blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com

segunda-feira, outubro 31, 2005

Última hora!

Blind Date@FRÁGIL, Lisboa. 02.11.05 > 00.00-04.00. Um DJ + um VJ que nunca se viram antes. Na quarta-feira, a blogosfera passa à vida real, ao vivo e a cores!

sábado, outubro 29, 2005

Ilustração




O gato Varandas, por chaq.

"O que é então o charme? A dádiva gratuita duma graça, o gasto de qualquer coisa dada pela natureza no seu papel de pródiga. Mas há algo de desconfortável nisso, de intolerável, uma aspereza, estamos em presença de uma injustiça. Porque algumas criaturas recebem muito mais do que outras, devem devolver esse excesso? Charme é qualquer coisa extra, supérflua, desnecessária, essencialmente um poder deitado fora - dado."

Doris Lessing, Gatos e mais gatos, Lisboa, Livros Cotovia, 1995, p. 90.
Estado em que se encontra este blogue

Madonna, Hung Up. Caríssimo Luís, fotografias fantásticas!
Carnivàle lights (11)


Caríssimos Cláudia e Luís: quanto ao "every prophet in his house e o "every prophet in her house", tentarei desenvolver uma teoria extraordinária no último post sobre a série. A frase é capaz de ser mesmo muito importante.

Day of the Dead: Ben sonha: "The body of Christ", diz Justin, enquanto põe na boca dos fiéis uma lâmina de barbear. Ben segura-lhe o braço, sem medo. Percebe-se que o confronto envolve muita força, porque ambos suam (na imagem em cima não se vê o suor). Ben acorda. Lodz na Direcção. Samson ciumento e desconfiado. Ben maltrata Ruthie: "It's a sin". Lá isso é, não há nada a fazer. Libby e Sophie fazem um bonito par. Embebedam-se com mezcal, mas Sophie não precisa de comer o bicho porque já tem poderes mágicos, diz Libby. Katharine Hepburn, em Morning Glory: "Hypnotic." Coisas de raparigas. Sophie tem fantasias com Libby e vê sangue entre ambas. Apollonia sempre a meter-se em tudo. No Dia de los Muertos, Ben uma criança com aquela estranha pintura no corpo a fugir. As crianças abraçam-no e choram pela sua perda. Qual perda? A da mãe? Será premonitório? Ben vai à igreja confessar-se pela primeira vez. Se quer muito ser absolvido pelo que fez e não fez, porque é que não reconhece autoridade ao padre para o fazer: "By you?" Ben: "I let her die." Padre: "Your mother chose to die." Ben procura o padre. Já não está lá. Entretanto, o inocente Reverendo Balthus (o Bem) tenta perceber a água transformada em sangue na testa de Justin e conta o sucedido a Iris, que afirma, sonsa: "Are you sure?" Mas que raio de pergunta! Enfim, pressupõe que acredita um bocadinho na hipótese de o Reverendo ter visto alguma coisa. Iris não quer nenhum exorcismo. Talvez seja melhor não, realmente. Sophie vinga-se da mãe e corta-lhe o cabelo: "But you do, mother. You do hate me. But that's okay, because I love you." Rita Sue observa Catalina: "No style, no rythm, no technique." De facto, um desastre. Libby ajuda-a. Sophie fala com Rita Sue sobre Jonesy. Rita Sue escolhe não dizer a verdade. Ben desabafa com Samson (o único confiável na feira) e Samson confirma: "You was expected." Samson pressente que qualquer coisa má vai acontecer. Não é difícil pressentir tal coisa. Lodz prepara tudo. Sophie conta a Libby que vai tentar outra vez com Jonesy. Libby avisa-a para ter cuidado e escolhe, também, não lhe dizer a verdade. Na cena da conversa entre Rita Sue e Jonesy há um problema de montagem: o vento estraga tudo: ora sopra ora não (vê-se nos cabelos de Rita Sue) e os planos não têm a sequência certa. Lila e Lodz vão à vila. Outro problema de montagem: baton na cara de Lodz, na cena seguinte, já não há baton nenhum. Lodz compra uma cobra "muy venenosa". Ruthie duvida. Samson não a descansa: "Remember Hack Scudder? Fucked better than anyone else, but he was trouble." O filho é "dez vezes mais problemático". Rita Sue estraga o número a Catalina e Stumpy, para a consolar, aceita ir à tenda de Sophie saber o que o futuro lhe reserva. O Hierofante de cabeça para baixo. E um leve, leve sorriso de Sophie. O Valete de Espadas: "There's another man in your house." Sophie não queria saber aquilo. Mentirosa. Saco à porta de Ruthie. Mete a mão e é picada por uma mamba preta. Iris confessa ter incendiado a igreja: "The children were sacrified like the lambs of Abraham. I did it for you." Por Justin, sempre. Ben leva Ruthie para um descampado, para a salvar, mas não consegue. Para que Ruthie viva, alguém tem de morrer.
Bomba de Ouro: "O filme era sobre uma quantidade de coisas que o Kurt Cobain bem poderia, e pôde, representar. Tinha lá o homem, sim senhor, e quanto a isto não há nada a fazer, mas não o é o busílis, a meu ver", da batukada.
Bom dia! Concordo com o Ilídio Martins quando diz o seguinte: "O meu problema com o presidente iraniano é ele pensar que o Estado de Israel deve ser «varrido do mapa», o que faz alguma diferença, pois se acho terrível que ele pense dessa maneira já acho bem que o assuma". Sim, é verdade. Não há espaço para dúvidas (caso ainda as houvesse). Mas assim, podemos dizer que o presidente iraniano foi sincero e elogiá-lo por isso? A minha opinião é a de que a sua posição não é de maneira nenhuma elogiável. Quanto à intenção do Ilídio Martins, parece-me claríssima e não quero deixar de sublinhá-la: "Finalmente, a minha ideia ao escrever o post em causa foi chamar a atenção para os que pensam como o sr. Ahmadinejad e se rebolam de gozo por alguém o ter dito por eles, para os que assobiam para o lado ou destilam hipocrisia sempre que alguém fala da existência do Estado de Israel. Grupo a que acrescento, agora, algumas figuras da blogosfera, que se pronunciaram sobre esta matéria com um silêncio ensurdecedor". Agradeço ainda ao Ilídio Martins por ter discutido de forma civilizada e séria comigo. Em dois anos e meio na blogosfera, nunca tal coisa me tinha acontecido.

