Primeiro o Irão, agora a Argentina: cá em casa ninguém chora (o Varandas, às vezes). Só queremos que Portugal ganhe amanhã e que os alemães tenham muitos filhinhos. Humpf...
blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com
sexta-feira, junho 30, 2006
Vasco: além de não teres sentido de humor, não sabes ler. A tua reacção ao primeiro post é um pouco despropositada. Mesmo assim, respondi com um sorriso. A segunda é simplesmente desgradável e maça-me. Adeus.
Resposta à adenda: já o teu baixo nível foi demonstrado de uma maneira completamente inequívoca.
The sound of bomba
"Voy a ser campeón mundial
voy a ser campeón mundial
así en el barrio me van a respetar"
"Voy a ser campeón mundial
voy a ser campeón mundial
así en el barrio me van a respetar"
do tango khebab Así es la Vida (del Rocanrol), Loción Migré (besitos, Hernán!)
Eu hoje acordei assim...
Valeria Mazza
Valeria Mazza
... Vasco, precisarás de um endolinque? Ah, e sonhei com o nosso Ronaldo, coitadinho, lavado em lágrimas, no meio do campo... de batalha. Na verdade, não me interessa saber se Ronaldo no sábado joga ou não joga, mas se chora ou não chora. Pronto, basta. Prometo que não serei mais cruel com o nosso Ronaldo, que há-de marcar muitos golos à Inglaterra e assim meter os bifes no avião de volta para casa, de onde nunca deviam ter saído! Entretanto concentremo-nos noutras coisas giríssimas: Alemanha-Argentina, às quatro da tarde.
quinta-feira, junho 29, 2006
Resumindo, embora nunca concluindo: mais vale um cromo na mão do que uma série de totós a voar. Brilhante estudo!
Bomba de Ouro: "Eu cantava: «Hot dog, jumping fire, I want cookie». Havia quem cantasse: «Hot dog, jumping for Albert's cookie». Mas afinal é: «Hot dog, jumping frog, Albuquerque»." Sara.
quarta-feira, junho 28, 2006
Bomba de Ouro: "Uma pessoa com disposição pode não ter motivação; uma pessoa altamente motivada pode não ter disposição. Atentem nisto, que foi a coisa mais clarividente que descobri nos últimos tempos." Batukada.
Adenda: quero saber tudinho.
Bill sobre "Eu hoje..." ou "Eu sabia que..."
"I'm gonna ask you some questions, and I want you to tell me the truth. However, therein lies a dilemma. Because when it comes to the subject of me, I believe you are truly and utterly incapable of telling the truth. Especially to me. And least of all, to yourself. And when it comes to the subject of me, I am truly and utterly incapable of believing anything you say. Well, it just so happens, I have a solution."
Kill Bill vol. II, obra-prima de Quentin Tarantino.
Metabloggers do it better (21)
Que se publiquem os manuais de instruções de leitura dos blogues, ou pelo menos, livrinhos de bolso com imagens dos seus bastidores. Compraria, por exemplo, um Abrupto York Notes, um Oxford Companion to Estado Civil e, sem pestanejar, um Cambridge Companion to Bomba Inteligente. Falta pouco para que não se entenda absolutamente nada do que está publicado.
Que se publiquem os manuais de instruções de leitura dos blogues, ou pelo menos, livrinhos de bolso com imagens dos seus bastidores. Compraria, por exemplo, um Abrupto York Notes, um Oxford Companion to Estado Civil e, sem pestanejar, um Cambridge Companion to Bomba Inteligente. Falta pouco para que não se entenda absolutamente nada do que está publicado.
Eu hoje acordei assim...
Catherine Deneuve
... imaginemos que vivemos a olhar para um lado, certos de que é o correcto ou mesmo convencidos de nada; encontramo-nos simplesmente ali a olhar para um ponto qualquer, por uma razão que desconhecemos ou mesmo por nenhuma razão. A vida corre bem, por vezes mesmo acima do que é satisfatório (que não é assim tão mau como pintam), e de repente alguém nos diz: "Porque é que não arrisca?" É verdade que é preciso virar a cabeça e dar (quase literalmente) ouvidos ao conselho, mas agradecer nunca será suficiente.
... imaginemos que vivemos a olhar para um lado, certos de que é o correcto ou mesmo convencidos de nada; encontramo-nos simplesmente ali a olhar para um ponto qualquer, por uma razão que desconhecemos ou mesmo por nenhuma razão. A vida corre bem, por vezes mesmo acima do que é satisfatório (que não é assim tão mau como pintam), e de repente alguém nos diz: "Porque é que não arrisca?" É verdade que é preciso virar a cabeça e dar (quase literalmente) ouvidos ao conselho, mas agradecer nunca será suficiente.
terça-feira, junho 27, 2006
Coitadinho (já sabem que têm de ler com aquele tom da criança do anúncio): mas e o que é que aconteceu ao velho "quem vai à guerra dá e leva"? Ou ao popular "quem anda à chuva molha-se"? Talvez as lágrimas façam parte da emoção do jogo, mas não vejo mais ninguém naqueles preparos. Além disso, isto é tudo muito contraditório: por um lado são uns heróis, por outro choram como umas crianças. Pode dar-se o caso - embora tenha as minhas dúvidas - de eu não perceber nada de futebol. Mas essa é uma possibilidade remotíssima e, por isso mesmo, urge fazer um Bombaball no Brasil-França.
Anscombe sobre "Eu hoje..." ou "Eu sabia que..."
"Perhaps, then, «I» is a kind of demonstrative."
de The First Person.
"Perhaps, then, «I» is a kind of demonstrative."
de The First Person.
Wittgenstein sobre "Eu hoje..." ou "Eu sabia que..."
"Qual é o critério da igualdade entre duas imagens mentais? Qual é o critério da vermelhidão de uma imagem mental? Para mim, quando a outra pessoa tem essa imagem, o critério é o que ela diz e o que ela faz. Para mim, quando eu a tenho, nada. E o que é válido para «vermelho» é válido para «igual»."
Investigações Filosóficas, 377, tradução de M. S. Lourenço, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 3.ª ed., 2002, p. 391.
