blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com
sexta-feira, abril 30, 2004
quinta-feira, abril 29, 2004
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- O opiniondesmaker (mais conhecido por bendito menino) quer negociar a ortografia de obsessão e quer passar a escrever "obcessão", como escreve "explendor" e não "esplendor". O Rebelo Gonçalves diz em letrinhas pequeninas no Tratado de Ortografia: "Façam-se excepções de ortografia para o opiniondesmaker, mas se o bendito menino começar a abusar, que lhe sejam cortadas as benesses". Por isso, permission granted. Mas "reinventar" não está permitido! Então o que é isso de inventar outra vez? Tem razão o bendito menino quando diz que "prenda" é por vezes melhor que "presente". "Que rica prenda" ou "saíste-me uma rica prenda" foram frases que muito ouvi na minha adolescência. Autorização especial concedida. Mas veja lá! O abuso de prenda leva é foleirada suprema. Já "como eu costumo dizer" é de uma cretinice nauseadora. Igualmente péssimas são as expressões, "como eu escrevi no artigo tal", "como eu digo", "eu sempre disse", "digo eu" (sugerido pelo Luís), "é o que eu digo" e afins. Crematório com elas!
- O opiniondesmaker (mais conhecido por bendito menino) quer negociar a ortografia de obsessão e quer passar a escrever "obcessão", como escreve "explendor" e não "esplendor". O Rebelo Gonçalves diz em letrinhas pequeninas no Tratado de Ortografia: "Façam-se excepções de ortografia para o opiniondesmaker, mas se o bendito menino começar a abusar, que lhe sejam cortadas as benesses". Por isso, permission granted. Mas "reinventar" não está permitido! Então o que é isso de inventar outra vez? Tem razão o bendito menino quando diz que "prenda" é por vezes melhor que "presente". "Que rica prenda" ou "saíste-me uma rica prenda" foram frases que muito ouvi na minha adolescência. Autorização especial concedida. Mas veja lá! O abuso de prenda leva é foleirada suprema. Já "como eu costumo dizer" é de uma cretinice nauseadora. Igualmente péssimas são as expressões, "como eu escrevi no artigo tal", "como eu digo", "eu sempre disse", "digo eu" (sugerido pelo Luís), "é o que eu digo" e afins. Crematório com elas!
Conversas deliciosas
Participantes: o meu pai e o meu irmão mais novo (seis anos).
Pai: Tiveste bom menos a Matemática...
André: Pai, eu sei que sei. A sério. Eu merecia mais do que muitos meninos que tiveram melhor nota que eu.
Pai: Tiveste uma nota mais baixa por causa do mau comportamento.
André: Mas contas são contas e portar-se mal é portar-se mal!
Pai: Além disso, o trabalho está cheio de gatafunhos, com uma letra má.
André: A letra é má, mas o que está escrito está certo.
(Como dizem as minhas queridas amigas Ana Carolina e Adriana: "ai, que o menino é sobredotado...")
Participantes: o meu pai e o meu irmão mais novo (seis anos).
Pai: Tiveste bom menos a Matemática...
André: Pai, eu sei que sei. A sério. Eu merecia mais do que muitos meninos que tiveram melhor nota que eu.
Pai: Tiveste uma nota mais baixa por causa do mau comportamento.
André: Mas contas são contas e portar-se mal é portar-se mal!
Pai: Além disso, o trabalho está cheio de gatafunhos, com uma letra má.
André: A letra é má, mas o que está escrito está certo.
(Como dizem as minhas queridas amigas Ana Carolina e Adriana: "ai, que o menino é sobredotado...")
Expressões e palavras a abandonar (6)
- O verbo confessar: parece-me curioso que não hesitemos em "confessar" e que tenhamos tantas reservas em "admitir" seja o que for.
- A expressão "não sei": estou a dieta de "não sei". A última vez que disse "não sei" fui obrigada a escrever duzentas vezes no quadro, "o que não sei, aprendo". Um bocadinho wishful thinking, talvez. Mas não será melhor levarmos um bocadinho mais a sério o "não saber"?
- O verbo confessar: parece-me curioso que não hesitemos em "confessar" e que tenhamos tantas reservas em "admitir" seja o que for.
- A expressão "não sei": estou a dieta de "não sei". A última vez que disse "não sei" fui obrigada a escrever duzentas vezes no quadro, "o que não sei, aprendo". Um bocadinho wishful thinking, talvez. Mas não será melhor levarmos um bocadinho mais a sério o "não saber"?
quarta-feira, abril 28, 2004
Explicações e palavras a abandonar (reacções)
- O Nuno aconselha a que enterre o "senhor doutor" ou "senhora doutora". Apoiado! As criaturas que saem da faculdade com o canudo devem ser tratadas por "senhor licenciado" ou senhora licenciada". O "Doutor" deve ser reservado aos doutorados e aos médicos. Mas isto significa acabarmos com os Dr. e as Dr.ª por que somos (os licenciados) agora tratados. E que está correcto segundo o prontuário. Mas não é bom, porque confunde, desprestigia uns e envaidece outros. Na secretaria da faculdade, os licenciados são lics. Não são Dr. nem Dr.ª e muito menos Doutores. Ah, e essa conversa das minúsculas parece-me uma nova moda. Mas isso já é lição de português.
- O Macguffin pergunta o que fazemos a "tenho um amigo meu". Ora se tenho já é meu, embora não necessariamente, mas isso já não cabe à sintaxe decidir. Lixo!
- A Ana faz uma boa pergunta: "Mas, já repararam que tudo isto nos remete mais para modos de estar e não, propriamente, para os vocábulos em si?" Mais, define o que somos. E faz-me pensar no que aprendemos.
- O Nuno aconselha a que enterre o "senhor doutor" ou "senhora doutora". Apoiado! As criaturas que saem da faculdade com o canudo devem ser tratadas por "senhor licenciado" ou senhora licenciada". O "Doutor" deve ser reservado aos doutorados e aos médicos. Mas isto significa acabarmos com os Dr. e as Dr.ª por que somos (os licenciados) agora tratados. E que está correcto segundo o prontuário. Mas não é bom, porque confunde, desprestigia uns e envaidece outros. Na secretaria da faculdade, os licenciados são lics. Não são Dr. nem Dr.ª e muito menos Doutores. Ah, e essa conversa das minúsculas parece-me uma nova moda. Mas isso já é lição de português.
- O Macguffin pergunta o que fazemos a "tenho um amigo meu". Ora se tenho já é meu, embora não necessariamente, mas isso já não cabe à sintaxe decidir. Lixo!
- A Ana faz uma boa pergunta: "Mas, já repararam que tudo isto nos remete mais para modos de estar e não, propriamente, para os vocábulos em si?" Mais, define o que somos. E faz-me pensar no que aprendemos.
A sorte deste rapaz (que está aqui em casa a ver a bola) é fazer parte da UBL. Se não já o tinha tirado da lista. Maradona, ou tens blogue, ou não tens blogue. Vê lá isso.
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- O Alberto sugeriu que se abandonasse num vão de escada "na minha óptica" e "ao nível de". Que sejam abandonados sem que nenhuma alminha cheia de pena os recolha!
- O Rodrigo sugere a abolição do "eu". Será muito difícil aboli-lo. E a psicoterapia é desaconselhada neste caso. Sugiro que se faça uma dieta de "eu": só em situações de emergência, quando não se puder deixar de o referir por fazer confusão com a terceira pessoa do singular. E nada de confusões entre a primeira e a terceira! O Rodrigo sugere ainda a que se abandone o tão conveniente "alfinete de peito". Não me parece boa ideia. Pode sempre voltar ao velho termo "broche" se preferir.
- O Paulo tem um problema com a palavra "lábios". Isto da Primavera... Bom, em caso de dúvida, omita-se. Porque não dizer simplesmente "beijei a minha mulher"? Aliás, porquê dizer o óbvio? A abandonar: "beijei a minha mulher" e "beijei o meu marido". Ah, e "lábios" usar com cuidadinho, que é para não ouvir a piadinha ordinária.
- A Maria Limonada não gosta de "melindrar". E faz bem. Out!
- A aniversariante Inês não gosta de acessibilidade. É um vocábulo que parece estar a pedi-las, mas eu (agora teve de ser), que não sou de preconceitos, fui ao dicionário ver se seria palavra para pontapear. E não é. A acessibilidade não é o simples acesso, mas a qualidade dos acessos. Por agora fica. Damos-lhe um mês à prova e depois logo vemos. Adenda: "construir acessibilidades" está, obviamente, fora.
- O Afonso sugere o abandono de "gostoso" e de "tudo é relativo". "Gostoso" nem sei se existe! Péssimo, de qualquer modo. Já o "tudo é relativo" ou o "tudo é subjectivo" dão uma tese de doutoramento.
- O Alberto sugeriu que se abandonasse num vão de escada "na minha óptica" e "ao nível de". Que sejam abandonados sem que nenhuma alminha cheia de pena os recolha!
- O Rodrigo sugere a abolição do "eu". Será muito difícil aboli-lo. E a psicoterapia é desaconselhada neste caso. Sugiro que se faça uma dieta de "eu": só em situações de emergência, quando não se puder deixar de o referir por fazer confusão com a terceira pessoa do singular. E nada de confusões entre a primeira e a terceira! O Rodrigo sugere ainda a que se abandone o tão conveniente "alfinete de peito". Não me parece boa ideia. Pode sempre voltar ao velho termo "broche" se preferir.
