blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

sábado, março 31, 2007

Nós por cá todos bem©

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Muitos parabéns aos autores!
Para o Miguel Castelo-Branco

"Agapi pou 'gines dikopo maxairi..." Melina Merkouri

Todá rabá!

sexta-feira, março 30, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Dita von Teese

... a pensar que as pessoas menos flexíveis nos seus relacionamentos pessoais, ou socialmente antipáticas, são sempre as mais desagradáveis. Viva a arte da experiência que leva ao conhecimento e à libertação! E começou a terceira série de Desperate Housewives - então? logo agora que temos assunto? - mas ainda não vi o primeiro episódio que tenho gravado numa cassete, por sua vez posta em sossego numa prateleira fora do alcance do gato Varandas. Entretanto, nos verbos em hebraico passa-se algo muito peculiar. Além das vozes activa e passiva, existe uma espécie de voz de intensidade: activa intensiva, passiva intensiva e reflexiva intensiva, que resulta em qualquer coisa como "morreu com violência", "foi morto com violência" e "matou-se com violência", respectivamente. Curioso isto de a intensidade com que se pratica uma acção fazer parte da conjugação verbal e não, como conhecemos, de um qualquer advérbio de modo.

quinta-feira, março 29, 2007

Sete anos de espera

Se havia dúvidas sobre se a maioria dos comentadores na imprensa portuguesa sabia distinguir entre a televisão e a realidade, elas têm sido progressivamente eliminadas, graças a polémicas ridículas, como as que envolveram o concurso Os Grandes Portugueses ou, mais recentemente, o reality-show, A Bela e o Mestre. A atribuição de intenções obscuras ou de classificações generalistas ao que é apenas aquilo que é - neste caso, dois programas de entretenimento - aflige-me. Se Salazar ganhar Os Grandes Portugueses, lá teremos a brigada do reumático do costume a reclamar da gravidade que tal escolha implica. Mas a vida é mais simples: se o vencedor for Salazar, isso quererá somente dizer que, num total de 100 mil votações, muitas pessoas votaram contra Cunhal, outras fixaram aquele número de telefone ou votaram naquele porque sim. Quanto à Bela e o Mestre, os problemas estão à vista: uns rapazes macilentos têm a oportunidade - única - de partilhar o espaço com raparigas que nunca olhariam para nenhum deles, mas são elas as ridicularizadas por terem abandonado a escola. Ofereço-me para as deixar à porta do Ministério da Educação. Por enquanto, como sou adepta de reality-shows, sigo o programa com entusiasmo. Desde a primeira edição do Big Brother que não aparecia nada tão interessante.

Publicado na Tabu, 24-03-07.
Nas bancas!

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Whoa, Nelly Furtado (3)

Whoa, Nelly Furtado (2)

Whoa, Nelly Furtado (1)

Não, não é a mesma coisa

L'amour est un égoïsme à deux.
Madame de Staël

Aqueles que amam penhoraram uma parte do seu narcisismo.
Sigmund Freud
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (52)

"Sempre que alguém te acusar de nada saberes e não te sentires atingido, sabe que só então começas de facto a ser filósofo."

Epicteto, A arte de viver, tradução de Carlos De Jesus, Lisboa, Edições Sílabo, 2007, p. 66.
"I could be hurtful, I could be purple" Mika

"U u, iá iá á, faz faz, be bé á" Da Weasel

The sound of bomba

After Winter
Must come Spring

Everything Is Everything, Lauryn Hill

quarta-feira, março 28, 2007

Não, não é a mesma coisa

As cousas não têm significação: têm existência.
As cousas são o único sentido oculto das cousas.

Alberto Caeiro

Considera, ó homem, em primeiro lugar, de que natureza é determinada acção. Examina depois a fundo a tua própria natureza, se está ao teu alcance levá-la a cabo.