"Qual é o critério da igualdade entre duas imagens mentais? Qual é o critério da vermelhidão de uma imagem mental? Para mim, quando a outra pessoa tem essa imagem, o critério é o que ela diz e o que ela faz. Para mim, quando eu a tenho, nada. E o que é válido para «vermelho» é válido para «igual»."
Investigações Filosóficas, 377, tradução de M. S. Lourenço, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 3.ª ed., 2002, p. 391.
Eu hoje acordei assim...
Nastassja Kinski
Nastassja Kinski
... parece que ainda vou a tempo de falar sobre o Portugal-Holanda. Muito a tempo, sim. Ainda ontem as televisões nos faziam autênticas lavagens ao cérebro por causa da miséria da arbitragem, das faltas, dos cartões e tudo com números, quantos amarelos, as expulsões, o Figo, o Ronaldo, coitadinho, tem dói-dói e não se sabe se joga contra a Inglaterra e aposto que vamos estar a semana toda a falar da possibilidade de o nosso menino, coitadinho, jogar ou não. Pronto, não reclamo, a sério. Simplesmente não quero saber ou como cantava a Luka: "Tô nem aí, tô nem aííí". Mas o Portugal-Holanda, sim. Diverti-me como o Francisco e, como o Luís Mourão, cheguei a ansiar por um empate, um prolongamento e todas essas coisas que não se desejam, muito menos publicamente. Percebo muito bem que Cristiano Ronaldo seja novo, impulsivo, bom jogador (sim, acho que percebo que é bom jogador, mas não tenho a certeza), mas a imagem do rapaz lavado em lágrimas porque não pode jogar enervou-me. Também andam a falar muito de sofrimento. A palavra "sofrimento" ainda implica coisas sérias e dignidade, caramba! Sofrem muito a lutar num campo... de batalha, claro. É, no entanto, certo que a etimologia de "campeão" é precisamente essa. Mas o árbitro, sim. Eu gostei do russo Ivanov. Qual é o problema, coitadinho? O homem tem de mostrar cartões e serviço. Do que não gostei foi daquele da FIFA a repreendê-lo em público. Não lhe podia ter enviado um e-mail? Tinham de o destroçar até que se tornasse uma vítima, levando-me a mim, mera espectadora muito ocasional destas coisas a sentir piedade e compaixão? Mas tudo isto para dizer uma coisa que me interessa muito: há um anúncio, julgo que de um carro da Nissan, em que uma criança está a olhar para um boneco de neve desfeito, que o pai entretanto colocou no porta-bagagens. Nesse momento, a criança olha para o boneco de neve e diz: "coitadinho". E é precisamente aquele tom que quero que ouçam quando aqui escrevo essa palavra tão gira.
segunda-feira, junho 26, 2006
Bom em todas as línguas
Les hommes connaissent le présent.
L'avenir appartient aux dieux,
seuls et pleins possesseurs de toutes les lumières.
De l'avenir, les sages ne perçoivent
que les prémisses. Leur oreille parfois.
aux heures de profonde méditation,
se trouble. La secrète rumeur
des lendemains en marche leur parvient.
Et ils l'écoutent avec respect. Tandis que dans la rue,
dehors, les peuples n'entendent rien.
[1915]
Prémonition des sages
Car les dieux connaissent l'avenir, les hommes ce
qui arrive et les sages ce qui approche
Philostrate, Sur Apollonios de Tyane, VIII, 7.
Les hommes connaissent le présent.
L'avenir appartient aux dieux,
seuls et pleins possesseurs de toutes les lumières.
De l'avenir, les sages ne perçoivent
que les prémisses. Leur oreille parfois.
aux heures de profonde méditation,
se trouble. La secrète rumeur
des lendemains en marche leur parvient.
Et ils l'écoutent avec respect. Tandis que dans la rue,
dehors, les peuples n'entendent rien.
[1915]
Constantin Cavafis, En attendant les barbares et autres poèmes, traduit du grec et présenté par Dominique Grandmont, Éditions Gallimard, 1999, p. 55. (O meu segundo poema preferido de Kavafis. O preferido chama-se Termópilas.)
domingo, junho 25, 2006
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é problema. Como a origem é grega, não há problema nenhum. Assim como a vêem, talvez até pareça bastante antiga. Tem aquele pro- que não deixa grande margem para dúvidas, caso as houvesse. Aquele pro- é velho, mas não só: é mesmo próblima que é antigo como Sófocles (em grego moderno, escreve-se exactamente da mesma maneira, mas pronuncia-se próvlima), mas atenção ao significado. Probállo significa literalmente "pôr à frente", fazendo com que um problema seja qualquer coisa que nos é posta à frente, como uma barreira ou um obstáculo. Perante os problemas, segundo a sua etimologia, resta-nos duas (ou talvez três) alternativas: 1) saltar-lhes por cima; 2) contorná-los; e 3) destruí-los. Mas a coisa é mais complicada quando se introduz a ideia de defesa no problema. Sim, explico: a barreira pode ser contruída como um meio de defesa. O obstáculo pode também formar-se como uma desculpa e tudo isto pode ajudar quem inventa problemas onde não existem, ou cria barreiras para se defender ou imagina obstáculos como desculpas para não fazer outras coisas que teme ou que deseja (às vezes é o mesmo, embora temer o que se deseja não me pareça saudável). Que a palavra problema tenha em si própria qualquer coisa de protecção pode parecer surpreendente. Pelo menos para quem pensava que a etimologia nada tinha que ver com a psicanálise.
sábado, junho 24, 2006
Blockbomba: Derailed (uma história óbvia e tonta e Jennifer Aniston, depois de tudo o que aconteceu, não é nada credível no papel de cabra). Aeon Flux (simplesmente ridículo). Prime (muito mal resolvido, mas Meryl Streep é uma grande, grande actriz). Memoirs of a Geisha (uma enorme seca, mas amanhã almoço no japonês). Munich (finalmente, à quinta tentativa, um filme que merece ser visto: excelente).
Eu hoje acordei assim...