sexta-feira, outubro 28, 2005

Bom dia: precisamente por conhecer a posição do Ilídio Martins sobre o Estado de Israel, me pareceu tão estranha a ideia de um elogio associada às declarações criminosas do presidente do Irão. Percebo a intenção do Ilídio Martins, mas há um problema na sua formulação. A coragem não é, por si só, uma virtude. Se assim fosse, podíamos defender coisas indefensáveis como os serial-killers (que também têm "coragem" de matar) ou os bombistas-suicidas (que muita gente defende e que tem o bom senso de não mo dizer). O presidente do Irão fez uma declaração criminosa e isso é completamente inaceitável. Preferia que não tivesse tido "coragem" de dizer o que pensa, porque o que pensa é criminoso.

quinta-feira, outubro 27, 2005

Um bocadinho mal disposta: com este post do Ilídio Martins. "Coragem"? Mas teremos perdido a noção do que significam as palavras? "Tomates" para afirmar em público a defesa da «solução final»? Não estou a acreditar no que estou a ler. Quero acreditar que a intenção é a de condenar os cripto-antisemitas. Mas, nesse caso, o texto é demasiado ambíguo e a ideia aproxima-se muito da barbárie.
Para o Nuno Guerreiro

At age 79, Leo announces that he's marrying a 22-year-old girl. "Are you crazy?!" his friend says. "Don't you realize that at your age, sex with a young woman could be dangerous - even fatal!" "Well," replies Leo, "if she dies, she dies."

de 101 Classic Jewish Jokes.

Muitos parabéns por dois magníficos anos de Rua da Judiaria!
Modo de vida: ante a dúvida, eliminá-la.
Dos Antigos: o autor é um leitor privilegiado. Será?
Modo de vida: ante a dúvida, nada fazer.
The sound of bomba: o debate/esclarecimento-dos-próprios sobre a gripe das aves e este post da batukada fazem com que interrompa de urgência a emissão com as canções francesas e ponha no gira-discos (com a ajuda imprescindível da minha querida Vieira) o tema adequado à situação. Isso mesmo, Red Alert, dos Basement Jaxx. (De notar, o glu, glu, glu inicial.) Don't panic! Para ouvir em altos berros.
Não há razão para alarme: o vírus não se transmite pela ingestão de carne constipada; o vírus transmite-se pelo ar...

quarta-feira, outubro 26, 2005

Eu, por exemplo: não me lembro da pandemia de 1968...
Resta-me falar sobre os acentos em grego: estou a assistir a um programa na RTP 1, com um título algo alarmista - Gripe das Aves, Alerta 3 -, cujo objectivo é o de esclarecer as pessoas sobre a estranha doença. Afinal, são os próprios participantes que precisam de esclarecimento. Assim não dá!
Eu hoje acordei assim...


Miranda Richardson

... ainda por causa desta história dos acentos, lembrei-me de um episódio. Há cerca de dois ou três anos, uma professora grega, da Universidade de Atenas, foi à Faculdade de Letras de Lisboa falar sobre a Antígona. Quando leu alguns excertos da obra com a pronúncia do grego moderno, a plateia de classicistas tremeu. Olharam uns para os outros, muito espantados, por um lado com vontade de corrigir a pronúncia, por outro duvidando. A senhora era grega, descendente de Sócrates (de certa forma) e esses antecedentes eram respeitados. Por ser grega, teria uma autoridade diferente? (Só um parêntesis: os maiores scholars dos Estudos Clássicos são ingleses e alemães.) Lembro-me de pensar que, finalmente, aquele grego fazia sentido. Por outro lado, a plateia podia ter razão. Mas há uma esperança de não ter sido assim tão diferente. Afinal de contas, não havia acentos na época de Sófocles.

terça-feira, outubro 25, 2005

Ninho de cucos (32)

"Não, claro que os gatos não são humanos; os humanos não são gatos (...)"