- O Paulo tem um problema com a palavra "lábios". Isto da Primavera... Bom, em caso de dúvida, omita-se. Porque não dizer simplesmente "beijei a minha mulher"? Aliás, porquê dizer o óbvio? A abandonar: "beijei a minha mulher" e "beijei o meu marido". Ah, e "lábios" usar com cuidadinho, que é para não ouvir a piadinha ordinária.
- A Maria Limonada não gosta de "melindrar". E faz bem. Out!
- A aniversariante Inês não gosta de acessibilidade. É um vocábulo que parece estar a pedi-las, mas eu (agora teve de ser), que não sou de preconceitos, fui ao dicionário ver se seria palavra para pontapear. E não é. A acessibilidade não é o simples acesso, mas a qualidade dos acessos. Por agora fica. Damos-lhe um mês à prova e depois logo vemos. Adenda: "construir acessibilidades" está, obviamente, fora.
- O Afonso sugere o abandono de "gostoso" e de "tudo é relativo". "Gostoso" nem sei se existe! Péssimo, de qualquer modo. Já o "tudo é relativo" ou o "tudo é subjectivo" dão uma tese de doutoramento.
terça-feira, abril 27, 2004
Citar o que quem amamos citou é bonito mas não acaba com as saudades
Noto que muito se cita por esta blogosfera fora. Nada contra. Mas também nada que me suscite grande interesse, sobretudo quando não conheço as pessoas que escolhem as citações. A citação diz, com certeza, alguma coisa sobre a pessoa que a escolheu. Mas neste espaço estranho e muito rápido, quase MTViano, não me parece que funcione. É preciso tempo para associar todas as citações feitas e imaginar como será a pessoa que as selecciona tendo como referência apenas a chamada de atenção para textos escritos por outros. A escolha não será feita ao acaso, mas o seu sentido também não será muito claro para o leitor.
Isto por causa de um programa de uma peça de teatro que encontrei perdido num daqueles armários em que tudo está sempre e inevitavelmente desarrumado. A peça chamava-se Em Carne de Cor de Rosa Encarnada e foi escrita pelo Miguel Esteves Cardoso e encenada pelo Carlos Quevedo. Do programa constam várias citações, hilariantes. Percebo (um bocadinho, até porque a peça foi escrita há 20 anos) o que levou a que ambos escolhessem esses fragmentos. E não será engraçado citar o que outros que conhecemos, admiramos e amamos, citaram? Parece-me que sim e por isso fiz uma escolha das citações apresentadas no programa (são ainda bastantes) e ao seleccionar, meti o nariz onde não sou chamada, dizendo também (mais) alguma coisa de mim. Mas não faz mal: para citação, citação e meia. E fica tudo em família.
"A paixão é pura maneira de inteligência." Herberto Hélder
"Mande duas dúzias de rosas para o quarto 424 e escreva, 'Emily, eu amo-te' no verso da conta." Groucho Marx
"É muito difícil uma pessoa auto-flagelar-se com uma vara num quarto tão pequeno que qualquer gesto violento põe em perigo o bric-a-brac." Aldous Huxley
"Drip drop drip drop drop drop drop / But there is no water." T. S. Eliot
"Sabe, quando vou ao teatro é para me divertir... Não o quero ver peças sobre violações, sodomia e vícios... isso tenho eu em casa." Peter Cook
"Não se pode ser rigoroso e ao mesmo tempo puro." Marc Chagall
"A mulher mais simpática que conheci foi enforcada por ter envenenado três criancinhas para receber o dinheiro do seguro." Arthur Conan Doyle
"Constipei-me no parque. Tinham deixado a cancela aberta." James Joyce
"Bem, como costumava dizer a serpente, porque não?" George Bernard Shaw
Noto que muito se cita por esta blogosfera fora. Nada contra. Mas também nada que me suscite grande interesse, sobretudo quando não conheço as pessoas que escolhem as citações. A citação diz, com certeza, alguma coisa sobre a pessoa que a escolheu. Mas neste espaço estranho e muito rápido, quase MTViano, não me parece que funcione. É preciso tempo para associar todas as citações feitas e imaginar como será a pessoa que as selecciona tendo como referência apenas a chamada de atenção para textos escritos por outros. A escolha não será feita ao acaso, mas o seu sentido também não será muito claro para o leitor.
Isto por causa de um programa de uma peça de teatro que encontrei perdido num daqueles armários em que tudo está sempre e inevitavelmente desarrumado. A peça chamava-se Em Carne de Cor de Rosa Encarnada e foi escrita pelo Miguel Esteves Cardoso e encenada pelo Carlos Quevedo. Do programa constam várias citações, hilariantes. Percebo (um bocadinho, até porque a peça foi escrita há 20 anos) o que levou a que ambos escolhessem esses fragmentos. E não será engraçado citar o que outros que conhecemos, admiramos e amamos, citaram? Parece-me que sim e por isso fiz uma escolha das citações apresentadas no programa (são ainda bastantes) e ao seleccionar, meti o nariz onde não sou chamada, dizendo também (mais) alguma coisa de mim. Mas não faz mal: para citação, citação e meia. E fica tudo em família.
"A paixão é pura maneira de inteligência." Herberto Hélder
"Mande duas dúzias de rosas para o quarto 424 e escreva, 'Emily, eu amo-te' no verso da conta." Groucho Marx
"É muito difícil uma pessoa auto-flagelar-se com uma vara num quarto tão pequeno que qualquer gesto violento põe em perigo o bric-a-brac." Aldous Huxley
"Drip drop drip drop drop drop drop / But there is no water." T. S. Eliot
"Sabe, quando vou ao teatro é para me divertir... Não o quero ver peças sobre violações, sodomia e vícios... isso tenho eu em casa." Peter Cook
"Não se pode ser rigoroso e ao mesmo tempo puro." Marc Chagall
"A mulher mais simpática que conheci foi enforcada por ter envenenado três criancinhas para receber o dinheiro do seguro." Arthur Conan Doyle
"Constipei-me no parque. Tinham deixado a cancela aberta." James Joyce
"Bem, como costumava dizer a serpente, porque não?" George Bernard Shaw
A batukada respondeu e deu-me razão no que digo no EEPAA (5). Ufa... Obrigada pela explicação! Já agora, a abandonar: "quem fala?"
segunda-feira, abril 26, 2004
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
Recebi o seguinte e-mail de reclamação sobre o EEPAA (5): "Uma modesta contribuição: quando ao telefone, à pergunta, "quem fala?", respondo "é o Alberto Inácio", esta resposta é a forma abreviada de "quem fala é o Alberto Inácio". Se dissesse "sou o Alberto Inácio", estaria a responder à pergunta "quem és tu?", que ninguém me fez. Daí que a terceira pessoa seja perfeitamente correcta: e fica mal banir o correcto." Pois, banir o correcto é que não, Deus nos livre e guarde! Hm... Por acaso sinto-me desconfortável a dizer "sou a Carla". E talvez não seja a resposta correcta a "quem fala?" Bom, este é um trabalho para a superbatukada!
Recebi o seguinte e-mail de reclamação sobre o EEPAA (5): "Uma modesta contribuição: quando ao telefone, à pergunta, "quem fala?", respondo "é o Alberto Inácio", esta resposta é a forma abreviada de "quem fala é o Alberto Inácio". Se dissesse "sou o Alberto Inácio", estaria a responder à pergunta "quem és tu?", que ninguém me fez. Daí que a terceira pessoa seja perfeitamente correcta: e fica mal banir o correcto." Pois, banir o correcto é que não, Deus nos livre e guarde! Hm... Por acaso sinto-me desconfortável a dizer "sou a Carla". E talvez não seja a resposta correcta a "quem fala?" Bom, este é um trabalho para a superbatukada!
Mais uma criatura para o Segundo Nível, Nuno!
The Dante's Inferno Test has banished you to the Second Level of Hell!
Here is how you matched up against all the levels:
Take the Dante's Inferno Hell Test
The Dante's Inferno Test has banished you to the Second Level of Hell!
Here is how you matched up against all the levels:
Level | Score |
---|---|
Purgatory (Repenting Believers) | Very Low |
Level 1 - Limbo (Virtuous Non-Believers) | Low |
Level 2 (Lustful) | Very High |
Level 3 (Gluttonous) | High |
Level 4 (Prodigal and Avaricious) | High |
Level 5 (Wrathful and Gloomy) | Low |
Level 6 - The City of Dis (Heretics) | Moderate |
Level 7 (Violent) | Moderate |
Level 8- the Malebolge (Fraudulent, Malicious, Panderers) | Moderate |
Level 9 - Cocytus (Treacherous) | Low |
Take the Dante's Inferno Hell Test
Expressões e palavras a abandonar (5)
- A terceira pessoa do singular do verbo ser no seguinte caso:
(ao telefone)
- Quem fala?
- É a Carla.
Ora se sou a Carla, porque terei necessidade de falar de mim própria na terceira pessoa do singular? Lá por Kavafis ter falado de si na terceira pessoa, não significa que possamos fazer o mesmo. Até porque também o Jardel fala de si próprio na terceira pessoa. Mas custa-me dizer ao telefone "sou a Carla". Às vezes tenho vergonha, embora saiba que é correcto. O mesmo acontece quando respondo "sou a própria". Está correcto, mas parece-me quase uma imposição de mim própria. Além disso, depois do "sou a Carla" recebo inevitavelmente um "ai és?" de desprezo. Lidar com pessoas pouco sensíveis para a conjugação correcta dos verbos dá asneira. Lá consegui falar de um erro sem querer. Fi-lo talvez por se tratar de um erro pouco falado.