Sophia Loren por David Seymour
Sophia Loren por David Seymour
... a pensar no que o Alexandre Soares Silva disse anteontem, na Casa Fernando Pessoa, sobre a superioridade da ficção sobre a não ficção. Hm... não sei se percebo a diferença, mas se for obrigada a escolher (nunca se sabe o que nos pode acontecer na vida), prefiro uma má não ficção a uma má ficção. Talvez (de uma maneira complicada e tortuosa - pode parecer que espero e exijo afinal mais da ficção) essa escolha acabe por dar razão ao Alexandre: à medida que o tempo passa, vou pertencendo cada vez mais ao grupo dos idiotas de que falou. Sempre que consigo separar a não ficção da ficção, repito.
sexta-feira, junho 23, 2006
Gostar de homens©
Michael Chilkis, o detective Vic Mackey, da excelente série The Shield. Obrigada pela dica, VR!
Michael Chilkis, o detective Vic Mackey, da excelente série The Shield. Obrigada pela dica, VR!
Correio de Anabela Barros Correia sobre uma "Etimologia hebdomadária"
"(...) a Carla diz - e muito bem - que o alfabeto latino, originalmente, não tem "J". É verdade, não tem mesmo, e o "j" é lido com o fonema [i] e não passa de um simples grafema que foi introduzido muito mais tarde no alfabeto e nos textos latinos para distinguir o "i" vogal do "i" com valor de consoante, que é aquele que é representado graficamente pelo "j". Os dicionários usarão o "j", penso eu, provavelmente com essa preocupação de fazer as devidas distinções. Em latim puro e antigo, não se usa, nem se precisa do "j". (...) muitos dos dicionários são didácticos e, por isso, seguirão os preceitos de tornar a vida mais fácil a quem aprende latim. Por exemplo, o dicionário de latim-inglês da Oxford, se a memória não me atraiçoa (...), não usa "j", nem sequer substitui aquele "u" com valor de consoante por "v" - o "u" é grafado sempre "u", tenha valor de consoante ou de vogal."
quinta-feira, junho 22, 2006
Eu hoje acordei assim...
Elizabeth Hurley
... a pensar numa longuíssima conversa que tive há tempos com a minha querida amiga batukada acerca das diferenças fundamentais entre o totó e o cromo. Falámos sobre a bondade e a maldade associadas a ambos os tipos e defendi que o totó era bom, ingénuo, talvez pouco concentrado, cabeça de vento; enfim, um pouco parvito. Não que o totó seja burro, nada disso; é apenas inútil, incapaz e, de certa forma, bom (de uma certa forma, sim, porque a incapacidade e a inutilidade, na maior parte das vezes, nada trazem de bom). Para ser mau, é preciso ânimo, capacidade de acção, coisas que o totó não tem. Ao totó falta ímpeto e essa falha, embora infelizmente o afaste da concretização do bem (muitas vezes para si próprio), também o distancia do mal. O cromo é concentrado, aplicado, um pouco obsessivo, chatinho. O cromo é de manias, algo que associo à mesquinhez; é egoísta, muito provavelmente rabugento. O cromo só está virado para uma coisa, sendo que essa coisa (seja ela qual for) se refere apenas a ele próprio; à sua própria, digamos, cromice. Como dizia a batukada: "O cromo cola." Cá está: demasiado parado. Não, não gosto de cromos. Já por totós tenho carinho.
... a pensar numa longuíssima conversa que tive há tempos com a minha querida amiga batukada acerca das diferenças fundamentais entre o totó e o cromo. Falámos sobre a bondade e a maldade associadas a ambos os tipos e defendi que o totó era bom, ingénuo, talvez pouco concentrado, cabeça de vento; enfim, um pouco parvito. Não que o totó seja burro, nada disso; é apenas inútil, incapaz e, de certa forma, bom (de uma certa forma, sim, porque a incapacidade e a inutilidade, na maior parte das vezes, nada trazem de bom). Para ser mau, é preciso ânimo, capacidade de acção, coisas que o totó não tem. Ao totó falta ímpeto e essa falha, embora infelizmente o afaste da concretização do bem (muitas vezes para si próprio), também o distancia do mal. O cromo é concentrado, aplicado, um pouco obsessivo, chatinho. O cromo é de manias, algo que associo à mesquinhez; é egoísta, muito provavelmente rabugento. O cromo só está virado para uma coisa, sendo que essa coisa (seja ela qual for) se refere apenas a ele próprio; à sua própria, digamos, cromice. Como dizia a batukada: "O cromo cola." Cá está: demasiado parado. Não, não gosto de cromos. Já por totós tenho carinho.
quarta-feira, junho 21, 2006
The sound of bomba*
"Maradó, Maradóóóóó..."
Maradó, Los Piojos
* Como preparação para o Bombaball do Argentina-Holanda, logo às 20h.
"Maradó, Maradóóóóó..."
Maradó, Los Piojos
* Como preparação para o Bombaball do Argentina-Holanda, logo às 20h.
terça-feira, junho 20, 2006
Programa das festas
- Amanhã, temos Portugal-México e Argentina-Holanda. Bombaball no segundo? Talvez.
- No dia 22 de Junho, às 18h30, Alexandre Soares Silva fala sobre Nabokov e outros, na Casa Fernando Pessoa, em Lisboa. Absolutamente a não perder.
- E no 23 de Junho... Meu Deus, no dia 23 de Junho...
segunda-feira, junho 19, 2006
Depois não se admirem de os velhos serem abandonados
Augusto M. Seabra menciona o meu nome no último Mil Folhas. A que propósito, perguntam vocês e muito bem. Começa Seabra: "Sucedeu-me folhear a Única do "Expresso" de 30/12/05 e deparar com a coluna Bomba Inteligente de Carla Hilário Quevedo." Sucedeu-lhe folhear a Única de 30/12/05? É certo que cada um passa o tempo como quer e como pode, mas há aqui um gosto estranho por arquivos. Passa então a citar o que escrevi numa das colunas mais pequenas (desculpem a autocitação, mas tenho mesmo de a fazer): "A. O. Scott, do "New York Times", faz uma lista dos dez melhores filmes de 2005. Em primeiro lugar, encontramos "The Best of Youth" de Marco Tullio Giordana. O filme dura seis horas e conta a história de uma família de Roma, durante as décadas de 60 e 70. Pode ser interessante, nada contra, mas, sinceramente, seis horas? Sim, desconfio dessa espécie de maratona adaptada ao cinema. Mesmo com quatro intervalos, no mínimo, ninguém aguenta. Ou se trata de um caso de arrogância ou de talento. É um tipo de filme que todos esperamos que os nossos amigos vejam primeiro." Isto foi o que escrevi na Única. Agora o comentário de Seabra: "Se é Bomba ou não, desconheço, mas em vez de inteligente é ignorante no exemplo. (...) O que queria dizer, em nome de quem falava Carla Hilário Quevedo, de que "público", quando dizia que "ninguém quer ver"?" Comecemos (e talvez acabemos) por esta última pergunta: não escrevi que "ninguém quer ver". Então nem sequer lê o texto que cita? Além de deturpar completamente o sentido do texto, óbvio a ridicularizar um filme que dura seis horas, cita mal. Quanto ao comentário de desconhecer se sou Bomba, poupe-me a essa conversa pobre de blogue anónimo com três visitas diárias.
