blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com
terça-feira, maio 31, 2005
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (26)
"Diz-se tanta coisa
sobre o que o poema «queria»,
sobre o que o poema queria dizer que,
às tantas,
até nos esquecemos que,
mais importante do que o poema diz,
é... enfim, que o poema diz.
E nos esquecemos de ouvir o que
o poema é."
de Rui Zink, A Palavra Mágica e outros contos, "O Poema", Lisboa, Dom Quixote, 2005, p. 101.
"Diz-se tanta coisa
sobre o que o poema «queria»,
sobre o que o poema queria dizer que,
às tantas,
até nos esquecemos que,
mais importante do que o poema diz,
é... enfim, que o poema diz.
E nos esquecemos de ouvir o que
o poema é."
de Rui Zink, A Palavra Mágica e outros contos, "O Poema", Lisboa, Dom Quixote, 2005, p. 101.
The sound of bomba: na grafonola do bomba toca o delicioso Lobo Bobo, cantado por João Gilberto.
Lobo Bobo
de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli
Era uma vez um lobo mau
Que resolveu jantar alguém
Estava sem vintém, mas arriscou
E logo se estrepou
Um Chapeuzinho de maiô
Ouviu buzina e não parou
Mas Lobo Mau insiste e faz cara de triste
Mas Chapeuzinho ouviu os conselhos da vovó
Dizer que não pra lobo, que com lobo não sai só
Lobo canta, pede, promete tudo até amor
E diz que fraco de lobo é ver um Chapeuzinho de maiô
Mas Chapeuzinho percebeu
Que Lobo Mau se derreteu
Pra ver você que lobo também faz papel de bobo
Só posso lhes dizer, Chapeuzinho agora traz
Um lobo na coleira que não janta nunca mais
Lobo bobo, uuuuh!
Lobo Bobo
de Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli
Era uma vez um lobo mau
Que resolveu jantar alguém
Estava sem vintém, mas arriscou
E logo se estrepou
Um Chapeuzinho de maiô
Ouviu buzina e não parou
Mas Lobo Mau insiste e faz cara de triste
Mas Chapeuzinho ouviu os conselhos da vovó
Dizer que não pra lobo, que com lobo não sai só
Lobo canta, pede, promete tudo até amor
E diz que fraco de lobo é ver um Chapeuzinho de maiô
Mas Chapeuzinho percebeu
Que Lobo Mau se derreteu
Pra ver você que lobo também faz papel de bobo
Só posso lhes dizer, Chapeuzinho agora traz
Um lobo na coleira que não janta nunca mais
Lobo bobo, uuuuh!
Six Feet Under Notes: Luís, o episódio foi tão violento e triste que fiquei mal disposta. A sério. O estômago às voltas, uma coisa estranha. Uma pessoa envolve-se na história e começa a ter sintomas! O início aparentemente imprevisto dá o mote ao episódio: neste mundo, em que há de tudo, tudo pode acontecer. Há pessoas com interesses escatológicos em comum (Becky e Kyle, unidos por Ruth); gente que faz operações de correcção vaginal, como o pesadelo da mãe de Brenda; pessoas completamente desligadas dos seres humanos, como Jake. Salvam-se as fotografias de Claire, mas apenas ela as compreende. (Adorei o revirar de olhos de Claire quando Russell tenta ver o que não existe.) Dead and beyond everything.
Conversas deliciosas
[por SMS, com a Papoila]
Dia 1
- Minha querida, como te sentes?
- Estou calma.
Dia 2
- Tudo tranquilo?
- Tudo.
Dia 3
- Tranqui?
- Sim. E farta.
Dia 4
- Papoila, já não tenho unhas!
- A Leonor não quer.
Dia 5
- Então, pá?
- Parece que é hoje. Mas agora não me apetece. Vamos às compras?
[por SMS, com a Papoila]
Dia 1
- Minha querida, como te sentes?
- Estou calma.
Dia 2
- Tudo tranquilo?
- Tudo.
Dia 3
- Tranqui?
- Sim. E farta.
Dia 4
- Papoila, já não tenho unhas!
- A Leonor não quer.
Dia 5
- Então, pá?
