cariño,
por sólo un beso tuyo, mil te ofrendaba;
eras, mi vida frágil, como el armiño,
igual que aquella dicha que acariciaba.
Por ti de Dios me olvidé,
por ti la fe yo perdí,
y por ti me quedaré,
sin fe sin Dios y sin ti.

No sé por qué me juras que
me has querido
si cuando te quería no lo has jurado
¿cómo puedo creerte que no has mentido
si no te he merecido ni ese pecado?
Por ti de Dios me olvidé,
por ti la fe yo perdí,
y por ti me quedaré,
sin fe sin Dios y sin ti.

quarta-feira, abril 05, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

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Um episódio espantoso. Julgo que o melhor até agora, sendo que os anteriores (talvez à excepção do primeiro, que agora me parece menos bom) foram excelentes. Mas este, muito por causa do Triunfo, sim, foi sumptuoso, luxuoso, colorido, intenso, e, sobretudo, muitíssimo bem realizado. "My dear friend, we have no honour", admite Bruto a Cícero no Senado. César Imperator. César não guarda rancores, nem procura vingança, mas diz a Bruto que não haverá um segundo perdão. Pensaria César que Bruto era seu filho? A lição parece simples: não se pode perdoar. Átia visita Servília e, por momentos tive muito medo daquela água com limão! Cena de antologia, sem dúvida, Cláudia. Octaviano corre a salvar Octávia da indiferença da Grande Mãe do Templo de Cybele à auto-mutilação. Octávia resiste. Octaviano usa bons argumentos: "You call our family healthy?" ou simplesmente: "Your forgiveness is irrelevant. You must come home." Lúcio Voreno apresenta-se ao povo com uma coreografia gira e Níobe ao lado a gritar a quem o ridiculariza (por causa do que diz, não por causa da coreografia). Posca adverte Níobe: "Ladylike, madam, ladylike." Octaviano unta a cara do tio com sangue. César não está a brincar aos deuses: "I'm not playing, this is not a game." César é real, nobre, divino: "I want to suggest purple without actually wearing it." (A melhor frase do episódio.) Não posso deixar de simpatizar com Servília no seu profundo desprezo pelo filho. Quinto, filho natural de Pompeu, aparece e é adoptado por Servília. Voreno e Pulo em decadência e conflito. A vida civil é mais difícil. Bruto humilha-se mais uma vez perante César, por causa dos panfletos falsos. O que fazer dos traidores que se arrastam aos pés de César?
Bomba de Ouro: "Li A Ignorância, A Identidade, A Lentidão e A Imortalidade durante horas de solidão passadas em Lisboa. Dizem-me que é checo e vive em Paris. Mentira. Garanto-vos que fala um Português perfeito e está aqui mesmo à minha frente." Tiago Galvão, no Diário.
Porque é que adoro Desperate Housewives (22)

"The receptionist walks away and Gabrielle turns and sees a young lady sitting down looking at a sheet of paper and crying. Gabrielle walks over to her and sits down.

Gabrielle: Paternity test results? I know. I'm in the same situation.
Woman: Really?
Gabrielle: Mm-hmm.
Woman: I just found out the clinic screwed up and gave me an egg that belonged to some lesbian. It was supposed to implanted in her lover, and now my husband's freaking out because he thinks that our baby's gonna be gay!
Gabrielle: Okay. We're in slightly different situations."

Cena do primeiro episódio da segunda série, Next.

terça-feira, abril 04, 2006

Mais festas!

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Quinta-feira, dia 6 de Abril, no Frágil, a partir da meia-noite.
Agradecimentos

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Ava Gardner

A festa foi linda. Muito obrigada a todos!
Três presentes para o bi

A proprietária do blogue mais imaginativo, original, bem escrito, divertido, witty e brilhante de toda a lusoblogosfera e arredores, triciclofeliz, a magna, presenteou o bomba inteligente com um filme da sua autoria. Uma grande maravilha. Obrigada, tri!

segunda-feira, abril 03, 2006

Dois presentes para o bi

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O caríssimo leitor António Pereira enviou-me esta fotografia de Marilyn Monroe a ler o Ulysses, de James Joyce. Note-se a expressão de estranheza, talvez perante as últimas linhas: "I put my arms around him yes and drew him down to me so he could feel my breasts all perfume yes and his heart was going like mad and yes I said yes I will Yes." (Aquele "I will" estará em vez de "I will marry you"?) Em 1955, Marilyn Monroe estudava em Nova Iorque, no The Actors Studio.
Um presente para o bi

O estimadíssimo Contra-Indicado dedicou uma serenata ao bomba inteligente, que é uma verdadeira categoria. Quero ouvir The Only Finger's Band in the World!