Augusto M. Seabra menciona o meu nome no último Mil Folhas. A que propósito, perguntam vocês e muito bem. Começa Seabra: "Sucedeu-me folhear a Única do "Expresso" de 30/12/05 e deparar com a coluna Bomba Inteligente de Carla Hilário Quevedo." Sucedeu-lhe folhear a Única de 30/12/05? É certo que cada um passa o tempo como quer e como pode, mas há aqui um gosto estranho por arquivos. Passa então a citar o que escrevi numa das colunas mais pequenas (desculpem a autocitação, mas tenho mesmo de a fazer): "A. O. Scott, do "New York Times", faz uma lista dos dez melhores filmes de 2005. Em primeiro lugar, encontramos "The Best of Youth" de Marco Tullio Giordana. O filme dura seis horas e conta a história de uma família de Roma, durante as décadas de 60 e 70. Pode ser interessante, nada contra, mas, sinceramente, seis horas? Sim, desconfio dessa espécie de maratona adaptada ao cinema. Mesmo com quatro intervalos, no mínimo, ninguém aguenta. Ou se trata de um caso de arrogância ou de talento. É um tipo de filme que todos esperamos que os nossos amigos vejam primeiro." Isto foi o que escrevi na Única. Agora o comentário de Seabra: "Se é Bomba ou não, desconheço, mas em vez de inteligente é ignorante no exemplo. (...) O que queria dizer, em nome de quem falava Carla Hilário Quevedo, de que "público", quando dizia que "ninguém quer ver"?" Comecemos (e talvez acabemos) por esta última pergunta: não escrevi que "ninguém quer ver". Então nem sequer lê o texto que cita? Além de deturpar completamente o sentido do texto, óbvio a ridicularizar um filme que dura seis horas, cita mal. Quanto ao comentário de desconhecer se sou Bomba, poupe-me a essa conversa pobre de blogue anónimo com três visitas diárias.
Nota adicional: o parágrafo de Augusto M. Seabra nada mais é do que um exemplo de cobardia. Não lhe passou pela cabeça "folhear a Única" e mencionar o texto que tanto o incomodou na altura em que eu escrevia no Expresso. Pois é. Podia responder-lhe no jornal... O que Seabra não percebe é a qualidade de leitura nos blogues, nomeadamente de alguns, como é o caso deste.
domingo, junho 18, 2006
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é conjugal. O JSA pediu o disco e aqui estou, com muito gosto, para cumprir o prometido. Mal olhei para a palavra, pensei: "Ui, com esse jota, é muito moderna para o meu gosto". Quase acertei: o jota não faz parte do alfabeto latino (não perguntem porque é que o dicionário está cheio de palavras começadas por jota), mas lê-se como o i. Temos duas palavras em "conjugal": cum + jugalis, que, por sua vez, se refere ao verbo (no infinitivo) conjugare; ou seja, cum + jugare. E quem não sabe - valha-me Deus! - o que significa este cum? Não? (pausa) Também não? (ligeiro bocejo) Hm, andam a ver muitos filmes? Isso! Com. Já o jugare não se parece com nada de especial, mas significa unir ou ligar. Assim temos os belíssimos significados de "ligar juntamente" ou "unir com": conjugare não significa uma união qualquer nem simplesmente uma ligação, mas a união conjugal, o casamento. Descobri que vir ou maritus eram os termos utilizados para o esposo (vir é muito bonito, porque tem a ver com muitas outras palavras de que gosto, nomeadamente virtus) e que conjux quer dizer esposa. Adoro estes femininos terminados em xis.
A palavra para hoje é conjugal. O JSA pediu o disco e aqui estou, com muito gosto, para cumprir o prometido. Mal olhei para a palavra, pensei: "Ui, com esse jota, é muito moderna para o meu gosto". Quase acertei: o jota não faz parte do alfabeto latino (não perguntem porque é que o dicionário está cheio de palavras começadas por jota), mas lê-se como o i. Temos duas palavras em "conjugal": cum + jugalis, que, por sua vez, se refere ao verbo (no infinitivo) conjugare; ou seja, cum + jugare. E quem não sabe - valha-me Deus! - o que significa este cum? Não? (pausa) Também não? (ligeiro bocejo) Hm, andam a ver muitos filmes? Isso! Com. Já o jugare não se parece com nada de especial, mas significa unir ou ligar. Assim temos os belíssimos significados de "ligar juntamente" ou "unir com": conjugare não significa uma união qualquer nem simplesmente uma ligação, mas a união conjugal, o casamento. Descobri que vir ou maritus eram os termos utilizados para o esposo (vir é muito bonito, porque tem a ver com muitas outras palavras de que gosto, nomeadamente virtus) e que conjux quer dizer esposa. Adoro estes femininos terminados em xis.
Eu hoje acordei assim...
Marilyn Monroe. Cortesia de António Pereira.
Marilyn Monroe. Cortesia de António Pereira.
... com o minuto a minuto de ontem, as imagens no blogue foram todas para o arquivo. Urge fazer alguma coisa! Mas antes observe-se o estudo comparativo (ou duelo de Titãs) feito pelo Posto de Escuta: Bombaball vs. um tal de New York Times (muito engraçado, obrigada!).
sábado, junho 17, 2006
sexta-feira, junho 16, 2006
Bombaball
Ao contrário do que afirma José Pacheco Pereira, parece-me que faltam comentadores de futebol neste Mundial. Que é como quem diz: falto eu. Por isso, aqui estarei amanhã, um pouco antes das 14 horas, para comentar o jogo Portugal-Irão, minuto a minuto ou quase. Em casa, há duas pessoas a torcer por Portugal e uma - traidora - a apoiar a equipa do Irão...