- Parece que é hoje. Mas agora não me apetece. Vamos às compras?
domingo, maio 29, 2005
Bomba de Ouro: "A única coisa que me irrita é que os franceses conseguiram o que queriam: que alguém lhes ligasse depois de anos de insignificância", no Quid Rides?
sexta-feira, maio 27, 2005
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (25)
"(...) porque quem não pede perdão/ não é nunca perdoado."
de Insensatez, Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
"(...) porque quem não pede perdão/ não é nunca perdoado."
de Insensatez, Vinicius de Moraes e Tom Jobim.
Adenda: A Ana Cláudia Vicente levanta uma suspeita terrível! E se Lisa está viva? Mau... Faço minhas as palavras de Claire Fisher: "Ana Cláudia, they identified her teeth." E sim, li (muito superficialmente, só à procura do nome "Lisa") os resumos dos episódios seguintes, e não, não está viva. Ufa! Quanto ao resto, esperemos para ver. O Luís Carmelo está em fase de "abstinência discreta, acompanhada de visionamento e leitura bastante atentos". Desde que durma pelo menos oito horas por dia, está tudo bem.
terça-feira, maio 24, 2005
Six Feet Under Notes
Caro Luís, também não me parece que os episódios estejam a ser mornos. Apenas o caso Brenda-Joe me pareceu muito pouco interessante, algo que, de facto, mudou. Agora temos a história de Nate, com o cão e as visões e a loucura completamente instalada... O self-loathing homo Keith agora não quer sair do armário. David aguenta. A mãe de Brenda é o maior pesadelo que uma filha pode ter. See you in a few years. Mas a cena mais constrangedora (e houve várias neste episódio) foi a de Claire com o respectivo date incompetente a pedir instruções. Na imagem, as três a pintar uma parede e a falar do que Claire nunca teve.
Caro Luís, também não me parece que os episódios estejam a ser mornos. Apenas o caso Brenda-Joe me pareceu muito pouco interessante, algo que, de facto, mudou. Agora temos a história de Nate, com o cão e as visões e a loucura completamente instalada... O self-loathing homo Keith agora não quer sair do armário. David aguenta. A mãe de Brenda é o maior pesadelo que uma filha pode ter. See you in a few years. Mas a cena mais constrangedora (e houve várias neste episódio) foi a de Claire com o respectivo date incompetente a pedir instruções. Na imagem, as três a pintar uma parede e a falar do que Claire nunca teve.
domingo, maio 22, 2005
The sound of bomba: na grafonola toca Blame Canada, do filme Southpark: Bigger, Longer and Uncut. It's not even a country anyway...
O bomba inteligente enganou-se: há dois posts neste blogue que me incomodam. Num digo que se existe alguma divisão no mundo essa terá de ser entre pessoas inteligentes e burras. Nada mais falso. Se existe alguma divisão neste mundo será entre gente com carácter e gente sem carácter. Será, pelo menos, a única separação para mim relevante. O outro post é simplesmente uma tentativa falhada de fazer uma piada. Falava da ambiguidade: uma vez que era punida pelos Romanos, congratulava-me por ter nascido em 1970. Aqui tratou-se de uma mentira. A ambiguidade nunca me interessou. Por isso a piadola coxeia. Uma das poucas coisas que me interessam na vida (são, na verdade, muito poucas, cada vez menos) é a clareza. As outras são (quase) todas aquelas a que, de uma maneira ou de outra, me refiro neste blogue.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (24)
"(...) para alcançar a sabedoria temos de ser honestos - não podemos sucumbir nem à fantasia nem ao sentimentalismo."
"O que me agrada no modelo ensaístico é precisamente o facto de ser pessoal, intimista, descritivo, sensorial - mas também permitir a discussão de ideias bastante abstractas."
Alain de Botton entrevistado por Paulo Nogueira para a Actual, 21-05-05, p. 74.
"(...) para alcançar a sabedoria temos de ser honestos - não podemos sucumbir nem à fantasia nem ao sentimentalismo."
"O que me agrada no modelo ensaístico é precisamente o facto de ser pessoal, intimista, descritivo, sensorial - mas também permitir a discussão de ideias bastante abstractas."
