blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

quarta-feira, novembro 30, 2005

Ciclo Falar de blogues (3)
Organização: José Carlos Abrantes e Almedina

Com José Pacheco Pereira, autor do blogue Abrupto.

Um colunista e intelectual respeitado não prescindiu de usar a blogosfera para se exprimir. Que consegue José Pacheco Pereira com o blogue que não seja possível com os livros, a coluna na imprensa ou as intervenções na rádio e na televisão?

Dia 7 de Dezembro, às 19:00 horas
Livraria Almedina

Atrium Saldanha, Loja 71, 2.º Piso Lisboa
Estado em que se encontra este blogue

Image Hosting by PictureTrail.com

No estado do costume, como bem adivinhou a indispensável Sam, ao enviar-me esta belíssima imagem de Marilyn Monroe.
Caprichos

Image Hosting by PictureTrail.com
O Nuno avisa que as quatro séries de Larry David podem ser encomendadas juntas na Amazon. Bora!

terça-feira, novembro 29, 2005

As coisas em que Camilla me fez pensar*

Ouço Love and Marriage, cantado por Frank Sinatra. Diz a canção que não pode haver casamento sem amor nem amor sem casamento. Possuída pelo espírito de Carrie Bradshaw, a protagonista da série Sexo e a Cidade, escrevo: haverá pessoas felizes em casamentos sem amor? Sim. E pessoas felizes que solteiramente se amam? Com certeza. Mas nada disso interessará àqueles que, como eu, acreditam que muito bom na vida é ter tudo e mais alguma coisa. Ou seja, amor e casamento.

Casamento sem amor leva à distracção permanente. O amor obriga à concentração. É a velha história de "não ver mais nada à frente", que se confunde com uma espécie de doença. O amor acaba com a visão periférica, no sentido em que deixa de haver espaço para outras coisas de menor importância. Ora uma pessoa concentrada naquele ou naquela que ama está mais ocupada e é por isso mais sexy, mais gira, infinitas vezes mais atractiva. Quem ama no casamento tem mais que fazer, muito mais em que pensar e não perde tempo com disparates. Casar sem amor leva à dispersão, à procura desorganizada, ao inevitável desleixo consigo próprio e com o outro. A falta de concentração (ou de amor) resulta na confusão das prioridades, coisa feiosa e, nos dias de hoje e em países livres, completamente desnecessária. Para quê casar se não houver amor? Eis uma pergunta clássica de uma pessoa que respeita a instituição e o sentimento. Parece que pensar assim já não se usa. Paciência. Se o escrever com umas sandálias Jimmy Choo calçadas, perdoam-me?

Frank Sinatra, em All the Way, canta: "When somebody loves you, it's no good unless he loves you all the way". Pois amar no casamento desde as entranhas mais profundas é a coisa mais sexy que existe. Mais do que Angelina Jolie a fazer beicinho. Mais do que Brad Pitt em Troy e ainda mais do que George Clooney de bata verde. As imagens, embora estimulantes, não convencem. Aquele que ama profundamente a pessoa com quem se casa e ao lado de quem envelhece (um verbo menos agradável, as minhas desculpas) é o verdadeiro sex-symbol, o autêntico sexy motherfucker, citando Prince.

Amor sem casamento é como viver numa rulote. Por mais sofisticado que seja o veículo e por mais divertida que seja a vida a dois na estrada, o excesso de movimentação cansa o corpo e a vista e - lá está - mais tarde ou mais cedo, na viagem, leva à dispersão, e já sabemos o que é que isso significa. Mas atenção: se me obrigassem a escolher, amarrada à cadeira com nós bem apertados e uma pistola apontada à cabeça, pois que viesse de lá o amor sem casamento, um cenário bastante mais suportável (embora desenxabido) do que o casamento sem amor.

Amor e casamento são a conjugação certa: o dry martini perfeito. A ideia de termos um sem o outro é perfeitamente possível e ainda bem que assim é. Mas "possível" não é "ideal". Porque não havemos de querer o ideal? E o ideal é termos tudo o que está ao nosso alcance e mais ainda para vivermos excelentemente.

* Texto publicado a 16-04-05, na Única.
The sound of bomba: na grafonola do bomba toca Déshabillez-moi, cantado por Juliette Gréco.

Déshabillez-moi
Letra de Robert Nyel
Música de Gaby Verlor

Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Oui, mais pas tout de suite, pas trop vite
Sachez me convoiter, me désirer, me captiver
Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Mais ne soyez pas comme tous les hommes, trop pressés.
Et d'abord, le regard
Tout le temps du prélude
Ne doit pas être rude, ni hagard
Dévorez-moi des yeux
Mais avec retenue
Pour que je m'habitue, peu à peu...

Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Oui, mais pas tout de suite, pas trop vite
Sachez m'hypnotiser, m'envelopper, me capturer
Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Avec délicatesse, en souplesse, et doigté
Choisissez bien les mots
Dirigez bien vos gestes
Ni trop lents, ni trop lestes, sur ma peau
Voilà, ça y est, je suis
Frémissante et offerte
De votre main experte, allez-y...

Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Maintenant tout de suite, allez vite
Sachez me posséder, me consommer, me consumer
Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Conduisez-vous en homme
Soyez l'homme... Agissez!
Déshabillez-moi, déshabillez-moi
Et vous... déshabillez-vous!
Michel Foucault sobre "Cenas da vida conjugal"

"The radical separation between marriage and the play of pleasures and passions is doubtless not an adequate formula for characterizing marital life in antiquity. By being too intent on detaching Greek marriage from affective and personal implications that did in fact assume much greater importance in later times, and by insisting on distinguishing it from subsequent forms of conjugality, one is led, by an opposite impulse, to draw too close a parallel between the austere ethics of the philosophers and Christian morality."

The History of Sexuality, "The Use of Pleasure", London, Penguin Books, 1985, vol. 2, p. 150.
Oscar Wilde sobre "Cenas da vida Conjugal"

"The real drawback to marriage is that it makes one unselfish. And unselfish people are colorless. They lack individuality. Still, there are certain temperaments that marriage makes more complex. They retain their egotism, and add to it many other egos. They are forced to have more than one life. They become more highly organized. Besides, every experience is of value, and, whatever one may say against marriage, it is certainly an experience."

The Picture of Dorian Gray, capítulo IV.
Martinho da Vila sobre "Cenas da vida conjugal"

O meu pai não quer que eu case
Mas me quer namorador
Eu vou perguntar a ele
Eu vou perguntar a ele
Por que ele se casou

Madalena do Jucu, cantada por Simone, em Café com Leite.
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Marylin Monroe*

... happy birthday to us, happy birthday to us, tutututu tutututu, happy birthday to us...

* A imagem foi gentilmente enviada pela querida Sam.

segunda-feira, novembro 28, 2005

Caprichos

Image Hosting by PictureTrail.com
Alessi Lilliput Salt and Pepper, por Stefano Giovanonni, 1993.

* Ou Indispensáveis©.
Miguel Esteves Cardoso sobre um "Eu sabia que..."

"Ora a Mulher Portuguesa é tudo menos 'compreensiva'. Ou por outra: compreende, compreende perfeitamente, mas não aceita. Se perdoa, é porque começa a menosprezar, a perder as ilusões, e a paciência. Para ela, a reacção mais violenta, não é a raiva nem o ódio - é a indiferença. Se não se vinga, não é por ser 'boazinha' - é porque acha que já não vale a pena."

A Causa das Coisas, Lisboa, Assírio & Alvim, 1986, pp. 98-99.

sábado, novembro 26, 2005

Ilustração

Image Hosting by PictureTrail.com

Image Hosting by PictureTrail.com

Sarah Jessica Parker aka Carrie Bradshaw, overdressed in Paris, nos dois últimos episódios disparatados de Sex and the City.
Modo de vida: cada um sabe de si e Deus sabe de todos, vive e deixa viver e outras coisas do género.

sexta-feira, novembro 25, 2005

Miguel Esteves Cardoso sobre "Eros"

"Por que é que os homens portugueses dizem das mulheres que acham sexualmente atraentes que são 'boas'? Que quererá dizer esta estranha conotação com a bondade? Os restantes povos latinos dizem coisas bastante mais rudes. Os portugueses acham que as mulheres atraentes são 'boas' porque, ao contrário daquelas que amam, são insusceptíveis de lhes causar grande maldade. As mulheres por quem nos apaixonamos é que são más. Dão-nos cabo da vida, nós damos cabo da vida delas e, se não fosse uma alegria essa guerra, seria uma paz-de-alma, que é como quem diz, uma miséria."

A Causa das Coisas, Lisboa, Assírio & Alvim, 1986, pp. 210-211.
Ninho de cucos (35)

Ultimamente, tenho apanhado o gato Varandas no quartinho dos fundos, deitado à frente do armário, quase a tocar na gaveta de baixo do lado direito. O quartinho, como o diminutivo indica, é pequeno, e o armário ocupa, juntamente com a porta, uma parede inteira. Isso significa que depois do tal armário não há nada, apenas um canto, uma esquina, e depois a outra parede. Se eu fosse gato, escolhia o recanto para me deitar, mas como não sou, na verdade, não percebo nada de conforto (temos muito a aprender com estes bichos sobre a utilização plena do espaço à nossa disposição). Passados uns dias, lá consegui perceber que a posição, embora à primeira vista parecesse estranha, desconfortável, no meio do nada, era também, ou sobretudo, estratégica: ao colocar-se ali, o gato Varandas tem uma visão privilegiada de quem entra. Trata-se, afinal, de um posto de vigia importantíssimo numa casa cheia de segredos. Sempre que entro no quartinho e o vejo ali deitado, com a cabeça levantada e os olhos abertos, pronto para cumprimentar, parece que o ouço dizer em inglês, que o bichano é educado no St. Julian's: "This place is so hot right now".

quinta-feira, novembro 24, 2005

Só mais um argumento

Image Hosting by PictureTrail.com
Charlotte York e Elizabeth Taylor York-Goldenblatt

quarta-feira, novembro 23, 2005

Modo de vida*

"Entre eles encontrava-se Semprónia, que muitas vezes cometera feitos de uma audácia viril. Esta mulher, em linhagem e beleza, e além disso no que toca ao marido e aos filhos, foi bastante afortunada: versada na literatura grega e latina, sabia tocar e dançar com mais perfeição do que convém a uma senhora honesta, e ainda muitas outras artes, que são instrumentos da luxúria. Mas a ela era-lhe sempre tudo mais caro do que o decoro e o pudor: dificilmente se descobriria se se importava menos com o dinheiro ou com a reputação. Tão ardente era a sua sensualidade, que era mais frequente ser ela a solicitar os homens do que eles a ela. Muitas vezes, em tempos anteriores, ela atraiçoara as suas promesas, negara com juramento as suas dívidas, tivera conhecimento de assassínios, se engolfara na luxúria e nas privações. E, contudo, o seu espírito não era destituído de encanto: sabia fazer versos, dizer uma graça, falar ora com recato, ora com lascívia, ora com impudor; numa palavra, havia nela muita sedução e muito fascínio."

