blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

quinta-feira, janeiro 31, 2008

Bomba de Ouro: "Eu quero saber como é que se coze raia, pode ser?" maradona, claro.
"Está, mas estão a arrumar tudo"



Via Atlântico
Eu hoje acordei assim...


Natalie Portman

... em The Boscombe Valley Mystery, Sherlock Holmes prova como a sofisticação da inteligência conduz à prática do bem. No final, quando Holmes percebe quem é o assassino e ouve as suas motivações, opta por não o entregar à Polícia. Note-se que o homem estava condenado, tinha um mês de vida no máximo, e a Holmes interessa sobretudo salvar o inocente que entretanto foi preso. Certifica-se de que tal acontece, esperando para ver e não utilizando uma cartada que revelaria uma verdade dolorosa para uma filha e um futuro genro. Estou absolutamente rendida à elegância de Sherlock Holmes. É o Homem Perfeito (com maiúsculas agora).

quarta-feira, janeiro 30, 2008

"Oh, that's rather drastic, isn't it dear?"

"Perhaps you were never introduced to a lobster"

"Because, because, because, because, becaaause!"

Virilidade em 1957

Talvez: não digo o ostracismo - e depois para onde ia? - mas um belo raio fulminante...
Mas também é isto: "Psychoanalysis should not be promoting knowledge as a consolation prize for injustice." Idem, desta vez na página 44.
É um bom bocado isto: "We are born in turbulent love with the world, which is assumed to be made for us, of a piece with our wishes; then we suffer the humiliation of disillusionment, in which our rage is the last vestige of our hope. And then, if we are lucky - if we have the character, or the right parents, or both - we accommodate to the insufficiencies. We become the heroes and heroines of our enlightened adaptation to the way the world is. Psychoanalysis, in other words, confirms the traditional view that in fact we have been born into the wrong world, but for some reason - salvation, moral well-being, pleasure, genetic transmission - we must try to make the most of it." Adam Phillips, The Beast In The Nursery, na página 37.
Mais de 24 horas depois: de assistir a um violento ataque à personalidade (mais que chocha) de Othello (uma espécie de bombardeamento sumário que aplaudi em silêncio), decidi que o problema não é bem dele. Embora haja sem dúvida uma estupidez profunda em Othello, que o leva inevitavelmente à prática do mal (a estupidez e a maldade estão relacionadas, acreditem), a nossa atenção deve ser toda dedicada a Iago. Iago é o diabo e Othello não tem capacidade para o reconhecer. Acontece imenso. Isso não significa que castiguemos a vítima para toda a eternidade, por muito cúmplice que esta seja.

terça-feira, janeiro 29, 2008


Bomba de Ouro: "Em Portugal, estamos ainda no neolítico: a tara cinegética, a perversidade das touradas, a matança e degola do porco, os jogos com animais fazem do nosso país uma vergonha para a causa da defesa da vida animal." Miguel Castelo-Branco
Brushing up my Shakespeare



Virilidade em 1981

Blockbomba: Die Hard 4.0 (péssimo filme, um disparate em crescendo e Bruce Willis um autêntico canastrão).
Modo de vida: gosto muito de umas bolachas integrais redondas e fininhas.
Eu hoje acordei assim...


Sharon Tate

... os canais Fox e Fox Crime são concorrentes? Aquele denominador comum - errr, Fox - leva-me a pensar que não, no entanto pela segunda vez ontem percebi que o início de Boston Legal não está bem sincronizado com o fim de House. A diferença de não mais de cinco minutos é o suficiente para um espectador impaciente se desinteressar do republicano mais querido da América: Denny Crane. Felizmente não sou impaciente. Não tenho paciência, mas essa é outra história.

segunda-feira, janeiro 28, 2008

As mentiras mais frequentes

O jornal britânico Daily Mail divulgou o resultado de um inquérito a 2500 pessoas sobre o tipo e o número de mentiras ditas diariamente. Concluindo que a média diária é de quatro, resta analisar o tipo de mentira que se diz. Em primeiro lugar na lista ficou o clássico «está tudo bem». Em que situações dizemos tal coisa? Quando de forma amável, mas igualmente mentirosa em grande parte dos casos, se pergunta «como vai a vida». Mentirola com mentirola se paga. Mas não havendo consequências nefastas, qual é o problema da resposta que peca talvez por ser pouco exacta? Na verdade, trata-se de uma resposta de cortesia a uma pergunta também de cortesia. Ambas podiam ser substituídas pela palavra «olá», cujo grau de verdade não passa pela cabeça medir. A resposta depende ainda da intimidade que se tem com quem pergunta. Se partir de um amigo preocupado, com certeza diremos um bocadinho mais, quem sabe até se a verdade. Mas a pergunta «como vai a vida» não obriga a uma resposta verdadeira. E se não houver obrigação de dizer a verdade (porque não apetece, por exemplo), a resposta pode à mesma ser equiparada a uma coisa vil como uma mentira?

Publcado na Tabu, Cinco Sentidos, 26-01-08.

domingo, janeiro 27, 2008

Eu hoje acordei assim...


Milla Jovovich

... mais um dia belíssimo. Esta espécie de Primavera fresca agrada-me muito: céu límpido, visibilidade estupenda, temperatura doce, apesar do friozinho da manhã e do fim de tarde. Ontem uma amiga apresentou-me formalmente ao freudiano Adam Phillips e depois de ler o primeiro capítulo de The Beast In The Nursery, pensei que estava perante uma espécie de Allain de Botton da Psicanálise em muitíssimo melhor. Numa breve pesquisa, confirmei esta impressão: Allain de Botton é um dos maiores fãs de Adam Phillips! Volto a falar sobre o assunto quando acabar de ler o livro. Entretanto parece que Mary J. Blige finalmente acertou. Já era hora!

sábado, janeiro 26, 2008

Blockbomba: The Moguls (simpático). Planet Terror (eu quero uma Cherry Darling só para mim!).

