blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

sexta-feira, março 31, 2006

Eu hoje acordei assim...

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Marilyn Monroe

... a olhar para o que restou do Marquês de George depois do debate de ontem, na Casa Fernando Pessoa. Muita testosterona para nada. Quando se é extremamente agressivo no blogue, ainda por cima, inquisidor e moralista, há que aguentar o embate no confronto ao vivo. Ora isso não aconteceu. O ex-Marquês de George preferiu deixar-se, pelo menos aparentemente, convencer pelos oponentes, diminuindo de tamanho (e o rapaz é grande) à medida que a conversa se intelectualizava. A solução para o caso isolado de George teria sido o de atacar selvaticamente os seus opositores, Eduardo Pitta, severo e moderado, e Abel Barros Baptista, inteligente, sagaz e incisivo (nada molar) nas suas participações. O mais complicado de tudo numa discussão deste tipo (do género violenta) é conseguir destruir o oponente de uma maneira boa, sem maldade, sem malícia, sem agenda e foi isso que se passou nas intervenções de Abel Barros Baptista. Desarmar o outro de uma maneira boa - com bondade, digo - torna a tarefa da defesa quase impossível. Outra coisa: fiquei muito satisfeita por saber que o Zé Mário não é nada Justine! Uma bomba por muito inteligente que seja não é infalível.

quinta-feira, março 30, 2006

Uns sobre outros (especial aniversário): "Nobody can read Freud without realizing he was the scientific equivalent of another nuisance, George Bernard Shaw." Tennessee Williams
Como já tive ocasião de dizer ao Miguel: é por essas que nunca nos conheceremos.
Adenda: no artigo deste mês na Atlântico, não houve infelizmente espaço para incluir citações de três blogues femininos. Ficam aqui, está bem? Com um pedido de desculpas.

"A paciência é nula para mulheres que só falam de crianças, criadas e crises. O casamento e a maternidade não podem aniquilar o que torna a mulher verdadeiramente interessante: a sua inteligência e sentido de humor." Helena Botto, Tristes Tópicos

"Coro quando observada, faço compras porque tem mesmo de ser, os homens confundem-me, as mulheres confundem-me, mando alguém à merda quando o rei faz anos, não consigo escrever sobre sexo. Sofro de discronia, e então?" Ana Cláudia Vicente, Quatro Caminhos

"Quando deu por si, doíam-lhe as costas e já tinha o tabuleirinho do chá na mão." Susana Bês, Lida Insana
Já saiu!

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quarta-feira, março 29, 2006

Efeitos colaterais

1) O repentino amor de José Mário Silva por João Pedro George parece um remake blogo-intelectual de Justine com o Marquês de Sade.
2) Já que falo de Justine, porque não falar de Juliette? O amor repentino de Fernando Venâncio pelo Marquês de George apagou todas as mágoas outrora infligidas pelo cruel sociólogo da cultura. O que Margarida uniu, o homem não separe!
O primeiro resultado para a pesquisa Kiki (sem aspas) no Google Images é o seguinte conjunto pictórico©

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Mas deve ser um jogador de futebol.
Embora seja actualíssimo: muito dificilmente me poderei pronunciar publicamente sobre o caso "providência cautelar". O tema é muito interessante, extremamente interessante, interessantíssimo, mas não quero dizer o que penso. Sem ganhar dinheiro com isso, pelo menos. Isto de falar mal de borla - mania tonta de gente mais tonta que habita na blogosfera e que faz inimigos sem ganhar literalmente nada com isso - tem de acabar.

Errata: onde se lia "estúpida", lê-se agora "tonta", por causa dessa outra tendência (em vez de "mania") para a maioria aumentar 20 vezes na leitura qualquer adjectivo que se escreva.
Embora já tenha passado um certo tempo: gostaria de dizer que nunca acredito num homem que traga índice onomástico e que só acredito num homem que traga errata. Ah, e prefácio. Que venha com prefácio.
Caracóis, Sandálias e Traições

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Átia is back in business! Ainda por cima, volta para chicotear furiosamente os filhos. Parece que incesto já é de mais para Átia. Mas os bons princípios dissipam-se no final: horrível a vingança sobre Servília. Safa, que grande cabra esta Átia! E o que aconteceu a Cleópatra e Cesárion? Estas síncopes narrativas já me enervam. No episódio passado, ardeu a Biblioteca de Alexandria. De vez, suponho. Nem uma miserável referência ao facto. Neste episódio, assinalamos o desaparecimento de Cleópatra e do filho, que deveriam ter entrado em Roma com César. Também Octaviano regressa de uma longa ausência (outra grande síncope, de mais de dois anos). Quanto ao suicídio de Catão, faltou aquela parte em que se auto-esventra, mas talvez fosse de mais. A comédia a que César assiste no início, e à qual não acha graça nenhuma, seria uma comédia de Plauto? Just kidding. Bruto fala de honra com Servília. A distinta lata! "What sort of man asks for mercy?" pergunta Servília e muito bem. Bruto devia ter feito o que fizeram Catão e Cipião. Octaviano pontifex: "I'd rather concentrate on my poetry." O puto tem graça e é de uma habilidade extraordinária com a irmã, quando lhe oferece um terrível segredo que não lhe interessa: "You asked for a terrible secret." Pois, mas não era bem aquele. E depois, também muito inteligente, à espera do preço a pagar, nunca revelando a informação.
Querida Frida: pode ser, mas nessa fotografia estás muito favorecida.

terça-feira, março 28, 2006

... e o bigode, querida. Graças a Deus, falta-te o bigode. Estimas melhoras na medida do possível.

segunda-feira, março 27, 2006

Diva dixit

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"Hah! I always knew Frank would end up in bed with a boy!" Ava Gardner sobre o casamento de Frank Sinatra com Mia Farrow.
Uns sobre outros: "She looks like something that would eat its young. " Dorothy Parker sobre Dame Edith Evans.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (39)

"Mas tu, se alguma preocupação tens de conservar a tua amada,
faz com que pense estares espantado com a sua beleza:
se vestir a púrpura de Tiro, louva os mantos de púrpura de Tiro;
se vestir tecidos de Cós, considera que os tecidos de Cós lhe ficam bem;
enfeita-se de ouro? Tem-na por mais preciosa que o próprio ouro;
se enverga um manto, aplaude o manto que escolheu;
se apenas usar uma túnica, grita-lhe: "ateias-me labaredas!",
mas, com voz assustada, pede-lhe que tenha cuidado com o frio;
usa um penteado com risco ao meio? Louva-lhe o risco ao meio;
frisou o cabelo com ferro em brasa? Cabelo frisado, és do meu agrado!"