Doris Lessing, Gatos e mais gatos, Lisboa, Livros Cotovia, 1995, p. 73.
Estudos comparativos

No outro dia, falou-se um bocadinho mais sobre os acentos em grego antigo (um pesadelo que desapareceu quase completamente no grego moderno). Na Gramática de Grego, do Professor Manuel Alexandre Júnior leio o seguinte: "A criação dos sinais de acentuação deve-se a Aristófanes de Bizâncio, por volta de 200 a.C., para facilitar a pronúncia correcta". Isto é muito engraçado. Os acentos não apareceram por causa de dificuldades de leitura, mas por uma questão de musicalidade necessária à língua. E continua: "Se em em português, o acento é marcado pela pronúncia da sílaba com maior ênfase (acento de intensidade), em grego o acento era marcado por uma diferença de tom musical (acento de altura). Com o tempo, particularmente no período helenístico, o acento foi progressivamente evoluindo de acento de altura para o de intensidade". Pois, a musicalidade foi "desaparecendo", embora nunca tivesse desaparecido completamente, porque os acentos mudam de lugar consoante o caso (acusativo, dativo, genitivo) em que se encontram e essa característica faz com que haja um certo ritmo nas frases. Isto é muito engraçado porque pensemos no seguinte: Platão e os tragediógrafos escreviam as palavras todas juntas, sem pontuação, apenas com umas partículas estranhas que indicavam as pausas e que funcionavam como a pontuação (men, de etc.). Por exemplo, tínhamos uma coisa deste género: "Paraestesestuquepensasbemparaaquelesjulgosereu", em grego, aqui traduzido para português, por MHRP, Antígona, Sófocles (Tragédias, p. 332). Podíamos pensar que os acentos ajudariam a separar as palavras e assim as compreender melhor. Não. Eles percebiam aquilo muito bem. Os acentos, afinal, não importavam para nada.
Eu hoje acordei assim...


Rita Hayworth

... a pensar na vida e, misteriosamente, com um ramo de flores atado à cintura.

segunda-feira, outubro 24, 2005

The sound of bomba: na grafonola toca agora Petite Fleur, cantado por Petula Clark, num francês que lembra o da série 'Allo, 'Allo!.

Petite Fleur
Letra de Fernand Bonifay e Mario Bua
Música de Sidney Bechet
Canta Petula Clark

J'ai caché
Mieux que partout ailleurs
Au jardin de mon coeur
Une petite fleur

Cette fleur
Plus jolie qu'un bouquet
Elle garde en secret
Tous mes rêves d'enfant
L'amour de mes parents
Et tous ces clairs matins
Faits d'heureux souvenirs lointains

Quand la vie
Par moment me trahie
Tu restes mon bonheur
Petite fleur

Sur mes vingts ans
Je m'arrête un moment
Pour respirer
Ce parfum que j'ai tant aimé

Dans mon coeur
Tu fleuriras toujours
Au grand jardin d'amour
Petite fleur

domingo, outubro 23, 2005

Estado em que se encontra este blogue


Brad Pitt
Blockbomba: Be Cool (um mau filme, Uma Thurman péssima, a pior coreografia de que há memória, mas com bons diálogos).

sexta-feira, outubro 21, 2005

Estudos comparativos



No outro dia, apareceu a forma verbal memfo numa fábula de Esopo (sem interesse nenhum, diga-se de passagem e entre parêntesis). Ora memfomai (que se lê tal qual se escreve) significa censurar, criticar. Mas há neste verbo qualquer coisa de perturbador. É verdade que me lembra uma palavra francesa, mas agora até uma couve lombarda me lembra uma palavra francesa. Memfomai está presente em se méfier, que significa desconfiar. Na desconfiança, há uma crítica, mais uma censura. Já não gostava da desconfiança. Agora gosto menos ainda.
Carnivàle lights (10)


Brother Justin: "Evil exists, brothers and sisters. We cannot deny it."

Hot and Bothered: Iris dorme. Uma mão tapa-lhe a boca. Justin chegou. "I needed to protect you", justifica Iris. "From what?" Justin ainda não percebeu? Iris: "I have lived with the burden of this knowledge." Ben continua sem dormir e Sophie diz-lhe que é do calor. Não é nada disso, claro. Samson é posto fora de casa, da tenda da Direcção. Jonesy oferece-se para o ajudar. "It's just a temporary situation", afirma Samson. Como sabe? Os olhares entre Jonesy e Rita Sue. "It's nothing", diz Libby. Dolan-Iris-Justin. "Everyone wants to know where is Brother Justin." Cem mil ouvintes. "God does not need the radio to spread His word." Não precisa pouco. Iris quer outra coisa e manipula. Convida Dolan a ficar e a assitir à missa no dia seguinte. Justin amua. Ben e Samson no carro. No rádio ouve-se: "I'm going to California..." Ben dormita, tem visões, está a ser contactado. Ordem Benévola dos Templários-H.S.-in hoc signo uinces. "Henry Scudder, don't ring a bell?" "Stutter?" "Scudder!" dois dólares de jóia e 20 dólares pelo anel. Boffo estaria ali? Lá em cima, a espreitar pela janela? Sophie vomita. "Every prophet in her house." Sim, Sophie faz parte daquele quadro de Hopper. Hide & Teller antes da Direcção. Aconteceu alguma coisa má. Caça aos coelhos, guinchos. Há ali qualquer coisa que não percebo. Sophie vê: "You're breaking the rules!" Apollonia, de castigo, fora da tenda. Sophie e Jonesy. Ele pára. Não quer estragar tudo. Já estragou. Ruthie consola Ben: "It's hard to be happy. It's hard to feel safe." Anabelle (bonito nome para uma cobra) fugiu. Lodz entra na caravana e participa no sonho de Ben. Scudder fala com Lodz no sonho? Catalina de la Rosa, "the new cooch dancer". "Justin is home", sussurram. Justin adivinha os pecados dos outros. "Baptize me." (Brevíssima nota de etimologia: baptizar significa, em grego antigo, mergulhar e não pôr água na cabeça. Assisti a baptizados na Grécia. O bebé é totalmente submerso.) A água, na testa de Justin, torna-se sangue. "I don't understand", diz o Reverendo Balthus. "You don't need to", responde Justin.
Eu hoje acordei assim...