Epicteto
Dos Antigos

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Nausicaa, Frederic Leighton, 1879, oil on canvas, 145 x 67 cm, private collection

terça-feira, março 27, 2007

The sound of bomba: If, Etienne Daho (avec Charlotte Gainsbourg).
Eu hoje acordei assim...

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Dita von Teese

... e continua a saga do artigo de Christopher Hitchens sobre as (suas) razões por que as mulheres não têm graça. Na mais recente edição da Vanity Fair, um leitor escreve uma carta chatíssima sobre o assunto. Ora deixem-me pegar na revista... cá está: é assinada por um tal Allan L. Reiss, Professor na Universidade de Stanford, cujo estudo sobre o humor foi citado no artigo de Hitchens. Pronto, está na altura de o reler porque já não me lembrava disso. Hitchens responde ao comentário do leitor (que mania desagradável) de uma forma sarcástica e violenta, mas sobretudo indicadora de quem já perdeu completamente a pachorra: "(...) I tried reading Reiss's letter in the open air and birds fell dead from the clear blue sky." Caíram mortos de tédio, suponho. Mas só porque a carta, embora não muito longa, é profundamente aborrecida. Já que continuam com a história, vou ver se lhe escrevo: "Dear Mr. Hitchens, congratulations on your delightful little article..."

domingo, março 25, 2007

Dos Antigos

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The Delphic Oracle, John William Godward, 1899
O Voz do Deserto há quatro anos e dezanove dias que é ininterruptamente um dos blogues da minha preferência. Muitos parabéns ao Tiago Cavaco pelo blogoaniversário e um enorme xi-coração!
Indispensáveis©

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O despojamento não inclui este divinal par de Prada, pois não?
Blockbomba: The Queen (Helen Mirren é uma deusa e não se fala mais no assunto). Casino Royale (mas este é o melhor Bond de sempre, senhores!). Borat (a primeira parte entediou-me. Mas a cena da luta entre Borat e o produtor, ambos repugnantemente nus, é de ir às lágrimas. A ver todos os extras). Little Miss Sunshine (li que era uma comédia negra, mas só vi uma comédia, por vezes, também um bocadinho boring. A criança é extraordinária, embora não tão boa como Helen Mirren, é certo).
Modo de vida: nem a coerência nem a contradição me interessam.
Bom em todas as línguas

Oui, quelqu'un plus tard se souviendra de nous.

Sapphô, Odes et fragments, traduction d'Yves Battistini, Gallimard, p. 71.
Não, não é a mesma coisa

Quem ama é diferente de quem é.
É a mesma pessoa sem ninguém.

Alberto Caeiro

L'amour, c'est offrir à quelqu'un qui n'en veut pas quelque chose que l'on n'a pas.

Jacques Lacan
Bom em todas as línguas

O Rei Demétrio

Não como um rei, mas como um actor,
vestiu uma capa cinzenta em vez das vestes sumptuosas
e ignorado, retirou-se.
Plutarco, Vida de Demétrio

Quando os Macedónios o abandonaram,
e mostraram que preferiam Pirro,
o Rei Demétrio (tinha uma grande alma)
- segundo contam - não se comportou nada
como um rei. Foi
e despiu as suas vestes de ouro
e atirou os sapatos
de púrpura. Com roupas simples
vestiu-se depressa e partiu.
Comportando-se como um actor
que mal a actuação termina
muda de roupa e sai de cena.

Konstandinos Kavafis, 1906, tradução de Carla Hilário Quevedo (2004)

sábado, março 24, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Audrey Hepburn