Ovídio, Arte de amar, II, 295-304, tradução de Carlos Ascenso André, Edições Cotovia, 2006, p. 64.
Modo de vida: "Maddie: Only way to guarantee an outcome, honey, is contracting to be fucked. Everything else is a chance - including me letting you down." Deadwood, ep. 15, New Money.
Apio verde!

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Vanessa Ferlito

Há três anos e dois dias que leio A Montanha Mágica. Obrigada, Luís, pelas imagens com as citações sempre apropriadas, pelos Blogsportime, pelas conversas, pelo bom espírito, pela curiosidade, pelo entusiasmo. Muitos parabéns!

domingo, março 26, 2006

Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é sedução. Há uns meses, o Pedro Mexia escreveu um post contra a sedução, atribuindo a razão do desagrado ao sentido etimológico, relacionado com o engano e a ilusão. Fiquei a pensar no post. Pobre sedução, com o peso da responsabilidade nos garbosos ombros, as elegantes costas dobradas, o pescoço e a cabeça para baixo, impedida de brilhar como deve, a todos os instantes. O que seria do amor sem a sedução? Como seriam as relações afectivas e mesmo as de amizade sem a sedução? Talvez pense nisto tudo também (não, não é só) porque tenho um entendimento um pouco diferente da palavra. Seductio, onis tem origem em seducere (seduzir) e significa, literalmente, conduzir à parte. O prefixo se indica separação, afastamento, embora não necessariamente ausência. Ora ducere (duco) significa conduzir, ir à frente, guiar. O desvio será forçosamente enganoso? Chamarmos alguém à parte com a intenção de o subornarmos é capaz de não ser boa ideia. A palavra sedução não é, no entanto, utilizada hoje em dia com esse sentido. Não sei se alguma vez o foi, mas segundo a sua etimologia, não é impossível. Mas amar não é precisamente conduzir alguém à parte, desviar, e, de preferência, sermos também nós conduzidos à parte, desviados? Idealmente, na mesma direcção e pela mesma pessoa? Para terminar, uma curiosidade: sedutora, em latim, é seductrix. Giro, não é?
Eu hoje acordei assim...

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Marilyn Monroe

... Pilar?
- Já vi, Charlotte... Tenha calma.
- Tente ligar ao Controversa Maresia outra vez, por favor.
- Charlotte, ninguém atende, não vale a pena.
- Então ligue só mais uma vez ao Passeai, Flores!
- Toca, toca e nada...
- E agora, Pilar?
- Talvez a Charlotte possa lá ir e intervir e maçar e fazer essas coisas que faz.
- Faço? Pois faço!
- Ah, atendeu o gravador do Passeai, Flores! Quer deixar uma mensagem?
- Sim. Sofia, muitos beijinhos da tua amiga Charlotte. Estou aqui para o que precisares. Volta depressa, minha querida. Gosto muito de ti.

sábado, março 25, 2006

Uns sobre outros: "The human race, to which so many of my readers belong." G. K. Chesterton
Eu hoje acordei assim...

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Lana Turner, muito bem acompanhada.

... passo a explicar: uma pessoa deita-se inocentemente no sofá, por volta das dez da noite e faz um zapping mais ou menos lento por todos os canais, pára no Discovery Civilization e assiste ao documentário inteiro sobre as circunstâncias obscuras da morte do jovem Tutankhamon, da sua mulher, Ankhesenamun e de um príncipe hitita, pedido pela viúva ao rei inimigo - mandado vir de fora, portanto - depois da morte do jovem marido. Gostei dessa parte. Parece que Ankhesenamun escreveu ao rei dos hititas a pedir que lhe enviasse um filho para casar com ela, porque não queria para marido um dos seus servos. Julga-se que Ay, vizir durante o reinado de Tutankhamon e seu sucessor, foi uma espécie de serial killer, mas não se tem a certeza, nunca saberemos, yada, yada, yada. Inexplicavelmente, adorei o documentário e tratei logo de o substituir por outro, sobre o varano, um parente do dragão de Komodo, que habita no Lago Tempe, na Indonésia. Fascinante! Uma família que vivia nesse lago (no meio do lago, entenda-se) acreditava que fora abençoada, porque um varano se tinha aproximado da casa e os tinha escolhido. A Lia - como chamaram ao bichinho - passou a ser a irmã do filho do casal, tudo por causa de uma lenda que agora, de repente, me escapa. Davam banho ao bicho, brincavam com ele, faziam-lhe festinhas - era o Varandas lá deles. Até que um dia a Lia foi abençoar outras pessoas. O miúdo teve um desgosto e chorou baba e ranho. Achei tão querido e comovedor, que, quando dei por mim, já estava de pijama, dente lavado, chichi feito e luzes apagadas. Desculpem, meus queridos e minhas queridas.

sexta-feira, março 24, 2006

Apio verde!

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Muito parabéns ao blogue A Cooperativa pelo seu primeiro aniversário!
Uns sobre outros: "Nothing but a pack of lies." Damon Runyon sobre Alice in Wonderland, de Lewis Carroll.
Eu hoje acordei assim...

