Pormenores (18)
... gosto tanto, tanto dos versos "A lady never leaves her escort / It isn't fair, it isn't nice / A lady doesn't wander all over the room / And blow on some other guys dice", de Luck be a Lady, tema cantado pelo único Frank Sinatra...
blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com
segunda-feira, maio 31, 2004
domingo, maio 30, 2004
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é antologia. O vocábulo grego anthologia é composto por anthos (flor) e por logía (colecção). Daí a belíssima palavra florilégio, infelizmente tantas vezes esquecida. A Antologia Palatina, por exemplo, é o resultado de várias triagens dos melhores epigramas escritos na Antiguidade Clássica, sendo a primeira conhecida a de Meléagro de Gádaras (século II a.C.), intitulada Stéphanos, ou coroa de flores. Chama-se Palatina por ter sido a Biblioteca Palatina de Heidelberg a albergá-la até Salmásio a encontrar nos princípios do século XVII. E chega, antes que me entusiasme.
A palavra para hoje é antologia. O vocábulo grego anthologia é composto por anthos (flor) e por logía (colecção). Daí a belíssima palavra florilégio, infelizmente tantas vezes esquecida. A Antologia Palatina, por exemplo, é o resultado de várias triagens dos melhores epigramas escritos na Antiguidade Clássica, sendo a primeira conhecida a de Meléagro de Gádaras (século II a.C.), intitulada Stéphanos, ou coroa de flores. Chama-se Palatina por ter sido a Biblioteca Palatina de Heidelberg a albergá-la até Salmásio a encontrar nos princípios do século XVII. E chega, antes que me entusiasme.
Apanhar pássaros no ar
[Título alternativo: De gaja para gaja]
[Quem não quiser ler um elogio sentido, que mude de blogue agora. Obrigada.]
Ontem conheci a Sara. Aliás, já a tinha visto no último "É a Cultura!" Chegou atrasada. Sentou-se atrás, ao lado de um grupo muito malcriado, do qual eu fazia parte. Não nos calámos um segundo. Olhava para o lado e via uma rapariga com vontade de nos bater e com toda a razão. Eu, no cúmulo da má educação, até falei ao telemóvel durante o debate. A Sara lançou-me um olhar fulminante e apressei-me a desligar. Quando um dos meus amigos me disse que a miúda do lado era a blogueadora tal, eu respondi: "não, esta miúda irrequieta e com atitude reivindicativa só pode ser a Sara".
Ontem, ao entrar na Feira do Livro, quase choco com a Sara. Sorri e ela ficou a olhar para mim, desconfiada. Num segundo momento, no café ouço "Charlotte?" quase ao longe. Era a Sara.
A Sara tem uma qualidade que me comove: é muito rápida. É claramente uma rapariga que percebe as coisas e que reage de imediato a elas. Os Gregos têm uma expressão para este tipo de pessoas. Dizem eles que "apanham pássaros no ar". A essa qualidade parece que também se costuma chamar inteligência. (Pronto, prometo que reservo o resto para o e-mail.)
P.S.: minha querida, para sapatos de salto alto, uma das possibilidades à venda em Portugal (uma sapataria que tem as montras cheias de baba) é esta. Para bai...gasp...xinhos, o melhor talvez seja mesmo isto. Pelo menos, é divertido.
[Título alternativo: De gaja para gaja]
[Quem não quiser ler um elogio sentido, que mude de blogue agora. Obrigada.]
Ontem conheci a Sara. Aliás, já a tinha visto no último "É a Cultura!" Chegou atrasada. Sentou-se atrás, ao lado de um grupo muito malcriado, do qual eu fazia parte. Não nos calámos um segundo. Olhava para o lado e via uma rapariga com vontade de nos bater e com toda a razão. Eu, no cúmulo da má educação, até falei ao telemóvel durante o debate. A Sara lançou-me um olhar fulminante e apressei-me a desligar. Quando um dos meus amigos me disse que a miúda do lado era a blogueadora tal, eu respondi: "não, esta miúda irrequieta e com atitude reivindicativa só pode ser a Sara".
Ontem, ao entrar na Feira do Livro, quase choco com a Sara. Sorri e ela ficou a olhar para mim, desconfiada. Num segundo momento, no café ouço "Charlotte?" quase ao longe. Era a Sara.
A Sara tem uma qualidade que me comove: é muito rápida. É claramente uma rapariga que percebe as coisas e que reage de imediato a elas. Os Gregos têm uma expressão para este tipo de pessoas. Dizem eles que "apanham pássaros no ar". A essa qualidade parece que também se costuma chamar inteligência. (Pronto, prometo que reservo o resto para o e-mail.)