Salústio, Catilina XXV. 1-5, in Romana - Antologia de Cultura Latina, organização e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa, Edições Asa, 2005, pp. 101-102.

* Dedicado à Simo, a minha romana favorita.
Eu hoje acordei assim..

Image Hosting by PictureTrail.com
Madonna, no Astoria, em Londres

... a celebrar o regresso do maiô de lycra!

Imagem gentilmente enviada por António Pereira.

terça-feira, novembro 22, 2005

The sound of bomba: terminada a recaída com Madonna (uma recaída estrutural, mas uma recaída, just the same), volto à música francesa para responder aos protestos recebidos por e-mail e vistos no Impensável. Tal como o Impensado, gosto muito da versão de Nina Simone. Toca agora no gira-discos do bomba a original, de Jacques Brel, com um francês muito certinho, clarinho, sofrido como não podia deixar de ser. Só para contrariar, adorava não gostar da interpretação de Brel. Mas não consigo. É maravilhosa, praticamente sublime. Adenda: depois de ouvir esta versão umas quantas vezes, concluo que nenhuma mulher suporta um homem assim. A sombra da tua sombra? A sombra da tua mão? Do teu cão? Um bocado spooky.

Ne me quitte pas
Letra, música e interpretação de Jacques Brel

Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
A savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
A coups de pourquoi
Le coeur du bonheur
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants-là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embraser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

On a vu souvent
Rejaillir le feu
D'un ancien volcan~
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas

Ne me quitte pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
A te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Ne me quitte pas
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Claudia Cardinale*

... Elizabeth Taylor York-Goldenblatt! Nuno, estive a pensar no problema que apresentas e a resposta é não. A única coisa a fazer, no caso de não resistires à tentação de ter um bicho tão fantástico, é dizer, com toda a elegância possível : "O cão é lindo e é da minha filha."

* Imagem gentilmente enviada por António Pereira.

segunda-feira, novembro 21, 2005

Ride

You Are... Ride. You are young at heart and full of energy. You are talented but very modest. You are happy go lucky and care free. You have learned to take the good with the bad and you just accept life for being what it is. People tend to be envious of you, That's only because they don't understand you and they just want some of what you have. There's no task too hard for you and you excel at pretty much everything you try to do. You have a playful personallity and a beautiful inner soul.
What Creation Records band are you?
Blockbomba: War of the Worlds (adorei, embora o final seja uma patetice; Dakota Fanning tem tanto talento que intimida). Around the Bend (um filme engraçado sobre a importância dos rituais).
Wittgenstein sobre um "Modo de vida"

Image Hosting by PictureTrail.com

Gosto muito desta fotografia de Wittgenstein, uma das últimas, tirada no jardim da casa de von Wright, em Cambridge. Wittgenstein terá tirado o lençol da sua cama, tendo-o colocado atrás de si, daí a luminosidade na imagem. Há mais fotografias na excelente biografia do filósofo de Ray Monk.

"Se eu me lembrar, mesmo que muito vagamente, daquilo que me ensinaram sobre Deus, posso dizer: «O que quer que seja acreditar em Deus, não se pode acreditar numa coisa que podemos testar ou para a qual possamos descobrir meios de teste.» Poder-se-ia dizer: «Isso é um disparate, porque as pessoas dizem que acreditam por via de evidências ou dizem que acreditam por via de experiências religiosas.» Diria: «O mero facto de alguém dizer que acredita por via de evidências não me diz o suficiente para que eu seja capaz de dizer agora uma frase como 'Deus existe' que as suas evidências são insatisfatórias ou insuficientes.»"

Ludwig Wittgenstein, Aulas e Conversas, tradução de Miguel Tamen, Lisboa, Edições Cotovia, 1998, p. 107.
Nabokov sobre "Eu hoje acordei assim..."

"The sense of reality depends upon continuity, upon duration. After all awakening as an insect is not much different from awakening as Napoleon or George Washington. (I knew a man who awoke as the Emperor of Brazil.)"