Uns sobre outros: "The 40 pages of non stop run in the end [of Ulysses] is a string of veritable psychological peaches. I suppose the devil's grandmother knows so much about the psychology of women, I didn't." Carl Jung numa carta a James Joyce.
Descobri este site fantástico sobre a influência da música nas obras de James Joyce, cuja visita lenta aconselho. Gostaria de ouvir Joyce a ler o capítulo 11 do Ulysses, "Sirens", talvez o mais musical, cheio de onomatopeias, referências a óperas e operetas, os risinhos das meninas Miss Douce e Miss Kennedy e os gases finais de Leopold Bloom (estaria nervoso e mal disposto porque eram quase quatro da tarde, hora em Molly se encontraria com Boylan?). Só um excerto do capítulo (na página 364, da edição da Penguin), para que ouçamos: "Sea, wind, leaves, thunder, waters, cows lowing, the cattle market, cocks, hens don't crow, snake hisses. There's music everywhere. Ruttledge's door: ee creaking. No, that's noise. Minuet of Don Giovanni he's playing now. Court dresses of all descriptions in castle chambers dancing. Misery. Peasants outside. Green starving faces eating dockleaves. Nice that is. Look: look, look, look, look, look: you look at us."
O meu amigo Rui faz hoje anos...
... Parabéns! Mas não é o único. O dia de Leopold e Molly e de James e Nora faz hoje 102 anos. Have a great Bloomsday!
quinta-feira, junho 15, 2006
Eu hoje acordei assim...
Cameron Diaz. Cortesia de António Pereira.
Cameron Diaz. Cortesia de António Pereira.
... gosto de gatos, de todos os gatos, de todas as raças, cores e tamanhos (este na imagem é da família destes). Gosto de cães, de coelhos, de ratinhos, de burros (são tão bonitos), de cavalos, de zebras, de crocodilos, de cobras, de mochos, de gorilas, de dragões de Komodo, de formigas, de centopeias, de leopardos, de ursos, de pinguins, de búfalos, de girafas. E gosto mesmo muito dos vlogs da Atlas. Yeah, baby!
quarta-feira, junho 14, 2006
Jorge Luis Borges (1899-1986)
Descobri esta fotografia de Borges na Biblioteca Nacional da Argentina, neste excelente site. A propósito da data de hoje - vinte anos da sua morte - a ler sobre o autor em La Nación.
Descobri esta fotografia de Borges na Biblioteca Nacional da Argentina, neste excelente site. A propósito da data de hoje - vinte anos da sua morte - a ler sobre o autor em La Nación.
Bom em todas as línguas
"Le nom de Zunni m'impressiona; son cabinet, au croisement des rues Caseros et Tacuarí, est d'une sévérité proverbiale. Je demandai s'il s'etait déjà chargé de l'affaire. Daneri dit qu'il lui parlerait cet après-midi même! Il hésita, et de la voix neutre, impersonnelle, dont nous nous servons pour confier quelque chose de trés intime, il dit que pour terminer le poème la maison lui était indispensable, car un angle de la cave il y avait un Aleph. Il précisa qu'un Aleph est l'un des points de l'espace qui contient tous les points."
Jorge Luis Borges, L'Aleph, Oevres Complètes I, Éditions Gallimard, 1993, pp. 659-660.
"Le nom de Zunni m'impressiona; son cabinet, au croisement des rues Caseros et Tacuarí, est d'une sévérité proverbiale. Je demandai s'il s'etait déjà chargé de l'affaire. Daneri dit qu'il lui parlerait cet après-midi même! Il hésita, et de la voix neutre, impersonnelle, dont nous nous servons pour confier quelque chose de trés intime, il dit que pour terminer le poème la maison lui était indispensable, car un angle de la cave il y avait un Aleph. Il précisa qu'un Aleph est l'un des points de l'espace qui contient tous les points."
Jorge Luis Borges, L'Aleph, Oevres Complètes I, Éditions Gallimard, 1993, pp. 659-660.
The sound of bomba
Arte poética
Mirar el río hecho de tiempo y agua
y recordar que el tiempo es otro río,
saber que nos perdemos como el río
y que los rostros pasan como el agua.
Sentir que la vigilia es otro sueño
que sueña no soñar y que la muerte
que teme nuestra carne es esa muerte
de cada noche, que se llama sueño.
Ver en el día o en el año un símbolo
de los días del hombre y de sus años,
convertir el ultraje de los años
en una música, un rumor y un símbolo,
ver en la muerte el sueño,
en el ocaso un triste oro,
tal es la poesía que es inmortal y pobre.
La poesía vuelve como la aurora y el ocaso.
A veces en las tardes una cara
nos mira desde el fondo de un espejo;
el arte debe ser como ese espejo
que nos revela nuestra propria cara.
Cuentan que Ulises, harto de prodigios,
lloró de amor al divisar su Itaca
verde y humilde. El arte es esa Itaca
de verde eternidad, no de prodigios.
También es como el río interminable
que pasa y queda y es cristal de un mismo
Heráclito inconstante, que es el mismo
y es otro, como el río interminable.
Jorge Luis Borges, 1960
Arte poética
Mirar el río hecho de tiempo y agua
y recordar que el tiempo es otro río,
saber que nos perdemos como el río
y que los rostros pasan como el agua.
Sentir que la vigilia es otro sueño
que sueña no soñar y que la muerte
que teme nuestra carne es esa muerte
de cada noche, que se llama sueño.
Ver en el día o en el año un símbolo
de los días del hombre y de sus años,
convertir el ultraje de los años
en una música, un rumor y un símbolo,
ver en la muerte el sueño,
en el ocaso un triste oro,
tal es la poesía que es inmortal y pobre.
La poesía vuelve como la aurora y el ocaso.
A veces en las tardes una cara
nos mira desde el fondo de un espejo;
el arte debe ser como ese espejo
que nos revela nuestra propria cara.