P.S.: minha querida, para sapatos de salto alto, uma das possibilidades à venda em Portugal (uma sapataria que tem as montras cheias de baba) é esta. Para bai...gasp...xinhos, o melhor talvez seja mesmo isto. Pelo menos, é divertido.
sábado, maio 29, 2004
Pormenores (16)
... gosto tanto, tanto das setas, a apontar ora para o centro ora para fora, no novo vídeo, Trick Me, da voluptuosa Kelis...
... gosto tanto, tanto das setas, a apontar ora para o centro ora para fora, no novo vídeo, Trick Me, da voluptuosa Kelis...
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer
- O Macguffin lembra o tão saudoso Pastilhas e faz uma lista dos blogues que daí saíram. Quite impressive. São muitos os pastilhadores que se tornaram blogueadores. É muito bonito de ver.
- Neste dia em que o casal luso-argentino faz seis meses de casamento, leio que a Sara, como boa netinha de sua avó, nunca foi contra o casamento mas que é contra o seu próprio casamento. Também achava que era uma boa frase. E depois tive de engolir as minhas palavras. Bem feita!
- O lado feminino deste blogue escreve um post engraçadíssimo sobre a acção medicinal dos livros. Há realmente livros que não se podem ler numa determinada altura da vida. Lembro, por exemplo, o tão falado The Bell Jar, da Sylvia Plath, quando se está a tomar antidepressivos. Há quem insista em dizer que um determinado assunto dá um post. Eu acho que, neste caso, dá uma tese.
- A Sofia, no curtíssimo post intitulado Squash, desvenda um segredo feminino daqueles que se guardam a sete chaves e que passam só na família de geração em geração. Maldita blogosfera!
- O Luís menciona a inutilidade da persistência em se blogar sob o anonimato. Tenho pensado bastante neste assunto. Por vezes, julgo que o anonimato é preferível a assinar disparates ou textos ofensivos como alguns que leio por aí. É a chamada vergonha alheia, embora seja também um disparate que eu a sinta.
- O Acidental contratou mais um reforço. Trata-se do nosso Diogo Belford Henriques do Quinto dos Impérios. Mas como é que é? Acho bem (porque sou rapariga habituada a mudanças) e não acho bem (porque, apesar de tudo, sou conservadora). Resolvam-me lá este problema, rapazes!
- O bendito menino escreve sobre a vitória do Porto num post que termina assim: "Obrigado dragões, por nos terem devolvido a confiança numa tanga vitoriosa, envolvida numa tripa gloriosa". Vale mesmo a pena ler.
- A Malícia viu no meu post a possibilidade de não cumprir a promessa que fez (se o Porto ganhasse a Champions passaria a dizer bem do Bush). Glad I could be of service. Não inventei essa maravilhosa possibilidade de não cumprir promessas. Prefiro sempre não fazê-las. Mas essa de haver outros que as cumprem por nós parece-me fantástico! Uma óptima solução.
- O Dói-me é um dos blogues mais divertidos que apareceram nos últimos tempos. Estimas melhoras na medida do possível.
- O Macguffin lembra o tão saudoso Pastilhas e faz uma lista dos blogues que daí saíram. Quite impressive. São muitos os pastilhadores que se tornaram blogueadores. É muito bonito de ver.
- Neste dia em que o casal luso-argentino faz seis meses de casamento, leio que a Sara, como boa netinha de sua avó, nunca foi contra o casamento mas que é contra o seu próprio casamento. Também achava que era uma boa frase. E depois tive de engolir as minhas palavras. Bem feita!
- O lado feminino deste blogue escreve um post engraçadíssimo sobre a acção medicinal dos livros. Há realmente livros que não se podem ler numa determinada altura da vida. Lembro, por exemplo, o tão falado The Bell Jar, da Sylvia Plath, quando se está a tomar antidepressivos. Há quem insista em dizer que um determinado assunto dá um post. Eu acho que, neste caso, dá uma tese.
- A Sofia, no curtíssimo post intitulado Squash, desvenda um segredo feminino daqueles que se guardam a sete chaves e que passam só na família de geração em geração. Maldita blogosfera!
- O Luís menciona a inutilidade da persistência em se blogar sob o anonimato. Tenho pensado bastante neste assunto. Por vezes, julgo que o anonimato é preferível a assinar disparates ou textos ofensivos como alguns que leio por aí. É a chamada vergonha alheia, embora seja também um disparate que eu a sinta.