- A terceira pessoa do singular do verbo ser no seguinte caso:
(ao telefone)
- Quem fala?
- É a Carla.
Ora se sou a Carla, porque terei necessidade de falar de mim própria na terceira pessoa do singular? Lá por Kavafis ter falado de si na terceira pessoa, não significa que possamos fazer o mesmo. Até porque também o Jardel fala de si próprio na terceira pessoa. Mas custa-me dizer ao telefone "sou a Carla". Às vezes tenho vergonha, embora saiba que é correcto. O mesmo acontece quando respondo "sou a própria". Está correcto, mas parece-me quase uma imposição de mim própria. Além disso, depois do "sou a Carla" recebo inevitavelmente um "ai és?" de desprezo. Lidar com pessoas pouco sensíveis para a conjugação correcta dos verbos dá asneira. Lá consegui falar de um erro sem querer. Fi-lo talvez por se tratar de um erro pouco falado.
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- O Eduardo sugere que se abandone os vocábulos "esposa", "mala", "prenda" e "colega". Concordo, claro. Esposa tresanda a spouse, mas não sei se a origem será inglesa... lá vou eu ter de me levantar e ir buscar o dicionário... (pausa) Pois, cá está do latino sponsus, mas nem a origem latina salva esta palavra horrenda. Diga-se mulher, boazona, porta-aviões, o que se quiser, mas tudo menos esposa. "Prenda" é como "vermelho": estão ambos fora de questão. "Colega" só é permitido em "colega de turma". Qualquer outra utilização da palavra cheira a esturro. Quanto a mala, tenho uma história para contar. Um amigo muito querido tem a mania de fazer uma brincadeira com as raparigas. Pede sempre às miúdas que conhece que digam "quero uma mala". Todas caem. Depois pede para repetir e ri-se muito. Tão divertido este miúdo...
- O Paulo sugere que se faz uma dieta de "é". Muito bem! E começamos já pelo exemplo que darei a seguir.
- O Eduardo sugere que se abandone os vocábulos "esposa", "mala", "prenda" e "colega". Concordo, claro. Esposa tresanda a spouse, mas não sei se a origem será inglesa... lá vou eu ter de me levantar e ir buscar o dicionário... (pausa) Pois, cá está do latino sponsus, mas nem a origem latina salva esta palavra horrenda. Diga-se mulher, boazona, porta-aviões, o que se quiser, mas tudo menos esposa. "Prenda" é como "vermelho": estão ambos fora de questão. "Colega" só é permitido em "colega de turma". Qualquer outra utilização da palavra cheira a esturro. Quanto a mala, tenho uma história para contar. Um amigo muito querido tem a mania de fazer uma brincadeira com as raparigas. Pede sempre às miúdas que conhece que digam "quero uma mala". Todas caem. Depois pede para repetir e ri-se muito. Tão divertido este miúdo...
- O Paulo sugere que se faz uma dieta de "é". Muito bem! E começamos já pelo exemplo que darei a seguir.
Verdades absolutas: o bomba inteligente não é para lingrinhas de espírito. (A frase é do opiniondesmaker, bendito menino.)
domingo, abril 25, 2004
Conversas deliciosas
Triciclofeliz: meu querido :-')
Umbigoniilista: meu amor :-')
Triciclofeliz: meu estupor que não me lincaste! :-P
Triciclofeliz: meu querido :-')
Umbigoniilista: meu amor :-')
Triciclofeliz: meu estupor que não me lincaste! :-P
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é porto. O latino portus significa passagem, abertura ou entrada. Temos ainda do latim o verbo porto, as, are, aui, atum que significa carregar aos ombros ou sobre animais, em carros ou em navios. Basta olharmos para transportar para reconhecermos a etimologia. Mas o curioso desta palavra é a divindade que se lhe associa. Portuno, divindade romana muito antiga, terá sido originariamente o deus das passagens. Depois (não sei em que época da história dos mitos), terá sido considerado um deus marinho a quem competia vigiar os portos. As Portunália eram as festas que homenageavam o deus. Que é como quem diz, o que se passará hoje na gloriosa cidade do Porto. Viva o Porto!
A palavra para hoje é porto. O latino portus significa passagem, abertura ou entrada. Temos ainda do latim o verbo porto, as, are, aui, atum que significa carregar aos ombros ou sobre animais, em carros ou em navios. Basta olharmos para transportar para reconhecermos a etimologia. Mas o curioso desta palavra é a divindade que se lhe associa. Portuno, divindade romana muito antiga, terá sido originariamente o deus das passagens. Depois (não sei em que época da história dos mitos), terá sido considerado um deus marinho a quem competia vigiar os portos. As Portunália eram as festas que homenageavam o deus. Que é como quem diz, o que se passará hoje na gloriosa cidade do Porto. Viva o Porto!
sábado, abril 24, 2004
A manter: giro à brava (gosto, Luís), giro que se farta, tão giro que até dói (muito de bairro e engraçado), giro, gira, giríssimo, muito giro.
A abandonar: girito, girinho ou girozinho e girérrimo.
A abandonar: girito, girinho ou girozinho e girérrimo.
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- O Vasco, disfarçado de John DiFool, sugere que se elimine da língua portuguesa algumas expressões que fazem mal ao mundo. Concordo muito com a sugestão de "índices" e "parâmetros" e "derivado a" (esse "derivado de" existe?). Talvez as possamos utilizar num relatório técnico chatíssimo que ninguém lerá. De outra maneira, não estou a ver. Mas o "portanto" faz imensa falta! Nunca em início de frase, mas no lugar que lhe é devido, muitas pessoas precisam dele como do pão para a boca. Não me parece boa ideia abandoná-lo. Quanto ao "era uma bica, s.f.f." não vejo mal nenhum. Posso estar enganada, mas parece-me que se trata de uma utilização do pretérito imperfeito como modo de cortesia, como em "dava-me uma moedinha?" ou "queria uma sandes de atum".
- O Pedro Caeiro escreve que é difícil separar a patologia da fisiologia e que os erros são uma coisa, usos incorrectos outra, expressões que soam mal, outra e embirrações pessoais, ainda outra. Sim. Já aqui disse algures, lá mais para baixo, que, dos erros claros (de gramática, como "fostes", "hádem" etc.) e dos usos incorrectos das palavras, não me interessa muito falar. Para isso servem as lobotomias e as aulas de português. Com esta rubrica aqui no bomba não pretendo fazer nem uma coisa nem outra (até porque não sou médica nem tenho vocação para educadora de infância. Já das expressões que soam mal, sim, interessa-me falar um bocadinho. No entanto, são as antipatias (prefiro, neste caso, a "embirrações") pessoais as que, curiosamente, me são mais queridas. Quando me falam em "patamares do saber" ou que "o texto tem de respirar" fico logo doentinha. Porque essa utilização das palavras significa muitas coisas, diz algo sobre as pessoas que as usam. E isso é, para mim, fascinante. Continuemos.
- O Vasco, disfarçado de John DiFool, sugere que se elimine da língua portuguesa algumas expressões que fazem mal ao mundo. Concordo muito com a sugestão de "índices" e "parâmetros" e "derivado a" (esse "derivado de" existe?). Talvez as possamos utilizar num relatório técnico chatíssimo que ninguém lerá. De outra maneira, não estou a ver. Mas o "portanto" faz imensa falta! Nunca em início de frase, mas no lugar que lhe é devido, muitas pessoas precisam dele como do pão para a boca. Não me parece boa ideia abandoná-lo. Quanto ao "era uma bica, s.f.f." não vejo mal nenhum. Posso estar enganada, mas parece-me que se trata de uma utilização do pretérito imperfeito como modo de cortesia, como em "dava-me uma moedinha?" ou "queria uma sandes de atum".
- O Pedro Caeiro escreve que é difícil separar a patologia da fisiologia e que os erros são uma coisa, usos incorrectos outra, expressões que soam mal, outra e embirrações pessoais, ainda outra. Sim. Já aqui disse algures, lá mais para baixo, que, dos erros claros (de gramática, como "fostes", "hádem" etc.) e dos usos incorrectos das palavras, não me interessa muito falar. Para isso servem as lobotomias e as aulas de português. Com esta rubrica aqui no bomba não pretendo fazer nem uma coisa nem outra (até porque não sou médica nem tenho vocação para educadora de infância. Já das expressões que soam mal, sim, interessa-me falar um bocadinho. No entanto, são as antipatias (prefiro, neste caso, a "embirrações") pessoais as que, curiosamente, me são mais queridas. Quando me falam em "patamares do saber" ou que "o texto tem de respirar" fico logo doentinha. Porque essa utilização das palavras significa muitas coisas, diz algo sobre as pessoas que as usam. E isso é, para mim, fascinante. Continuemos.
sexta-feira, abril 23, 2004
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- Nomeadamente: o Alberto escreveu um texto espantoso sobre a origem desta palavra. Faz lembrar a explicação dada pelo FNV sobre a palavra árabe hassasi, mas "ao contrário" (agradecimentos também ao marinheiro PC pelo texto "Assassinato e Assassínio", cuja leitura recomendo), sendo o texto de FNV a explicação do fim da lenda associada à origem da palavra e o do Alberto um texto de ficção ou de etimologia selvagem.
- O Impertinente, entretanto, farto das origens confusas de assassinato e de assassínio, resolveu acrescentar ao seu Glossário das Impertinências o novíssimo e único (porque é mesmo só dele), assassinamento. Um nadinha popularucho, mas foneticamente próximo a linchamento. Uma boa impertinência.