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Gene Tierney

... Lindsay Marshall? Chuva intensa? Feijoada à Transmontana no Painel de Alcântara? Gira-discos à solta outra vez? Série Lopes da Silva, às 21h15, na RTP1? Festa à noite? Está bem.

quinta-feira, março 23, 2006

Metabloggers do it better (13)

Há comentários que não merecem ser elevados à categoria de posts.

quarta-feira, março 22, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

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Marco António: Some may call it hubris.
César: It is only hubris if I fail.

(Grande episódio. Dêem-me 24 horas. Assinado: Jack Bauer.)

Vinte e cinco horas depois: sim, concordo. Deviam passar o resto das suas vidas a pesquisar e a fazer séries. A próxima seria sobre Octávio Augusto, depois Tibério, Calígula, and so on, and so forth... Por enquanto, temos Júlio César, uma personagem espantosa, em Rome (e não só, naturalmente, mas é das personagens na série que mais correspondem à minha ideia de como pode ter sido o Imperador). Sobre a hubris, o desafio aos deuses, só posso dizer que é uma palavra muito difícil de traduzir. Palavras como arrogância, sobranceria, altivez ou orgulho não são suficientes. Um dia, faço a etimologia. César, sempre impecável, fica furioso com o assassínio de Pompeu. Os selvagens cortaram a cabeça a um cônsul de Roma. Dezassete milhões de dracmas de dívidas de Ptolomeu a César. Não apontei quem disse a tonta frase, "no fears at all about Cleopatra". Ah, subestimá-la is so wrong. Arguta e auto-confiante, sim. Mas gostei de ver Cléopatra muito amiga dos opiáceos, ou mesmo do ópio, droga que seguramente aniquila qualquer tipo de ansiedade. Nunca tinha pensado nisso, mas porque não? Gostei do estilo aristocrático rebentado e da casinha pré-fabricada em que se faz transportar. Tito Pulo insiste no wet as October e Cleópatra confirma-o, anunciando: "My womb is between floods." Mais gráfica do que Níobe. Nasce Cesárion. Lindo o CST Live! E junto-me ao protesto: um episódio sem Átia não vale!

terça-feira, março 21, 2006

Última hora!

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2DJs DO C*******! LIVE SET
(agora com e-mail)

SEXTA, 24 DE MARÇO, A PARTIR DA MEIA-NOITE, NO NAPRON (Rua da Barroca, Bairro Alto). VEJAM EM CASA A ESTREIA DO GATO FEDORENTO E RIAM-SE DELE AO VIVO! DEIXEM-SE FASCINAR COM A LÁBIA D' «O OUTRO GAJO»!

NOVO! NOVO! NOVO!
Para declarações de amor, discos pedidos, fotografias, marcações de actuações e sugestões de encontros, os 2DJs têm o seu e-mail: djsdocaralh@gmail.com. Fale com eles, que eles bem precisam.

Os 2DJs são Nuno Miguel Guedes e Zé Diogo Quintela (nomes registados).
Segunda Odisseia

Dante, Inferno, Canto XXVI
Tennyson, "Ulysses"

Segunda grande Odisseia,
talvez maior que a primeira. Mas sem
Homero, sem hexâmetros.

O tecto da casa dos pais era pequeno,
a cidade natal era pequena,
e toda a sua Ítaca era pequena.

O afecto de Telémaco, a fé
de Penélope, a velhice do pai,
os seus velhos amigos, o amor
do povo dedicado,
os confortos felizes do lar
chegaram como raios de alegria
ao coração do que viaja no mar.

E como os raios dissiparam-se.

A sede
despertou nele o mar.
Odiava o vento da terra.
Os fantasmas das Hespérides
perturbavam-lhe o sono à noite.
A nostalgia das viagens e das manhãs
das chegadas aos portos, onde
com que alegria chegas pela primeira vez,
apoderou-se dele.
O afecto de Telémaco, a fé
de Penélope, a velhice do pai,
os seus velhos amigos, o amor
do povo dedicado,
e a paz e o repouso
da casa aborreceram-no.
E partiu.

Quando as costas de Ítaca
se esvaíram pouco a pouco à sua frente
e navegou para oeste com as velas abertas,
para a Ibéria, para as Colunas de Hércules -
longe de todos os mares Aqueus -
sentiu que estava vivo outra vez, que
se libertara das pesadas amarras
das coisas conhecidas e domésticas.
E o seu coração aventureiro
satisfazia-se friamente, com o vazio do amor.

Konstandinos Kavafis, 1894
Tradução de Carla Hilário Quevedo

Nota: Konstandinos Kavafis escreveu o que se julga ser a primeira versão do poema Ítaca, Segunda Odisseia, em Janeiro de 1894. Data da primeira publicação do poema: 1987, por Giórgos P. Savvidis.
É hoje que conheço a Adília Lopes!

Dia Mundial da Poesia
Sessões de leitura na Casa Fernando Pessoa, dia 21 de Março, às 18h30 e 21h30.

Poetas presentes: Adília Lopes, Ana Hatherly, Ana Luísa Amaral, António Osório, Bernardo Pinto de Almeida, Fernando Pinto do Amaral, Gastão Cruz, Maria do Rosário Pedreira, Nuno Júdice, Pedro Mexia, Pedro Tamen e Yvette K. Centeno. Cada poeta lerá dois poemas de sua autoria e dois poemas de outros autores. Haverá uma exposição de manuscritos dos poetas convidados que serão publicados em formato de postal ilustrado no Dia Mundial do Livro (23 de Abril), numa colecção especial da Casa Fernando Pessoa. Ao longo do dia 21, ainda na Casa Fernando Pessoa, assinalar-se-á igualmente o nascimento de J. S. Bach, estando prevista a execução de um programa musical a definir com obras do compositor.
Eu hoje acordei assim...