Alain de Botton entrevistado por Paulo Nogueira para a Actual, 21-05-05, p. 74.
sábado, maio 21, 2005
Blockbomba: Alexander. Gostei imenso do filme e isso por uma razão muito simples - a história do filho de Zeus, do protector dos homens (eis o sentido etimológico do nome), do pupilo de Aristóteles, é gloriosa. Embora haja no filme os disparates do costume e uma excessiva colagem a uma suposta história de amor - no meu entender, de interpretação duvidosa - entre Aquiles e Pátroclo, dei por mim a pensar na vida extraordinária daquele que pretendeu conquistar e formar os povos, na desagregação do seu Império e as suas consequências: uma época interessante para Konstandinos Kavafis. Volto à leitura de Vida de Alexandre, de Plutarco.
sexta-feira, maio 20, 2005
A little bit of Sharon
Gostaria de contribuir para este peditório. Percebo bem o fascínio por Monica Bellucci (porta-aviões) ou pela lourinha inocência de Scarlett Johansson. Mas falta Sharon Stone nesse blogue. Tenham lá paciência. Quando Deus criou a mulher, estava a pensar que seriam precisos séculos de aperfeiçoamento da espécie. Não foi à primeira, nem à segunda, nem à décima sétima. Mas, finalmente, em Março de 1958, Sharon Stone chegou ao mundo para nos salvar a todas.
Gostaria de contribuir para este peditório. Percebo bem o fascínio por Monica Bellucci (porta-aviões) ou pela lourinha inocência de Scarlett Johansson. Mas falta Sharon Stone nesse blogue. Tenham lá paciência. Quando Deus criou a mulher, estava a pensar que seriam precisos séculos de aperfeiçoamento da espécie. Não foi à primeira, nem à segunda, nem à décima sétima. Mas, finalmente, em Março de 1958, Sharon Stone chegou ao mundo para nos salvar a todas.
Mais um blogue tornado livro: desta vez foi o Gato Fedorento que passou para papel, com um índice temático que é uma verdadeira categoria! Muitos parabéns!
quinta-feira, maio 19, 2005
The sound of bomba: continuamos com Jamiroquai e Little L. O António Amaral sugere que os fãs de Jay Kay visitem o blogue Jamiroquai Portugal. Obrigada pela dica!
Bomba de Ouro: "Para viver alegre é preciso aprender a tolerar o vazio. Não esperar nada da vida e substituir o medo da morte pelo gozo de viver. O medo do nada pode provocar um inconsequente excesso de actividade. Como quem anda tão depressa que não sai do mesmo sítio. Derrapa. Há coisas que só se resolvem com voluntarismo, mais a maior parte delas só lá vai com a inteligência" de Luís Gouveia Monteiro, Eternuridade.
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (23)
"Acredita-me, a verdadeira alegria é uma coisa muito séria. (...) A alegria de que te estou falando e à qual me esforço por fazer-te aceder, essa é de natureza constante, e tanto mais dilatada, quanto mais íntima."
de Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio, 23, 4-6.
"Acredita-me, a verdadeira alegria é uma coisa muito séria. (...) A alegria de que te estou falando e à qual me esforço por fazer-te aceder, essa é de natureza constante, e tanto mais dilatada, quanto mais íntima."
de Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio, 23, 4-6.
quarta-feira, maio 18, 2005
terça-feira, maio 17, 2005
Six Feet Under Notes: caro Luís, tenho um problema - o bigode de Russell. Aquele bigode demora tempo a crescer. Aquilo não é de um dia para o outro. Não é coisa que brote simplesmente no jardim. Ou seja, passou bastante tempo desde o último episódio até ao de ontem. A atitude de Claire (de desprezo/nojo) acentua essa passagem do tempo. Também o envolvimento de Nate com a loura dos lençóis espantosos (até eu senti curiosidade) indica que o tempo está a fazer das suas. Claire está noutra, provavelmente na da perturbadora Edie, the hardcore lesbian. Nate quer estar noutra (ou na mesma que idealizou antes) e Brenda também. Segundo problema: as cenas absolutamente maçadoras de Brenda (que bebe água San Pellegrino!) com Joe. Trata-se de uma história sem interesse nenhum! Talvez por isso, caro Luís Carmelo, o episódio tenha parecido morno: too much of boring Brenda wanting to have normal sex. A destacar, no entanto, o nome do curso de Brenda: Recovering from Madness. E claro, Ellen DeGeneres e a aula de David a Arthur, que nasceu para agente funerário. O final é excelente: queima-se o que sobrou, o que ninguém quis. Fica a ilusão de que alguma coisa vai mudar.
domingo, maio 15, 2005
The sound of bomba: chegou a altura de ouvirmos Virtual Insanity, do inglês Jamiroquai. And now every mother can choose the color of her child/ That's not nature's way...
sábado, maio 14, 2005
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (22)
"When in Rome do as the Romans do - but what if the Romans go in for some rather nasty doings?"
de Simon Blackburn, Being Good, a short introduction to ethics, Oxford University Press, 2002, p. 23.