- Perspectiva (a utilizar pouco, pouco e com mil cuidados), tudo bom, efectivamente, não tem nada a ver e fica bem são as sugestões do Macguffin. Mais que aceites.
- O Luís sugere a erradicação de "professor catedrático" (check), "evolução" (check), "revolução" (check), "Conselho de Estado" (supercheck) e "alegado" (check, check).
- "Estou a ver se oiço qualquer coisa" é uma expressão extraordinária, Rodrigo! E se a pessoa que o diz for cega e surda e tiver sentido de humor? Bem-vindo à blogosfera!
- O Diogo fala-me do tão popular "contado ninguém acredita". Pois, porque se não for contado... Super-aceite!
- Nomeadamente: o Alberto escreveu um texto espantoso sobre a origem desta palavra. Faz lembrar a explicação dada pelo FNV sobre a palavra árabe hassasi, mas "ao contrário" (agradecimentos também ao marinheiro PC pelo texto "Assassinato e Assassínio", cuja leitura recomendo), sendo o texto de FNV a explicação do fim da lenda associada à origem da palavra e o do Alberto um texto de ficção ou de etimologia selvagem.
- O Impertinente, entretanto, farto das origens confusas de assassinato e de assassínio, resolveu acrescentar ao seu Glossário das Impertinências o novíssimo e único (porque é mesmo só dele), assassinamento. Um nadinha popularucho, mas foneticamente próximo a linchamento. Uma boa impertinência.
- Perspectiva (a utilizar pouco, pouco e com mil cuidados), tudo bom, efectivamente, não tem nada a ver e fica bem são as sugestões do Macguffin. Mais que aceites.
- O Luís sugere a erradicação de "professor catedrático" (check), "evolução" (check), "revolução" (check), "Conselho de Estado" (supercheck) e "alegado" (check, check).
- "Estou a ver se oiço qualquer coisa" é uma expressão extraordinária, Rodrigo! E se a pessoa que o diz for cega e surda e tiver sentido de humor? Bem-vindo à blogosfera!
- O Diogo fala-me do tão popular "contado ninguém acredita". Pois, porque se não for contado... Super-aceite!
quinta-feira, abril 22, 2004
Foot fetish
O Pedro escreveu há uns dias o seguinte texto críptico: "Charlotte: Dormir agarrado aos teus pés. Como no filme." A ilustrar o suspiro estavam uns pés femininos calçados com umas sandálias bai... gasp... cof... xinhas. Embora o texto não me fosse destinado (não havia linque no nome; além disso nunca acho que seja nada comigo, nem com linque quanto mais sem ele), aqui vai uma possibilidade de resposta se a mensagem me fosse dirigida.
Pedro, dormir aos meus pés é, como vês, um risco. Só para quem pratica desportos radicais.
O Pedro escreveu há uns dias o seguinte texto críptico: "Charlotte: Dormir agarrado aos teus pés. Como no filme." A ilustrar o suspiro estavam uns pés femininos calçados com umas sandálias bai... gasp... cof... xinhas. Embora o texto não me fosse destinado (não havia linque no nome; além disso nunca acho que seja nada comigo, nem com linque quanto mais sem ele), aqui vai uma possibilidade de resposta se a mensagem me fosse dirigida.
Pedro, dormir aos meus pés é, como vês, um risco. Só para quem pratica desportos radicais.
Sobre o assassínio do assassinato
Antes de mais, agradeço as mensagens que me enviaram a propósito do meu desconforto quanto à palavra assassinato e à minha preferência por assassínio (salvo seja!). Quando escrevi "porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?" cometi um erro de simpatia. Sempre que ouço assassinato lembro-me de assassination. É a minha pobre cabeça chocha. Não há nada a fazer. Nada, não: em caso de dúvida, investigue-se.
Um dos meus livros favoritos de sempre é o Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, do Rodrigo de Sá Nogueira. A ler na página 59.
"Assassinato. Assassínio - A primeira destas duas formas deve representar a adaptação ao português do francês assassinat; a segunda formou-se provavelmente dentro do português, tirada do radical de assassinar, por analogia talvez com morticínio, se é que não representa o italiano assassino. - Note-se que em castelhano há asesinato, mas não há asesinio. (...) Segundo Meyer-Lübke, REW, 4071a, a palavra base é árabe, que deu em francês assassin, a qual passou depois para o castelhano asesino, e para o português assassino."
Resumindo a explicação de Sá Nogueira, baseada no Breve Dicionário Etimológico de Corominas, o vocábulo hassasi significa bebedor de hasis. Os hassasi eram seguidores de um chefe muçulmano conhecido, no século XI, por Velho da Montanha, que incitados pelo seu líder e embriagados de hasis (ou seja, haxixe), dedicavam-se a executar sangrentas vinganças políticas.
No Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado pode ainda ler-se sobre a palavra assassino: "(...) o vocábulo veio-nos certamente pelo italiano, onde há assassino desde o século XIII." Na entrada do português assassínio lemos: "De assassino."
Parece-me que a referência ao inglês assassination terá sido uma espécie de entrada a meio do espectáculo, uma vez que o vocábulo francês assassinat terá entrado na língua inglesa por via erudita (parece-me uma boa hipótese, marinheiros, embora não tenha possibilidade de confirmar).
Assim sendo, onde se lê lá mais em baixo: "porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?", leia-se "porque será que temos de ir buscar ao francês o nosso assassínio?"
Antes de mais, agradeço as mensagens que me enviaram a propósito do meu desconforto quanto à palavra assassinato e à minha preferência por assassínio (salvo seja!). Quando escrevi "porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?" cometi um erro de simpatia. Sempre que ouço assassinato lembro-me de assassination. É a minha pobre cabeça chocha. Não há nada a fazer. Nada, não: em caso de dúvida, investigue-se.
Um dos meus livros favoritos de sempre é o Dicionário de Erros e Problemas de Linguagem, do Rodrigo de Sá Nogueira. A ler na página 59.
"Assassinato. Assassínio - A primeira destas duas formas deve representar a adaptação ao português do francês assassinat; a segunda formou-se provavelmente dentro do português, tirada do radical de assassinar, por analogia talvez com morticínio, se é que não representa o italiano assassino. - Note-se que em castelhano há asesinato, mas não há asesinio. (...) Segundo Meyer-Lübke, REW, 4071a, a palavra base é árabe, que deu em francês assassin, a qual passou depois para o castelhano asesino, e para o português assassino."
Resumindo a explicação de Sá Nogueira, baseada no Breve Dicionário Etimológico de Corominas, o vocábulo hassasi significa bebedor de hasis. Os hassasi eram seguidores de um chefe muçulmano conhecido, no século XI, por Velho da Montanha, que incitados pelo seu líder e embriagados de hasis (ou seja, haxixe), dedicavam-se a executar sangrentas vinganças políticas.
No Dicionário Etimológico da Língua Portuguesa, de José Pedro Machado pode ainda ler-se sobre a palavra assassino: "(...) o vocábulo veio-nos certamente pelo italiano, onde há assassino desde o século XIII." Na entrada do português assassínio lemos: "De assassino."
Parece-me que a referência ao inglês assassination terá sido uma espécie de entrada a meio do espectáculo, uma vez que o vocábulo francês assassinat terá entrado na língua inglesa por via erudita (parece-me uma boa hipótese, marinheiros, embora não tenha possibilidade de confirmar).
Assim sendo, onde se lê lá mais em baixo: "porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?", leia-se "porque será que temos de ir buscar ao francês o nosso assassínio?"
quarta-feira, abril 21, 2004
Expressões e palavras a abandonar (4)
- O verbo mergulhar: entre mergulhar no tema e mergulhar na piscina prefiro este último, mesmo sem gostar de piscinas.
- O substantivo patamar: nunca percebi esta. Parece que há uns "patamares de conhecimento" ou uns "patamares da vida". E depois há o vómito para equilibrar as coisas.
- O verbo identificar: este verbo tresanda a psicologices. Ainda bem que já percebi que não me identifico com o meu Pai, mas que muitas vezes me reconheço nele. É a distância que me salva.
- O verbo mergulhar: entre mergulhar no tema e mergulhar na piscina prefiro este último, mesmo sem gostar de piscinas.
- O substantivo patamar: nunca percebi esta. Parece que há uns "patamares de conhecimento" ou uns "patamares da vida". E depois há o vómito para equilibrar as coisas.
- O verbo identificar: este verbo tresanda a psicologices. Ainda bem que já percebi que não me identifico com o meu Pai, mas que muitas vezes me reconheço nele. É a distância que me salva.
Expressões e palavras a abandonar (3)
- Calado que nem um rato: esta deve ser uma daquelas expressões com uma história muito divertida. Mas ratos que falam só sei do Mickey e do Stuart Little, o que é pouco.
- É assim (obrigada, Alberto): este clássico da língua portuguesa contemporânea não interessa abandonar, mas enterrar vivo. A expressão é equivalente a erros gramaticais como "fizestes", "hádes" etc. Não me interessa aqui sugerir o abandono de erros explícitos; as lobotomias servem para isso mesmo.
- É da competência dos órgãos: esta detenção do major é uma verdadeira mina!
- Calado que nem um rato: esta deve ser uma daquelas expressões com uma história muito divertida. Mas ratos que falam só sei do Mickey e do Stuart Little, o que é pouco.
- É assim (obrigada, Alberto): este clássico da língua portuguesa contemporânea não interessa abandonar, mas enterrar vivo. A expressão é equivalente a erros gramaticais como "fizestes", "hádes" etc. Não me interessa aqui sugerir o abandono de erros explícitos; as lobotomias servem para isso mesmo.