Drew Barrymore

... parafraseando Daniel Melingo, "blogaba de noche, blogaba de dia, no tenía paz ese muchacho"...
Ninho de cucos (31)

Entro em casa e apanho o gato Varandas em cima do meu Marido, com as patinhas ora esticadas ora encolhidas, sempre a ronronar. Está a fazer massagens tailandesas. Também quero.

quinta-feira, outubro 20, 2005

Estado em que se encontra este blogue


Benicio del Toro

"For what is a man, what has he got?/ If not himself, then he has naught./ To say the things, he truly feels,/ And not the words, of one who kneels", My Way, Frank Sinatra.
The sound of bomba: o João Oliveira Santos enviou-me L'âme des poêtes, de Charles Trenet, cantado por Juliette Gréco. Obrigada!
Adenda: Ivan, anda uma pessoa a tentar acertar em Wittgenstein ou em Anscombe (o meu sonho) e sai-lhe (segundo dizes) Marx sobre Feuerbach! Adorava poder explicar-te aquela frase. Infelizmente, neste momento, não sou capaz. Que é como quem diz, não tenho capacidade.

quarta-feira, outubro 19, 2005

Adenda: ainda sobre o tricô, recebi da Verónica Neves o seguinte excerto: "If you are looking for something to while away the longer evenings learning to knit could be the perfect answer. It is taking the US by storm where clinical studies show the repetitive action involved creates a calming effect. American doctors have also discovered that as well as aiding teenagers to concentrate at school, knitting can help people to overcome insomnia, infertility and alcoholism and also to give up smoking."

Entretanto, a Hilda Portela tratou de descobrir blogues masculinos de tricô e cá está o resultado: "Afinal, a única pessoa com estatuto de star no universo de tricot é um homem: mitsuharu hirose. O site é em japonês, mas dá para perceber a dimensão do fenómeno. Publica livros uns atrás dos outros, tem um show na tv e conferencia em auditórios cheios de fãs."
Modo de vida: acreditar é a actividade racional mais importante.

terça-feira, outubro 18, 2005

Carnivàle lights (8)


Absolutamente de acordo, Cláudia. Luís, encontram-se, sim, no sonho. Ben "acorda" desmembrado e Justin está sentado à sua frente. Depois acorda a sério e, em vez de Justin, está Lodz.

Insomnia: Ben aparece com barba. O tempo passou. Talvez não muito, mas algum. Não dorme. Não quer sonhar. Não quer ser contactado. Sophie sonha com a mãe. Samson é completamente posto de lado. Quer organizar um "fireball show". Osgood tem graça, Luís. Samson aponta para a fotografia e diz a Ben que aquela é a sua mãe e que Hack Scudder era o seu pai. Tudo apontava para isso. Lodz diz a Ben que ele tem de aprender a controlar o dom. "Go to hell!" "Yes, I suppose I will." "True tales on the road", com Tommy Dolan. Iris fala, tímida. Justin, no sanatório, ouve. Não resiste. Alguém tem de se descontrolar. Que seja o desgraçado do paciente anónimo a bater com a cabeça na parede. Justin não se mexe. Só olha. Olhar é o suficiente. Sophie acha que Apollonia está a enlouquecer, o que, tendo em conta as características da personagem, não deixa de ser interessante. "She sees things that no one else does. The present. The past. It's all the same to her." O número de Lodz entre galinhas e tartarugas falsas. "In hoc signo uinces" ou, na tradução de Ben, "by this sign we conquer". Lodz possuído por agarrar naquele emblema com as iniciais H.S. Justin sai do sanatório. Momento de génio: Justin diz "be still" às vozes que o perseguem. Ben tem de dormir.
Não estamos assim tão em desacordo, Tiago: afinal, sempre necessitei de admirar intelectualmente um homem para me sentir reconciliada com a Criação.

domingo, outubro 16, 2005

Porque é que adoro Desperate Housewives (21)

"It's an odd thing to look back on the world, to watch those I left behind. Each in her own way so brave, so determined, and so very desperate. Desperate to venture out, but afraid of what she'll miss when she goes. Desperate to get everything she wants, even when she's not exactly sure of what that is. Desperate for life to be perfect again, although she realizes it never really was. Desperate for a better future, if she can find a way to escape her past. I not only watch, I cheer them on, these amazing women. I hope so much they'll find what they're looking for. But I know not all of them will. Sadly, that's just not the way life works. Not everyone gets a happy ending."

Do vigésimo terceiro episódio, One Wonderful Day.

sexta-feira, outubro 14, 2005


Introdução ao debate*

Quando José Carlos Abrantes, muito gentilmente, me convidou para participar no debate, recusei. À partida rejeito qualquer tipo de discussão que contribua para a separação entre homens e mulheres. Existem, infelizmente, no mundo, questões mais que suficientes a separar as pessoas. Que necessidade havia sequer de mencionar quaisquer «especificidades femininas» e logo nos blogues, um espaço à partida livre de rótulos e de etiquetas? Talvez por causa da irritação, decidi, no mesmo telefonema, aceitar o convite. Uma vez que não posso falar por todas as mulheres que escrevem em blogues, porque não tenho poderes de adivinhação quanto às suas motivações, nem informações especiais acerca de quem as lê, prefiro contar um pouco da minha história na blogosfera.