"When in Rome do as the Romans do - but what if the Romans go in for some rather nasty doings?"
de Simon Blackburn, Being Good, a short introduction to ethics, Oxford University Press, 2002, p. 23.
sexta-feira, maio 13, 2005
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (21)
"Convence-te de que as coisas são tal como as descrevo: uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência."
de Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio, 1, 1.
"Convence-te de que as coisas são tal como as descrevo: uma parte do tempo é-nos tomada, outra parte vai-se sem darmos por isso, outra deixamo-la escapar. Mas o pior de tudo é o tempo desperdiçado por negligência."
de Lúcio Aneu Séneca, Cartas a Lucílio, 1, 1.
E mais, e mais: em data apropriada, o blogue No Quinto dos Impérios cumpre dois anos na blogosfera. Aproveito para dizer que adorei o post "That ship has sailed". Parabéns!
quarta-feira, maio 11, 2005
Querem saber uma coisa verdadeiramente estranha?
You are David, the middle child of the Fisher family.
Which Six Feet Under Character Are You?
brought to you by Quizilla
(Via A Causa Foi Modificada Mas Está Bronzeada)
You are David, the middle child of the Fisher family.
Which Six Feet Under Character Are You?
brought to you by Quizilla
(Via A Causa Foi Modificada Mas Está Bronzeada)
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer
- Entrego-me ao sonoro sebem do Mood Swing. Da Weasel forever! "Toda a gente grita: todos diferentes todos iguais! Mas se calhar há uns quantos bacanos a mais."
- No dia em que devolvi o Desassossegada à minha lista, a Sara decidiu acabar com o blogue. Embora não haja nenhuma relação de causa e efeito, acho divertido pensar que sim. E pause não significa stop.
- Comovi-me com este post. Há coisas que são mesmo assim. Boas bloguices!
- Lauren Bacall e Mr. Hanky no Filthy McNasty. Howdy-ho, Noronha!
- A Cláudia contribui para a discussão sobre Six Feet Under (mais concretamente, sobre a loucura de Nate) com um argumento pertinente: a cara de Peter Krause. E Joe-Neighbour-Doe promete.
- Vejo que na lista do A Arte da Fuga, os blogues com música estão assinalados com uma colcheia (corrigido) muito maneirinha. Pretendo copiar selvaticamente a ideia do António e do Adolfo. Daqui peço autorização. Adenda: procede-se à devida alteração na lista. Obrigada!
- Finalmente, gostaria de vos falar do melhor de todos nós. Isso mesmo: do Malapata. Há tempo que não aparecia um blogue tão brilhante. Saiba que expressões como "pastei-lhe de bom", "cabo", "nem cabo", "eu gosta!", "pode!", "manda pic" e o demolidor "vem de cima" fazem já parte do meu vocabulário. All the best, Sinclair Seagull.
- Entrego-me ao sonoro sebem do Mood Swing. Da Weasel forever! "Toda a gente grita: todos diferentes todos iguais! Mas se calhar há uns quantos bacanos a mais."
- No dia em que devolvi o Desassossegada à minha lista, a Sara decidiu acabar com o blogue. Embora não haja nenhuma relação de causa e efeito, acho divertido pensar que sim. E pause não significa stop.
- Comovi-me com este post. Há coisas que são mesmo assim. Boas bloguices!
- Lauren Bacall e Mr. Hanky no Filthy McNasty. Howdy-ho, Noronha!
- A Cláudia contribui para a discussão sobre Six Feet Under (mais concretamente, sobre a loucura de Nate) com um argumento pertinente: a cara de Peter Krause. E Joe-Neighbour-Doe promete.
- Vejo que na lista do A Arte da Fuga, os blogues com música estão assinalados com uma colcheia (corrigido) muito maneirinha. Pretendo copiar selvaticamente a ideia do António e do Adolfo. Daqui peço autorização. Adenda: procede-se à devida alteração na lista. Obrigada!