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Eva Longoria

... partido sexy? Chamaram?

segunda-feira, março 20, 2006

Correio dos leitores sobre uma "Etimologia hebdomadária"

Mensagem de Anabela Barros Correia: "Li a sua rubrica da etimologia hebdomadária e fiquei curiosa sobre as origens da palavra "ansiedade". Realmente, a palavra vem do verbo latino "ango", de onde vem também "angústia"... As questões que a Carla coloca também me deixaram com dúvidas que tentei esclarecer. Peguei no dicionário etimológico de latim, de Ernout e Meillet, e pude confirmar que o verbo latino "ango" tem significados relacionados com "apertar a garganta", "sufocar" e "angina". A palavra "angina" vem desse verbo. (As coisas que uma pessoa aprende! Isto da angina, eu não sabia...) Mais adiante, o dicionário de Ernout e Meillet, explica que o perfeito "anxi", do verbo latino "ango" tem uma relação directa com o verbo aggw, em grego antigo, - não consigo colocar os espíritos e os acentos -, que, diz o dicionário de grego antigo Bailly, é confrontável com a forma adverbial aggi, que, por sua vez, significa "ao lado", "muito próximo". Ora, a forma do latim "anxi" e o verbo do grego antigo aggw, dizem Ernout e Meillet, virão de uma mesma origem indo-europeia; não consigo é perceber se o latim foi buscar o verbo "ango" ao grego antigo ou se nas duas línguas houve uma evolução independente que veio dessa origem comum.

Quanto à voz passiva do latim que a Carla - com razão - acha estranha, isso acho que consigo perceber. Tem razão quando diz que é uma voz reflexiva, é mesmo isso e acontece com frequência no latim. Já não estudo latim e grego antigo há algum tempo, mas lembro-me de traduções que fazia de formas da voz passiva. No latim, "dicitur" traduz-se muitas vezes como "conta-se", "diz-se"; outro exemplo: "mirantur" não se traduz sempre como "são admirados(as)", por vezes traduz-se como "admiram-se"."
Uns sobre outros: "I have only ever read one book in my life, and that is White Fang. It's so frightfully good I've never bothered to read another." Nancy Mitford
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (38)

"Cede quando ela teima; se cederes, sairás vencedor;
trata, apenas, de agir, como ela determinar.
Se ela contestar, contesta; o que aprovar, aprova-o;
o que afirmar, afirma-o; o que negar, deves negá-lo;
se rir, ri-te; se chorar, lembra-te tu de chorar;
seja ela a ditar as leis às tuas feições."

Ovídio, Arte de amar, II, 197-202, tradução de Carlos Ascenso André, Edições Cotovia, 2006, p. 61.
Uns sobre outros: "Oh, really? What is she reading?" Dame Edith Evans pergunta a um amigo quando este lhe conta que cedeu a sua casa de campo, em França, a Nancy Mitford, para que acabasse um livro.
Modo de vida

"Olha quem te olha; a quem te sorri com doçura, sorri;
Faz-te um aceno? Responde também tu que percebeste o sinal."

Ovídio, Arte de amar, III, 513-514, tradução de Carlos Ascenso André, Edições Cotovia, 2006, p. 94.
Estados em que se encontra este blogue

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Cortesia de Anabela Barros Correia.
The sound of bomba: pois é, voltei ao cêdê da BêBê. Depois de Maria Ninguém ("ie Marria, ie Marrria, meu bem..."), no gira-discos toca agora Moi je joue.

Moi je joue
de G. Bourgeois e J.M. Rivière
canta Brigitte Bardot

Moi je joue
Moi je joue à joue contre joue
Je veux jouer à joue contre vous
Mais vous, le voulez-vous?
De tout coeur
Je veux gagner ce coeur à coeur
Vous connaissez mon jeu par coeur
Alors défendez-vous

Sans tricher, je vous le promets
J'ai gagné, tant pis c'est bien fait
Vous êtes mon jouet
A présent, ce ne sera plus vous mais toi
Et tu feras ca t'apprendra
N'importe quoi pour moi

Sans m'en faire, je vais t'assurer
Un enfer de griffes et de crocs
Tu crieras bientot "Au secours"
Alors décidant de ton sort
Pour m'éviter quelques remords
Je t'aimerai plus fort
Oh oui plus fort
Oh oui oui oui, plus fort
Oh la la...

domingo, março 19, 2006

Adenda: "Anxiety is not related to an external threat. Anxiety is a state of expecting an impending disaster. Fear is a momentary reaction to danger; anxiety is a lasting expectation of danger." Benjamin B. Wolman, The Encyclopedia of Psychiatry, Psychology and Psychoanalysis.
Coisas que melhoram algumas vidas (37)

Ouvir a voz de Juana Molina, no excelente Esse Cavalheiro. Linda, linda, linda...
Apio verde! Para o Contra a Corrente, que cumpre hoje três anos na blogosfera! Muitos parabéns, Macguffin!
Etimologia hebdomadária

A palavra para hoje é ansiedade. Quando olho para a palavra lembro-me de imediato de Angst, que significa medo em alemão. Será daquele angs- com pronúncia semelhante a anx- de anxiety, em inglês? Talvez seja por entender que a inquietação ansiosa implica um receio de alguma coisa, uma espécie de insegurança, uma antevisão ou antecipação dos problemas (e talvez por esta última seja tão estúpida). A palavra ansiedade tem origens latinas: de anxietas, e por sua vez de anxius, a, um, que significa aquilo tudo que já sabemos - ansioso, inquieto, atormentado, agitado. Pois, cheio de medo de alguma coisa que, muito provavelmente, não existe. Mas vamos mais para trás, para aquele anxi, perfeito do verbo ango, verbo irregular ou defectivo, que significa apertar, sufocar. Mais à frente no dicionário, somos informados de que angi é a voz passiva de ango, com outro significado, o de afligir-se ou atormentar-se. Angi e anxi, pois. Parecidos, mas muito diferentes. A voz passiva (angi) parece-me mais uma forma reflexiva (não há um agente exterior) do que propriamente a uma passiva (com alguma coisa que actua sobre outra). Ou seja, esta voz passiva é estranha. Se fosse em grego seria mais fácil de perceber, seria uma voz média, precisamente reflexiva. Ansiedade em grego moderno é anisixía e o dicionário adianta, sem medo nenhum, um sinónimo: fóvos. Cá está: medo. Mas voltando à anisixía, talvez pudéssemos traduzir a palavra pelo inglês uneasy ou pelos portugueses inquieto ou ainda intranquilo. Aquele an- no início de anisixía dá logo para desconfiar da ausência de qualquer coisa que devia estar presente. Neste caso, trata-se da isixía, da calma fundamental, sem medos à vista (ai, que de repente me lembrei daquela música, "right here, be right here, no fear, have no fear, no tears?"). Terá aquele anxi latino origem no anisix- grego ou estarei a ver contracções onde não existem? Ora isixía é uma palavra fantástica, para já por razões fonéticas (adoro sibilantes) e depois por razões de significado. A palavra é tão antiga como Homero (a grafia manteve-se igual, excepto na acentuação) e significa calma, quietude e mesmo doçura. Só coisas boas.