É isto: "Mas mesmo do ponto de vista das coisas mais insignificantes da vida, nós não somos um todo materialmente constituído, idêntico para toda a gente e de quem cada um apenas tenha de tomar conhecimento, como de um caderno de encargos ou de um testamento; a nossa personalidade social é uma criação dos pensamento dos outros. Mesmo o acto tão simples a que chamamos «ver uma pessoa conhecida» é em parte um acto intelectual." Marcel Proust, Em busca do tempo perdido, tradução de Pedro Tamen, na página 25.

sexta-feira, janeiro 25, 2008

(Bater no fundo)

The Candy Heart You Should Give Is:

To: O Senhor Comentador
From: Bomba Inteligente
Your Power Bird is an Owl
You are beyond wise. You are so smart, you're almost prophetic. Your inner voice always speaks the truth, and you take the time to listen to it. You are good at seeing who people are... including the darkness of others. As a result, you tend to have a rather dark - yet realistic - outlook on life.
Ainda sobre as tradições: que implicam actos de crueldade e sofrimento, julgo que a única coisa a fazer é pegar nos adeptos, enfiá-los num cântaro de barro, içar o dito cântaro, parti-lo quando estiver bem, bem alto e depois andar a empurrar e a perseguir até caírem para o lado. Não tem nada que saber.
Ninho de cucos (93)

- Varandas, se te portas mal levo-te para Vouzela.
- Miau?
"Não sejam animais": não é um bom título, embora perceba a intenção. E não é bom porque nenhum animal, por mais selvagem que seja, se comporta desta maneira. Os animais não provocam sofrimento nem humilham desta forma. Podem querer almoçar ou jantar o próximo, ou apenas defender-se, mas estas são questões completamente diferentes. Nenhum animal não-humano é tão imbecil como as criaturas que seguem a tradição de enfiar um gato num cântaro de barro, içando-o para o partirem e depois andarem a correr atrás do bicho desnorteado, duh! "Não sejam débeis mentais" parece-me um título mais adequado (embora talvez demasiado optimista porque dá a entender que o problema tem solução quando não tem).
Eu hoje acordei assim...


Monica Bellucci Attenborough

... o maradona, um rapaz muito irrequieto, apagou do blogue dele um YouTube extraordinário de um pássaro imitador de todos os sons - inclusivamente alarmes e serras eléctricas! - apresentado por Sir David Attenborough. Voltei a descobrir esse portento da Natureza aqui. Vale a pena ver ou rever.

quinta-feira, janeiro 24, 2008

Antes de deitar: "One of the most dangerous classes in the world is the drifting and friendless woman. She is the most harmless and often the most useful of mortals, but she is the inevitable inciter of crime in others. She is helpless. She is migratory. She has sufficient means to take her from country to country and from hotel to hotel. She is lost, as often as not, in a maze of obscure pensions and boardinghouses. She is a stray chicken in a world of foxes. When she is gobbled up she is hardly missed." Sherlock Holmes, em The Disappearance of Lady Frances Carfax.
É isto: "You see, I consider that a man's brain originally is like a little empty attic, and you have to stock it with such furniture as you choose. A fool takes in all the lumber of every sort that he comes across, so that the knowledge which might be useful to him gets crowded out, or at best is jumbled up with a lot of other things so that he has a difficulty in laying his hands upon it. Now the skilful workman is very careful indeed as to what he takes into his brain-attic. He will have nothing but the tools which may help him in doing his work, but of these he has a large assortment, and all in the most perfect order. It is a mistake to think that that little room has elastic walls and can distend to any extent. Depend upon it there comes a time when for every addition of knowledge you forget something that you knew before. It is of the highest importance, therefore, not to have useless facts elbowing out the useful ones." Sherlock Holmes, em A Study in Scarlet
Projecto para o futuro



Eu hoje acordei assim...


Jeanne Moreau

... tenho a oportunidade de acordar com oitenta anos e um dia looking like twenty five and some change!

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Antes de deitar: "What is the meaning of it, Watson? (...) What object is served by this circle of misery and violence and fear? It must tend to some end, or else our universe is ruled by chance, which is unthinkable. But what end? There is the great standing perennial problem to which human reason is as far from an answer as ever." Sherlock Holmes, The Adventure of The Cardboard Box.
Acabado de ouvir: "Watson, what is the medical term for obsession?" Sherlock Holmes, The Adventure of the Mazarin Stone.
Eu hoje acordei assim...