- Finalmente, gostaria de vos falar do melhor de todos nós. Isso mesmo: do Malapata. Há tempo que não aparecia um blogue tão brilhante. Saiba que expressões como "pastei-lhe de bom", "cabo", "nem cabo", "eu gosta!", "pode!", "manda pic" e o demolidor "vem de cima" fazem já parte do meu vocabulário. All the best, Sinclair Seagull.
terça-feira, maio 10, 2005
segunda-feira, maio 09, 2005
Six Feet Under Notes: caríssimo Luís, Nate está louco, daí o grito. Está explicado. Ora, a mesa persa, os três MJs, o bling-bling de Cameron Diaz, o diálogo imoral (excelente, excelente) entre David e Keith, a inundação de sangue.
Adenda: Nate não estava preparado para lidar com a perda (e, num caso semelhante, quem está?). Ele próprio afirma a dualidade em que vive, com a filha ao colo, a falar com o pai desaparecido. Qualquer coisa como: "Sinto-me triste por ela não estar, mas quando estava só queria ser livre". Neste segundo episódio, a paz do marido de Dorothy Sheedy (uma morte no mínimo curiosa) contrasta com o desassossego de Nate, que tenta impor o seu modo de sofrimento. Não percebe que o marido tem tudo resolvido. E Brenda tenta outra coisa e também não consegue. Os primeiros três, quatro minutos são de puro génio: a mesa persa a despropósito na cozinha, elogiada e explicada por George, o que só torna tudo pior. O olhar de desprezo de Claire (também fartinha) e a frase demolidora, "It's like going to school in your own home", perante a informação irrelevante dada pelo padrasto. É impossível ser indiferente a Arthur: as etiquetas nos iogurtes, a contenção, a expressão que decai à medida que George o contraria à frente de Ruth. E não esquecer o momento de stand-up poetry de Edie: "Your penis is nice/ Too bad you came attached to it". Também muito bom, mesmo muito bom, quando Edie muda imediatamente de assunto perante a reacção de estranheza de Claire à inconfidência da amiga. Mas Edie utiliza essa informação depois "quando lhe diz que ela devia saber melhor que os outros que não se deve ter medo de viver".
Segunda adenda: o Luís Carmelo participa com um desconcertante post, em que o nome Brenda e a palavra "contrapeso" co-existem.
Adenda: Nate não estava preparado para lidar com a perda (e, num caso semelhante, quem está?). Ele próprio afirma a dualidade em que vive, com a filha ao colo, a falar com o pai desaparecido. Qualquer coisa como: "Sinto-me triste por ela não estar, mas quando estava só queria ser livre". Neste segundo episódio, a paz do marido de Dorothy Sheedy (uma morte no mínimo curiosa) contrasta com o desassossego de Nate, que tenta impor o seu modo de sofrimento. Não percebe que o marido tem tudo resolvido. E Brenda tenta outra coisa e também não consegue. Os primeiros três, quatro minutos são de puro génio: a mesa persa a despropósito na cozinha, elogiada e explicada por George, o que só torna tudo pior. O olhar de desprezo de Claire (também fartinha) e a frase demolidora, "It's like going to school in your own home", perante a informação irrelevante dada pelo padrasto. É impossível ser indiferente a Arthur: as etiquetas nos iogurtes, a contenção, a expressão que decai à medida que George o contraria à frente de Ruth. E não esquecer o momento de stand-up poetry de Edie: "Your penis is nice/ Too bad you came attached to it". Também muito bom, mesmo muito bom, quando Edie muda imediatamente de assunto perante a reacção de estranheza de Claire à inconfidência da amiga. Mas Edie utiliza essa informação depois "quando lhe diz que ela devia saber melhor que os outros que não se deve ter medo de viver".
Segunda adenda: o Luís Carmelo participa com um desconcertante post, em que o nome Brenda e a palavra "contrapeso" co-existem.
domingo, maio 08, 2005
Six Feet Under Notes: Claro que participo, Luís! Quanto ao primeiro episódio, uma palavra: excelente. Além dos silêncios intensos entre Nate e Brenda, tivemos os diálogos geniais entre David e Keith e entre Claire e Russel. Mas o grito final de Nate no descampado, de madrugada, depois de ter enterrado a mulher, pareceu-me deslocado. Muito honestamente, ele não estava fartinho dela até à ponta dos cabelos?
Apio Verde! O Mar Salgado - blogue colectivo favorito from day one - faz hoje dois anos. Felicitações aos lobos do mar!