sábado, março 18, 2006

Eu hoje acordei assim...

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Brigitte Bardot

... não acordei nada. Acordei muito mais bem disposta.

sexta-feira, março 17, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições: actualizado.
Diva dixit

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"So I end up using about ten tubes of lipstick a day. I've even had to buy a darker kind than I prefer to wear in order to make a better print." Cleo Moore
Modo de vida: "Receber sem orgulho, perder com serenidade." Marco Aurélio, Pensamentos para mim próprio, VIII, 33.
Ninho de cucos (46)

O Varandas é um animal irracional. Sai à mãe.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (37)

"Alguém comete uma falta em relação a mim? É assunto seu. Ele tem o seu temperamento próprio, a sua própria actividade. Por mim, tenho neste momento o que a natureza universal quer que tenha e faço o que a minha natureza exige que neste momento faça."

Marco Aurélio, Pensamentos para mim próprio, V, 25.
Eu hoje acordei assim...

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Hedy Lamarr

... com outro otoverme horroroso na cabeça! "I love ma little nasty girl, all ma women from around the world, I love ma little nasty girl" Ai...

quinta-feira, março 16, 2006

Manuel Mujica Láinez*

Y para tranquilizarme repito
que no existes,
que te he soñado muchas vezes,
que eres sólo un viejo sueño tenaz,
una invención,
y que no es sano conversar con espectros.

de A una ciudad recordada, poema inicialmente publicado no jornal La Nación, em 1968, incluído nas Obras Completas, vol. III. Ainda sobre Buenos Aires querida, ler um, dois, três, quatro posts, do Francisco José Viegas.

* Para o Impensado.
Modo de vida

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[daqui]
Uns sobre outros: "Why don't you write books people can read?" pergunta Mrs. Nora Joyce ao marido, James.
Modo de vida: "Nos exercícios de ginásio, alguém, com as unhas, arranhou-nos ou atirando-se sobre nós, magoou-nos com uma cabeçada. Todavia não nos manifestamos, não nos ofendemos nem desconfiamos de que nos queira fazer mal de futuro. Certamente, precavemo-nos dele, mas não como de um inimigo nem com desconfiança: evitamo-lo benevolamente. Que seja pouco mais ou menos da mesma maneira nos outros momentos da vida. Negligenciemos muita coisa da parte daqueles que são, por assim dizer, nossos companheiros de ginásio. É possível, com efeito, como dizia, evitá-los, sem desconfiar deles, nem odiá-los." Marco Aurélio, Pensamentos para mim próprio, VI, 20.
Eu hoje acordei assim...

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Carole Lombard

... "my love is ever blazin', ever blazin', girl, and it never fades away..." Não resultou, está visto. Só mais um dia, a ver se passa.

quarta-feira, março 15, 2006

Bomba de Ouro: "Como é que provo que existo a partir da introdução do Cartão de Cidadão, durante as intermináveis semanas em que vou estar sem ele por o sacana ter fugido? Dou o link do blogue?" do maradona.
Caracóis, Sandálias e Traições

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Agora é que isto vai começar a aquecer, com cabeças a rolar, no Egipto... A cabeça de Pompeu Magno será entegue por Ptolomeu a César, segundo o que me lembro, como prova de lealdade e amizade. Mas esta mania de começar pelo fim tem de acabar. "Fortune loves you", diz Lídia, com um certo ressentimento arrependido, à irmã Níobe. Tito Pulo e Lúcio Voreno de férias nas ilhas gregas, com Voreno a gravar uma mensagem de despedida para a mulher na pedra, um querido. Mais tarde escapam numa jangada feita com cadáveres... weird (não quero deixar de assinalar que fui lincada no nome Átia). E "tecer", naquela altura tinha um significado completamente diferente. É a velha história da evolução da língua, yada, yada, yada. Na verdade, Penélope... Voltemos a Roma. Posca e Átia têm as melhores falas, não têm, caro Luís (e a segunda temporada de Deadwood começou muito bem!)? "I did not know that irony had a military usage." Esta é de Posca, dirigindo-se a César, quando insiste em avançar para a batalha estando em clara desvantagem numérica. A cena da batalha custou entre 10 a 20 euros! Deve ser para compensar o guarda-roupa sumptuoso de Átia, Servília e Octávia. Houve duas personagens que utilizaram a belíssima expressão inglesa, "it is of no consequence", bem traduzida por "não tem importância". Foram elas Pompeu e Octávia. "It is of no consequence" é um modo de vida, caramba! César recebe Bruto e Cícero de braços abertos, uma atitude que terá consequências, que é extremamente importante, que faz com que odiemos e desprezemos Bruto (como se não o odiássemos e desprezássemos já o suficiente).
Uns sobre outros: "The last part of it is the dirtiest, most indecent, most obscene thing ever written. Yes it is, Frieda... it is filthy. My god, what a clumsy 'olla putrida' James Joyce is! Nothing but old fags and cabbage-stumps of quotations from the Bible and the rest, stewed in the juice of deliberate, journalistic dirty-mindedness." D. H. Lawrence sobre Ulysses, de James Joyce.
Eu hoje acordei assim...