Cuentan que Ulises, harto de prodigios,
lloró de amor al divisar su Itaca
verde y humilde. El arte es esa Itaca
de verde eternidad, no de prodigios.
También es como el río interminable
que pasa y queda y es cristal de un mismo
Heráclito inconstante, que es el mismo
y es otro, como el río interminable.
Jorge Luis Borges, 1960
terça-feira, junho 13, 2006
Eu hoje acordei assim...
Kylie Minogue
... este ano fui à Feira do Livro quase todos os dias. Uns dias comprei, noutros só passeei e vi. Em todos esses dias namorei um livro específico, passei pela barraquita, toquei-lhe, folheei-o, li alguns excertos, esperei pacientemente que fosse livro do dia e nada. É um livro caro. Percebo que custe tanto dinheiro (é um livro técnico e traduzido), mas queria que custasse menos de metade ou que, pelo menos, tivesse aquele desconto dos 40%. Chegámos ao último dia da Feira. Pode ser que seja hoje.
Kylie Minogue
... este ano fui à Feira do Livro quase todos os dias. Uns dias comprei, noutros só passeei e vi. Em todos esses dias namorei um livro específico, passei pela barraquita, toquei-lhe, folheei-o, li alguns excertos, esperei pacientemente que fosse livro do dia e nada. É um livro caro. Percebo que custe tanto dinheiro (é um livro técnico e traduzido), mas queria que custasse menos de metade ou que, pelo menos, tivesse aquele desconto dos 40%. Chegámos ao último dia da Feira. Pode ser que seja hoje.
Adenda às 21h43: passei por lá outra vez, namoro pegado, lagrimita ao canto do olho, um beijo soprado para a capa. Não, meu querido, não te posso levar. Fica para o ano.
segunda-feira, junho 12, 2006
Blockbomba: Brokeback Mountain (podia fazer piadas ou dizer que a paisagem é linda e que eles são lindos e que as ovelhas são lindas e a fotografia é linda, mas o que quero mesmo dizer - e a sério - é que adorei). Matchpoint (excelente filme, um dos melhores de Woody Allen e Scarlett Johansson pode ser linda, voluptuosa, o que quiserem; para mim, tem sobretudo imenso talento. A lição a tirar deste filme é a seguinte: nunca confiar em professores de ténis - espero, sinceramente, que o actor nunca mais consiga nenhum trabalho: alguém tem de pagar pelos crimes da personagem). Walk the Line (que sorte ter alugado três filmes tão bons; muito comovedor, Reese Witherspoon ganhou muito bem o Óscar - agora é que é, há pouco, no Brokeback Mountain, enganei-me - e com um produtor chamado David J. Bomba, com certeza um primo americano afastado).
Eu hoje acordei assim...
Gina Lollobrigida
Gina Lollobrigida
... experimentei o Peace of Cake. Quatrocentas e cinquenta mil vezes melhor do que o Strawberry Cheesecake. Nem há discussão.
domingo, junho 11, 2006
Babyblogue: o Portugal dos Pequeninos, do João Gonçalves, é ainda mais pequenino hoje do que nos restantes dias do ano, porque cumpre três anos de vida na blogosfera. Para-gugu-béns!
Eu hoje acordei assim...
Gina Lollobrigida
Gina Lollobrigida
... florida e clarinha porque estamos no Verão, um Verão antecipado, mas com dias quentes e noites que refrescam só um bocadinho, como se já estivéssemos em Agosto (ou num Agosto de há dez anos). A luz de Lisboa é tão bonita. Diz-se muito isto, não é? É por ser verdade e isso é estranho num juízo. Será um gosto absoluto? Ontem experimentei um gelado novo da Häagen-Dazs, que aconselho aos apreciadores (deve haver pessoas que não gostam de gelados, embora com certeza gostem da luz de Lisboa). É de pauzinho (em inglês, stick bar) e chama-se Summer Berries & Cream (fruits rouges et coulis de framboises), com cobertura de chocolate. A mistura de sabores é perfeita e o chocolate tem ali muita importância. Se o chocolate fosse menos negro, forte ou encorpado (esta classificação não pode ser só para vinhos), o sabor seria mais enjoativo, uniforme; mas assim, todos os sabores - o do chocolate, o dos frutos silvestres, o da framboesa e o da nata - distinguem-se completamente. Hoje vou experimentar Peace of Cake da Ben & Jerry's. Depois conto. Chocolate Therapy também me parece divertido.
sábado, junho 10, 2006
Gostar de homens©
Jose Pekerman e Juan Román Riquelme
Gabriel Heinze
Juan Pablo Sorín (a personal favourite: é o meu lado heavy metal)
Jose Pekerman e Juan Román Riquelme
Gabriel Heinze
Juan Pablo Sorín (a personal favourite: é o meu lado heavy metal)
Uns sobre outros: "There are things of which one cannot really say that they are either good books or bad books; they are really not books at all. When one has bought them, one has really got paper and print. When one has bought Dorothy Parker, however, one has really bought a book. She is not Emily Brontë or Jane Austen, but she has been at some pains to write well, and she has put into what she has written a voice, a state of mind, an era, a few moments of human experience that nobody else has conveyed." Edmund Wilson sobre Dorothy Parker.
Observation
If I don't drive around the park,
I'm pretty sure to make my mark.
If I'm in bed each night by ten,
I may get back my looks again.
If I abstain from fun and such,
I'll probably amount to much;
But I shall stay the way I am,
Because I do not give a damn.
Dorothy Parker, The Portable, p. 112.
If I don't drive around the park,
I'm pretty sure to make my mark.
If I'm in bed each night by ten,
I may get back my looks again.
If I abstain from fun and such,
I'll probably amount to much;
But I shall stay the way I am,
Because I do not give a damn.
Dorothy Parker, The Portable, p. 112.
Uns sobre outros: "Marilyn can't help her behavior. She is always in terror. Not so different from you and me, only much prettier!" Dorothy Parker, numa carta a John Patrick Shanley, sobre Marilyn Monroe.
sexta-feira, junho 09, 2006
Sai no dia 14 de Junho!