... julguei há tempos ter encontrado a melhor fotografia de sempre de Audrey Hepburn. Mas eis que no outro dia descobri esta que me parece sublime. Gosto de caubóis e de índios, de piratas e rainhas, de heróis e heroínas. Um certo elemento de heroicidade sempre foi importante na minha vida, não sei bem porquê. Mesmo no dia-a-dia, aprecio certos aspectos da personalidade que evocam este espírito. Um deles é a indiferença. A indiferença agrada-me porque é um sinal de despojamento, mas depressa se torna de imoralidade se ante as coisas importantes, como, por exemplo, o sofrimento dos outros, não sejamos capazes de sequer de nos indignarmos (este parece-me um bom exemplo dessa inevitabilidade de reagirmos à maldade, à tremenda injustiça). Na verdade, a palavra, embora seja a mesma, não tem o mesmo significado. Ser indiferente à estupidez é muito bom e aconselhável, ao contrário do que é ser indiferente à miséria e à maldade. Não padeço deste segundo tipo de indiferença. Agora uma coisa diferente: gostei tanto, tanto de reler a poesia de Alberto Caeiro. Que coisa extraordinária! Ah, as parvoíces que nos metem na cabeça no liceu... o poeta bucólico, o poeta da Natureza e toda uma quantidade de disparates que talvez até sejam necessários, porque os poemas são demasiado complexos para a idade das borbulhas. Não estou é a gostar nada do Livro do Desassossego (é uma pena, com um título tão bom), o que nem me surpreende, tendo em conta o meu interesse por textos cada vez mais frios, despojados, com uma aparência de simplicidade que muitos apelidam de infantil, tudo isto com uma única excepção chamada Nancy Mitford. Lemos mais o que somos, talvez.

sexta-feira, março 23, 2007

The sound of bomba: Night And Day, Lisa Ekdahl.
Eu hoje acordei assim...

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Leslie Caron

... mas esta frente polar nunca mais passa?

quinta-feira, março 22, 2007

Dos Antigos

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Jupiter & Juno on Mount Ida, James Barry, 1773, City Art Galleries, Sheffield, England
Bebido o copo de água: gostaria de começar por esclarecer que não defendo a punição retroactiva ou geracional. Mas só porque tal raciocínio (fruto de leituras impressionáveis, como eu escrevi, desejando que o estimado Combustões não me levasse a sério nesse ponto) seria uma contradição à máxima bastante do meu agrado: olho por olho, dente por dente. Julgo que a expressão, hoje em dia, se encontra sobrevalorizada. Não se trata de matar tudo o que está à volta (e depois) de quem matou, mas simplesmente de fazer justiça. E a justiça, muitas vezes, não tem nada que ver com o perdão. Há crimes que são simplesmente imperdoáveis, não podem ser esquecidos e devem ser estudados e debatidos com a máxima frequência possível. Uma vez, há uns anos, num almoço com árabes considerados moderados (meto-me em cada disparate) ouvi a seguinte frase: "Mas fazer um Museu do Holocausto para quê? Isso só impressiona as pessoas e sabe-se lá se morreu tanta gente". As minhas capacidades como diplomata foram testadas e devo dizer, com orgulho, que chumbei.

Mas vamos ao Assunto. Quando diz: "julgo que, no que concerne ao extermínio dos judeus, se fez o que se impunha: condenar os criminosos, enforcá-los ou aplicar-lhes pesadas penas de cárcere, indemnizar os sobreviventes, restituir-lhes os bens saqueados e danar a ideologia que propiciara tal monstruoso crime", gostaria de chamar a sua atenção para um aspecto que considero importante. Nem todos os criminosos de guerra foram punidos como deviam ter sido. Hannah Arendt em Eichmann em Jerusalém escreve o seguinte (passo a traduzir): "(...) o doutor Otto Bradfisch, dos Einsatzgruppen, as unidades móveis dos carrascos das SS, foi condenado a dez anos de trabalhos forçados por ter morto 15 mil judeus; o doutor Otto Hunsche, assessor jurídico de Eichmann, e responsável directo pela deportação, decretada nos últimos momentos da guerra, de cerca de 1200 judeus húngaros, dos quais quase 600 foram assassinados, foi condenado a cinco anos de trabalhos forçados e Joseph Lechthaler, que tinha liquidado os habitantes judeus de Slutsk e Smolevichi, na Rússia, foi condenado a três anos e seis meses." E continua: "(...) Wilhelm Koppe, que organizou as matanças nas câmaras de gás, em Chelmo, e que, depois, sucedeu a Friederich-Wilhelm Krüger, na Polónia; Koppe, um dos mais destacados altos chefes das SS, organizador dos judenrein na Polónia, ocupava, na Alemanha do pós-guerra, o cargo de director de uma fábrica de chocolates." Hannah Arendt conta neste livro assombroso como os alemães se recusaram a denunciar os oficiais nazis depois da guerra, por serem pessoas "com as quais se relacionavam". E continua, e continua.