- É da competência dos órgãos: esta detenção do major é uma verdadeira mina!
terça-feira, abril 20, 2004
A detenção do major Valentim Loureiro está muito bem explicada no Homem a Dias. Falta apenas a expressão (a erradicar) "em termos de" metida em qualquer frase.
O António Ferreira enviou-me a seguinte mensagem, que agradeço: "O seu post sobre "regresso" fez-me recordar o meu professor de Direito Romano, o Sebastião Cruz. Numa das primeiras aulas explicava-nos a palavra "repetir": "Se forem ao Tropical e em vez de cinco tostões (já foi há algum tempo) vos levarem cinco escudos por uma bica e só derem conta do erro em casa, podem voltar lá e repetir..." A malta (ele, que ia de pistola para as aulas, chamava-nos "os bárbaros do primeiro ano") ria, mas a explicação lá chegava: repetir é o mesmo que "pedir de volta", fazer o dinheirinho pago em excesso regressar-nos ao bolso."
segunda-feira, abril 19, 2004
Expressões e palavras a abandonar (2)
- Nunca digas nunca: ler o texto A revogação do Nunca, da batukada.
- Não interessa nem ao Menino Jesus: eu, que adorava esta expressão, deixarei de a usar porque o Ricardo Araújo Pereira me disse que a Alexandra Solnado terá provado nas Conversas, que o Menino Jesus se interessa pelas coisas mais insuspeitáveis, como estradas e arruamentos.
- Nesta fase do campeonato: porque quem mo disse que é rasca tem autoridade.
- Nunca digas nunca: ler o texto A revogação do Nunca, da batukada.
- Não interessa nem ao Menino Jesus: eu, que adorava esta expressão, deixarei de a usar porque o Ricardo Araújo Pereira me disse que a Alexandra Solnado terá provado nas Conversas, que o Menino Jesus se interessa pelas coisas mais insuspeitáveis, como estradas e arruamentos.
- Nesta fase do campeonato: porque quem mo disse que é rasca tem autoridade.
Expressões e palavras a abandonar (1)
- O substantivo vertente: não há pior palavra na língua portuguesa.
- O verbo estrafegar: a palavra não corresponder a um gesto nobre não justifica a sua utilização. A da palavra, entenda-se.
- O substantivo assassinato: porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?
- O substantivo vertente: não há pior palavra na língua portuguesa.
- O verbo estrafegar: a palavra não corresponder a um gesto nobre não justifica a sua utilização. A da palavra, entenda-se.
- O substantivo assassinato: porque será que temos de ir buscar ao inglês o nosso assassínio?
domingo, abril 18, 2004
Selective assassination? Right...*
O novo líder do Hamas, que mal teve tempo para aquecer a cadeirinha de rodas sobresselente do Yassin, terá sido o autor daquela tentativa insólita do homem-bomba com os saquinhos contaminados de sangue com HIV? Entretanto, o teórico da Al-Qaeda, Omar Bakri Mohammed, deu uma entrevista ao Público. Destaco uma parte muito pequena da entrevista, que de maneira nenhum dispensa a leitura do resto: "P. O Bin Laden vai suicidar-se? R. Acho que deve. São um grupo que se juntou para lutar e morrer. Têm de ser coerentes." Quero desde já dizer que sou a favor da morte do Bin Laden e dos seus acólitos. Por suicídio em casa na companhia de familiares e amigos seria simpático.
* inspirado no filme Life of Brian, Monty Python.
O novo líder do Hamas, que mal teve tempo para aquecer a cadeirinha de rodas sobresselente do Yassin, terá sido o autor daquela tentativa insólita do homem-bomba com os saquinhos contaminados de sangue com HIV? Entretanto, o teórico da Al-Qaeda, Omar Bakri Mohammed, deu uma entrevista ao Público. Destaco uma parte muito pequena da entrevista, que de maneira nenhum dispensa a leitura do resto: "P. O Bin Laden vai suicidar-se? R. Acho que deve. São um grupo que se juntou para lutar e morrer. Têm de ser coerentes." Quero desde já dizer que sou a favor da morte do Bin Laden e dos seus acólitos. Por suicídio em casa na companhia de familiares e amigos seria simpático.
* inspirado no filme Life of Brian, Monty Python.
Apio verde!
Apio verde tu yu, apio verde to yu, apio verde, Crónicas Matinais e Papoila, apio verde to yu.
Apio verde tu yu, apio verde to yu, apio verde, Crónicas Matinais e Papoila, apio verde to yu.
Se sei que a cobra está a dormir no cesto, vou lá com a mão fazer-lhe festinhas?
O texto Malquerença escrito pela Inês merece alguns comentários. A preocupação em esclarecer pontos de vista quando ainda nem deu para aquecer ou para expor convenientemente esses ditos pontos de vista parece-me despropositada. Além de que pregar sem praticar me pareça sempre fácil e, muito por isso mesmo, fraco. Ninguém de facto aqui odeia ninguém. Nem os palermas que enviam hate mail. Custa-me mesmo muito a crer. Odiar é uma palavra muito forte e, a meu ver, não pode ser aplicada a desconhecidos, neste contexto estranho em que aqui vivemos. Para se ser saco de boxe é preciso ter uma determinada existência, apesar de tudo. A Inês existe há alguns anos, com certeza. Mas chegou agora à blogosfera (e continuo a achar que muito bem). Diga-nos o que pensa dos assassínios selectivos. Talvez assim possa servir de saco de pancada. A citar Pavese não vai lá.
Leva-me, então, a falar do seu texto inicial sobre o bomba inteligente (que sou eu). Que tenha todos os sentimentos que quiser acerca do que escrevo. Isso não importa. E digo-o mesmo a sério (como aliás o fiz). Já o facto de o escrever no seu blogue, ainda por cima num tom tão desadequado, inclui a Inês nesse grupo de malta que muito bem classifica como gente que precisa de psiquiatra (aliás, já escrevi sobre isso mesmo... curioso, vindo de quem supostamente se enerva tanto com o que aqui lê; um pouco como as pessoas que nos "odeiam" e que se dedicam tanto a nós).
A verdade é que, ao contrário da Inês, nunca começo por dizer mal. Porque os pedidos de desculpas soam sempre a pouco, além de nos deixarem sempre numa posição difícil, sobretudo com desconhecidos. A Inês durou uma semana.
O texto Malquerença escrito pela Inês merece alguns comentários. A preocupação em esclarecer pontos de vista quando ainda nem deu para aquecer ou para expor convenientemente esses ditos pontos de vista parece-me despropositada. Além de que pregar sem praticar me pareça sempre fácil e, muito por isso mesmo, fraco. Ninguém de facto aqui odeia ninguém. Nem os palermas que enviam hate mail. Custa-me mesmo muito a crer. Odiar é uma palavra muito forte e, a meu ver, não pode ser aplicada a desconhecidos, neste contexto estranho em que aqui vivemos. Para se ser saco de boxe é preciso ter uma determinada existência, apesar de tudo. A Inês existe há alguns anos, com certeza. Mas chegou agora à blogosfera (e continuo a achar que muito bem). Diga-nos o que pensa dos assassínios selectivos. Talvez assim possa servir de saco de pancada. A citar Pavese não vai lá.
Leva-me, então, a falar do seu texto inicial sobre o bomba inteligente (que sou eu). Que tenha todos os sentimentos que quiser acerca do que escrevo. Isso não importa. E digo-o mesmo a sério (como aliás o fiz). Já o facto de o escrever no seu blogue, ainda por cima num tom tão desadequado, inclui a Inês nesse grupo de malta que muito bem classifica como gente que precisa de psiquiatra (aliás, já escrevi sobre isso mesmo... curioso, vindo de quem supostamente se enerva tanto com o que aqui lê; um pouco como as pessoas que nos "odeiam" e que se dedicam tanto a nós).
A verdade é que, ao contrário da Inês, nunca começo por dizer mal. Porque os pedidos de desculpas soam sempre a pouco, além de nos deixarem sempre numa posição difícil, sobretudo com desconhecidos. A Inês durou uma semana.
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é regresso. Desde que me disseram que o meu mapa astrológico está pejado de escopiões em tudo quanto é planeta (parece que isso quer dizer que aprofundo ou esgravato qualquer assunto até não ficar nadinha), que tento viver de acordo com as expectativas. Confusos? Não interessa. Como falei do regresso, apeteceu-me ver que vocábulos se escondiam por trás desse. Do latino regressus, percebemos que é o particípio presente de regredior. Ora o verbo regredior (cujo significado é, literalmente, "andar para trás") é constituído pela preposição re, que designa uma repetição ou um recuo, e gradior, que significa andar, caminhar, avançar, adiantar. E isso demora, não demora? Andar para trás, quando se devia andar para a frente, não se faz em pouco tempo. Isso é coisa para levar anos, além do cansaço que implica.
Claro que o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa tinha de estragar esta teoria perfeitamente respeitável e bem fundamentada com o significado de voltar in your face: "Regressar ao local de partida ou de origem. (Seguido da preposição a.) Voltou à aldeia passados vinte anos." Mas então isto é assim? Substituem-se as palavras desta maneira, a frio? Sem um pedido de desculpas, sem um aviso prévio? Sem um aconchego, sem um beijinho?