Tudo começou por piada. Participava, há cerca de dois anos, no Pastilhas, o site do Miguel Esteves Cardoso, quando, um dia, o Macguffin apresentou o seu blogue, Contra a Corrente. Gostei muito da ideia e comecei a seguir o que escrevia, bem como outros blogues que mencionava, como a Coluna Infame. Uma bela noite, decidi entrar no blogger e experimentar. O meu Marido sugeriu o título bomba inteligente e comecei a escrever. Escolhi o mesmo nickname que utilizava no Pastilhas - Charlotte - porque o blogue era uma espécie de continuação da minha participação no site. Charlotte e Carla é exactamente a mesma coisa, como tive também oportunidade de explicar nos primeiros posts. Não há personagens no meu blogue, à excepção, por vezes, do gato Varandas, que embora seja uma criatura estranha, existe mesmo.

A começar no meu nome e a acabar na série O menino da mamã e da avó, tudo no meu blogue faz parte da minha vida diária. Naturalmente que as gracinhas estão relacionadas com o exagero, sobretudo nas séries Eu hoje acordei assim ou Ninho de cucos. Isto para que não pensem que sou a Marylin Monroe ou a Elizabeth Taylor. Mas só porque ainda estou viva e só me casei uma vez. Percebo que o anonimato permita uma liberdade de movimentos, de delírios, de invenções, que podem ser tão literariamente interessantes como levar o seu autor à loucura. Esse tipo de registo nunca me interessou, nem quando assinava apenas com o nickname. Os melhores blogues foram, no entanto, anónimos e mentirosos: O Meu Pipi, Procuro Marido, Dói-me e Malapata. Mas nos quatro casos mencionados, o exagero e o humor eram tão evidentes que não lhes posso chamar mentirosos, uma palavra feia, mas brilhantes, inesquecíveis. Interessa saber se os seus autores seriam homens ou mulheres? Não interessa.

No dia em que publiquei no blogue uma curta gravação com a minha voz, recebi uma série de e-mails de leitores a desculparem-se por terem achado que eu era um homem. Não me lembro se terá sido a primeira vez que me insultaram, mas foi certamente a primeira em que me senti ofendida. Eu, Charlotte, Bomba Inteligente, um homem? Com barba e bigode? E pêlos no peito? Sem mala? Mas por que razão haveria homens (e quem sabe se mulheres) a pensar que um blogue, onde havia posts como «Também quero uma kalashnikov com banho de ouro!», ou discussões burlescas sobre a regra do fora de jogo, era escrito por um sem-dúvida-distinto membro do sexo masculino? Tentei perceber a confusão. Haveria qualquer coisa de rapazola em mim que me tivesse escapado? E o mais importante: teria cura? Como uma boa mulher, decidi dormir sobre o assunto. Na manhã seguinte, percebi que os sinais que mostram o género do autor do blogue são, pelos vistos, muito confusos nos tempos que correm.

Também não sei se terá sido ao segundo insulto, mas lembro-me da segunda vez - e última - em que me senti ofendida. Quando me filmaram por causa do blogue, choveram e-mails (mais uma vez) de leitores a pedir desculpas por terem achado que eu tinha 50 ou 60 anos. Desta segunda vez, percebi que o problema não se punha somente com os sinais que mostram o género do autor do blogue, mas que a confusão e a dúvida chegavam à idade. Se nunca tivesse aparecido, ainda haveria muito boa gente a imaginar que o bomba inteligente era escrito por um sexagenário chamado Carlos Manuel, mesmo assinando Charlotte.

Ora sobre que assuntos falam as mulheres na blogosfera? Falam literalmente de tricô, como a Hilda Portela ou a Rosa Pomar; ou dos filhos como a Vieira do Mar, no Passeai, Flores!, o único babyblogue que visito. Falam da actualidade, de política, de sexo, de homens, de compras, de touradas, de animais, de economia, de futebol, do quotidiano, de moda, de cinema, de literatura. As diferenças no modo como observam estes e outros temas estão relacionadas com o que são como pessoas, com as suas expectativas, com as suas capacidades, e não com o simples facto de serem mulheres. Talvez o único tema na blogosfera exclusivo das mulheres seja o tricô. Mas não o posso afirmar com toda a certeza.

Não faço a mais pequena ideia do que motiva as mulheres na blogosfera. A pergunta terá de ser dirigida a cada uma delas. Posso dizer-vos que não tenho nenhuma motivação em particular. Apenas tempo.

* Apresentação lida (porque sou com uma rapariga tímida e por isso tenho um blogue) ontem, na livraria Almedina, em Lisboa.

quinta-feira, outubro 13, 2005

Eu hoje acordei assim...


Catherine Deneuve, por Barry MacKinley

... com o meu melhor bigode.

quarta-feira, outubro 12, 2005

The sound of bomba: toca agora o mesmo tema, Il n'y a plus d'après, cantado por Juliette Gréco.

terça-feira, outubro 11, 2005

Carnivàle lights (8)


Crowe no hospício, poetas e profetas sempre tomados por loucos.