Quanto à imagem, não tenho nada a dizer. Sempre discordei do embelezamento de imagens de sofrimento. Considero-as amorais. Ver, por exemplo, uma fotografia do Ground Zero muito estilizada dá-me náuseas. O estimado Combustões diz: "Ao olhá-los, apavora-me a falta de humanidade, decência e dignidade de quem os matou. Mas quem o fez não foram apenas os nazis." Discordo da sua conclusão, como já disse. Embora não haja diferenças de níveis entre genocídios, é verdade que há um problema de expectativa em relação a um povo europeu civilizado, no século XX, que produziu génios da música e da filosofia. O que me leva a tentar (muito timidamente) responder a clássica pergunta: como foi possível que num país de tamanha cultura se cometessem há apenas 60 anos semelhantes actos de barbárie? A cultura (entenda-se, o conhecimento, o saber) não é suficiente.
Estimado Combustões, boa tarde: desculpe a ausência de resposta, mas há 72 horas seguidas que estou em trabalho de exploração mineira. Curiosa a expressão inglesa to be in labour. Dá uma bela tradução selvagem! Voltemos então ao Assunto, mas deixe-me só ir ali beber um copo de água. Venho já.

segunda-feira, março 19, 2007

Dos Antigos

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The Red Sphinx, Odilon Redon, ca. 1912, oil on canvas, 61 x 49,5 cm, private collection
Brokeback House



Gracias, Maria!
The sound of bomba: I Only Ask Of God, Outlandish.
Herr Doktor Jansenista: com que então escondido na copa? Quel malandre...
Late afternoon blogs©

Um dia de chuva é tão belo como um dia de sol.
Ambos existem, cada um como é.

Alberto Caeiro

domingo, março 18, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Uma Thurman

... Cintra Torres?

sábado, março 17, 2007

Comic relief

Bom dia, estimado Combustões: permita-me que discorde quando diz que "tudo o que continuamos a pensar dos alemães é resultado da propaganda de guerra". Não podemos negar que o que se passou na Segunda Guerra Mundial não foi um genocídio qualquer. Não estou com isto a querer dizer que haja genocídios melhores ou piores, mas nenhum me horroriza mais do que o do organizado, registado e burocrático Holocausto. Eichmann, por exemplo, um oficial menor, era um funcionário público exemplar, e isso dá que pensar. Entendo, contudo, que a culpa não é eterna e que os esforços para se redimirem dos crimes dos seus antepassados (tenho um bocado esta veia grega de os filhos não serem isentos da culpa dos crimes dos pais, mas admito que é um resultado de demasiadas leituras impressionáveis) são de louvar, mas passou pouco tempo ainda. Talvez os bisnetos sejam capazes de maior distância sobre o tema.

quinta-feira, março 15, 2007

Dos Antigos

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Pendente "Coluna Grega" Cartier Paris, 1913, ouro, platina, ónix, opala, diamantes, 9 x 4,3 cm, Museu Calouste Gulbenkian, inv. n.º 2703 © FCG - Foto: Catarina Gomes Ferreira
"Sexy boy / girl on girl / ménage à trois / boring"