Vladimir Nabokov, Lectures on Literature, "The Metamorphosis", Harcourt Brace & Company, Florida, 1980, p. 260.

sábado, novembro 19, 2005

Ninho de cucos (34)

Image Hosting by PictureTrail.com
Image Hosting by PictureTrail.com
The New Yorker Cats Wall Calendar 2006

Comprei um calendário muito giro para 2006. No sétimo quadrado, que corresponde ao mês de Agosto (a capa é o mês de Julho), podemos ver dois cães a olhar para um gato que passa, A legenda é: "What do cats want?" Um mês freudiano?
Estudos comparativos

Quando no outro dia li isto: "(...) tanto os ouvintes como o que está a discursar devem prestar atenção ao rosto do professor; assim discernirão o que é digno de aprovação e o que não é; é assim que a sua pena alcançará a mestria, e o ouvido o espírito crítico", de Quintiliano (O Ensino da Oratória II.2.I-II, em Romana Antologia da Cultura Latina, organização e tradução de Maria Helena da Rocha Pereira), lembrei-me disto: "Se fosse um bom desenhador, poderia transmitir um número inumerável de expressões com quatro traços (...)", de Ludwig Wittgenstein (Aulas e Conversas, tradução de Miguel Tamen, p. 19) e disto. Mas o que fazer quando há só palavras e nenhuma expressão?

Adenda: o resultado da soma de zero palavras e nenhuma expressão está no Paris Hilton doesn't change facial expressions, no Abrupto. A ver, os outros linques que aconselha. Rocketboom rocks!

sexta-feira, novembro 18, 2005

Estado em que se encontra este blogue

Image Hosting by PictureTrail.com
Image Hosting by PictureTrail.com

O templo de Posídon, no Cabo Sounion, é um dos sítios mais impressionantes que visitei na Grécia. Fica a sessenta quilómetros de Atenas e pouca gente o visita. Parece-me sempre uma pena que não o façam. Há ali qualquer coisa que começa ou qualquer coisa que acaba, dependendo da perspectiva de cada um. Aquele não é um local de passagem. No meu caso, associo Sounion ao início.
Modo de vida: saí da aula a pensar que o Mestre será mais eficaz se não for um exemplo de perfeição e disser: "olha para a minha vida e não faças como eu".
The sound of bomba: no iPod nano do bomba, mais Madonna, desta vez com Sorry. I've heard it all before, I've heard it all before...

quinta-feira, novembro 17, 2005

Estado em que se encontra este blogue

"You've missed the point completely, Julia: There were no tigers. That was the point."

The Cocktail Party, T.S. Eliot.
O Babugem hoje é pequenino: parabéns, Ricardo, por dois anos de blogue. Saudações cutchi neste dia de festa!
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Madonna, por Steven Klein

... como diz o António, que tem cinco anos, "partida, lagarta, fugida"...

quarta-feira, novembro 16, 2005

Notícias da frente da segunda série de Carnivàle: caríssimos Cláudia e Luís, há uma pessoa entre nós que sabe quem é Management. E não vai falar!
The sound of bomba: no iPod nano do bomba, Jump, de Madonna. Para dançar!
Bomba de Ouro: "Não é que me sinta ofendida. Mas chateia-me que seja essa a intenção", Mal Amada.
O menino da mamã e da avó (24)

Já há uns meses que a série O menino da mamã e da avó está interrompida. Para quem não saiba trata-se de um work in progress (que por este andar, só daqui a uma série de anos termino), em que registo as minhas impressões sobre a leitura de Em Busca do Tempo Perdido, de Marcel Proust. A edição que estou a ler é a da Relógio d'Água, com tradução de Pedro Tamen. Aproveito para agradecer as mensagens enviadas (do género: "atão, melher, o Proust?") e dizer que as leituras vão boas, embora o tempo não tenha sido muito para escrever sobre o assunto.

Por causa deste post da Sara, voltei a entusiasmar-me com o menino. Como aquecimento, gostaria de contar que Marcel Proust e James Joyce se encontraram uma única vez na vida. Que se saiba, claro. O episódio é contado em How Proust Can Change Your Life, de Alain de Botton: "In 1922, both writers were at a black-tie dinner given at the Ritz for Stravinsky, Diaghilev and members of the Russian Ballet, in order to celebrate the fist night of Stravinsky's Le Renard. Joyce arrived late and without a dinner jacket, Proust kept his fur coat on throughout the evening and what happened once they were introduced was later reported by Joyce to a friend: 'Our talk consisted solely of the word «Non». Proust asked me if I knew the duc de so-and-so. I said, «Non». Our hostess asked Proust if he had read such and such a piece of Ulysses. Proust said, «Non». And so on.' After dinner, Proust got into his taxi with his hosts, Violet and Sydney Schiff, and without asking, followed them in." (120)