A palavra para hoje é regresso. Desde que me disseram que o meu mapa astrológico está pejado de escopiões em tudo quanto é planeta (parece que isso quer dizer que aprofundo ou esgravato qualquer assunto até não ficar nadinha), que tento viver de acordo com as expectativas. Confusos? Não interessa. Como falei do regresso, apeteceu-me ver que vocábulos se escondiam por trás desse. Do latino regressus, percebemos que é o particípio presente de regredior. Ora o verbo regredior (cujo significado é, literalmente, "andar para trás") é constituído pela preposição re, que designa uma repetição ou um recuo, e gradior, que significa andar, caminhar, avançar, adiantar. E isso demora, não demora? Andar para trás, quando se devia andar para a frente, não se faz em pouco tempo. Isso é coisa para levar anos, além do cansaço que implica.
Claro que o Dicionário da Academia das Ciências de Lisboa tinha de estragar esta teoria perfeitamente respeitável e bem fundamentada com o significado de voltar in your face: "Regressar ao local de partida ou de origem. (Seguido da preposição a.) Voltou à aldeia passados vinte anos." Mas então isto é assim? Substituem-se as palavras desta maneira, a frio? Sem um pedido de desculpas, sem um aviso prévio? Sem um aconchego, sem um beijinho?
sábado, abril 17, 2004
Regressar é um verbo que evito quando escrevo (quando leio não posso fazê-lo). O regresso soa-me sempre à viagem de Ulisses para Ítaca (dez anos e muita gaja e deusa pelo meio). O regresso é demorado, muito demorado. É deixar totalmente e durante muito tempo e depois voltar. Regressa-se quando se demorou muito a voltar. Acredito que seja mesmo um problema de tempo demorado na ausência. Estranharíamos se víssemos um papel a dizer "regresso já" pendurado na porta de uma loja, porque ninguém pode regressar já. No regresso há também uma espécie de expectativa, de bom sentimento. Um assassino não "regressa" a atacar. Tem o corriqueiro "volta" que lhe chega e sobra. Podemos, então, dizer, com todo o à-vontade e com toda a alegria, que a Vírgula regressou.
sexta-feira, abril 16, 2004
Embora veja todos os filmes com seis meses a um ano de atraso, vejo todos os que posso. E hoje aprendi uma palavra nova e útil: goostfraba.
Pelo que tenho lido sobre a única hipótese que temos de viver com alguma seriedade ou dignidade – fazendo sempre um esforço de elevação do espírito –, só me resta ouvir Frank Sinatra. Começo pela melhor letra (que Sinatra cantou sempre de maneira diferente; esta versão é a minha preferida) de todos os tempos passados, presentes e futuros: I Get a Kick Out of You, de Cole Porter.
My story is much to sad to be told
But practically everything leaves me totally cold
The only exception I know is the case
When I’m out on a quiet spree, fighting vainly the old ennui
Then I suddenly turn and see
Your fabulous face
I get no kick from champagne
Mere alcohol doesn’t thrill me at all
So tell me why should it be true
That I get a kick out of you
Some they may go for cocaine
I'm sure that if, I took even one sniff
It would bore me terrif... ically too
Yet I get a kick out of you
I get a kick every time I see you standing there before me
I get a kick though it’s clear to see, you obviously do not adore me
I get no kick in a plane
Flying too high with some gal in the sky
Is my idea of nothing to do
Yet I get a kick out of you
My story is much to sad to be told
But practically everything leaves me totally cold
The only exception I know is the case
When I’m out on a quiet spree, fighting vainly the old ennui
Then I suddenly turn and see
Your fabulous face
I get no kick from champagne
Mere alcohol doesn’t thrill me at all
So tell me why should it be true
That I get a kick out of you
Some they may go for cocaine
I'm sure that if, I took even one sniff
It would bore me terrif... ically too
Yet I get a kick out of you
I get a kick every time I see you standing there before me
I get a kick though it’s clear to see, you obviously do not adore me
I get no kick in a plane
Flying too high with some gal in the sky
Is my idea of nothing to do
Yet I get a kick out of you
quinta-feira, abril 15, 2004
Teaser: farto do Euro 2004 mesmo sem ter começado? Indignado com a quantidade de estádios que se construíram neste País? Fanático do Benfica, adepto do Sporting, adorador do Porto e, mesmo assim, amante da Selecção? Pois bem, para todos e todas as sextas-feiras no DNa, a partir de amanhã, as crónicas sobre o Euro, escritas pelo Carlos Quevedo.
Marguerite Yourcenar escreve o seguinte na sua "Apresentação Crítica de Constantino Cavafy": "A poesia grega, por intelectualizada que lhe possa ser a expressão, é sempre directa: grito, suspiro, erupção sensual, afirmação espontânea aflorando aos lábios do homem em presença do objecto amado." Não conheço poesia que não seja intelectualizada, embora conheça escrita que não o seja (uma lista de supermercado – mesmo assim depende de quem a escreve – e o ensaio da Yourcenar sobre Kavafis são disso exemplo). Quanto ao "grito", ao "suspiro", à "erupção sensual" (erupção é péssimo; lembra-me borbulhas, mais que vulcões) e "afirmação espontânea" não percebo nenhum dos juízos. Estaria Yourcenar simplesmente a falar da língua grega? Quereria Yourcenar escrever um texto poético e não um texto de crítica literária? Nunca o saberei. Tanto faz: um como o outro (poético ou crítico), ambos são maus.
Otoverme do dia: "Oh, my pride is all I have... Pride is what you had, baby girl, not what you have", JLo and LL Cool J, All I Have.
Verdades absolutas do minuto: no mundo temos aqueles que vêem esperança em Ítaca de Konstandinos Kavafis e aqueles que choram ao verem escarrapachado no poema o sinal de beco sem saída. E depois temos os que não sabem ler.
Aproveito a segunda vaga de felicitações aos mesmos para dizer ao PPM que ele nasceu para blogar. Where were you after all these years?
A blogosfera está mais gira que nunca. Acabou-se a conversa bafienta dos blogues de direita e dos blogues de esquerda. Crise na blogosfera nem vê-la. The girls are in town e chegaram para ficar. Os blogues da Sara, da Inês e da Tânia são muito, muito bons. E não são precisas grandes escritas para perceber isso. As miúdas sempre estiveram muito mais na moda porque que é que a blogosfera tinha de ser excepção? E não, este não é um post feminista nem pós-feminista. É um post de avó.
quarta-feira, abril 14, 2004
Cara Inês, antes de mais deixe-me felicitá-la pelo seu moleskine. Quanto aos sentimentos contraditórios que tem pelo bomba, sinceramente, I couldn't care less. Perdoo-lhe, pronto. E como gesto de boa vontade, deixo-lhe a primeira sessão da etimologia hebdomadária, sobre a palavra misoginia. Aqui vai em repeat mode.
18 de Janeiro de 2004, 6:58 pm
Etimologia hebdomadária
A partir de hoje, aos domingos, passarei a escolher uma palavrinha e a dissecá-la convenientemente aqui à vista de todos. Assim, organizo a minha pobre cabeça e também vou aprendendo umas coisas, porque, como diz o povo, "o saber não ocupa lugar".
A palavra para hoje é misoginia. Mísos significa ódio (favor não confundir com misós, meio) em grego e esse ginia é tiradinho de yúnis (o "y" lê-se guê, mas mais gutural), que significa mulher em grego antigo. A palavra misoyúnis, ou misógino, vem registada no dicionário como tendo sido inicialmente utilizada (escrita) por Estrabão, que, muito sinceramente, era um grande chato (para confirmar, é favor passarem os olhos por qualquer um dos volumes da Geografia). Curioso é vermos que a palavra se mantém praticamente igual na sua grafia (à excepção de um acento no "i" inicial que cai em grego moderno). Já há odiadores de mulheres há muitos séculos, ah pois há. E não se prevê que desapareçam tão cedo.
De nada.
18 de Janeiro de 2004, 6:58 pm
Etimologia hebdomadária
A partir de hoje, aos domingos, passarei a escolher uma palavrinha e a dissecá-la convenientemente aqui à vista de todos. Assim, organizo a minha pobre cabeça e também vou aprendendo umas coisas, porque, como diz o povo, "o saber não ocupa lugar".
A palavra para hoje é misoginia. Mísos significa ódio (favor não confundir com misós, meio) em grego e esse ginia é tiradinho de yúnis (o "y" lê-se guê, mas mais gutural), que significa mulher em grego antigo. A palavra misoyúnis, ou misógino, vem registada no dicionário como tendo sido inicialmente utilizada (escrita) por Estrabão, que, muito sinceramente, era um grande chato (para confirmar, é favor passarem os olhos por qualquer um dos volumes da Geografia). Curioso é vermos que a palavra se mantém praticamente igual na sua grafia (à excepção de um acento no "i" inicial que cai em grego moderno). Já há odiadores de mulheres há muitos séculos, ah pois há. E não se prevê que desapareçam tão cedo.
De nada.
terça-feira, abril 13, 2004
O Jorge acaba de confirmar as minhas piores suspeitas sobre o Vladimir Nabokov: o homem era um misógino (a sua interpretação da Molly Bloom é de uma misoginia irritante, mas, enfim, perdoável porque bem escrita, bem pensada, tudo bem, menos... enfim). Parece que em Strong Opinions , Nabokov terá escrito: "São necessários três requisitos para se ser bom tradutor: 1) conhecer bem a língua do texto de origem, 2) conhecer bem a língua para a qual se quer traduzir, 3) ser homem." Palhaço...
Did you say Atenas? Pronto, chega de blogar! Vou trabalhar. Não sei se repararam, mas temos uma desarassossegada na blogosfera que promete o melhor. Posso tratar-te por \«(.)(.)»/? Filákia de boas-vindas!
O Paulo Pinto Mascarenhas escreveu bloguiadores. Gosto muito e se o blogue tiver caixa automática e tecto de abrir é perfeito. Beijos de boas-vindas à blogosfera!