The Pierces, pepita de ouro roubada ao cada-vez-melhor Tradução Simultânea.
Dos Antigos: "Apenas isso te compete: desempenhar com agrado o papel que te foi destinado. Escolhê-lo, isso cabe a outrem." Epicteto, A arte de viver, tradução de Carlos de Jesus, Lisboa, Edições Sílabo, 2007, p. 37.
The sound of bomba: A Long Walk, Jill Scott.
Bom dia, estimado Combustões: só aqui para nós os dois, que ninguém nos ouça, há duas línguas superiores: são elas o alemão e o grego. Sim, superiores, não tenhamos medo das palavras. Como diz, caro Combustões, nada ali está por acaso (e não falo apenas das declinações, mas de toda a complexidade nos modos verbais e na forma de construção das palavras). Entendo que o seu gosto é também afectivo, algo que compreendo muito bem. Trabalhei durante algum tempo com alemães e foi uma época bastante frutuosa da minha vida. Junto-me ainda a si no protesto (ou mesmo desprezo) contra os ignorantes que odeiam tudo o que é alemão. Mas deixemos de lado a questão da língua (da filosofia, da música, eventualmente da literatura) e pensemos que o que habitualmente admiramos nos alemães não são qualidades, mas características, como a obediência e a organização, que, de facto, do ponto de vista burocrático e militar, são qualidades. No entanto, os resultados históricos são claramente inferiores aos conseguidos em Inglaterra, no desenvolvimento da democracia, por exemplo, ou em França, com a implantação da República (sei que não concordará com este último aspecto, mas é uma realidade que a Revolução Francesa, apesar dos seus erros, modificou a História). Julgo que a frase de Borges era esta: "Há que ser germanófilo para odiar os alemães", mas vou ver se a encontro (passei por ela há tempo no Diário de Bioy Casares, que vou lendo aos poucos). Há uma diferença subtil desta frase para aquela que escrevi ontem, mas não influencia a interpretação. Significa isto, na minha opinião, que há que conhecer e amar a cultura alemã para odiar o seu resultado histórico (e não só: Borges dizia que a literatura alemã era ausente de fantasia e foi sempre muitíssimo sobrevalorizada), muito recente, do nazismo e da Shoah. As coisas não são separáveis.

quarta-feira, março 14, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Dita von Teese

... was macht die Frau, was macht die Frau, die zwischen Tier und Mann nicht unterscheiden kann, pergunta Till Lindemann, vocalista dos Rammstein, referindo-se - com certeza! - ao gosto de certas fêmeas pela zoofilia. (Aproveito para dizer que Dita von Teese, ou Heather Renée Sweet, nasceu no Michigan.) Julgo que foi Jorge Luis Borges quem disse que para odiar os alemães bastava ser germanófilo. Não sei o que pensa o excelentíssimo Combustões sobre esta frase, mas aproveito para agradecer a magnífica selecção musical no blogue e Zarah Leander a cantar no YouTube.

terça-feira, março 13, 2007

Ciclo Falar de Blogues
Organização de José Carlos Abrantes e Almedina

Falar de Blogues Temáticos, 15 de Março, às 19:00 horas

Estado Civil, Pedro Mexia
Foram-se os Anéis, José Nunes
Memória Virtual, Leonel Vicente
Não Apaguem a Memória, Daniel Melo

O debate será moderado por Francisco Rui Cádima, do Irreal TV.

Uma das vocações dos blogues é a de poderem desenvolver um tema e darem um contributo específico, muitas vezes personalizado. A variedade temática é uma das riquezas da blogosfera.

Almedina, Atrium Saldanha
Loja 71, 2.º Piso
Billy Collins, The Dead

Três minutos e 56 segundos com Sylvia Plath

Modo de vida, às vezes: ultimamente, só tenho tido ideias não lucrativas.

domingo, março 11, 2007

Fotoreportagem à bomba

Começo por dizer que sou 100% pró-bicho. Como tal, só podia comover-me com a liberdade, a descontracção e a alegria destas vacas super-sexy. Mü?

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Individualista? Liberal? Simplesmente uma chata egoísta? Não, aqui estão as amigas. Mü!