- O Acidental contratou mais um reforço. Trata-se do nosso Diogo Belford Henriques do Quinto dos Impérios. Mas como é que é? Acho bem (porque sou rapariga habituada a mudanças) e não acho bem (porque, apesar de tudo, sou conservadora). Resolvam-me lá este problema, rapazes!
- O bendito menino escreve sobre a vitória do Porto num post que termina assim: "Obrigado dragões, por nos terem devolvido a confiança numa tanga vitoriosa, envolvida numa tripa gloriosa". Vale mesmo a pena ler.
- A Malícia viu no meu post a possibilidade de não cumprir a promessa que fez (se o Porto ganhasse a Champions passaria a dizer bem do Bush). Glad I could be of service. Não inventei essa maravilhosa possibilidade de não cumprir promessas. Prefiro sempre não fazê-las. Mas essa de haver outros que as cumprem por nós parece-me fantástico! Uma óptima solução.
- O Dói-me é um dos blogues mais divertidos que apareceram nos últimos tempos. Estimas melhoras na medida do possível.
sexta-feira, maio 28, 2004
quinta-feira, maio 27, 2004
Gregos atrasados, Gregos animados
No programa 60 Minutes, de 11 de Abril, a Presidente da Câmara de Atenas, Dora Bakoyanni, justificou assim o atraso nas obras para os Jogos Olímpicos: "In Greece, we are like 'Sirtaki' dance. We start very slowly, and then we speed up. And then at the end, you cannot even follow how quickly it goes. So I believe that's exactly what happened with us. We might be afraid until the last minute, but I believe that we will be ready in time." Graças a Zeus, os Gregos não precisam da auto-estima para nada.
No programa 60 Minutes, de 11 de Abril, a Presidente da Câmara de Atenas, Dora Bakoyanni, justificou assim o atraso nas obras para os Jogos Olímpicos: "In Greece, we are like 'Sirtaki' dance. We start very slowly, and then we speed up. And then at the end, you cannot even follow how quickly it goes. So I believe that's exactly what happened with us. We might be afraid until the last minute, but I believe that we will be ready in time." Graças a Zeus, os Gregos não precisam da auto-estima para nada.
Esta vida de Dragão só dá campeão!
Ó Malícia, então? Isso é promessa que se faça? Não sei como vais descalçar essa bota. Nem eu consigo dizer bem dessa espécie de estupidez ambulante. Viva o Porto! Viva Portugal!
Ó Malícia, então? Isso é promessa que se faça? Não sei como vais descalçar essa bota. Nem eu consigo dizer bem dessa espécie de estupidez ambulante. Viva o Porto! Viva Portugal!
quarta-feira, maio 26, 2004
De CQ para FJV
Francisco amigo, não me surpreende nada que o Boca Juniors tenha jogado mal. Mesmo quando joga bem, joga pessimamente. Nunca terá a graça e a alegria que tem o River Plate quando joga. Inveja terei quando vejas o glorioso River a arrasar o Boca ou a qualquer clube brasileiro. Mas continua, por favor, a passar informações. Um grande abraço. Saudades, pá. Carlos Q.
Francisco amigo, não me surpreende nada que o Boca Juniors tenha jogado mal. Mesmo quando joga bem, joga pessimamente. Nunca terá a graça e a alegria que tem o River Plate quando joga. Inveja terei quando vejas o glorioso River a arrasar o Boca ou a qualquer clube brasileiro. Mas continua, por favor, a passar informações. Um grande abraço. Saudades, pá. Carlos Q.
Vestir ou opinar é indiferente
A minha querida Papoilinha não gosta de mules de salto alto. Pois, em princípio não será um sapato que me agrade, nem se adequa àquilo que gosto de calçar e de vestir, mas (e eis que a célebre adversativa é aplicada num tema de importância vital) depende. E depende sobretudo de quem calça as ditas mules. Imagino, por exemplo que a Uma Thurman poderá calçar desde a sandália mais foleira à t-shirt mais desinteressante que estará sempre bem. Digamos que há mulheres que resistem a tudo porque são elas próprias especiais. Parece-me que no caso das opiniões a situação é semelhante. Uma vez, um amigo que muito estimo e que tem uma influência extraordinária sobre mim, disse um disparate óbvio. E insistiu nele. Só pensava que uma pessoa de tamanha clarividência só podia dizer aquilo por alguma razão. Não era a possibilidade de engano que me impressionava, mas que até o disparate lhe ficava bem.