Adenda: weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Adenda: weeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeee!
Um ano de blogosfera é muito. É pelo menos o suficiente para perceber qualquer coisa. Comecei nisto um bocadinho a medo porque não fazia a menor ideia do que ia escrever (ainda hoje, sabe Deus) e essa era uma preocupação que para mim se justificava, porque um blogue é uma página pública, que será lida por outras pessoas. A minha ideia era a de dar ritmo à coisa, provocando altos e baixos, ou falando de tudo um pouco. Nada de muito extraordinário para mim que sou, realmente, assim (e se eu o digo...). Claro que há muitas coisas que não escrevo no blogue. Escrevi dois ou três posts de grande tristeza, mas a tristeza já é demasiado íntima para se poder falar dela assim, sem pudor, às claras, para ser lida por quem quiser. Os textos de tristeza provocam um consenso imediato, porque a maioria das pessoas não é feliz. Há uma espécie de conforto nas palavras choradas, como se a beleza estivesse só nas lágrimas. Às vezes, está. Mas para se ser triste num blogue assinado é preciso ser-se o cúmulo do exibicionista e isso já não está ao meu alcance. Há quem não entenda a alegria deste blogue. Não faz mal. Não tenciono explicá-la. Já sabem que aqui podem contar com o exibicionismo da gabardina aberta em estações de metro mas não com prantos em público.
O bomba inteligente serve, sobretudo, para:
- escrever sobre o que me interessa (e sim, a Teoria interessa-me muito mais do que a Ficção);
- festejar tudo e mais alguma coisa.
Sei que a exibição de felicidade é um pecado e que tenho sido castigada por isso. É a vida. Continua a não fazer mal nenhum porque no final vale a pena. Com a lei da compensação sempre na cabeça não me desvio deste caminho de tijoleira amarela.
O bomba inteligente serve, sobretudo, para:
- escrever sobre o que me interessa (e sim, a Teoria interessa-me muito mais do que a Ficção);
- festejar tudo e mais alguma coisa.
Sei que a exibição de felicidade é um pecado e que tenho sido castigada por isso. É a vida. Continua a não fazer mal nenhum porque no final vale a pena. Com a lei da compensação sempre na cabeça não me desvio deste caminho de tijoleira amarela.
Nunca vos falei da batukada, pois não? Hm... pois, não me lembro de ter falado. Conheço a miúda que é gira de anúncio de champôs e esperta como uma águia. É uma rapariga especial e digo-o com a mãozinha já pronta a agarrar noutro lencinho bordado e... Gosto mesmo dela, safa! A garota tem um blogue que se chama Mood Swing. Alimenta-me isso a posts frequentes e ritmados! Beijos muito grandes de boas-vindas à blogosfera!
segunda-feira, abril 12, 2004
Que me desculpe o Nuno, mas quando leio notícias como a de um casamento, a velha muito velha que há em mim não resiste e agarra logo num lencinho bordado à mão e desata a choramingar de alegria. Muitas felicidades para ti e para a bela mulher que te escolheu!
Há uns tempos vi Audition, de Takashi Mike. Um flime surpreendente que me ficou na memória. Após sete anos de viuvez, um homem, com um filho quase adolescente, tenciona casar novamente. Aproveita a empresa produtora de cinema de que é proprietário para fazer audições a candidatas para um suposto filme, mas cujo objectivo é o de encontrar a sua nova mulher. Os critérios são os de sempre: tem de ser jovem (entre os 20 e os 30), bonita, tradicional, obediente e culta, porque, segundo diz o interessado, "a cultura dá autoconfiança e a autoconfiança traz felicidade". A escolhida é uma rapariga belíssima, bailarina clássica em miúda e assassina de homens com requintes de sadismo. E assim vemos uma teoria perfeitamente credível e respeitável a ir por água abaixo.
domingo, abril 11, 2004
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje, e que está deitada na maca à espera no corredor há uma semana, é pedofilia. Com um simples corte, ficamos com pedo de um lado e filia do outro. Ora pedo - do grego paidos - significa criança. Agora já sabem que palavras como pedopsicologia (vocábulo supergrego) ou pedagogia (mais grega esta palavra não podia ser) têm crianças ao barulho. Filía é uma palavra difícil de traduzir. É amizade e amor. As duas coisas juntas e separadas. Mas filía é bom; é sempre bom.
A junção dessas duas palavrinhas inocentes parece ser da responsabilidade dos ingleses (segundo diz o meu dicionário). Duas coisas boas tornadas numa hedionda. Podia falar do que diz Foucault e desculpar os gregos que não viam a sexualidade da mesma forma que nós, hoje. Para os Antigos tanto fazia: homens, mulheres, miúdos, miúdas. Pois era. E se pensarmos bem não é assim tão chocante. Nós é que temos a mania das culturas superiores e esquecemo-nos de que aquilo era o início da civilização ocidental. Apenas isso: o início. Enfim, não vou falar de Foucault. Mas sugiro que leiam o segundo volume da História da Sexualidade (por causa da Antiguidade Clássica). Desculpem-me a preguiça.
A palavra para hoje, e que está deitada na maca à espera no corredor há uma semana, é pedofilia. Com um simples corte, ficamos com pedo de um lado e filia do outro. Ora pedo - do grego paidos - significa criança. Agora já sabem que palavras como pedopsicologia (vocábulo supergrego) ou pedagogia (mais grega esta palavra não podia ser) têm crianças ao barulho. Filía é uma palavra difícil de traduzir. É amizade e amor. As duas coisas juntas e separadas. Mas filía é bom; é sempre bom.
A junção dessas duas palavrinhas inocentes parece ser da responsabilidade dos ingleses (segundo diz o meu dicionário). Duas coisas boas tornadas numa hedionda. Podia falar do que diz Foucault e desculpar os gregos que não viam a sexualidade da mesma forma que nós, hoje. Para os Antigos tanto fazia: homens, mulheres, miúdos, miúdas. Pois era. E se pensarmos bem não é assim tão chocante. Nós é que temos a mania das culturas superiores e esquecemo-nos de que aquilo era o início da civilização ocidental. Apenas isso: o início. Enfim, não vou falar de Foucault. Mas sugiro que leiam o segundo volume da História da Sexualidade (por causa da Antiguidade Clássica). Desculpem-me a preguiça.
Otoverme do dia: Baby take a look around (ey oh ey oh ey oh), everybody's getting down (ey oh ey oh ey oh), deal with all the problems later, bad boys on their best behaviour. Jamelia, Superstar.
To my Dear and Loving Husband
If ever two were one, then surely we.
If ever man were lov'd by wife, then thee.
If ever wife was happy in a man,
Compare with me, ye women, if you can.
prize thy love more than whole Mines of gold
Or all the riches that the East doth hold.
My love is such that Rivers cannot quench,
Nor ought but love from thee give recompetence.
Thy love is such I can no way repay.
The heavens reward thee manifold, I pray.
Then while we live, in love let's so persever
That when we live no more, we may live ever.
Anne Bradstreet, 1678.
If ever two were one, then surely we.
If ever man were lov'd by wife, then thee.
If ever wife was happy in a man,
Compare with me, ye women, if you can.
prize thy love more than whole Mines of gold
Or all the riches that the East doth hold.
My love is such that Rivers cannot quench,
Nor ought but love from thee give recompetence.
Thy love is such I can no way repay.
The heavens reward thee manifold, I pray.
Then while we live, in love let's so persever
That when we live no more, we may live ever.
Anne Bradstreet, 1678.
sábado, abril 10, 2004
De Vladimir Nabokov li apenas um livro: Lectures on Literature. Impressionou-me o tom assertivo com que falava da escrita de Joyce e de Flaubert. Acabo de ver esse mesmo livro nos escaparates de uma livraria, desta vez traduzido para a Relógio d' Água. Um livro muito interessante para quem acha graça a coisas sobre literatura.
"De Quevedo temos de resignar-nos a dizer que é o literato dos literatos. Para gostar de Quevedo tem de se ser (em acto ou em potência) um homem de letras; inversamente, ninguém que tenha vocação literária pode não gostar de Quevedo. A grandeza de Quevedo é verbal."
Bom, estas palavras não são minhas, mas de Jorge Luis Borges (in Obras Completas, vol. II); e não se referem a Carlos mas a Francisco de Quevedo. Não se referem, mas podiam.
Bom, estas palavras não são minhas, mas de Jorge Luis Borges (in Obras Completas, vol. II); e não se referem a Carlos mas a Francisco de Quevedo. Não se referem, mas podiam.
sexta-feira, abril 09, 2004
Inscrição em qualquer sepulcro
Que o mármore temerário não arrisque
ruidosas transgressões ao poder do esquecimento,
enumerando com prolixidade
o nome, as opiniões, os factos, a pátria.
Tantos enfeites pertencem às trevas
e que o mármore não diga o que calam os homens.
O essencial da vida fenecida
- a trémula esperança,
o milagre implacável da dor e o assombro do gozo -
irá perdurar sempre.
Às cegas reclama duração a alma arbitrária
quando a tem assegurada em vidas alheias,
quando tu próprio és o espelho e a réplica
dos que não atingiram o teu tempo
e outros serão (e são) a tua imortalidade na terra.
Jorge Luis Borges, Obras Completas, "Fervor de Buenos Aires", vol. I, tradução de Fernando Pinto do Amaral, Editorial Teorema, Lisboa, 1998, p.33.
Que o mármore temerário não arrisque
ruidosas transgressões ao poder do esquecimento,
enumerando com prolixidade
o nome, as opiniões, os factos, a pátria.