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Carole Lombard

... o Sean Paul gravou até agora vários temas, que, na verdade, se resumem a um só. É sempre o mesmo e chama-se... não me lembro. Foi o primeiro de todos, eternamente repetido. O problema é que ando com um otoverme terrível e parece-me que o poderei resolver pondo a música aqui no bomba: "My love is ever blazin', ever blazin', girl, and it never fades away..." Não sei se vai resultar, mas quero experimentar. Nos vídeos, há sempre umas meninas que dançam (isto leva-me a invocar um clip recente de 50 Cent, em que está sozinho, sem mulheres à volta, e aquilo é simplesmente intragável, não se pode ver, muito menos ouvir), fazendo movimentos muito bruscos. Como os da Beyoncé no Check on it. Movimentos curtos, partidos ao meio, sem direito a alongamento, os mesmos que fazem as Pussycat Dolls. Só a Fergie, dos Black Eyed Peas, se alonga um pouco mais, é menos bruta, digamos, e quase infantil em My Humps. É também mais pequena.

terça-feira, março 14, 2006

Três versos de Juan Gelman

"El caballo de la calesita (...) me vio tan solo que se fue conmigo."

"Esa mujer se parecía a la palabra nunca."

"Habrá que ver cómo vivir sin ella."

Por causa do artigo de Jorge Asís (besitos), em que explica que um poeta e um político são coisas diferentes.
Diferenças fundamentais

*APOL. Dokw moi perì on minthávesthe ouk ameletítos einai.
**APOLLODOROS. Mou faínetai pos yi' autá pou me rotáte then eímai aproetoímastos.

*Primeira frase de Symposium, de Platão, em grego antigo transliterado.
**Primeira frase de Symposium, de Platão, em grego moderno transliterado.

(Tradução da primeira frase de O Banquete para português, por Maria Teresa Schiappa de Azevedo: "APOLODORO: Quanto às informações que vocês pretendem, julgo que estou em boa forma para as dar...")

Para o Abrupto (conhecia a história que conta).
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Jon Stewart. Só para o caso de não ter ficado muito claro.

segunda-feira, março 13, 2006

Ninho de cucos (45)

Agarrada ao gato, há uns minutos, a sussurrar, mesmo muito baixinho: "Varandas, sinceramente, getalife. Getalife, percebes? Getalife..."
Adenda

- Pilar, já mudei a música.
- Óptimo!
- E, numa atitude de preguiça com precedentes, vou deixar a grafonola do bomba à solta, está bem?
- Boa ideia.
Eu hoje acordei assim...

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Hedy Lamarr

... Telefonista, ligue-me, por favor, ao Espectro.
- Charlotte?
- Atch... Sim, como adivinhou?
- Disse que estava practicamente às portas da morte e está com voz disso.
- Ai, um grande sofrimento, sim. Como se chama?
- Pilar.
- A Pilar pode ligar-me ao Espectro?
- Está impedido há dias. São os comentadores, sabe... Ocupam a linha duma maneira.
- Estou indignada com aquela despedida! Coooof... Mas isto é assim? Que não têm tempo? Mas o que é isso de não ter tempo para o blogue? Aaaat... Então ligue-me ao Casmurro, por favor.
- Errr... Dá aquele sinal sabe, tururu, tururu...
- De quem não pagou a conta?
- Isso!
- E aquele poema? A morte absoluta? Aquilo é relindo, caramba! Aquilo não é um poema! Atchuuuu!
- Não?
- É um modo de vida, um estado permanente em que se encontra, gaaasp, uma verdade absoluta...
- Por associação de palavras também eu...
- Pelo menos fica o blogue da terapia. Já não é nada mau!
- Quando é que muda a música?

sexta-feira, março 10, 2006

Estado em que se encontra este blogue

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Até já!
Uns sobre outros: "Henry James writes fiction as if it were a painful duty." Oscar Wilde
Ninho de cucos (44)

Brokecat Mountain (copyright do título e cortesia da Maria João).

quinta-feira, março 09, 2006

Caracóis, Sandálias e Traições

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Belo episódio, sim. Evandro desapareceu há dois meses. Lídia chora, Níobe tenta consolá-la. Tito Pulo mente, suspirando: "I don't know... women!" Mais tarde, dá-lhe a notícia de que o marido morreu. Lídia amaldiçoa a irmã. Safa com a conversa das maldições! Marco António completamente à solta. Átia pergunta a Octaviano: "Octavian, have you penetrated anyone?" O assunto tem de ser resolvido, para que seja finalmente um homem. "You penetrate someone today or I'll burn your wretched books in the yard." Tito Pulo acompanha Octaviano: "First timer. Nothing too savoury." "Egeria, go prepare yourself." Pulo, depois de se horrorizar com o preço (em Narbo conseguia 20, mais as respectivas mães, em troca daquele valor) tenta meter uma cunha. Como vem bem acompanhado... A proposta de Átia precipita Marco António. Terão sido suficientes as oferendas a Tritão? Mas o mais bonito de tudo foi a frase de Níobe a Voreno: "O calendário está correcto." Que maneira elegante e doce de anunciar que a hora chegou.
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Doctor Troy-McMahon. Desculpa, Tiago, por estar a abusar da tua excelente ideia e desculpem a insistência, mas não pode haver duas sem três.
Metabloggers do it better (12)

O meu lema na blogosfera, em relação aos outros blogues, é o seguinte desde o início: "não conheço o autor ou a autora, leio todos os dias, adoro o blogue". Exemplos? O Jansenista, Lida Insana, Triciclofeliz, Quid Rides?, A Montanha Mágica, Impensável. Só para mencionar alguns.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer lado (36)

"Gosto de estreias. E de glamour. E de ressacas. Recaídas. Recomeços. Retornos. Gosto de voltar a gostar daquilo que já gostei e entretanto deixei de gostar por qualquer motivo seja lá ele qual for. Mas gosto de confirmar o facto de ter deixado de gostar. Gosto de não me enganar quanto ao que é fundamental. E gosto que o fundamental seja aquilo que me faz bem ou me faz feliz. Gosto que não haja uma coincidência forçosa entre o que me faz bem e o que me faz feliz. Gosto de tudo o que me faz bem mesmo que isso seja o que me faz mal. E gosto de tudo o que me faz feliz mesmo que isso seja o que me faz infeliz."