A descrição do encontro é muito engraçada e absolutamente credível. Mas fiquei curiosa com aquele "reported by Joyce to a friend". Joyce terá contado esta história a um amigo. Ora parece-me haver aqui dois problemas: o de Joyce a contar seja o que for e o do amigo, que amigo, afinal? Fui à procura do relato do encontro na biografia de James Joyce, escrita por Richard Ellmann. No jantar em cima mencionado, estava também presente William Carlos Williams (and why the hell not?), que conta que Joyce e Proust se terão queixado das suas maleitas: "Joyce said: 'I've headaches every day. My eyes are terrible'. Proust replied, 'My poor stomach. What am I going to do? It's killing me. In fact, I must leave at once'. 'I'm in the same situation,' replied Joyce, 'if I can find someone to take me by the arm. Goodbye.' 'Charmé,' said Proust, 'oh, my stomach'. Numa nota, Ellmann refere que Mrs. Schiff, a anfitriã, nega que a conversa tenha acontecido desta maneira. Margaret Anderson escreve que a conversa foi breve e que tanto Proust como Joyce afirmaram desconhecer a obra um do outro. E depois, Joyce conta a história a três pessoas diferentes: Arthur Power, Jacques Merchanton e Frank Budgen. De maneira diferente a cada um deles, claro: "Joyce told Arthur Power that Proust asked him if he liked truffles, and Joyce answered, 'Yes, I do'." A Jacques Merchanton, Joyce conta: "Proust (...) would only talk about duchesses, while I was more concerned with their chambermaids." A Budgen, Joyce conta a história mencionada por Alain de Botton e acrescenta: "Of course the situation was impossible. Proust's day was just beginning. Mine was at an end." (James Joyce, Richard Ellmann, pp. 508-509.) O episódio do táxi é desenvolvido, mostrando um Proust muito picuínhas, cheio de frio e fugidio e um Joyce um pouco bêbado e ansioso por conversar. E no final: "Proust died on November 18, 1922, and Joyce attended his funeral." Nunca saberemos o que realmente aconteceu. É irrelevante.
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Madonna, por Steven Klein

... a cantar: "Are you ready to jump?/ Get ready to jump/ Don't ever look back, oh baby". Confessions on a Dancefloor é excelente!

sábado, novembro 12, 2005

Ilustração

Image Hosting by PictureTrail.com

And will there be a woman where you go and... Have sex with them?

Image Hosting by PictureTrail.com
You are not a... homosexual?

Image Hosting by PictureTrail.com
But they are fantastic in a kitchen, in a bed, but in a sport?

Sacha Baron Cohen, aka Borat Sagdiyev. Imagens e citações retiradas de The Unofficial Borat Homepage.
Modos de vida: na fila, à minha frente, duas miúdas discutem a moralidade de Eneias. Haja esperança.
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Drew Barrymore

... interpretar não é coscuvilhar, nem psicanalisar, nem identificar, nem sequer reconhecer. A interpretação não é um ramo da astrologia. Se assim fosse, coitadinho do texto sublime no post em baixo, por exemplo.

sexta-feira, novembro 11, 2005

Estado em que se encontra este blogue

ANTHONY
Friends, Romans, countrymen, lend me your ears.
I come to bury Caesar, not to praise him.
The evil that men do lives after them;
The good is oft interrèd with their bones.
So let it be with Caesar. The noble Brutus
Hath told you Caesar was ambitious.
If it were so, it was a grievous fault,
And grievously hath Caesar answered it.
Here, under leave of Brutus and the rest -
For Brutus is an honorable man,
So are they all, all honorable men -
Come I to speak in Caesar's funeral.
He was my friend, faithful and just to me.
But Brutus says he was ambitious,
And Brutus is an honorable man.
He hath brought many captives home to Rome,
Whose ransoms did the general coffers fill.
Did this in Caesar seem ambitious?
When that the poor have cried, Caesar hath wept.
Ambition should be made of sterner stuff.
Yet Brutus says he was ambitious,
And Brutus is an honorable man.
You all did see that on the Lupercal
I thrice presented him a kingly crown,
Which he did thrice refuse. Was this ambition?
Yet Brutus says he was ambitious,
And sure he is an honorable man.
I speak not to disprove what Brutus spoke,
But here I am to speak what I do know.
You all did love him once, not without cause.
What cause withholds you then to mourn for him?
O Judgment, thou art fled to brutish beasts,
And men have lost their reason!
Bear with me. My heart is in the coffin there with Caesar,
And I must pause till it come back to me.

William Shakespeare, Julius Caesar, III, 2.
Eu hoje acordei assim...

Image Hosting by PictureTrail.com
Salma Hayek*

... estacionei, saí do carro, subi as escadas, subi mais e ainda mais quatro degraus, esperei uns segundos pelo elevador, quando...

* Imagem gentilmente enviada por António Pereira.

terça-feira, novembro 08, 2005

Coisas que melhoram algumas vidas (34)

Ver a Série Meireles, do Gato Fedorento, em DVD! Viva!
AZUL AR

azul mais azul que todo o azul do mar
azul mais azul que todo o azul do mundo
que azul tão azul tinha
ali o azul do céu
para onde azulou o passarinho meu

Alexandre O'Neill, Anos 70, poemas dispersos, Lisboa, Assírio & Alvim, p. 85. (Nota: poema manuscrito inédito datado de 18/6/79.)
Estudos comparativos

Há cinco dias, apareceu a oportunidade de dissecar a palavra geometria, coisa que não acontece a toda a hora. Felizmente para todos (inclusive, para mim). Ainda por cima, o meu interlocutor tinha (e tem) dez anos e é meu explicando. Óptimo. Podia ser massacrado com uma explicação insuportável sobre etimologia e história da língua grega e não se atreveria a gozar comigo, como faz a tia Leónie com o prior, que "sabia muito de etimologias" (Do lado de Swann, 111). Perfeito. Podia divagar sobre aquela palavra que deu origem àquele geo. E assim fiz, com a pobre criança com os olhos muito abertos a pensar, "que mal fiz eu ao Menino Jesus?" "Sabes, Giorgo, aquele geo vem da palavra grega..." E agora? Não consigo escrevê-la! Não é possível transliterá-la para português. Não temos aquele som esquisito do grego moderno, aquele gama que já não se lê com guê, mas cuja letra inicial tem uma sonoridade que vem de trás e de baixo. Na região da boca e da laringe, entenda-se. Tipo garganta funda, estão a ver? Pronto. É dali que vem aquele guê, que não é um guê, mas que também não é um érre, mesmo naquela posição em que se encontra o érre de Carla, por exemplo. Não, porque a língua toca no céu da boca e não é isso que se passa em... diabos! Como escrever a palavra terra, em grego moderno? Isto é muito mais complicado do que imaginam. É um problema. Ainda por cima, como se aquele gama que se guturalizou fosse pouco, segue-se-lhe um i, o que estraga muítíssimo mais as coisas. A sério. Isto é grave. (pausa longa)