Raquel Welch

... dado o teu exemplo, é claro que não serve. Um corpo que foge para si mesmo é inútil. Um corpo que se refugia em si próprio não adianta nem me parece particularmente saudável (resta saber se será belo afinal). Percebo - e concordo absolutamente - que o culto do corpo é um exercício de narcisismo. Como tal, há uma espécie de boçalidade implícita nesse excesso de preocupação com o físico. Mas nota que os exemplos de corpos bonitos a que me referi ontem são todos naturais, e em que, à excepção do exercício físico e de outros cuidados normais (e nem sequer estou certa disso), não foram utilizados artifícios invasivos como operações plásticas, hormonas, etc. Outra época. A utilidade da beleza é, no entanto, sempre de difícil discussão. Para que serve a Mona Lisa? Não é disto que estás a falar, bem sei. Assim sendo, uma salva de palmas para a Raquel Welch!

terça-feira, janeiro 22, 2008

Não é uma explicação mas pode haver alguma coisa a dizer a partir desta entrevista

Why so serious? o actor Heath Ledger, excelente em Brokeback Mountain e que promete ser o melhor Joker da história, foi encontrado morto em casa. Há indícios de que se terá suicidado. Tinha 28 anos. Vá-se lá perceber.
Modo de vida: adoro o Túnel do Marquês porque se anda muito devagarinho e é super-silencioso. Além do mais é eficaz. Mas isso não é tão importante como o resto.
Eu hoje acordei assim...


Cyd Charisse

... ora para que serve um corpo bonito? Um corpo bonito serve para fazer coisas bonitas. Como, por exemplo, usar vestidos encarnados e acompanhar Fred Astaire. Também pode servir para usar esticar e suar e usar maillot e calções ou para dar uns saltinhos para aqui e para ali. Pode não nos salvar, nem dura para sempre, mas paciência. Não será por isso que nos vamos aborrecer.

segunda-feira, janeiro 21, 2008

Sobre a data

"The day of publication was becoming, in Joyce's supersticious mind, talismanic. He wrote Miss Weaver on November 1, 1921, 'A coincidence is that of birthdays in connection with my books. A Portrait of the Artist which first appeared serially in your paper on 2 February [his birthday] finished on 1 September [her birthday]. Ulysses began on 1 March (birthday of a friend of mine, a Cornish Painter [Bugden, who was half Cornish]) and finished on Mr. Pound's birthday [October 30], he tells me. I wonder on whose it will be published.' Chance was too important for Joyce to allow it complete freedom; he resolved to have the book appear on his fortieth birthday, February 2 (...)".

Richard Ellman, James Joyce, Oxford University Press, New York, 1983, p. 523.
Ideias (quase) feitas sobre as mulheres

Se é gorda é porque é uma gorda; se é magra é porque é infeliz; se é solteira é porque tem mau feitio; se é casada é porque a família queria muito; se é divorciada cai o Carmo e a Trindade; se é infiel é porque se libertou do pai; se tem um filho é porque tem só um; se tem dois é porque a família queria muito; se tem três é porque não tem mais que fazer; se não tem filhos é porque é uma egoísta; se gosta de ler é porque não gosta de sexo; se gosta de sexo é só porque desde 2 de Fevereiro de 1922 que não se publica um livro decente; se gosta de escrever é porque quando tinha seis anos atirou uma pedra à cabeça de um menino e viu sangue e lágrimas pela primeira vez; se ri é porque está sempre a rir; se chora é porque é falsa; se é exuberante é porque é histriónica; se é burra é porque é bonita e a beleza precisa de dedicação; se é feia é porque é estúpida, dizia um grego velho; se tem vinte anos é uma adolescente; se tem trinta é balzaquiana; se tem quarenta, tem idade para ter juízo; se tem cinquenta está muito bem; se tem sessenta ninguém diria; se tem setenta parece que tem sessenta; se tem oitenta chama-se Agustina Bessa-Luís. Sobre os homens nunca há tanto a dizer.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 19-01-08.
Educação musical (35)

Educação musical (34)

Educação musical (33)

domingo, janeiro 20, 2008

Estado em que se encontra este blogue

Gustave Courbet, Portrait de Juliette Courbet comme une enfant dormant, 1841, Musée d'Orsay
La fama, Jorge Luis Borges

Haber visto crecer a Buenos Aires, crecer y declinar.
Recordar el patio de tierra y la parra, el zaguán y el aljibe.
Haber heredado el inglés, haber interrogado el sajón.
Profesar el amor del alemán y la nostalgia del latín.
Haber conversado en Palermo con un viejo asesino.
Agradecer el ajedrez y el jazmín, los tigres y el hexámetro.
Leer a Macedonio Fernández con la voz que fue suya.
Conocer las ilustres incertidumbres que son la metafísica.
Haber honrado espadas y razonablemente querer la paz.
No ser codicioso de islas.
No haber salido de mi biblioteca.
Ser Alonso Quijano y no atreverme a ser don Quijote.
Haber enseñado lo que no sé a quienes sabrán más que yo.
Agradecer los dones de la luna y de Paul Verlaine.
Haber urdido algún endecasílabo.
Haber vuelto a contar antiguas historias.
Haber ordenado en el dialecto de nuestro tiempo las cinco o seis metáforas.
Haber eludido sobornos.
Ser ciudadano de Ginebra, de Montevideo, de Austin y (como todos los hombres) de Roma.
Ser devoto de Conrad.
Ser esa cosa que nadie puede definir: argentino.
Ser ciego.
Ninguna de esas cosas es rara y su conjunto me depara una fama que no acabo de comprender.
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer

- Tem toda a razão a Alexandra. Os livreiros não querem saber do centenário do nascimento de Simone de Beauvoir. Não há livros nenhuns da sua autoria em língua nenhuma, e arriscaria a dizer em nenhuma das grandes livrarias de Lisboa. Nem na Byblos. Por muita curiosidade que se tenha...
- Quanto a este post, não sei o que dizer. Ando há uma semana a pensar no assunto. Acho muita graça, é comovedor e encantador, mas ao mesmo tempo acho muito mal. A brincadeira do "quando nos conhecermos, o blogue acaba" é engraçada mas depois de ver a coisa concretizada resta-me dizer ao Miguel que esqueça, por favor; que faça de conta que nunca me viu sequer e que volte.
- Dois belos YouTubes. Springsteen rules!
- Sábias palavras do Berra-Boi: "nunca fiz tão pouco, mas também nunca me soube tão bem". Ser adulto também é isso, não é? Muitos blogoparabéns!
- Ah, tantas saudades! Mi Buenos Aires querido, cuando yo te vuelva a ver no habrá más pena ni olvido...
Entretanto, um bocadinho mais a Sul