Bombas de Ouro
"As bruxas, não nos confundamos, não escolhem sexo, estatuto ou profissão. Em comum, têm duas características: a franzina capacidade intelectual e a consequente incapacidade de conceber, com recursos próprios, qualquer estratégia, por pequena que seja, para melhorar a sua própria vidinha. Crescem e amadurecem, por isso, sem contribuição própria. Imitam, palidamente, comportamentos e vidas alheias, falhas de risco e de sabor. Não arriscam, porque o risco não lhes serve. Não sabem usá-lo. Não modificam, não criam, não inovam. Apenas vegetam. Revoltadas com o seu próprio atavismo, no passo seguinte estão revoltadas com o mundo, que é um mundo à parte. O mundo passa a ser inimigo", de lolita, no Blogame Mucho.
"Não se pode ser feliz sem se saber gargalhar à fartazana e com inteligência, nem que seja só por causa daquele pormenor cómico, desgarrado, solitário, nascido do absurdo ou do ridículo e que sobressai do restante todo, muito sério e compenetrado", de Vieira do Mar, no Controversa Maresia.
"As bruxas, não nos confundamos, não escolhem sexo, estatuto ou profissão. Em comum, têm duas características: a franzina capacidade intelectual e a consequente incapacidade de conceber, com recursos próprios, qualquer estratégia, por pequena que seja, para melhorar a sua própria vidinha. Crescem e amadurecem, por isso, sem contribuição própria. Imitam, palidamente, comportamentos e vidas alheias, falhas de risco e de sabor. Não arriscam, porque o risco não lhes serve. Não sabem usá-lo. Não modificam, não criam, não inovam. Apenas vegetam. Revoltadas com o seu próprio atavismo, no passo seguinte estão revoltadas com o mundo, que é um mundo à parte. O mundo passa a ser inimigo", de lolita, no Blogame Mucho.
"Não se pode ser feliz sem se saber gargalhar à fartazana e com inteligência, nem que seja só por causa daquele pormenor cómico, desgarrado, solitário, nascido do absurdo ou do ridículo e que sobressai do restante todo, muito sério e compenetrado", de Vieira do Mar, no Controversa Maresia.
sexta-feira, maio 06, 2005
Coisas que melhoram algumas vidas (22)
O poeta argentino Juan Gelman ganhou o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. A voz do poeta está hoje no bomba inteligente. O poema que ouvem - Otras Preguntas - faz parte de um CD que Juan Gelman gravou com Juan Cédron, Madrugada, dificílimo de conseguir e encontrado numa lojinha de Buenos Aires. Espero que gostem.
Otras preguntas
de Juan Gelman
a quién debería encontrar yo en el país del vino?
a quién encontraría qué rostros o qué rostro?
el ingeniero que se perdió en el mar hace cuarenta máquinas?
la burra de dylan thomas?
tu cuerpo deseado amado inesperado? qué cuerpo encontraría
consumido abrasado por la noche como una larga burra
haciendo ruido a máquinas a mar?
quién sabe cómo es eso pero hace diez siglos
leif ericson fundaba el país del vino, vikingo eructador
medio bestia también fornicaba debajo de la gloria del cielo
y ustedes miserables ocultan en un cuarto su pálido final
refugian en las sombras sus cuerpos como burras sin leche
si algo cambió en el mundo y tu cuerpo es extraño como quarenta máquinas
y el ingeniero que se perdió en el mar
brilló fosforescente como leif ericson cuando hace diez siglos
clavaba a una mujer contra la tierra
y la tierra adquiría el color de sus cuerpos
y tu cuerpo era el único país donde me derrotaban
O poeta argentino Juan Gelman ganhou o Prémio Rainha Sofia de Poesia Ibero-Americana. A voz do poeta está hoje no bomba inteligente. O poema que ouvem - Otras Preguntas - faz parte de um CD que Juan Gelman gravou com Juan Cédron, Madrugada, dificílimo de conseguir e encontrado numa lojinha de Buenos Aires. Espero que gostem.