A palavra terra em grego só pode ser uma palavra contrata. Significa isto que tem um tamanho reduzido; ou seja, de géa passamos a gi, mas este guê de gi é, na verdade, um i também. Ou seja, a palavra é qualquer coisa como i_i, dita com a língua encostada aos dentes um nadinha entreabertos e os lábios afastados (sim, quando menos uma pessoa espera, está a falar de sexo, a vida é mesmo assim). Perceberam? Não? Pois a esta altura da explicação, o Giorgos já tinha a cabeça deitada em cima do livro e fechava lentamente os olhos. "Se calhar, esta palavra é mais antiga do que imaginamos". Levantou a cabeça. "Mais antiga de quando?" "Dos tempos dos homens das cavernas", respondi, esperando que o rapaz não tivesse a brilhante ideia de me dizer "olha, sabes uma coisa, vou dizer à minha mãe que adormeço nas explicações de grego". "A sério?" Abriu os olhos. "Talvez, fazendo um bocado de ginástica (que é como quem diz ignorando a palavra não contrata), não acho impossível. Porque isto parece um gemido, já reparaste?" tentei dar um pouco de verdade à coisa. "Ou um guincho", tentei ser o mais precisa possível. Um guincho pouco guinchado, é certo. mas um bocadinho guincho: i_i. "Mas isso é antigo porquê?" perguntou o Giorgos a ver se me ajudava. "Porque nessas alturas em que os homens agarravam as mulheres pelos cabelos e as levavam para a caverna (um toque feminista de vez em quando faz bem, sobretudo quando se ensina alguma coisa a um rapaz), falavam assim: por gemidos, estalidos, gritos, guinchos", expliquei retomando a verdade toda e descansando por fim. "Por isso, i_i, ou seja terra, em grego, deve ser uma palavra muito antiga; diria mesmo das primeiras. Nunca deixou de ser o que é: um guincho pouco agudo." O Giorgos acenou com a cabeça e depois explicou o que era um prisma, um polígono e um undecágono, estranhando como é que os colegas não percebiam aquilo tão bem como ele.
Caríssimo besugo: das três hipóteses que me apresenta, escolho a primeira e a segunda e, implicitamente, a terceira. Contrariar é comigo. É a minha veia de contrariadora que lateja (só às vezes, muito raramente) e quando vejo assim uma opinião inocente e bonita como a do caríssimo besugo naquele post, tenho vontade de dizer qualquer coisa que seja o oposto. E o oposto do santo Dr. Greene (boring!) é o demónio do careca pequenino, um pulha, um sacana refinado (a expressão - excelente - é do caríssimo besugo), Romano de apelido, chefe lá do serviço. O Dr. Romano tem graça. Tem piada na sua maldade, que não é uma maldade má. É uma maldade careca e pequenina como ele e com uma graça cabeluda e grande (isto agora correu um bocado mal). Num episódio passado, Elizabeth quer por força operar um doente, estando grávida de sete meses. O Dr. Romano, depois de a infernizar durante toda a operação, diz-lhe que se saiu muito bem. Naquela espécie de maldade, percebe-se que há um sentido de justiça que salva a personagem e que permite (julgo) que lhe achemos piada. Afinal, aquilo não é maldade: é só cretinice para uns e um modo de vida para outros.
Blockbomba: A Love Song for Bobby Long (desta vez, só aluguei filmes bons. Pronto, está bem, também aluguei Seed of Chucky - credo, que mau - e um filme sueco, Ondskan (Cruel), que lhe faltou um bocadinho assim, ou mesmo vários danoninhos, para ser um bom filme).

Do filme bom: "Happiness makes up in height for what it lacks in length", Robert Frost.
The sound of bomba: por sugestão indirecta no Impensável, quis ouvir também Ne me quitte pas, de Jacques Brel, cantado por Nina Simone. Muito bonito.

segunda-feira, novembro 07, 2005

Passear pela blogosfera é bom e faz crescer

- No Controversa Maresia toca Hung Up, de Madonna. Para ouvir com o volume no máximo e dançar!
- No Abrupto está um linque para um filme muito giro do Rocketboom, um vlog (videolog) de Amanda Congdon.
- No Miniscente, o Luís Carmelo escreve sobre a repetição no hip-hop. O hip-hop parece-me agora enfadonho, bafiento, triste. A repetição (precisamente) aborrece-me. Tenho vindo a mudar de opinião em relação a este estilo de música. Era fã. Já não sou.

domingo, novembro 06, 2005

Ciclo Falar de blogues (2)
Organização:
José Carlos Abrantes e Almedina

Quando e como nasceram os blogues em Portugal? Como evoluíram? Em que terrenos se têm afirmado? Que evoluções são previsíveis?