Martín Lousteau, Ministro da Economia da Argentina, 37 anos de idade. Eis uma das vantagens de ter uma mulher no poder. Uma mulher que não seja um tanque, entenda-se. (Que me perdoe apenas Mrs. Thatcher, pelo comentário pouco delicado e que a pode incluir, mas que na verdade não inclui nada.)
Eu hoje acordei assim...


Pamela Anderson

... revejo-me perfeitamente neste tipo de argumentação - "o quê, essa criatura falou bem do Obama? então não pode ser assim tão bom"; ou melhor, "então eu não posso gostar do mesmo porque não sou assim" - sobretudo em casos como é este das eleições americanas, que não nos dizem assim tanto respeito como gostaríamos. Barack Obama está a ficar um bocadinho para trás mas era de prever que Hillary Clinton tomasse a dianteira. (talvez aqui pudesse introduzir uma nota mais feminina, explicando como um certo sentido de vingança é importante na vida mas não o farei). É muito provável que ganhe em Novembro. E se o seu adversário for John McCain será uma surpresa se não vencer. Só talvez Mike Huckabee represente uma séria ameaça à vitória de Mrs. Clinton. Veremos. Continuo a seguir o espectáculo com muito interesse.

sábado, janeiro 19, 2008

Bombas-correio: um leitor assíduo e devidamente identificado escreve-me que o post em baixo é um huge turnoff porque a fotografia promete (bem como o início do texto) e depois acabo a falar do Papa, credo. Tem razão, mas peço que entenda que por vezes gosto que não haja relação entre a imagem e o texto (bomba caprichosa é assim). Outro leitor, também muito amável, explica-me as razões para a mudança de estilo de Jeremy Brett na segunda série de episódios de Sherlock Holmes: "O Jeremy Brett tinha a doença bipolar. A morte da sua segunda esposa no final das gravações da primeira série provocou uma degradação do seu estado. Isso reflectiu-se cada vez mais nas séries seguintes e em particular na final. Há uns meses, a RTP Memória transmitiu-as de novo. O Holmes final era um personagem com uma carga trágica que o afastava do mais 'canónico' Holmes da primeira série. Estou certo de ser o actor que se reflectia na personagem." Não sabia, fiquei cheia de problemas de consciência por causa do que escrevi e agora hei-de aplaudir Jeremy Brett em todos os episódios que me falta ver, mesmo que faça piruetas enquanto fala. Agradeço a ambos, muito obrigada.
Eu hoje acordei assim...


Kate Moss

... a pensar que de vez em quando uma pessoa tem de se atirar de cabeça. Nem que se atire no fundo a morrer de medo e resolva o assunto depois. É preciso arriscar um bom bocado mais, ir além do que se pensava ser possivel, não ter prudência. Há que dizer o que se pensa, correndo o risco de cometer erros. Só assim é possível evoluir. Mas vivemos tempos difíceis. De vez em quando ouço dizer que nunca houve tanta liberdade, no entanto o Papa não é bem-vindo numa universidade. Ao Papa foi negada a possibilidade de dizer o que pensa. É estranho, não é?

sexta-feira, janeiro 18, 2008

Bomba de Ouro: "Deixem-me que vos fale com franqueza. Afinal, a Pastelaria é minha. O Tony Blair tem cara de parvo. Tinha cara de parvo anglicano, tem cara de parvo católico." Ana Cristina Leonardo
Cenas da vida conjugal

- Joguei no Euromilhões.
- Sabes que agora corremos o risco de ganhar 55 milhões de euros?
- Eu sei, é horrível.
- É obsceno.
Bomba de Ouro: "BCP! BCP! Grita a multidão, lembrando ironicamente os comunistas constipados." O Senhor Comentador (juro que não é amiguismo! Eu nem conheço o homem!)
Projecto para o futuro






Conversas deliciosas

- Fui educada a R&B, Hip Hop, Pop...
- Epá, eu fui educada a Rock.
- Sim, um bocadinho, mas pouco.
- Mas a Madonna...
- Epá, a Madonna é comum a todas nós.
- A Madonna ultrapassou qualquer coisa.
- É isso.
Eu hoje acordei assim...