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Os miúdos têm futuro.
Eu hoje acordei assim... (actualizadíssimo)

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Sharon Stone fotografada para a Harper's Bazaar. Cortesia de António Pereira.

... a agradecer as felicitações carinhosas por ocasião do terceiro aniversário do bomba inteligente. Muito obrigada querida Sofia (adoro o novo template); Miss Pearls (muitos beijinhos amigos, muitos); PPM (dia 6 de Abril há grande festa, mas acho muuuuito mal que o blogue acabe); Luís M. Jorge (bombax, que nariz!); Diogo e rapaziada d'A Cooperativa (mas essa bomba é antónia, não é?); Ana Bailarina (Marilyn, I love you!); Francisco Carvalho (imensos tangos, sim); Guarda-Factos (também não tenho nenhuma fixação pela BB, mas era maravilhosa, doce, bela, inteligente, teve uma bela vida e envelheceu sem plásticas, coisa que admiro); WR (aproveito para agradecer a referência neste post, ouvi a música umas 20 vezes - otoverme puro - e até dancei); Espumadamente (tchin, tchin, pela terceira vez!); Impensado (uma bomba de madeira!); megahipersuperbatukada (uma primeira Madonna, Open Your Heart, a bombar só para mim...); caríssimo sobrinho (não era abstémio?); Francis Costa (que mais podemos querer, realmente); Ana Cláudia Vicente (um post que achamos bonito para começar a seguir o blogue e é mesmo assim que as coisas acontecem); Tati (foi assim, foi, igualzinha!); Posto de Escuta (obrigada, Ana e Pedro, e 486 variações de "Eu hoje acordei assim" - agora são 514 - é obra!); Helena (cá estaremos a falar exactamente das mesmas coisas de uma maneira completamente diferente); José Bandeira (era só o que faltava dar os parabéns!); Eterna Descontente (yeah!); Paulo (tadinho do Varandas, não pode ler o seu post); JMF (considere-se penitenciado, e hoje começa a segunda temporada de Desperate Housewives!); Ricardo (não se elogiaram, não senhor, e esses elogios fazem muita falta; mas isso é miúda para calçar o 41... ah, e adoro "Não basta ser alto" como epígrafe!); DJ Major Scobie (Lauren, darling, na verdade a minha favorita deste preciso minuto e de sempre); Luís (pronto, agora vou começar a chorar); Groucho (e apanha-me lavada em lágrimas); Pepe (ai, snif, pois, nas garras do perigoso Varandas); Luís (um poema belíssimo para me recompôr); El Ranys (sapato giro!); AA (no need to worry at all); lolita (o sapo, coitadinho, nunca mais lhe liguei nenhuma); Sara (antes bigode que dores nas costas... as melhoras!); Rititas (Maitena rules!); Zé Mário (Rome é mesmo uma série muito boa, que vai melhorando de episódio para episódio); Gonçalo (perseverança é preciso); Américo de Sousa (linda!); JSA (este blogue, na verdade, não é amarelo; trata-se de uma ilusão); Impertinente (e se um desconhecido lhe oferecer flores... isso é uma bonita impertinência!); JAC (lindo! e é verdade que me tenho lembrado pouco de Piazzolla); Orlando (as diferenças são mínimas); Alberto (três bombas é muito!); Eduardo Pitta (caos é um bom candidato para a etimologia); O Jansenista (thanks much!); Vítor Leal Barros (preparo-me, então, para uma segunda vida); Macguffin (obra... -prima!); Geração Rasca (tutututu tutu tutututu tutu...); Alexandra (I take it with a bow); Miguel (está na hora de fazermos mais um almoço!); BiilidaQuid (ui, que isso dói!); masson (bombax, vou começar a chorar outra vez). Obrigada!