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Também fotografei a Lagoa do Fogo, mas mais de cima. Ia morrendo de falta de ar, com tanto verde, tanto ar puro e tanta beleza natural. Credo.

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A piscina de água férrea que faz bem a tudo e mais alguma coisa é esta em baixo. Adorei não saber onde me estava a meter. Eu e uma miúda nórdica de quatro anos, que se lançava na água castanha como se estivesse a mergulhar numa piscina normal. Uma maravilha de quentinha. Boa para cozinhar turistas.

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Embora tivéssemos uma esplendorosa cataplana de cherne à frente, a vista do restaurante era esta que vêem em baixo. Alguns dos participantes suspiravam por não terem trazido a prancha de surf. Cada um, pois já se sabe...

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Depois do cozido, nada melhor do que dar um passeio à volta da Lagoa das Furnas. E mais ar puro e uma beleza extraordinária. Quase tive uma congestão!

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Tudo isto a falar sobre blogues, blogues e mais blogues, claro. Agradeço ao Pedro Arruda, ao Alexandre Pascoal, ao Vitor Marques, ao João Nuno Almeida e Sousa e ao Carlos Riley o amável convite e a simpatia com que nos receberam, muito obrigada. Até breve!
The sound of bomba: Give The Jew Girl Toys, Sarah Silverman.
11 de Março, Atocha

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Ao contrário dos muçulmanos, palestinianos e árabes em geral, nós não corremos com os corpos das nossas crianças mortas à frente das máquinas fotográficas e das câmaras de televisão. Não mostrar os corpos dos mortos, um sinal de civilização, tem sido uma das nossas desgraças. Sou completamente contra a estetização das imagens das consequências do terrorismo. O assassínio não é uma forma de arte.
Eu hoje acordei assim...

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Jodie Foster

... o excesso de ar puro impediu-me de actualizar o blogue nos últimos dias. Mas não queria deixar de dizer que a piscina de água férrea - publicitada no cartaz do encontro e bem mostrada por Miss Pearls - é um sítio único. Diz que aquilo faz bem a tudo. A mim deu-me para dormir profundamente. Também a imprensa local se revelou surpreendente (julgo que estávamos a ver um anúncio institucional: um escândalo!). Quanto à gastronomia, destaco o banquete inaugural; o almoço para dar força aos blogueadores, com o célebre cozido das Furnas; e, pelo meio, certa cataplana de cherne, da qual existem registos secretos e não publicáveis. Entretanto, na noite anterior à partida para São Miguel, consegui "arranjar" a minha máquina fotográfica. Após quase um ano em que julgava estragada para sempre, percebi qual era o problema (ai, azelha). A reportagem fotográfica fica para mais logo.

quinta-feira, março 08, 2007

Estado em que se encontra este blogue

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Até já!

quarta-feira, março 07, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Natalie Portman

... numa longa discussão a respeito do modo como em hebraico se reflecte acerca do tempo e se exprime essa noção de tempo, apareceu a palavra "antes" - em hebraico transliterado, leef-neh -, cujo significado lexical é, precisamente, "aos olhos de" ou "à face de" ou "perante". Ora, se "antes" está à nossa frente, isso quer dizer que só podemos ver o nosso passado. O passado é o que está à mostra, aquilo que podemos ver. Já o futuro, é o que desconhecemos, "o outro" (a palavra para "o futuro", em hebraico), o que está atrás de nós, o que não vemos. Nunca tinha pensado muito nas palavras "perante" e "ante", mas a questão em português acaba por ser a mesma. Está ali o mesmo "ante" que vemos em "anterior" e que nos habituámos a relacionar com algo que já passou e que, como tal, "pusemos atrás das costas". Mas só podemos lutar com o passado, porque é só ele que se nos apresenta à nossa frente e todos os dias. Uma luta, portanto.

terça-feira, março 06, 2007

We will always have YouTube (2)



Du riechst so gut, Rammstein
We will always have YouTube



Man sieht ihn um die Kirche schleichen
seit einem Jahr ist er allein
die Trauer nahm ihm alle Sinne
schläft jede Nacht bei ihrem Stein...