Lonnigan, Texas: Ben encontra-se com Justin num pesadelo medonho. Acorda e vê Lodz. Stumpy continua a dizer que não. Sophie e Libby. Nova amizade. Sobre Apollonia: "Body that don't talk sure has a lot to say." Samson manda que Ben contrate Scorpion Boy. Brother Justin entre tubos, seringas, médicos e enfermeiros. "I've always been what I am, the left hand of God." O médico toma nota das psicoses. Engana-se a escrever "excitation". Justin corrige-o sem ver. "Pain is an unavoidable side-effect." Sophie no cooch? Stumpy-Rita Sue-Jonesy. Sketchy não significa vago. Justin tem o poder de matar sem tocar. No rádio: "Where are you, Brother Justin?" Where else, sinceramente. Sophie não serve para fazer de Dora Mae. Rapariga Lagosta em vez de Rapaz Escorpião? O anel de Boffo e o emblema com as iniciais H.S. "Samson, leave us."
Bomba de Ouro: "A taxonomia desta família, Procellariidae, é esquisitíssima, derivado, entre outras coisas, à inveja e ciúme reinante entre a familia dos taxonomistas; assim, e muitas vezes, esta espécie em concreto é designada por Diomedea immutabilis, embora eu prefira Passarocus fantasticus (fernando, 2005)", do maradona.
Eu hoje acordei assim...


Madonna, por Glen Luchford

... isto, afinal, é que é a tempestade?

segunda-feira, outubro 10, 2005

Carnivàle lights (7)



Caro Luís, se Rodrigo Garcia também realizou alguns episódios de Six Feet Under e The Sopranos, então esta teoria respeitável vai completamente por água abaixo. Oh, well, foi bom enquanto durou.

The River: Brother Justin quer atirar-se da ponte. E atira-se. Ruthie: "Wanna go snake hunting?" Cada um convida para o que pode. Todos querem ir embora. Duas crianças encontram Justin caído. Justin redescobre Alexei. Hack Scudder salvou Ruthie e isso torna-a especial. Ben derrota o homem mais forte. Sophie não sabe o dia em que nasceu, mas foi no dia em que Apollonia adoeceu. O porco encarnado. Stumpy recusa. Jonesy. Dolan anagaria dinheiro para a nova igreja. Dolan é uma espécie de demónio moderno. Iris mente quando diz que não ouviu tudo no rádio e conta a sua história: "Pray to God, but row for shore." A receita é ter fé e agir. Regresso a Brother Justin na ponte: "I killed him." Ben cura o braço de Gabriel e mata todos os peixes no rio. Stumpy não consegue partir com Rita Sue e Sophie. O telefone toca. Alexei diz a Iris: "You always knew what was inside me."
Coisas que melhoram algumas vidas (33)

Ler uma crítica (de um e-mail, obrigada) do The Sunday Times acerca do livro de Bettany Hughes sobre Helena de Tróia: "(...) there is not a shred of contemporary evidence, not a scrap, that Helen ever existed".
The sound of bomba: proponho que ouçamos Il n'y a plus d'après, de Guy Béart, cantado por Anthony Perkins (sim, o próprio Norman Bates), com a pronúncia mais bonita que um anglófono pode ter. O tema tem qualquer coisa de "canção do bandido". Daqui a uns dias, veremos como o canta uma mulher, no caso, Juliette Gréco.

Il n'y a plus d'après
de Guy Béart
canta Anthony Perkins

Maintenant que tu vis
A l'autre bout d'Paris
Quand tu veux changer d'âge
Tu t'offres un long voyage
Tu viens me dire bonjour
Au coin d'la rue Dufour
Tu viens me visiter
A Saint-Germain-des-Prés

Il n'y a plus d'après
A Saint-Germain-des-Prés
Plus d'après-demain
Plus d'après-midi
Il n'y a qu'aujourd'hui
Quand je te reverrai
A Saint-Germain-des-Prés
Ce n'sera plus toi
Ce n'sera plus moi
Il n'y a plus d'autrefois

Tu me dis "Comme tout change!"
Les rues te semblent étranges
Même les cafés-crème
N'ont plus le goût qu'tu aimes
C'est que tu es une autre
C'est que je suis un autre
Nous sommes étrangers
A Saint-Germain-des-Prés

Il n'y a plus d'après
A Saint-Germain-des-Prés
Plus d'après-demain
Plus d'après-midi
Il n'y a qu'aujourd'hui
Quand je te reverrai
A Saint-Germain-des-Prés
Ce n'sera plus toi
Ce n'sera plus moi
l n'y a plus d'autrefois

A vivre au jour le jour
Le moindre des amours
Prenait dans ces ruelles
Des allures éternelles
Mais à la nuit la nuit
C'était bientôt fini
Voici l'éternité
De Saint-Germain-des-Prés

Il n'y a plus d'après
A Saint-Germain-des-Prés
Plus d'après-demain
Plus d'après-midi
Il n'y a qu'aujourd'hui
Quand je te reverrai
A Saint-Germain-des-Prés
Ce n'sera plus toi
Ce n'sera plus moi
Il n'y a plus d'autrefois

domingo, outubro 09, 2005

Porque é que adoro Desperate Housewives (20)

"Cyrus: Ms. Britt, you look extra beautiful today.
Edie: Oh, Cyrus, you're so sweet.
Cyrus: So anyhow, I, I was wondering if maybe I could, uh, take you out to dinner sometime.
Edie: Oh honey, you are so far out of your league that you are playing a completely different sport."

Cena do vigésimo segundo episódio, Goodbye For Now.
Eu hoje acordei assim...