Catarina Rodrigues, mestranda em Ciências da Comunicação (da organização do 2.º Encontro de Weblogs).
António Granado, autor do blogue Ponto Media. Jornalista do Público.
Joana Amaral Dias, co-autora do blogue Bicho Carpinteiro.
Rogério Santos, autor do blogue Indústrias Culturais. Professor na Universidade Católica.

Dia 10 de Novembro, às 19:00 horas
Livraria Almedina
Atrium Saldanha, Loja 71, 2.º Piso Lisboa

sábado, novembro 05, 2005

Blockbomba: Spanglish (nunca pensei um dia chorar baba e ranho a ver Adam Sandler, Téa Leone e Paz Vega a representar. Mas, olhem, aconteceu. E sim, está tudo bem. A culpa é do argumento, dos diálogos, da magnífica direcção de actores, dos problemas interessantes das personagens. Ainda por cima, quase todas as cenas adicionais foram bem cortadas. Um dos melhores filmes que vi nos últimos tempos). Crash (grande filme, Luís!).
The sound of bomba: como prometido, na grafonola do bomba toca agora The Lady is a Tramp, interpretado por Ella Fitzgerald. Deixo-vos a letra porque é diferente.

I've wined and dined on Mulligan Stew, and never wished for Turkey
As I hitched and hiked and grifted too, from Maine to Albuquerque
Alas, I missed the Beaux Arts Ball, and what is twice as sad
I was never at a party where they honored Noel Ca-ad (Coward)
But social circles spin too fast for me
My "hobohemia" is the place to be

I get too hungry, for dinner at eight
I like the theater, but never come late
I never bother, with people I hate
That's why the lady is a tramp

I don't like crap games, with barons and earls
Won't go to Harlem, in ermine and pearls
Won't dish the dirt, with the rest of the girls
That's why the lady is a tramp

I like the free, fresh wind in my hair
Life without care
I'm broke, it's o'k
Hate California, it's cold and it's damp
That's why the lady is a tramp

I go to Coney, the beach is divine
I go to ballgames, the bleachers are fine
I follow Winchell, and read every line
That's why the lady is a tramp

I like a prizefight, that isn't a fake
I love the rowing, on Central Park lake
I go to Opera and stay wide awake
That's why the lady is a tramp

I like the green grass under my shoes
What can I lose, I'm flat, that's that
I'm alone when I lower my lamp
That's why the lady is a tramp

sexta-feira, novembro 04, 2005

Estado em que se encontra este blogue


Madonna, de I am going to tell you a secret

À espera do DVD, que nunca mais chega. I keep on waiting, anticipating, but I can't wait forever... Actually, I can.
Ninho de cucos (33)

No outro dia, percebi a grande diferença entre os cães e os gatos: os gatos mudam. Os cães são sempre a mesma coisa: a língua de fora, a brincadeira parva e engraçada, a correria, sempre igual. Passam os anos e, além de aprenderem aquelas coisas óbvias que se ensinam aos animais de estimação, permanecem iguais no seu comportamento tresloucado e ansioso, próprio da sua natureza. Por isso, julgo que a história da lealdade dos cães está mal contada. Chamamos "lealdade" a um comportamento que não se altera. E se não puder ser alterado? Achamos que o cão é leal porque leva a vida atrás de nós de língua de fora. Enfim, vemos os animais como nos vemos a nós próprios, o que me parece natural, mas nem por isso certo. O gato Varandas (vamos ao que interessa) mudou nestes seis anos de convívio. No início tinha medo de tudo (foi afastado da mãe demasiado cedo). Depois apaixonou-se pelo meu Marido (coisa que me pareceu absolutamente normal, mas que me obrigou a tomar uma posição um bocadinho desagradável) e depois apaixonou-se por mim (algo que, sinceramente, pela maneira distante como tratei o bicho durante um tempo, só me parece ser uma questão de escolha). O gato mudou, tornou-se carinhoso, afectuoso, sociável (não se esconde quando outras pessoas estão presentes), acalmou, deixou de ter medo e agora até põe a cabeça debaixo do braço - oh, tão quido! - e ronrona em voz alta. O gato Varandas é civilizado.

Adenda: a ilustração certa para este post está no blogue A Vida dos meus Dias. Obrigada, Ana!
Caprichos: a minha personagem favorita da série ER, Serviço de Urgência, mencionada pelo caríssimo besugo (gostei desse episódio), é o Dr. Romano, o careca pequenino. Não é igual a toda a gente, como a sua posição na fotografia o indica.

quinta-feira, novembro 03, 2005

Para completar o post de João Lopes: sobre o novo vídeo de Madonna, Hung Up, diria que aquelas meias até ao joelho são inadmissíveis em alta competição, mas que o penteado, para compensar, está perfeito.
Eu hoje acordei assim...


Cameron Diaz*

... chuva? Qual chuva?