Heirate mich, Rammstein
Eu hoje acordei assim...

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Dita von Teese

... ando há uns tempos a pensar que Surannée, cantado por Jane Birkin e Françoise Hardy é um dos temas mais bonitos que ouvi na minha vida (obrigada, Rui, bom dia). Por acaso ou privilégio ou ambos, já ouvi alguns muito belos. Há muita gente que reclama da música nos blogues. Reclama sobretudo porque está a trabalhar e não quer que o colega ou o chefe percebam que está a passear na blogosfera em vez de estar a produzir riqueza. Proponho que desliguem as colunas e que sejam mais rápidos do que uma bala a clicar no stop na barra do Explorer. Aos que não podem fazer nem uma coisa nem a outra, porque têm computadores sofisticados e utilizam sistemas que escapam completamente à minha parca capacidade de compreensão destas coisas ditas informáticas, desejo um bom dia, peço que descontraiam e que visitem o blogue sempre que estiverem sozinhos no escritório. Às vezes, apetece-me ouvir heavy metal alemão, algo que podia fazer no sossego do meu lar, mas que não teria tanta graça como... pôr a música no blogue e partilhar esse meu gosto com os leitores. Agradeçam ao filexoom por não me deixar concretizar os meus sonhos. Mas do que gostava mesmo era de pôr aqui a tocar o Surannée cantado pela dulpa Birkin/Hardy. Já disse que é lindo, mas só uma pessoa a dizer é pouco. Gostaria de reunir consenso, algo que Christopher Hitchens não conseguiu com o seu artigo provocatório na Vanity Fair acerca da falta de sentido de humor ou de piada ou de capacidade de rir e de fazer rir das mulheres (há que lhe enviar o quanto antes todas as apresentações de Sarah Silverman). Claro que um artigo daqueles nunca poderia reunir consenso. Aliás, um artigo, um texto, uma crónica, uma (ui) obra literária, se reúne consenso, então é porque 1) é brilhante (cada vez mais raros os casos em que isso acontece) ou 2) porque não presta (isso, sim, já é frequente). As cartas das leitoras publicadas na edição de Março da Vanity Fair são boas, mas há uma deliciosamente feminina que dá uma alfinetada superior no autor. Leiam só esta passagem: "Hitchens assumes that, because women laugh at him at parties, he actually is funny. A woman will laugh at a man not only if she thinks he's genuinely funny, but also as a way of rewarding him, like a trainer throwing a herring to a seal. It's an audible, easy-to-understand way of giving encouragement to his fragile little ego. Think of it as the public version of faking an orgasm." Assina Robin Schiff e a resposta de Hitchens às reacções é de quem se leva muito a sério. Ou tem pouco espaço para responder. Pena não ter ficado calado.

domingo, março 04, 2007

Dos Antigos

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Orphée, Gustave Moreau, 1865, oil on canvas, 154 x 99,5 cm, Musée d'Orsay, Paris
Muitos parabéns! Ao Blasfémias, por ocasião do seu terceiro aniversário e aos jovens Kontratempos e Auto-Retrato por cumprirem um ano na blogosfera. Cheers!
Metabloggers do it better (48)

Em inglês: the blog is what you make of it.
Metabloggers do it better (47)

À pergunta muitas vezes repetida "para que serve um blogue", respondo, sem hesitar, que serve para o que os seus autores quiserem que sirva. Acontece, em alguns casos, não servir para rigorosamente nada ou para alguma coisa que só os seus autores sabem o que é (e muitas vezes nem eles). Não deixam de ter interesse - nem leitores - por causa disso. Por vezes, até muito pelo contrário. O meu agradecimento a todos os blogues que não servem rigorosamente para nada. Com eles aprendo e partilho gostos quase diariamente. Thanks!

sábado, março 03, 2007

Federico Fellini sobre "Eu hoje acordei assim..."