Tantos enfeites pertencem às trevas
e que o mármore não diga o que calam os homens.
O essencial da vida fenecida
- a trémula esperança,
o milagre implacável da dor e o assombro do gozo -
irá perdurar sempre.
Às cegas reclama duração a alma arbitrária
quando a tem assegurada em vidas alheias,
quando tu próprio és o espelho e a réplica
dos que não atingiram o teu tempo
e outros serão (e são) a tua imortalidade na terra.
Jorge Luis Borges, Obras Completas, "Fervor de Buenos Aires", vol. I, tradução de Fernando Pinto do Amaral, Editorial Teorema, Lisboa, 1998, p.33.
quinta-feira, abril 08, 2004
quarta-feira, abril 07, 2004
Otoverme do dia: I can't focus, it's too hot, you'll never get to heaven if you're scared of getting high. Kylie Minogue, Red Blooded Woman.
segunda-feira, abril 05, 2004
domingo, abril 04, 2004
Já aqui disse que leio diariamente os escritos do opiniondesmaker? Ainda não? A sério? O quê, ando aqui há um ano e nunca disse isto? Ai...
Do autor: "Gajas inacessíveis – Aqui nesta blogaria a roçar a pepineira erótico-depressiva, agora parece que já ninguém gosta daquelas miúdas de beleza exuberante e explícita, que raio! Daquelas que têm o esplendor plasmado no corpo. Agora tudo se entretém com belezas simuladas, ou saídas da pecaminosa adolescência ou enclausuradas no fantasmagórico conceito de interessante. Até há decálogos paridos ao ritmo da baba pseudo-poética que não chegou a ser saliva. Porra, mas agora já ninguém fala das gajas meramente “boas”, “ordinárias”, e assumidamente provocantes! Ninguém suspira para que a Madonna o adormeça com uma canção de embalar. Ninguém recorda a Kim Bassinger lambuzada. Volta Cláudia, estás perdoada; eu já enjoei de subtilezas."
Do autor: "Gajas inacessíveis – Aqui nesta blogaria a roçar a pepineira erótico-depressiva, agora parece que já ninguém gosta daquelas miúdas de beleza exuberante e explícita, que raio! Daquelas que têm o esplendor plasmado no corpo. Agora tudo se entretém com belezas simuladas, ou saídas da pecaminosa adolescência ou enclausuradas no fantasmagórico conceito de interessante. Até há decálogos paridos ao ritmo da baba pseudo-poética que não chegou a ser saliva. Porra, mas agora já ninguém fala das gajas meramente “boas”, “ordinárias”, e assumidamente provocantes! Ninguém suspira para que a Madonna o adormeça com uma canção de embalar. Ninguém recorda a Kim Bassinger lambuzada. Volta Cláudia, estás perdoada; eu já enjoei de subtilezas."
Soube-o pelo Ivan e não tenho razões para não acreditar (até porque o dia 1 já passou, hehe): parabéns ao menino Pedro Lomba que hoje é pequenino! Fiquei também a saber que o realizador francês Eric Rohmer, a Tia Lili Caneças e o actor-toxicodependente Robert Downey Jr. são do mesmo signo que o bomba inteligente: Carneiro. Lá está a astrologia em acção quando menos se espera.
Mas deixemos a astrologia que já deu o que tinha dar e pensemos nos números. Aqui vai o significado do número 4 para o Pedro. Este número 4 refere-se àquilo com que o Pedro, a Lili, o Eric e o Robert nasceram e não tem nada a ver com o número do destino. Não vamos logo por começar a confundir coisas diferentes!
"Being born on the 4th day of the month should help make you a better manager and organizer. You may be more responsible and self-disciplined than your Life Path suggested because of this date. Sincere and honest, you are a serious and hard working individual. Limitations may be imposed by this 4 energy, especially if this number is active elsewhere in your reading. Your feelings are likely to seem somewhat repressed at times. The number 4 has something of an inhibiting effect on your ability to show and express affections, as feeling are very closely regulated and controlled. Even if it by itself, you are apt to be much more practical, rational, and conscious of details. There is a good deal of rigidity and stubbornness associated with the number 4." Mas o mais importante está aqui. Toca a fazer contas!
Mas deixemos a astrologia que já deu o que tinha dar e pensemos nos números. Aqui vai o significado do número 4 para o Pedro. Este número 4 refere-se àquilo com que o Pedro, a Lili, o Eric e o Robert nasceram e não tem nada a ver com o número do destino. Não vamos logo por começar a confundir coisas diferentes!
"Being born on the 4th day of the month should help make you a better manager and organizer. You may be more responsible and self-disciplined than your Life Path suggested because of this date. Sincere and honest, you are a serious and hard working individual. Limitations may be imposed by this 4 energy, especially if this number is active elsewhere in your reading. Your feelings are likely to seem somewhat repressed at times. The number 4 has something of an inhibiting effect on your ability to show and express affections, as feeling are very closely regulated and controlled. Even if it by itself, you are apt to be much more practical, rational, and conscious of details. There is a good deal of rigidity and stubbornness associated with the number 4." Mas o mais importante está aqui. Toca a fazer contas!
sábado, abril 03, 2004
quinta-feira, abril 01, 2004
Assisti deliciada à transmissão dos Blóscares. O Miguel Tomar Nogueira é que merece um prémio pela alegria e pela dedicação no evento. E parabéns à Papoila e à Ana Albergaria! Estou à vossa espera no ringue. Preparem-se para levar uma belíssima sova. Bwaaaaahahahhhaaa..
Nota de agradecimentos: agradeço comovida o prémio Atenas 2004 que me foi atribuído. Já sabem que a palavra Atenas irriga determinadas zonas do meu cérebro. Já o prémio Anel de Bronze enfim... o que posso eu dizer? Ó Miguel, vê-se mesmo que não conheces os meus hábitos. Para o ano, vê lá se fazes as encomendas aqui, aqui ou aqui. Que é para verem o que são anéis, ó caracinhas!
Nota de agradecimentos: agradeço comovida o prémio Atenas 2004 que me foi atribuído. Já sabem que a palavra Atenas irriga determinadas zonas do meu cérebro. Já o prémio Anel de Bronze enfim... o que posso eu dizer? Ó Miguel, vê-se mesmo que não conheces os meus hábitos. Para o ano, vê lá se fazes as encomendas aqui, aqui ou aqui. Que é para verem o que são anéis, ó caracinhas!
O dia das mentiras está a ser celebrado na blogosfera com papelinhos redondos de cores e cornetas pequeninas de plástico. O dia do Abrupto começou com um poema de Álvaro de Campos. Haha! Mas a mim não me apanha na mentira! O blogue A Natureza do Mal diz que vai passar a falar de livrarias. Tá boa, sim senhor! Mas não me apanham, ai não apanham, não. O Voz do Deserto anuncia que o Tudo Menos Política faz um ano hoje. Deve ser, deve... pois, mas a mim, já sabem... E no Babugem, leio "algumas mulheres adultas acham muita piada à bestialidade dos adolescentes". Meus amigos, é a gargalhada geral!
Urge esclarecer!
O Ivan escreveu um texto muito simpático a comentar a minha alegada saída da blogosfera, esquecendo que hoje é dia 1 de Abril, mais conhecido por dia das mentiras. E eu adoro mentir como quem rouba uma maçã. É delicioso, irresistível. Este é um dos poucos dias que celebro e não podia deixar que passasse em branco. Mas ao ler o texto do Ivan, senti que em vez de roubar um doce estava a roubar um Alfa Romeo e de criança passei a criminosa. Não vou a lado nenhum! Espera... e se o Ivan também mentiu? Não se pode confiar em ninguém neste dia. Que maravilha.
O Ivan escreveu um texto muito simpático a comentar a minha alegada saída da blogosfera, esquecendo que hoje é dia 1 de Abril, mais conhecido por dia das mentiras. E eu adoro mentir como quem rouba uma maçã. É delicioso, irresistível. Este é um dos poucos dias que celebro e não podia deixar que passasse em branco. Mas ao ler o texto do Ivan, senti que em vez de roubar um doce estava a roubar um Alfa Romeo e de criança passei a criminosa. Não vou a lado nenhum! Espera... e se o Ivan também mentiu? Não se pode confiar em ninguém neste dia. Que maravilha.
Na na na... tem mais encanto, na hora da despedida
Pronto, um dia tinha de ser: o bomba inteligente termina aqui. Ontem, numa sessão inesquecível de numerologia doméstica, fiquei a saber que o meu número é o 8 e que isso significa que estou destinada às grandes realizações. Ora isto subiu à minha pobre cabeça chocha e, de repente, decidi dedicar-me aos ditos grandes empreendimentos. Parece que o número do Onassis também era o 8 e essa informação foi determinante para levantar o rabiosque da cadeira, deixar-me de blogagem e dedicar-me ao que interessa: a fazer piscinas de moedas. Até sempre!
Pronto, um dia tinha de ser: o bomba inteligente termina aqui. Ontem, numa sessão inesquecível de numerologia doméstica, fiquei a saber que o meu número é o 8 e que isso significa que estou destinada às grandes realizações. Ora isto subiu à minha pobre cabeça chocha e, de repente, decidi dedicar-me aos ditos grandes empreendimentos. Parece que o número do Onassis também era o 8 e essa informação foi determinante para levantar o rabiosque da cadeira, deixar-me de blogagem e dedicar-me ao que interessa: a fazer piscinas de moedas. Até sempre!
Subscrever:
Mensagens (Atom)