Ingrid Bergman

... é comum, embora não deixe de ser estranho, que muitas pessoas queiram saber coisas a respeito dos outros que nem a esses outros interessa nem às vezes sequer lhes passa pela cabeça. E, no entanto, a curiosidade existe. Só pode ter a ver com um aborrecimento profundo e com as expectativas que os curiosos têm para si próprios e que julgam ser não só as mais acertadas como as desejadas por todos. Como se a vida dos outros tivesse de ser uma eterna justificação daquela que escolheram. Numa nota mais terrivelmente intimista diria que não tenho paciência. Aliás porque grande parte dela vai para as pesquisas no YouTube. No outro dia fiquei um bocadinho triste porque não consegui encontrar nada decente da Louise Brooks. Quase tão triste como quando percebi que estupidamente encomendei uma versão abreviada de um livro. Este é o género de coisas que ocupa a minha cabeça. Isso e haver bancos privados subservientes ao Estado e outros que o ignoram completamente, não é curioso? No outro dia li uma notícia no Público que dava nota disso mesmo. Essa questão não devia preocupar aquele senhor do Banco de Portugal, cujo nome agora me escapa? Outra coisa que me tem ocupado o espírito tem sido a interpretação de Jeremy Brett na segunda série de episódios de Sherlock Holmes e as suas consequências nefastas. Jeremy Brett deixou de ser teatral para se tornar um descontrolado, que, ainda por cima, contamina os outros actores. Pioraram todos - supercanastrões e exageradíssimos - e até o realizador tenta uns efeitos que cansam o pobre espectador cansado de tanto malabarismo dramático. Apesar de tudo, a personagem é um homem perfeito. Uma maravilha de diálogos, de raciocínio, de maneira de agir e de pensar. Só o novo Watson é bastante mais burro do que o primeiro, e realmente não era preciso acentuar uma diferença já óbvia. Não gosto deste Watson. O da primeira série de episódios não era burro nem cometia erros. Este já conseguiu que uma criatura fosse assassinada por causa de uma imprudência sua. Mas vou continuar a ver, claro. Ainda estou no intervalo do Godard. Ah, bela fotografia de Ingrid Bergman!

quinta-feira, janeiro 17, 2008

Educação musical (32)

Educação musical (31)

Educação musical (30)

Educação musical (29)

Emma Thompson and Stephen Fry

quarta-feira, janeiro 16, 2008

Afinal de contas, vamos lá a ver, para que é que serve o YouTube?

Goran Bregovic - Ederlezi

Nikos Papazoglou - Αύγουστος



(E agora? O YouTube prega partidas aos que muito procuram.)
Leonard Cohen & Judy Collins - Hey, That's No Way To Say Goodbye

terça-feira, janeiro 15, 2008

Estado em que se encontra este blogue

Gustave Courbet, Les Cribleuses de blé, 1854
Clique na imagem para ver melhor


Gustave Courbet, L'atelier du peintre, 1855

segunda-feira, janeiro 14, 2008

Pedaços de Britney

Exceptuando o delírio psicótico de rapar o cabelo, a vida de Britney Spears tem sido notícia por motivos corriqueiros – casamento, filhos, divórcio – mas que às super-estrelas não são perdoados nem esquecidos. A imprensa especializada em escândalos tem ganho milhões à custa do seu destrambelhamento, e isso só se passa num mundo em que a inveja vende. Ver uma menina lourinha caída em desgraça é um manjar para flácidas e falhados. A inveja é a razão principal para o êxito desse tipo de publicações peritas em explorar as fragilidades dos leitores. Adivinho o sofrimento desta rapariga do Mississípi mal aconselhada e transformada num produto pouco credível, quase assexuada. Contra todas as previsões, a cantora regressa com um novo álbum e com um curioso segundo tema, Piece of Me. Num bom vídeo, canta sobre as suas desgraças e pergunta se mesmo assim querem um pedaço dela: «I’m Miss bad media karma, another day another drama». Ao contrário do que se passou em Everytime, um vídeo infeliz que lhe custou alguns fãs e em que simula o suicídio depois de uma perseguição de paparazzi, Britney Spears ridiculariza os que a denigrem e ganha pontos nesta guerra.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 12-01-08.

domingo, janeiro 13, 2008

Eu hoje acordei assim...


Natalie Portman

... a primeira vez que entrei numa igreja baptista estava na Pensilvânia. Ontem foi a segunda em S. Domingos de Benfica. Assisti à palestra sobre O Livro de Rute, devidamente anunciada pelo Tiago Cavaco, dada pelo Francisco José Viegas e pelo Samuel Isaac Úria. Fui uma das várias pessoas que leram o texto na véspera pela primeira vez. Muitos presentes o terão relido. Como não tive ânimo (às vezes uma bomba intimida-se) para me levantar e fazer dois comentários, gostaria de os fazer agora. Não vi nem malícia nem feminismo na história de Rute. Só vi coragem e lealdade. Uma lealdade puramente feminina - um belo adjectivo, Samuel -, típica entre mulheres, sobretudo de uma mulher mais nova em relação a uma mulher mais velha. A mulher mais nova protege a mais velha. É assim a amizade feminina, coisa séria, da maior importância. Quanto ao feminismo de Rute, julgo que se tratava de uma mulher que sabia exactamente o que queria. Se isso é feminismo, então nunca houve nada a fazer nem direitos das mulheres a reinvindicar. As mulheres são por natureza empreendedoras. Têm forçosamente de o ser, se não morrem. As mulheres actuam por uma questão de sobrevivência. E a história de Rute é também uma bonita história de sobrevivência. Gostei muito. Até Março.

sábado, janeiro 12, 2008

Camille Paglia gosta de reality-shows e adverte as mulheres para o excesso de disponibilidade facilitada pelas novas tecnologias. Nada mau para uma feminista pura e dura.

Eu hoje acordei assim...