Ângela Leite, Histórias Improváveis, Publicações Pena Perfeita, 2005, p. 11. Um livro muito bonito, que me veio parar à mãos por mero acaso. Recomendo a leitura a quem se interesse por uma escrita clara, despretensiosa e intensa.
Modo de vida: os gostos em comum cada vez me interessam menos. Mas sorri quando vi no Impensável a frase: "Eu gosto da Dorothy Parker". Nesse preciso momento, por mera coincidência (que existem, claro que existem), neste caso nada infeliz, tinha acabado de ler este poema:

By the time you swear you're his,
Shivering and sighing,
And he vows his passion is
Infinite, undying -
Lady, make note of this:
One of you is lying.

Dorothy Parker, Unfortunate Coincidence
Eu hoje acordei assim...

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Sharon Stone (cortesia de António Pereira)

... a fumar.

quarta-feira, março 08, 2006

Ninho de cucos (43)

Cat talking (cortesia da Maria João).

terça-feira, março 07, 2006

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Julian McMahon, aka Christian Troy. Desculpem a repetição, mas cada vez gosto mais de Nip/Tuck.
Modos de vida

Sacred to the memory of
Captain Anthony Wedgwood
Accidentally shot by his gamekeeper
Whilst out shooting
'Well done thou good and faithful servant'

Epitáfio
Uns sobre outros: "Shakespeare, Madam, is obscene, and, thank God, we are sufficiently advanced to have found it out." Frances Trollope
Eu hoje acordei assim...

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Marilyn Monroe

... practicamente às portas da morte. Ainda assim, nada que se compare.

segunda-feira, março 06, 2006

The sound of bomba: no iPod nano do bomba, toca a canção oscarizada, It's Hard Out Here For A Pimp, do filme Hustle & Flow (que verei, claro, em dvd). Yo!
And the Oscar goes to... Versace!

Não sei se Jon Stewart foi vestido por Versace, mas é como se tivesse sido: "Ladies, gentlemen, Felicity..." Excelente a noite toda. Muito giras são Naomi Watts, Jennifer Aniston (não faz mal, querida, já passou), Rachel Weisz e Ziyi Zhang. De Nicole Kidman, que já não está entre nós, já podemos dizer apenas isso: passou simplesmente para o plano das semi-deusas (concordas comigo, minha querida?). Depois o horror da porcaria dos pinguins, que tinham de ganhar alguma coisa, do nip/tuck de cima a baixo em Dolly Parton, estilo freak show (de rapariga saudável passou a coisa disforme dressed in pink); dos brincos de Will Smith e de Ludacris; da J.Lo, presa num verde horrível; de Reese Witherspoon, profissional dos discursos, num Dior chochíssimo estilo camponesa/balarina/overall frightfully boring. Devo ser a única mulher na Terra que não acha graça a George Clooney. Mas calma: tenho quase, quase a certeza de que se trata de mais um capricho. Ah, e sobre vencedores e perdedores, só uma observação. Achavam mesmo que Paradise Now tinha alguma hipótese? Goldwyn e Mayer ring any bells, pá?

De resto, só tenho a dizer que vestidos soberbos houve cinco: quatro Versace e um Dior. Quero ouvir palmas!

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A inteligência de Uma Thurman leva-a à infelicidade. Acontece muito. Mas o vestido é belíssimo.

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Hilary Swank sem jóias, muito simples. Continua a parecer um rapazinho encantador.

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Salma Hayek, num Versace azul lindíssimo. Lembra um pouco Catherine Zeta-Jones. É um (bom) género.

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Jessica Alba e o melhor vestido da noite. Ou talvez não.

Finalmente, o meu preferido de todos, agora que o vejo bem, de dia e acordada, na stunning Charlize Theron. Bravo, Christian Dior!

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Só mais uma fotografia, para se ver melhor.

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Triciclo?

domingo, março 05, 2006

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Julian McMahon, o cirurgião plástico Christian Troy, uma personagem que não tem problemas morais, na perturbadora série Nip/Tuck. "Tell me what you don't like about yourself."
Ninho de cucos (42)

O gato Varandas, sempre que fica deitadinho num dos braços do sofá, faz lembrar uma esfinge a guardar aquele ponto de passagem, pronto a matar os viajantes que não sabem responder à pergunta. Sempre que o apanho naquela posição, faço-lhe um sinal para que não me pergunte qual é coisa qual é ela que de manhã tem quatro patas, à tarde tem duas e à noite tem três. A isso já eu respondi há muito tempo.

sábado, março 04, 2006

Gostar de religião e panque-roque: o Voz do Deserto, o blogue do Tiago Cavaco, faz hoje três anos. Há quase o mesmo tempo que o leio diariamente, mesmo ao sábado e ao domingo, quando não é actualizado - nesse caso, relendo. Para festejar o terceiro aniversário, pensei em pôr no iPod nano do bomba, Jesus Walks, do talentoso Kanye West. Mas agora apetece-me mais que ouçamos o recente Touch the Sky. Muitos parabéns, Tiago!
Eu hoje acordei assim...

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Ava Gardner (Obrigada, Lord ASS!)