* Imagem gentilmente enviada por António Pereira.

quarta-feira, novembro 02, 2005

Carnivàle lights (12)


Caríssimos Cláudia e Luís, estive a pensar no enigma "every prophet in his/her house" e cheguei a uma conclusão (fraquinha, mas uma conclusão): aquele "his" e aquele "her" referem-se aos próprios destinatários da frase; ou seja, Justin, Ben, Scudder e outro, no "his" e Sophie no "her". Mais do que serem os profetas, a casa pertence-lhes. Bom, e googlizei a frase sem êxito. Gostei muito da nossa conversa, como sempre. Até aos Sopranos!

The Day That Was The Day: Iris olha fixamente para Justin. Nada de novo, afinal. Ben explica que ninguém pode entrar na tenda (e, de facto, ninguém entra durante todo o episódio, o que não deixa de ser revelador do final). Lodz espera. Batem à porta. Lila tem de sair. Ben pede ajuda a Lodz para salvar Ruthie. Lodz: "She's unwell, ill?" Ben: "She's dead." Lodz diz que não o pode ajudar, mas que conhece alguém que o pode fazer. Leva-o à Direcção: "To restore a life, you must take a life". E continua: "With deliberation. You must choose the life you take." Pois, que grande problema. E agora, Ben? Samson vê Ben a sair da Direcção e aflige-se. Stumpy e Rita Sue começam com uma pistola e acabam aos abraços. Stumpy pede dinheiro a Jonesy, cobra uma dívida atrasada. Não está totalmente mal visto e até faz um desconto. Fica por 40 dólares. Jonesy vai demorar a pagar. A Polícia à procura de Ben. Trezentos dólares de recompensa é muito. Andam mesmo atrás de Ben. Não é só nos sonhos. Dolan chega a casa de Iris. Os irmãos bebem limonada. Onde é que já vimos isso? Dolan diz que estava a passar pela casa de Iris. Justin diz que já sabia que ele vinha. Em que é que ficamos? "Do you want an audience, Brother Justin?" Parece que agora já quer. Justin oferece-lhe a irmã em troca. Cada um dá o que pode. Mas Dolan prefere os exclusivos das histórias de Justin. Chato. A cena do aperto de mão é muito engraçada. Justin diz qualquer coisa como: "It feels like one's making a deal with the devil" e Dolan responde que não se acha assim tão mau. Pobre Dolan. Lila quer ver o que se passa com Ruthie e Lodz diz-lhe: "Consider the fate of cats and curiosity". Mas Apollonia chama. Ben conta a Samson o que se passou na Direcção. Sim, Cláudia, "Samson é bem deste mundo, por ele os comuns não são joguetes". Sophie está a tramar alguma. Lodz com a mão na testa de Apollonia: "It can't be her!" Mas "her" quem, senhores? (Aqui comecei a pensar que o tempo para o fim do episódio não chegava para resolver tantos problemas.) Ben tenta matar um velhote com tosse. Não consegue. Reverendo Balthus tornou-se papista, pergunta Justin. No livro, "Exorcismus in Satanam Et Angelos Apostaticos". Brrr. Justin confronta o Reverendo Balthus com o seu pecado: "My greatest evil? Saving your life?" Justin é confrontado com o que é: "The demon is me". Norman não consegue matar Justin e Ben não se consegue matar. Mais problemas e o tempo a passar. "Tavatar". O que é aquele "Tavatar", que já apareceu no episódio da tempestade da areia? Sophie vinga-se: um traiu e o outro sabia. Brother Justin fala na rádio. Apollonia chama: "Sophie!" e pega fogo à tenda. A Direcção conta a Ben que Lodz matou Ruthie. Ben mata Lodz e a tenda arde. Ruthie abre os olhos e respira fundo. (Ora este final é inadmissível, inaceitável mesmo. Como é que querem que durma sossegada sem saber o que se passou na tenda, o que significam os sonhos, o que se passa com Scudder, quem é a Direcção! Só maçadas.)

terça-feira, novembro 01, 2005

Blockbomba: The Life and Death of Peter Sellers (Geoffrey Rush, Stephen Fry, John Lithgow... palavras para quê?).
The sound of bomba


Frank Sinatra e Ava Gardner

A versão de The Lady is a Tramp, que ouvem agora na grafonola do bomba, é a minha preferida. Por comparação, por exemplo, à versão de Ella Fitzgerald, que daqui a uns dias tocará aqui (para que percebam de qual gostam mais). Frank Sinatra canta num espectáculo na Austrália, cerca de dois anos depois de se ter divorciado de Ava Gardner. Não sei se estaria a pensar nela, mas há ali qualquer coisa pouco festiva, seca, menos espalhafatosa, se quiserem. Enjoy!

The Lady is a Tramp
de Richard Rodgers e Lonrenz Hart
canta Frank Sinatra

She gets too hungry, for dinner at eight
She loves the theater, but doesn't come late
She'd never bother, with people she'd hate
That's why the lady is a tramp

Doesn't like crap games, with barons and earls
Won't go to harlem, in ermine and pearls
Won't dish the dirt, with the rest of those girls
That's why the lady is a tramp

She loves the free, fresh wind in her hair
Life without care
She's broke, but it's o'k
She hates california, it's cold and it's damp
That's why the lady is a tramp

Doesn't like dice games, with sharpies and frauds
Won't go to harlem, in lincolns or fords
Won't dish the dirt, with the rest of those broads
That's why the lady is a tramp

Seguidores

Arquivo do blogue