Anita Ekberg

... a fumar no blogue. A lei não prevê nada a respeito do que é com certeza uma contravenção, visto que este blogue é um recinto fechado. Gostei de ver ontem o documentário sobre Simone de Beauvoir no segundo canal. Ficou para mim claro que era muito mais interessante que Sartre, muito mais consistente, e que havia nela um ânimo especial que a tornava uma pessoa diferente. Claude Lanzamnn referiu-se a Simone de Beauvoir como uma mulher leal, que dizia tudo, que dizia a verdade. A ver se aprendo francês decentemente.

sexta-feira, janeiro 11, 2008

Sempre brilhante: "What does love feel like?" Martha Nussbaum: "It's not a feeling, it's a relationship, a way of life." Daqui, via O Jansenista.
Very typical: fechem, por favor, fechem à vontade.
Blockbomba: The Bourne Ultimatum (mais um homem perfeito para acrescentar à lista: Jason Bourne, mesmo que interpretado por Matt Damon). Lady Chatterley (muito hippie, muito livre, com muita água, adorei).

quinta-feira, janeiro 10, 2008

O blogue da Fátima Rolo Duarte: foi bloqueado pelo blogger. Pior para ele. A Fátima fez tranquilamente as malas e mudou-se para o Sapo. Agora o F, World tem esta morada:


Toca a mudar os linques!
Ayer de Daniel Melingo (com Cristóbal Repetto)

Mais uma bela escolha, Juan!



Narigón, de Daniel Melingo, tema que fechou O Esplendor de Portugal de hoje.
Não deixa de ser uma criatura estranha mas é um habitante deste planeta como tantos outros

Modo de vida: embora não seja uma personalidade política, concluo a partir da leitura do texto (mas da versão integral) em baixo, que sou um bom bocado mais ouriço do que raposa. Mas um ouriço que gosta de raposas, um ouriço que aceita as raposas tal como elas são e que não as quer transformar em ouriços. Na verdade, um ouriço com uma faceta de raposa, pode ser?
Muito bom texto de João Pereira Coutinho na Folha de S. Paulo: "Onde estão os ouriços? Mistério. Uns tempos atrás, passei uma tarde de conversa em casa de um velho professor inglês que me confessou as suas mágoas mais excêntricas. Como o desaparecimento dos ouriços, já noticiado pelos jornais. Antigamente, era possível caminhar pelo jardim e encontrar dois ou três. Hoje, nem sombra. A poluição urbana, o uso de químicos na agricultura e o avanço do cimento acabaram com a raça. Ele próprio sentia dificuldades em explicar às netas certos personagens das fábulas, em que ouriços falantes abundam. Ouvi tudo com a educação possível e, quando ele se levantou para recarregar os copos, passei os olhos pelos jornais do dia. E então reparei, surpreso, que passavam dez anos sobre a morte do filósofo Isaiah Berlin. Sorri. A efeméride era perfeita porque nenhum outro pensador utilizou a palavra "ouriço" com tanta inteligência e propriedade. Aconteceu em 1953, em ensaio sobre Tolstói. Título? "O Ouriço e a Raposa". E Berlin, socorrendo-se de um aforismo do poeta grego Arquiloco, relembrava: "A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante". Um jogo de palavras? Mais que isso. Para Berlin, "ouriços" e "raposas" representam dois tipos de personalidade distintos que é possível encontrar na história intelectual do Ocidente - e, naturalmente, nas nossas vidas anônimas e privadas. Os "ouriços" surgem movidos por uma idéia central, procurando explicar a diversidade do mundo por referência a um único sistema monista. Platão era um "ouriço". Dostoiévski também. Marx idem. As "raposas", pelo contrário, entendem que a diversidade do mundo não autoriza um único sistema explicativo; são pluralistas porque sabem que os fins são vários e nem sempre compatíveis entre si. Montaigne, Shakespeare ou Joyce eram "raposas" por excelência. E Tolstói? O drama de Tolstói era ser naturalmente uma "raposa", embora desejando ser um "ouriço"." (O texto parece não estar disponível online e acordei com um certo pudor em pespegá-lo aqui completo.)

quarta-feira, janeiro 09, 2008

Lisbon is so gay right now!




O say, can you see, by the dawn's early light...

Eu hoje acordei assim...


Carole Landis

... a ver se me alongo. Bom dia, Pedro! Pois gosto muito do Obama, se bem que agora há uns dados a respeito do seu passado que me afastam - tenho de digerir a informação; que maçada estes políticos americanos têm sempre esqueletos nos armários - e vibro com estas eleições. Aliás, qualquer cidadão minimamente atento e ansioso por ver qualquer coisinha decente na televisão gosta das eleições americanas e dá por ele às três da manhã especado em frente à CNN. Todos esses cidadãos, fartinhos da histeria socratiana profundamente desinteressante, sonham com uma política animada e séria, com o envolvimento das pessoas, e até com umas pequenas bandeirinhas, o que é que custa? Imagina que até os americanos, abstencionistas profissionais, estão interessados nestas eleições! Não havia a blogosfera lusa de estar embrenhada nelas até à raiz dos cabelos. Pelo menos até Novembro, somos todos americanos.

terça-feira, janeiro 08, 2008

Educação musical (28)

Não sei como é que isto vai ser: tenho um fraco por John McCain mas gosto de Barack Obama. Na verdade, de todos os candidatos nestas eleições, só Hillary Clinton não me agrada. E tenho pena porque afinal é a única mulher na corrida. Go, Giuliani, go, go, go! Que desassossego...
Bomba de Ouro: "O jovem aprendiz aprende então que só à beira da cerca percebemos que amar e deixar partir é uma necessidade, não uma opção." Filipe Nunes Vicente
Manifesto anti-Nunes: sim senhor, parece-me lindamente. Mas entretanto fechem, por favor, fechem à vontade.
Eu hoje acordei assim...


Raquel Welch

... achava que no mundo inteiro e arredores só havia um homem perfeito: Sherlock Holmes. Mas ontem, depois de ver a abordagem de Alan Shore a uma rapariga, acordei a achar que afinal há três.

segunda-feira, janeiro 07, 2008

... e já agora uma Charlotte também

Uma Carla antes de dormir...