Com o Correio da Manhã e a Sábado, "a troco de uns míseros 4,90". Mesmo se não o conhecesse de lado nenhum, não fosse sua amiga, não fosse amiga do melhor amigo dele e nunca sequer o tivesse visto mais gordo, diria que o Alberto Gonçalves pertence à elite da elite de la créme do suprassumo da barbatana dos cronistas e pensadores portugueses. Mas como não se passa nada disso, repito e multiplico por quatro. Não: por quarenta. Não: por quarenta mil...
Afinal havia outra!
Você é a Selecção do Togo: você nem sabe bem por onde anda, a maior parte do tempo só quer é aproveitar o bom da vida, sem se preocupar demasiado. Não é ambicioso, por isso, para si, tudo o que vier á rede é peixe, valoriza o bom que lhe acontece e se por acaso as coisas lhe correm mal você encolhe os ombros e diz: siga! Olhado com simpatia e curiosidade por quem o rodeia, você não tem mau perder e para si ganhar é quase um milagre."
quinta-feira, junho 08, 2006
- A (des)propósito: beijinhos, Ana Cláudia!
- Damn, caríssimo Jansenista: só tenho o Abrégé.
- Ah, então a culpa da sobrevivência de "gostoso" (ugh!) pode ser do "pessoal do Norte". Um vocábulo perfeitamente apto para ser um arcaísmo, assim levado para o Brasil e dito, repetido, animado... Pesadelo.
- Damn, caríssimo Jansenista: só tenho o Abrégé.
- Ah, então a culpa da sobrevivência de "gostoso" (ugh!) pode ser do "pessoal do Norte". Um vocábulo perfeitamente apto para ser um arcaísmo, assim levado para o Brasil e dito, repetido, animado... Pesadelo.
- Ivan: a fotografia de Jenna Jameson é extraordinária. Mal a vi (envio-te o site por e-mail), pensei que, no dia seguinte, acordaria assim. Tive uma ideia que incluía esse tipo de actrizes, mas não consegui desenvolvê-la por falta de material. Essa imagem é uma excepção em milhares de imagens demasiado óbvias para o meu gosto e que não ilustravam bem o que queria dizer; fosse lá isso o que fosse. Para conseguir as imagens não é preciso nada de especial: basta uma pesquisa mais aprofundada no Google Images; ou seja, tem de se ver muita t-shirt molhada até lá chegar. Quanto à escolha, trata-se de uma actividade racional e isso, sim, é interessante e, em certa medida, revelador.
Your Fortune Is |
quarta-feira, junho 07, 2006
Heraclito sobre "Eu hoje acordei assim"
"Heraclito diz ser o cosmo para os acordados, uno e igual, enquanto, dos que estão deitados, cada qual se volta para o seu cosmo particular."
Fragmentos contextualizados, prefácio, apresentação, tradução e comentários de Alexandre Costa, Lisboa, INCM, 2005, p. 145.
terça-feira, junho 06, 2006
Coisas que melhoram algumas vidas (44)
Passa-se isto assim assim, Gato Fedorento, série Lopes da Silva.
Segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, depois segue... Gato Fedorento, Série Barbosa.
Passa-se isto assim assim, Gato Fedorento, série Lopes da Silva.
Segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, segue, depois segue... Gato Fedorento, Série Barbosa.
segunda-feira, junho 05, 2006
Porque é que adoro Desperate Housewives (32)
Início do décimo episódio da segunda série, Coming Home.
"There were many ways to tell Bree Van De Kamp was a lady. She was courteous to those around her, she moved with elegance and grace. And she was very careful to never let others know what she was thinking."
Início do décimo episódio da segunda série, Coming Home.
Querida Sam: autolinque será um termo genérico (o que fizeste para um post de 2004 é arriscado e, como tal, divertidíssimo). Talvez, to be more specific, o termo para designar o acto de lincar posts do mesmo blogue devesse ser endolinque. Para o acto de lincar de um blogue para outro, pertencendo ambos ao mesmo autor, sugiro bilinque ou esquizolinque. O que achas?
Adenda: substitua-se autolinque por endolinque e chame-se um neologista para resolver a questão bilinque/esquizolinque.
domingo, junho 04, 2006
Agora sim: Ricardo, linda, sim. Muito melhor vestida e descalça, sem clichés desnecessários. (Mas, valha-me Deus, o que dizer de Brown Bunny, a não ser: seca, seca, seca, seca...)
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é Platão. O nome tem um significado especial, por motivos menos evidentes do que se pensa e mesmo nada pretensiosos. Digo apenas que, embora não seja um nome comum na Grécia, há alguns gregos que se chamam assim: Platon, Platonas, sendo que aquele o não é um fraco ómikron, mas um robusto ómega. Ora segundo reza a lenda (que entretanto, se tornou verdade absoluta, só porque já passou muito tempo), Platão teria uma testa alta, larga, sinal de inteligência. E o que significa platys? Precisamente: superfície larga ou plana (olha, plana). Em grego moderno, pláti significa costas e isso levou-me a investigar mais possibilidades de largura física em Platão. Descobri, por exemplo, que a palavra para costas largas, em grego antigo, é platívotos e para nariz largo (ou grande) é platýrris. Em que ficamos? É verdade que tinha a testa alta e as costas largas, mas o nariz era tipicamente grego: fino, direito. Não. Fica já decidido: testa alta, larga, sinal de inteligência.
Modo de vida: "Tudo se finge, primeiro, germina autêntico é depois." João Guimarães Rosa (cortesia da Meg)
sábado, junho 03, 2006
Blockbomba: Jarhead (muito bom). Brown Bunny (haja pachorra para Vincent Gallo. What does he think he is? French? Vi o filme em fast forward (entre dois a quatro minutos) e, mesmo assim, pareceu-me lento e insuportável). El Séptimo Día (gostei desta história terrível de vingança, mas depois de Brown Bunny, qualquer coisa me parece uma obra-prima. Para estar mais segura do meu gosto, decidi não ver mais nenhum filme até que o Efeito Bunny passe completamente).
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer
- Já foi há uns dias, mas rrrrrrrr, sim!
- Também já foi há uns dias que o Francisco José Viegas anunciou que o Alexandre Soares Silva vai estar na Casa Fernando Pessoa, no dia 22 de Junho. Nesse dia, a Casa vem abaixo.