Otras preguntas
de Juan Gelman
a quién debería encontrar yo en el país del vino?
a quién encontraría qué rostros o qué rostro?
el ingeniero que se perdió en el mar hace cuarenta máquinas?
la burra de dylan thomas?
tu cuerpo deseado amado inesperado? qué cuerpo encontraría
consumido abrasado por la noche como una larga burra
haciendo ruido a máquinas a mar?
quién sabe cómo es eso pero hace diez siglos
leif ericson fundaba el país del vino, vikingo eructador
medio bestia también fornicaba debajo de la gloria del cielo
y ustedes miserables ocultan en un cuarto su pálido final
refugian en las sombras sus cuerpos como burras sin leche
si algo cambió en el mundo y tu cuerpo es extraño como quarenta máquinas
y el ingeniero que se perdió en el mar
brilló fosforescente como leif ericson cuando hace diez siglos
clavaba a una mujer contra la tierra
y la tierra adquiría el color de sus cuerpos
y tu cuerpo era el único país donde me derrotaban
Estado em que se encontra este blogue: em superfesta! Parabéns ao José Pacheco Pereira por dois anos de Abrupto!
quinta-feira, maio 05, 2005
Com um brilhozinho nos olhos: muito bonito este Especial Blogo: 25 momentos na história da blogosfera. Fico feliz por fazer parte dessa história.
quarta-feira, maio 04, 2005
Eu hoje acordei assim...
Drew Barrymore
... com vontade de ouvir 50 Cent, outro bazofeiro, a cantar God gave me style, God gave me grace...
Drew Barrymore
... com vontade de ouvir 50 Cent, outro bazofeiro, a cantar God gave me style, God gave me grace...
terça-feira, maio 03, 2005
The sound of bomba: Without Me, de Eminem, atinge níveis de bazófia surpreendentes (adorei o sketch). Está oficialmente inaugurada a semana do rap! Nobody listens to techno, let's go!
segunda-feira, maio 02, 2005
Por uma boa causa
Sempre que me dizem que sou uma pessoa sensível, amuo um bocadinho. Mas tenho de o admitir: sou uma pessoa sensível. Sobretudo a pedidos deste género.
O besugo, ilustríssimo escriba do excelente blogame mucho, tem um amigo ansioso. Pretende então que linque um texto particularmente brilhante da sua autoria, para que o amigo morra de inveja. Tal coisa desagradável não chegará, com certeza, a acontecer porque o doutor besugo lhe fará uma massagem cardíaca, no exacto momento em que - coitadinho! - estiver quase, quase a bater a botinha. O problema que me apresenta é de fácil resolução (como se está a ver): o blogame mucho faz parte da minha lista e é, por isso, e para mim, sagrado. O amigo do besugo que não me leve a mal, mas o caríssimo besugo está primeiro!
Por razões expressas no contrato conjugal, não me posso referir a nenhum clube de futebol que não seja o FCP. Não brinco com coisas sérias. Mas posso desde já dizer-lhe que sorri aqui e aqui.
O dia da Mãe é bom. Quanto a isso de ser "intemporal", não tenho tanta certeza. Sobre o Braga, já sabe: invoco a Quinta Emenda.
Sempre que me dizem que sou uma pessoa sensível, amuo um bocadinho. Mas tenho de o admitir: sou uma pessoa sensível. Sobretudo a pedidos deste género.
O besugo, ilustríssimo escriba do excelente blogame mucho, tem um amigo ansioso. Pretende então que linque um texto particularmente brilhante da sua autoria, para que o amigo morra de inveja. Tal coisa desagradável não chegará, com certeza, a acontecer porque o doutor besugo lhe fará uma massagem cardíaca, no exacto momento em que - coitadinho! - estiver quase, quase a bater a botinha. O problema que me apresenta é de fácil resolução (como se está a ver): o blogame mucho faz parte da minha lista e é, por isso, e para mim, sagrado. O amigo do besugo que não me leve a mal, mas o caríssimo besugo está primeiro!
Por razões expressas no contrato conjugal, não me posso referir a nenhum clube de futebol que não seja o FCP. Não brinco com coisas sérias. Mas posso desde já dizer-lhe que sorri aqui e aqui.
O dia da Mãe é bom. Quanto a isso de ser "intemporal", não tenho tanta certeza. Sobre o Braga, já sabe: invoco a Quinta Emenda.
Coisas que melhoram algumas vidas (21)
Já sabem: às 21h30, o início da série Barbosa, do Gato Fedorento, na SIC Radical e o primeiro episódio da quarta série de Six Feet Under, às 22h30, na RTP2. Finalmente!
Já sabem: às 21h30, o início da série Barbosa, do Gato Fedorento, na SIC Radical e o primeiro episódio da quarta série de Six Feet Under, às 22h30, na RTP2. Finalmente!
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