... precisamente.

sexta-feira, março 03, 2006

Bomba de Ouro: "Talvez eu prefira as senhoritas que usam óculos porque acredite que, em algum momento do dia, elas, como eu, vejam o mundo em forma de borrão, e por isso sejam capazes de entender minha perene confusão entre neuroses e causas, idiossincrasias e princípios. Ainda que os óculos as sinalizem como menos que perfeitas, o que sempre me atraiu nas senhoritas que os usam não é, no entanto, a imperfeição, mas sim a possibilidade de que, porque sabem do mundo como borrão, me julguem com menos severidade do que decerto mereço", do Noronha, no Filthy McNasty.
Modos de vida

They fuck you up, your mum and dad.
They may not mean to, but they do.
They fill you with the faults they had
And add some extra, just for you.

Philip Larkin, This Be The Verse.
Caracóis, Sandálias e Traições

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(Peço desculpas pela demora. Sempre que disser "venho já imediatamente", desconfiem e dêem-me entre 24 a 48 horas. Já não tenho a mesma noção do tempo.) Na imagem, vemos César a chegar à costa italiana. Pompeu e os seus homens zarparam para a Grécia. Zarpar para a Grécia tem destas coisas: os outros ficam pasmados, de cara à banda, boquiabertos. Mas isto aconteceu no final do episódio. No início, mais technicalities: "Surrender" ou "cessation of hostilities"? Parece que não, mas é diferente. Entretanto César recusa o segundo convite de Átia, que delira com a possibilidade de Octaviano ser amante do tio: "I am not clear that it's decent, but who's to say what's decent in times like these?" Tudo porque uma escrava viu os dois metidos na despensa. Não se podia ter ataques epilépticos em paz e sossego (a "doença dos génios", Luís). Átia insiste com Octaviano: "A good lover is a discreet lover". Tadinho, quase conta o terrível segredo do tio, mas controla-se. Tito Pulo esqueceu-se da rapariga (Irene) e diz a Voreno que gosta de olhar para ela; que fica mais calmo. Átia contrata Pulo como tutor ("the brutish cheerful one") do filho, para que lhe ensine coisas giras e masculinas como esfolar animais. Octaviano diz que não se importa de matar, mas aquilo de agitar as espadas cansa-o; é uma grande maçada. Tito Pulo pede conselhos a Octaviano sobre Evandro e Níobe. O menino responde: "Suspicion alone is not enough to speak. Without facts you must remain silent." Octaviano lê os gregos e depois fica assim: sábio, um péssimo soldado e - quando manda que Tito Pulo torture e mate Evandro - frio e mau. Qual é objectivo de matar Evandro? Guardar a verdade só para si porque Voreno nunca poderá saber de nada. A verdade vale mais do que a vida. Demasiadas fricativas, parece-me. César e Servilia (que não larga o vestidinho preto) encontram-se e Átia logo trata de interferir. "Átia não dorme sobre o assunto": graffitis, Calpúrnia, Posca para César: "We cannot divorce now". Lúcio Voreno vai ter com Marco António. Evocati. Servilia descobre tudo e amaldiçoa os Julianos: "Let his penis wither. Let his bones crack. Let him see his legions drown in their own blood." Safa! Brrr.

quinta-feira, março 02, 2006

Here we go again...

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Falar de blogues
Organização: José Carlos Abrantes e Almedina

Francisco José Viegas, A Origem das Espécies
Sofia Vieira, Controversa Maresia
André Carvalho, Geração Rasca
Rita Barata Silvério, Rititi

Continuação da discussão iniciada em 2005: haverá mesmo diferenças entre blogues femininos e masculinos? Que diversidade se pode encontrar nos blogues assinados por mulheres?

Dia 3 de Março, às 19:00 horas
Livraria Almedina
Atrium Saldanha, Loja 71, 2.º Piso Lisboa

quarta-feira, março 01, 2006

Uns sobre outros: "Girls bored me - they still do. I love Mickey Mouse more than any woman I've ever known." Walt Disney
Ninho de cucos (41)

... É extremamente interessante.
Diva dixit

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Miranda Richardson, aka Queenie (Elizabeth I), em Black Adder II.

"Good morning, gentlemen both." Rainha Isabel I de Inglaterra, dirigindo-se a um grupo de 18 alfaiates. À especial atenção do BilidaQuid. Divo respondi? Humpf!
Ninho de cucos (40)

Para o gato Varandas, tudo é motivo de curiosidade e interesse. Há um papelinho caído no chão? Tem muito interesse. Os jornais estão espalhados na mesa? Nada como dormir uma sesta deitado em cima das páginas. O livro ficou aberto? É interessante. Há uma pilha de cassetes de vídeo em cima da mesa da sala? É interessantíssimo. A janela está aberta? É deveras interessante. Um pássaro surge de repente na varanda? (Continua.)
Muitos parabéns! Festejam-se hoje dois anos de Blasfémias!
The sound of bomba: ouvi a voz de Cristóbal Repetto pela primeira vez, há demasiado tempo, em Buenos Aires. Fiquei como o João Pedro, com uma espécie de nó na garganta (é um sintoma fatal), impressionada com aquela voz única. Na grafonola do bomba (que Cristóbal Repetto terá engolido e por isso canta assim; João Pedro, foi esta grafonola que o miúdo engoliu!) toca a última faixa do cd: uma serenata.

Serenata del 900
canta Cristóbal Repetto

Pregúntale a las estrellas
si por las noches me ven llorar;
pregúntale si no busco,
para quererte, la soledad.

Pregúntale al manso río
si al llanto mío lo ve correr;
pregúntale a todo el mundo
si no es profundo mi padecer.

Nunca te olvides que yo te quiero
y que me muero de amor por ti;
a nadie quieras en esta tierra,
a nadie quieras, tan sólo a mí.
Eu hoje acordei assim...

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Angelina Jolie

... vi apenas um cowboy de Brokeback Mountain, coisa que me surpreendeu. O Darth Vader era um baixinho atrevido. Havia mesmo muitas matrafonas que não eram bem isso, mas ninguém a dançar de prédio (embora testemunhas tenham jurado ver alguém disfarçado de candeeiro de rua). Por mim, já sabem: um bigode catita ou um narizito encarnado fazem a festa. Sou grande adepta dos disfarces minimalistas.

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