- Foi ainda há mais dias que a Meg publicou uma fotografia de um gato espantoso, o Duke.
- No dia 1 de Junho, Marilyn Monroe, se fosse viva, faria 80 anos. Lembrou-mo o Berra-Boi, comemorando o evento com uma deliciosa fotografia da actriz. Logo nesse dia, acordei Elizabeth Hurley (juro que não me lembrei), autora dessas palavras desagradáveis, lembradas pela Ana Cláudia, sobre a divíssima Monroe. Ah, uma óptima oportunidade de acordar com 80 anos looking like eighteen assim desperdiçada. Quanto a Hurley, o que dizer? Bifas...
- Herr Jansenista, leituras maçadoras levaram-me felizmente a outras estimulantes, como A República, sim. Não pensava na possibilidade de diálogo na blogosfera e nas tertúlias tão apreciadas desde tempos antigos, mas no excesso de opinião vs. a escassez de conhecimento, algo que Platão condenaria. Quanto à ideia de contratar Aristóteles como principal colaborador da Wikipédia, parece-me sobretudo adequadíssima.
- Julgo que a série de posts sobre o tom dos blogues, que o Luís Carmelo tem vindo a publicar no Miniscente, não devem ficar por este espaço virtual.
- O Ricardo acabou o seu Babugem (e mudou-se para o Devaneios) com uma série de imagens de Chloe Sevigny. Vi mais da actriz do que alguma vez pensei e certamente desejei ver: totalmente despida - embora não descalça - de preconceitos. A rapariga está toda nua, mas ups, ai, esqueceu-se de tirar as complicadas botas. Bu, Chloe!
- Por último, percebi agora que aquilo que o Varandas anda a matar há umas semanas não são traças, mas borboletas castanhas muito feias. Sobre traças ou mariposas e Virginia Woolf, a ler no Seta Despedida, aqui, aqui e aqui.
sexta-feira, junho 02, 2006
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (42)
"- Mas há, segundo julgo, e como diremos, umas mulheres dotadas para a medicina e outras não, umas para a música, e outras por natureza amusicais.
- Sem dúvida.
- E não as há capazes dos exercícios físicos e da milícia e outras incapazes da luta e que não gostam de fazer ginástica?
- Acho que sim.
- Pois então! E não as há amigas do saber e outras que o detestam? E umas irascíveis e outras apáticas?
- Também.
- Há sem dúvida a mulher guardiã e a que não o é. Ou não escolhemos para guardiães homens com essa natureza?
- Foi com essa.
- A aptidão natural, tanto do homem como da mulher, para guardar a cidade é, por conseguinte, a mesma, excepto na medida em que a desta é mais débil, e a daquele mais robusta.
- Parece que sim.
- Logo, devem escolher-se mulheres dessa espécie para coabitar e ajudar a guardar a cidade juntamente com esses homens, uma vez que são capazes e aparentadas com eles quanto à sua natureza.
- Absolutamente."
Platão, A República, 455e-456b, tradução de Maria Helena da Rocha Pereira.
Eu hoje acordei assim...
Angelina Jolie
... leio em vários blogues que o maradona (que já escreve na Atlântico os textos mais deliciosos que tenho lido nos últimos tempos na imprensa) escreverá no Diário de Notícias sobre o Mundial. Óptimas notícias! Não ligo nenhuma a futebol, não tenciono ver os jogos e não vou perder uma única crónica (é diária, semanal; se for semanal, em que dia?). Bravo, maradona!
Angelina Jolie
... leio em vários blogues que o maradona (que já escreve na Atlântico os textos mais deliciosos que tenho lido nos últimos tempos na imprensa) escreverá no Diário de Notícias sobre o Mundial. Óptimas notícias! Não ligo nenhuma a futebol, não tenciono ver os jogos e não vou perder uma única crónica (é diária, semanal; se for semanal, em que dia?). Bravo, maradona!
quinta-feira, junho 01, 2006
Última hora!
2 DJS DO *******! Dia 2 de Junho, sexta-feira, a partir da meia-noite, no NAPERON (Rua da Barroca).
Perguntas, pedidos, sugestões e fogosas declarações de amor para djsdocaralh@gmail.com.
Os 2DJs são Nuno Miguel Guedes e Zé Diogo Quintela.
Perguntas, pedidos, sugestões e fogosas declarações de amor para djsdocaralh@gmail.com.
Os 2DJs são Nuno Miguel Guedes e Zé Diogo Quintela.
Eu hoje acordei assim...
Elizabeth Hurley
... ontem vi o primeiro episódio (de apenas três) da série The Line of Beauty, baseada no romance homónimo de Alan Hollinghurst, que não li. Embora não seja at all my cup of tea e os actores sejam todos - sem nenhuma excepção - uns canastrões insuportáveis (até Tim McInnery, maravilhoso em Black Adder está de fugir a sete pés), valeu a pena ver o episódio por causa de expressões como rot dinner language ou blinding fuck. Segundo Catherine, a irmã de Tobias, de quem Nicholas Guest é amigo (Nick esse que me fez imenso lembrar o miúdo do The Go-Between, embora não tenha nada a ver: talvez por partilharem da totozice), um dos fotógrafos presentes numa recepção é uma blinding fuck. E depois alguém que na sala diz sobre a chegada de outros fotógrafos: "Ah, The Tatler, finally!" Valeu a pena por isto.
Elizabeth Hurley
... ontem vi o primeiro episódio (de apenas três) da série The Line of Beauty, baseada no romance homónimo de Alan Hollinghurst, que não li. Embora não seja at all my cup of tea e os actores sejam todos - sem nenhuma excepção - uns canastrões insuportáveis (até Tim McInnery, maravilhoso em Black Adder está de fugir a sete pés), valeu a pena ver o episódio por causa de expressões como rot dinner language ou blinding fuck. Segundo Catherine, a irmã de Tobias, de quem Nicholas Guest é amigo (Nick esse que me fez imenso lembrar o miúdo do The Go-Between, embora não tenha nada a ver: talvez por partilharem da totozice), um dos fotógrafos presentes numa recepção é uma blinding fuck. E depois alguém que na sala diz sobre a chegada de outros fotógrafos: "Ah, The Tatler, finally!" Valeu a pena por isto.
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