"È la curiosità che mi fa alzare la mattina."
Bomba de Ouro: "Os preguiçosos não precisam se envergonhar: sofrem de distúrbio de atenção. As gordas agora podem usar lingerie sedutora mesmo que a peça tenha o tamanho de uma barraca de camping. Os bêbados são vítimas de seu comportamento compulsivo - é tudo química. O aspirante a literato é estimulado a ter orgulho do seu analfabetismo, porque escrever errado expressa a realidade socioeconômica que oprimia o coitadinho na infância. A moça que se endivida irresponsavelmente não precisa ter vergonha de sua opção de pagar as dívidas trabalhando como call girl. O sujeito que cede à tentação e paga pelos serviços que ela oferece não precisa se envergonhar de fazê-lo: está obedecendo a instintos irreprimíveis. A vida inteirinha pode ser resumida a uma coleção de síndromes, distúrbios, racionalizações complacentes e transações comerciais. A única vergonha que resta no cardápio é a vergonha de ter vergonha. E a vida que levamos é supostamente muito melhor do que a de nossos ancestrais corroídos pela culpa." Noronha, no Filthy McNasty.
Coisas que melhoram alguma vidas (68)

Ouvir Julio Cortázar no F, World a falar sobre a sua pronúncia diferente e a ler o poema Me caigo y me levanto.
Oito minutos e 36 segundos com Dame Kiri Te Kanawa

Três minutos e três segundos com Frederica von Stade

Oito minutos e 48 segundos com Kathleen Battle

Dois minutos e 29 segundos com Anne Sofie von Otter

sexta-feira, março 02, 2007

Eu hoje acordei assim...

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Marilyn Monroe

... esta terceira série do House está a ser muito violenta. E só com casos bicudos com crianças. E a terceira de The Shield está quase a tornar-se insuportável. Violentíssima, não acha, Pilar?
- Não acordou bem disposta, Charlotte? Pela imagem nem parece muito mal...
- É o velho problema de arranjar fotografias de mulheres de beleza estonteante ao telefone. Deve ser por as mulheres bonitas não acharem grande graça ao telefone. Gostam mais da conversa ao vivo. Ou de escrever cartas.
- Mas suponho que esteja a ligar por causa disto.
- Sim, quantas vezes podemos blogoreincidir, a questão é essa. Não concordo com estas interrupções sucessivas, porque são insultos à memória.
- Ai, Charlotte, que exagerada!
- Sabe que o exagero é uma forma de verdade. O que seria de mim sem a hipérbole? Mas os fins ou as variantes de fins... não me dou bem com isso. Acho que o blogue não tem fim pela simples razão de que a memória é infinita. Os blogues têm altos e baixos, momentos de maior actividade ou de menor, de maior interactividade ou de mais autismo, mas fim, mesmo fim...
- E já viu isto, Charlotte?
- Outro insulto à memória.
- E então o caso deste, tão mais extremado e quase diariamente?
- Pois é... custa-me que o maradona não perceba que a publicação no blogue não é igual à publicação no papel. Não se justifica tanta angústia.
- Mas cada um sabe de si.
- Claro, para grande pena minha... mas claro que sim.
- E sobre a paragem deste blogue?
- Acho mal.
- E sobre a paragem deste?
- Felizmente, foi sol de pouca dura. Mas mesmo aquela tabuleta, achei mal.
- Caramba, Charlotte, que exigente!
- Isto deve ter uma relação directa com a violência nas terceiras temporadas de House e The Shield. Ou então com o Mário Crespo, que ontem tratou Telmo Correia por "Telmo".
- Três vezes! Eu contei...

quinta-feira, março 01, 2007

"She's like so whatever" Avril Lavigne

Eu hoje acordei assim...

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Elizabeth Taylor

... literalmente, a dar banho ao cão. (Parece que Liz Taylor cumpriu ontem 75 anos de idade. Setenta e cinco anos? Não me macem com disparates...)

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