domingo, abril 02, 2006

Bombax, querida, bombax...
Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é bomba. Fechar os olhos ao mesmo tempo que se diz bomba é um bom exercício para perceber que tem um tema onomatopeico. Antes de consultar o Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado, ouvi o bum, bum, bum de que fala. Acertei na parte da onomatopeia, mas enganei-me quando pensei que não podia haver correspondências latinas nem gregas num vocábulo tão estranho. Não é que há? Pois é: antes de mais bomba de bum, bum, bum, mas logo depois (ponham uns bons séculos neste "logo depois") dando origem no latim a bombus, i, com os seguintes significados surpreendentes (ah, tantas sibilantes libidinosas): zumbido das abelhas e ruído de vozes. Parece-me interessante (para não dizer extremamente interessante) que o zunzum seja comum às pessoas e aos bichinhos há tanto tempo. Ora em grego antigo bómbos, o, a significa sussurrante, zumbidor, mas também ribombante. Como é que um zunido se pode assemelhar a um estrondo? Uma coisa é bzzzz e outra, bem diferente, é cabuum. Como seriam as abelhas no tempo de Platão e os mosquitos na época de Teócrito? Uns verdadeiros monstros! Para terminar, mais uma nota curiosa: diacho, ou a exclamação "oh", em latim, diz-se bombax. Chegou a hora de voltarmos a falar assim.
The sound of bomba: não é festivo, mas é lindo, lindo, o tema que toca agora na grafonola do bomba. Cliquem no play e ouçam Cantando, na voz única de Cristóbal Repetto. Não é obrigatório, mas eu gostava muito.

Cantando
letra e música de Mercedes Simone
canta Cristóbal Repetto

Ya no tengo la dulzura de sus besos,
vago solo por el mundo, sin amor.
Otra boca, más feliz, será la dueña
de sus besos, que eran toda mi pasión.

Hay momentos que no sé lo que me pasa,
tengo ganas de reír y de llorar.
Tengo celos, tengo miedo que no vuelva;
yo la quiero, no lo puedo remediar.

Cantando yo le di mi corazón, mi amor,
y, desde que se fue, yo canto mi dolor.
Cantando la encontré, cantando la perdí;
porque no sé llorar cantando he de morir.

Virgencita milagrosa, perdóname,
si cantando esta canción que vive en mí,
yo te pido que me traigas lo que es mío,
que tan pronto, sin motivos lo perdí.

Si es pecado querer tanto en esta vida
yo te pido, de rodillas, tu perdón;
yo la quiero tanto y tanto que me muero
si me faltan las caricias de su amor.
Metabloggers do it better (15)

Embora ninguém me tenha perguntado nada, gostaria de esclarecer que não tenho nenhuma fixação por Marilyn Monroe. Não sou sequer vagamente parecida com a actriz (who is, anyway?), não admiro a sua carreira, não aprecio nada na sua vida, não me parece ter sido feliz e repugna-me que se tenha suicidado. Mas há duas razões - mais que suficientes - para este blogue estar cheio de imagens de Marilyn Monroe: além de ter sido uma das mulheres mais espectaculares e exuberantes de sempre, tem também imensas fotografias disponíveis na net. Não apresento motivos muito românticos. Entendam que sou uma pessoa bastante prática.
Metabloggers do it better (14)

Se o bomba inteligente tivesse uma frase em epígrafe, esta seria: "Brevity is the soul of lingerie", de Dorothy Parker. Mas não tem nem vai ter.

Adenda: a frase de Dorothy Parker é um comentário a uma outra, célebre, de William Shakespeare (Hamlet): "Brevity is the soul of wit". Agora ficam ambas neste post.
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Sharon Stone fotografada para a Harper's Bazaar. Cortesia de António Pereira.

... a festejar o terceiro aniversário do bomba inteligente!

sábado, abril 01, 2006

Coisas que melhoram algumas vidas (38)

Seguir os cartoons de Ibañez no La Nación.

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