Todas diferentes, todas iguais

O Presidente francês, Nicolas Sarkozy, apareceu nas revistas dedicadas à especialidade social na estupenda companhia da cantora e ex-modelo Carla Bruni. Ao ver as notícias sobre o caso que neste momento anima França e o resto do mundo (que anda chateado que nem um peru no Natal) apercebo-me de que Sarkozy de muitas formas repete a ex-mulher, Cecilia, pelo menos aparentemente. Ambas são altíssimas, giríssimas, independentes, desempoeiradas, rebeldes. Sarkozy não é apreciador de mulheres discretas e só por isso, se fosse francesa, votaria nele de imediato. Também não parece gostar de mulheres dependentes, o que merece o maior respeito da minha parte. O facto de estar interessado em mulheres que são pessoas torna-o muito interessante, porque revela que emocionalmente é adulto. É certo que repetimos a mesma mulher ou o mesmo homem nas nossas vidas. Talvez o caso mais famoso dessa espécie de clonagem amorosa seja o cantor Prince, um dos terráqueos com melhor gosto em matéria de companheiras. Diria que Sarkozy está interessado no melhor do sexo oposto. No caso da recém-chegada Carla Bruni, para muitos, literalmente.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 29-12-07.

O preço da indiscrição


Tantalus, Willi Glasauer, 1864

É bem conhecido o mito do mortal condenado a fazer rolar um rochedo enorme por uma encosta acima para que mal atinja o topo esta caia e role pela mesma encosta abaixo, obrigando o castigado a recomeçar a sua tarefa para sempre sem fim. Nunca chegar a concluir a pesada tarefa foi o castigo determinado por Zeus a Sísifo por causa de certo rapto da autoria do deus. Tendo sido testemunha de acto, Sísifo terá cometido a imprudência de dar com a língua nos dentes. Já se sabe que Zeus é impiedoso e tem mau feitio, mas hoje em dia nada disto seria desculpável. Agora estaríamos perante uma situação de injustiça mas se fizermos uma viagem no tempo compreendemos que há algo de repugnante na eterna vítima. Tântalo também protagoniza uma boa história. Zeus, num acesso de cólera, tê-lo-á condenado à sede eterna, deixando-o mergulhado na água até ao pescoço com o líquido a fugir sempre que tentava beber. Tântalo terá sido orgulhoso – ou como se diz uns milhares de anos depois disto, uma porteira – ao revelar segredos dos deuses aos mortais depois de ter partilhado da intimidade divina. A quebra de confiança parece ser o motivo comum a ambos os castigos.

Publicado na Tabu, Cinco Sentidos, 5-01-08.

domingo, janeiro 06, 2008

"His grandfather was a royal Duc, and he himself was educated at Eton and Oxford, so Watson, bring the gun" Sherlock Holmes, The Red Headed League.
"It's a wicked world, and when a clever man turns his brain to crime it is the worst of all" Sherlock Holmes, The Adventure of the Speckled Band.
Coisas que melhoram algumas vidas (97)


Mais um melhor sketch entre os melhores

Talento para início de tarde

Eu hoje acordei assim...


Jayne Mansfield

... maradona, estás perdoado. Pois eu adoro a Amy Winehouse.

sábado, janeiro 05, 2008

Educação musical (27)



(Madonna classic: controlado e teatral, bonito e ridículo, encenação pura e muito bem feito.)
Educação musical (27)



Para uma criança de extremo bom gosto.
Educação musical (26)

Diz-me uma amiga: que não sou sensível à lei do tabaco porque não sou fumadora. Tem razão. É verdade que se fumasse teria pelo menos curiosidade por essa questão que me afectaria directamente. Esclareço, no entanto, que não é o facto de os outros fumarem que me incomoda. Não imponho ao mundo que seja não fumador, não condeno (era só o que faltava) nenhum cigarro fumado, mesmo contra a lei num recinto fechado. Só não percebo a histeria em torno do caso e o aproveitamento de uma questão menor (repito) para reclamar algo tão sério e profundo como a liberdade individual. Saibam que não sou grande adepta deste tipo de obsessão com as liberdades individuais. Como se o mundo fosse composto por casulos.
Eu hoje acordei assim...


Audrey Hepburn

... sou da opinião que a ASAE deve fechar todos os estabelecimentos que muito bem entender. Desculpem lá, as bolas de berlim na praia? Nem queria acreditar no coro de indignações na altura. E que se dane a ginginha e mais a empadinha de conteúdo mais que duvidoso. Fechem, por favor, fechem à vontade. E, sinceramente, a respeito da lei to tabaco, acho só lamentável que se discutam tanto questões menores como essa. Tanto tempo, que diabo, a falar sobre se podemos fumar. Chega a ser uma falta de educação o tempo gasto em disparates disfarçados de Grandes Causas como esta do tabaco. Lamento, mas não me comove. Não me desperta sequer curiosidade. Ninguém parece muito preocupado em falar sobre os problemas graves deste País, como a pobreza, que, se dúvidas houvesse, está cada vez mais visível. Deve haver um medo qualquer de se ser considerado demagógico, e mesmo um pouco frívolo, pois se toda a gente sabe que em Portugal se vive mal, não há dinheiro, há fome, e então? Perante este estado de coisas num dia nublado, mas lindo, vou dedicar o dia à contemplação.

sexta-feira, janeiro 04, 2008

O primeiro blogue para invisuais: O Senhor Comentador chega à blogosfera! E o template está lindo...