Catherine Deneuve

... eleições molhadas, eleições abençoadas?

sábado, outubro 08, 2005

Coisas que melhoram algumas vidas (32)

Ler uma conversa com Lady Agatha Christie e uma entrevista à autora de Murder, She Said, o primeiro filme em que aparece a famosa detective, Miss Jane Marple, interpretada por Margaret Rutherford, depois de ver os quatro filmes obrigatórios para os fãs da personagem. (Agatha Christie preferia Joan Hickson. Eu não.)
Estudos comparativos



Vim o caminho todo a pensar no que seria, exactamente, a voz média. A voz activa é a mesma coisa. A voz passiva também não apresenta dificuldades. Mas aquela voz média, em grego antigo, inexistente no grego moderno, e que insistem em explicar como se fosse uma espécie de quase voz passiva, confude-me. Ou melhor, confundia. A coisa foi mal explicada, concluo, pior percebida e pessimamente estudada. A voz média é muito simplesmente a nossa voz reflexiva. Vejamos a definição da gramática de António Freire: "A voz média corresponde à nossa reflexa directa quando a acção é exercida pelo sujeito sobre si mesmo; ou indirecta, quando o sujeito pratica a acção para si mesmo, em seu proveito". (p. 74) Isto significa que, em grego clássico, digo "exercito-me", sem o uso do pronome oblíquo; ou seja, está tudo condensado no mesmo vocábulo. Em grego moderno, não é assim. Dizem, por isso, que a língua se tornou "mais simples", porque as palavras se dividiram, se desdobraram. As palavras, escondidas noutras, revelaram-se, daí a "simplicidade" no grego moderno. Também o desaparecimento da grande maioria dos acentos (o único que se mantém em grego moderno é o acento agudo, graças a Deus), do optativo (chato e complicado), da dita voz média e a inexistência do ablativo (um caso, por exemplo, do latim) tornam o grego moderno mais fácil de perceber. Como diriam no liceu, "tem menos que estudar", sendo que este "menos" é a vida toda, como se passa para qualquer língua, dependendo do nível de exigência, de entusiasmo e de interesse de cada um. Em grego clássico, as palavras têm tantas informações que não precisam de outras, de assistentes, para se fazerem, elas próprias, entender.

sexta-feira, outubro 07, 2005

The sound of bomba: toca agora no gira-discos (é mais anos 60) do bomba, Toi Jamais, um tema de Michel Mallory, cantado por Catherine Deneuve no filme 8 Femmes, de François Ozon. Liguem as colunas, cliquem no play e ouçam em repeat mode. Uma maravilha.

Toi Jamais
de Michel Mallory
canta Catherine Deneuve

Ils veulent m'offrir des voitures
Des bijoux et des fourrures
Toi jamais
Mettre à mes pieds leur fortune
Et me décrocher la lune
Toi jamais
Et chaque fois
Qu'ils m'appellent
Ils me disent que je suis belle
Toi jamais
Ils m'implorent et ils m'adorent
Mais pourtant je les ignore
Tu le sais

Homme,
Tu n'es qu'un homme
Comme les autres
Je le sais
Et comme
Tu es mon homme
Je te pardonne
Et toi jamais

Ils inventent des histoires
Que je fais semblant de croire
Toi jamais
Ils me jurent fidélité
Jusqu'au bout de l'éternité

Toi jamais
Et quand ils me parlent d'amour
Ils ont trop besoin de discours
Toi jamais
Je me fous de leur fortune
Qu'ils laissent là
Où est la lune
Sans regret

Homme,
Tu n'es qu'un homme
Comme les autres
Je le sais
Et comme
Tu es mon homme
Je te pardonne
Et toi jamais

Tu as tous les défauts que j'aime
Et des qualités bien cachées
Tu es un homme, et moi je t'aime
Et ça ne peut pas s'expliquer

Car homme,
Tu n'es qu'un homme
Comme les autres
Je le sais
Et comme
Tu es mon homme
Je te pardonne
Et toi jamais.
Eu hoje acordei assim...


Catherine Deneuve, em Belle de Jour.

... basicamente, nego tudo.

quinta-feira, outubro 06, 2005

Última hora!



Festa Quase Famosos, no Frágil, em Lisboa.
Quinta-feira, 13 de Outubro, a partir das 23h30.

À terceira, cumpre-se o ditado. Desta é de vez. À terceira festa, os DJs do Quase Famosos sobem a colina até ao centro noctívago de Lisboa, acompanhados do seu fiel séquito de imitadores de Elvis Presley, sósias da Britney Spears, taxistas de Alfama, candidatos autárquicos, malabaristas de rua, magistrados em greve, domésticas entediadas, intelectuais de café, actores de revista e demais gente gira e diferente. Mais uma festa para toda a família, a pedido de muitas famílias, onde todo o amante da pop deste e de outros tempos se sentirá, como sempre, em casa.
Larry David strikes again: aquele cego insuportável que queria o televisor na sala e depois no quarto e depois outra vez na sala... Ah! Já para a Amazon!
Carnivàle lights (6)



Antes de mais: caro Luís, não sabia, mas faz todo o sentido. Se Carnivàle fosse um livro, seria Cem Anos de Solidão. Ou se Cem Anos de Solidão fosse uma série televisiva, seria Carnivàle.

Pick a number: Jonesy lembra-se de como lhe partiram o joelho e diz a Samson que não há nenhuma Direcção. Ele que até entrou na tenda e não viu ninguém. Aquilo que não se vê, não existe, para Jonesy que tem um problema de fé. E quem o pode culpar por isso? Mas fica e contra a sua própria fé decide confiar em quem nele confiou. Há quanto tempo estará Brother Justin no Chin's? Ben continua fechado e sonha. Lodz encontra-se com Ben no mesmo sonho e fora dele. De repente um reality check: shells é traduzido por conchas! Bombshells, anyone? Pois nem com a imagem o tradutor lá chegou. Voltemos. Quando Ben chega, a cidade está deserta. Babylon parece ter desaparecido. Não interessa quem é o culpado. Alguém tem de pagar. Uma estranha forma de amar, sim. Primitiva? Compreensível? E a justiça de Carnivàle? Samson: "If we break the code, we ain't got nothing left." Brother Justin parte. "Pick a number, one through six. The number is three." Mas Spangler não morre à terceira tentativa, naquela roleta russa. Brother Justin encontra uns viajantes sentados à volta de uma fogueira. Contam histórias de perda. Um pergunta: "What about you, my friend?" Justin responde: "I lost my God". No programa de rádio, Tommy Dolan conta a história de Crowe e pergunta: "Where are you, Brother Justin?" Samson pára para beber um uísque, antes de começar mais uma viagem para sul. Stangler. À quarta é de vez. O espectro de Dora Mae à janela. Brrr.
Estado em que se encontra este blogue: há mais de uma semana que só ouço música francesa, algo novo na minha vida.
Blockbomba: Robots (um filme exclusivamente para crianças; ou seja, uma grandessíssima seca). Coach Carter (um bom filme moral com uma óptima banda sonora, para os que gostem de hip-hop). Being Julia (Annette Bening excelente, excelente, mil vezes excelente).

segunda-feira, outubro 03, 2005

Carnivàle lights (5)



Antes de começar, uma nota: caros Cláudia (happy birthday!) e Luís, já vi os doze episódios da primeira série. Não consegui ver dois de cada vez, uma vez por semana. A curiosidade era demasiada. Estou em condições de tentar responder às perguntas que a Cláudia faz aqui, em relação ao episódio seguinte, mas não o farei para não estragar a surpresa.

Babylon: "Bad luck playing in Babylon." Lodz está doente. "You don't know half of what you pretend you know", diz Lodz a Ben. Sophie e Apollonia. Parece um pouco mais desperta, sim, Luís. Mas é com certeza imaginação nossa. As meninas treinam o número e Dora Mae diz: "Só querem ver as minhas maminhas, e não passos de dança difíceis". Fabulosa a chegada, Luís, e assustadora e silenciosa. Samson está aterrorizado porque sabe. A questão é porque é que sabe. Afinal, não parece ter nenhum dom especial. Será Samson o sábio de Carnivàle? "String of bad luck", insiste Samson e avisa que as meninas não podem fazer strip. O filme mudo. Sophie. Ben fica fechado, encontra-se impedido de agir, de participar; parece ter sido afastado. Agora não. Há coisas que têm de acontecer. "I know who you are. But do you know what that means?" Dora Mae: "...And on her forehead, a name was written, a mistery. Babylon the great, the mother of harlots and of the abominations of the earth..." E logo harlot, que sempre me pareceu uma palavra com uma sonoridade tão agradável.
Ciclo Falar de blogues (1)
Organização: José Carlos Abrantes e Almedina

Falar de blogues no feminino

Com:
Carla Quevedo, autora do blogue Bomba Inteligente.
Isabel Matos Ferreira, autora do blogue Miss Pearls.
Isabel Ventura, mestranda em Estudos sobre as Mulheres.
Patrícia Antoniete, co-autora do blogue brasileiro Megeras Magérrimas.

Sobre que assuntos falam as mulheres na blogosfera? Que motiva as autoras dos blogues? Que dados têm sobre quem as lê? Haverá especificidades da intervenção das mulheres na blogosfera?

Dia 13 de Outubro, às 19:00 horas
Livraria Almedina
Atrium Saldanha, Loja 71, 2.º Piso Lisboa
Eu hoje acordei assim...


Ava Gardner

... na praia, agora, só se pode estar toda vestida.

domingo, outubro 02, 2005

Porque é que adoro Desperate Housewives (19)

"Bree: Edie, hi.
Edie: Hi.
Bree: I saw you at Fredo's yesterday.
Edie: Yeah, I saw you too. Naughty, naughty!
Bree: I beg your pardon?
Edie: The guy. The one you were spoon feeding. Not bad, a little petite for my taste, but then again, I'm not the one sleeping with him.
Bree: Okay, this is exactly what I was afraid of. George and I are just friends.
Edie: Hey, I'm not judging you. I get it. Rex was sticking it to that hooker housewife. It's payback time.
Bree: You have got the wrong idea. That man is my pharmacist.
Edie: You can have an affair with anyone and you chose a pharmacist? You are such a Republican."

Cena do vigésimo primeiro episódio, Sunday in the park with George.
Conversas deliciosas

António (quatro anos, no dia a seguir a ter assistido a um assalto na rua): Mãe, o que são ladrões?
Mãe: São aqueles meninos que não quiseram ir à escola...
Modo de vida: não tenho nada contra as pessoas influenciáveis. Desde que saibam escolher as companhias.
Eu hoje acordei assim...


Demi Moore

... na praia, agora, ainda se está bem, mas já não é a mesma coisa.

sábado, outubro 01, 2005

Blockbomba: Shaun of the Dead (brilhante). Beyond the Sea (apesar de o filme ser mau - a cena final é ridícula - gostei deste projecto pessoal de Kevin Spacey).
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (33)


Émilie du Châtelet

"A sabedoria deve ter sempre os trunfos à mão: pois quem diz sábio, diz feliz, pelo menos no meu dicionário; há que ter paixões para ser feliz; mas há que colocá-las ao serviço da nossa felicidade e existem algumas às quais devemos proibir qualquer acesso à nossa alma."

Madame du Châtelet, Discurso sobre a felicidade, tradução de Maria João Costa Pereira, Lisboa, Relógio d'Água, 2005, p. 37.

Seguidores

Arquivo do blogue