Eu hoje acordei assim...


Marilyn Monroe

... toda vestida e com um ar vagamente assarapantado. Deve ser da hora. Seja como for, um dia lindo este quarto do novo ano. Lembro-me de acordar com o pensamento de que só há uma explicação para a misoginia: mães autoritárias, sem compaixão nem doçura e nem paciência. Mas pode ser apenas uma impressão matinal. Vou ver se articulo isto melhor.

quinta-feira, janeiro 03, 2008

Nas bancas!

Obra-prima a meio da tarde



Poses
by Rufus Wainwright

The yellow walls are lined with portraits
And I've got my new red fetching leather jacket
All these poses such beautiful poses
Makes any boy feel like picking up roses

There's never been such grave a matter
As comparing our new brand name black sunglasses
All these poses such beautiful poses
Makes any boy feel as pretty as princes

The green autumnal parks conducting
And the city streets a wondrous chorus singing
All these poses oh how can you blame me
Life is a game and true love is a trophy

And you said
Watch my head about it
Baby you said watch my head about it
My head about it
Oh no oh no oh no
Oh no oh no no kidding

Reclined amongst these packs of reasons
For to smoke the days away into the evenings
All these poses of classical torture
Ruined my mind like a snake in the orchard
I did go from wanting to be someone now
I'm drunk and wearing flip-flops on Fifth Avenue

Once you've fallen from classical virtue
Won't have a soul for to wake up and hold you


In the green autumnal park conducting
All the city streets a wondrous chorus
Singing all these poses now no longer boyish
Made me a man ah but who cares what that is

And you said watch my head about it
Baby you said watch my head about it
My head about it
Oh no oh no oh no
Oh no oh no well you said
Watch my head about it
Baby you said watch my head about it
My head about it
Oh no oh no oh no
Oh no oh no no kidding

Para o jmf. Deixe-se de coisas, vá.
Eu hoje acordei assim...


Anita Ekberg

... gorda, meus amigos, a questão é só essa. E, como se vê pela fotografia, desesperada por exercitar os músculos desta máquina infernal a que chamamos corpo. Quanto a este tipo de panfletos, pois faça o favor de publicar as fotografias das autoras de semelhantes provocações destinadas a um público sedento por menorizar as mulheres, que é vasto e que tem dinheiro para comprar esse lixo científico! Ah, que não me posso enervar logo no terceiro dia do ano... Ph.D com certeza e muito bem, mas e essas carinhas larocas? Tenho uma vaga intuição... Sherlock Holmes - que não estava de todo interessado - valorizava a intuição feminina. Muitas vezes acima de qualquer análise lógica. Mas isso, lá está, era porque não conhecia as mulheres. (E com esta observação estrago tudo; a minha carinha está na mesma, embora com duas rugas a mais.)

Adenda: humpf!

quarta-feira, janeiro 02, 2008

Sherlock Holmes muito bem legendado em grego moderno. Is a girl to resist?

Dos Modernos: Zeus é sexy. (Como esta afirmação requer desenvolvimento, vou fazer de conta que é um rascunho.)
Dos Antigos


Henri Matisse, L'Enlevement d'Europe, 1929
Metabloggers do it better (74)

Cor de laranja é o novo amarelo, que, por sua vez, foi um dia o novo cor de laranja.
Bombas-correio: o Ricardo Oliveira chama a minha atenção para um artigo sobre Joan Collins, a propósito da publicação da sua biografia: "Husbands, lovers, collaborators, friends; here is a woman with no use for the corpse once she has extracted the marrow. Yet somehow she endures over the decades; green eyed St Joan presiding above a bonfire of dried sticks and husks of husbands." Sounds horrible e fiquei com curiosidade.
Nâo fazer o mesmo: embora o Eduardo Pitta tenha escrito um post longo (tudo o que exceda as três frases na blogosfera...) a anunciar que não dá os parabéns a nenhum blogue, informação indispensável ao bom funcionamento das coisas, decidi não lhe dar a provar uma bela dose do seu próprio remédio. Desejo, por isso, longa vida ao Da Literatura, muitos parabéns pelo terceiro aniversário e porque acordei generosa ainda lhe ofereço um presente. Mais um YouTube lindo, visto que há poucos neste blogue. Lê T. S. Eliot. Feliz blogoaniversário!

Bomba de Ouro: "Isaac, que é filho de um merceeiro judeu de Newark que deve dinheiro ao seu senhorio gentio, agarrou em dois dos membros de Magali e fingiu arremessá-la com violência na direcção do palco. Magali fechou os olhos e sorriu, o seu rosto rodopiando a centímetros do chão, perante o olhar aprovador do noivo, que se encontrava na audiência, e que a deve ter achado mais do que preparada para a vida conjugal." Rogério Casanova
"When I got a little bit older, and the equipment arrived..."

Eu hoje acordei assim...


Joan Collins

... vamos no segundo dia do ano novo e já temos escândalo na famiglia. Isto promete!

terça-feira, janeiro 01, 2008

Série de culto: "You were practically living with Sylvia Plath. You didn't notice that." House, primeiro episódio da quarta temporada.
Coisas que melhoram algumas vidas (96)

House, quarta temporada, hoje, às 21h30, no canal Fox.
O melhor sketch entre os melhores

Educação musical (25)

Educação musical (24)

Macanudo por Liniers, no La Nación
Dos Antigos

Pistoxenos, Aphrodite On A Swan, tondo from an Attic white-ground red-figured kylix, ca. 460, The British Museum.

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