A minha querida Papoilinha não gosta de mules de salto alto. Pois, em princípio não será um sapato que me agrade, nem se adequa àquilo que gosto de calçar e de vestir, mas (e eis que a célebre adversativa é aplicada num tema de importância vital) depende. E depende sobretudo de quem calça as ditas mules. Imagino, por exemplo que a Uma Thurman poderá calçar desde a sandália mais foleira à t-shirt mais desinteressante que estará sempre bem. Digamos que há mulheres que resistem a tudo porque são elas próprias especiais. Parece-me que no caso das opiniões a situação é semelhante. Uma vez, um amigo que muito estimo e que tem uma influência extraordinária sobre mim, disse um disparate óbvio. E insistiu nele. Só pensava que uma pessoa de tamanha clarividência só podia dizer aquilo por alguma razão. Não era a possibilidade de engano que me impressionava, mas que até o disparate lhe ficava bem.
terça-feira, maio 25, 2004
Aviso à navegação: se notarem dificuldades em aceder a algum blogue, retirem o www do url. Ou seja, escrevam, por exemplo http://bomba-inteligente.blogspot.com e não http://www.bomba-inteligente.blogspot.com. (Isto vale como autolincagem?) Obrigada, Nuno!
Blogoaniversários: o Jaquinzinhos e o Azul Cobalto fazem parte das minhas leituras diárias há um ano.
Sobre o casamento real só mais uma coisa: o Nuno enviou-me uma mensagem sobre a boda real. Aproveito para dizer que gostei do que vi. Foi um casamento correcto, digno de um Princípe herdeiro. Que a nossa Primeira Dama escolheu mal o estilista, já é do conhecimento nacional, and no one gives a damn about it. O que importa desta boda disse-o o Nuno: "O casamento não foi só 'o que tinha que ser'. Foi Madrid acordado noite e dia; foi casais de idosos, às dezenas, a passear o cãozinho e a ver os arranjos na ruas às duas da manhã, foi gente comum e corrente a jantar às duas e três da manhã, sem querer saber do dia seguinte; foi uma cidade que descobriu que pode voltar a estar viva e pode celebrar. Este casamento, foi a prenda, que Madrid, mais que merecia, depois de lhe terem roubado su sonrisa pronta."
segunda-feira, maio 24, 2004
Diacho: leio um post do Eduardo que fala, entre outras coisas, do filme Tróia. Agora que só penso na batalha de Termópilas, tenho de fazer um esforço e ir ao cinema ver o Brad Pitt a fazer de Aquiles. Aquiles é a minha personagem favorita da Ilíada, também por ser a mais complexa e a mais desviante. A Ilíada é sobretudo sobre Aquiles (embora o título nos remeta para Tróia, ou, originalmente, Ilion); ou melhor, sobre a morte de Aquiles: sobre a saída de cena de Aquiles (canto I), a espera por Aquiles (que dura 15 cantos) e o regresso de Aquiles à batalha para vingar a morte de Pátroclo (canto 17). A Ilíada tem 24 cantos. A primeira palavra da Ilíada é "ira" - a ira de Aquiles. O facto de Aquiles não morrer na Ilíada é irrelevante, porque a sua morte foi determinada pelos deuses. Ou seja, sabemos que vai morrer, como foi anunciado pela mãe Tétis no canto I.
Há cerca de um ano escrevi coisas más sobre Homero. Que era aborrecido e parvoíces do género (embora mantenha que não existiu). Hoje em dia, percebo que a Ilíada foi um dos livros que mais prazer me deu estudar. Significa isso que agora sou adulta, which is very nice.
Há cerca de um ano escrevi coisas más sobre Homero. Que era aborrecido e parvoíces do género (embora mantenha que não existiu). Hoje em dia, percebo que a Ilíada foi um dos livros que mais prazer me deu estudar. Significa isso que agora sou adulta, which is very nice.
Pormenores (15)
para o maradona.
... ainda no caso de espionagem na batalha das Termópilas, leio a descrição de Heródoto (VII, 208-209) sobre o que se terá passado (a que contei no post mais em baixo foi tirada de The Cambridge Ancient History). O Rei Xerxes da Pérsia enviou um espião para observar o inimigo. O espião viu uma série de rapazes bem constituídos, uns a fazer exercícios físicos nus e outros a pentearem os longos cabelos, e lá ficou embasbacado durante algum tempo. Ninguém lhe ligou nenhuma (Heródoto diz isso mesmo). Quando voltou e contou a Xerxes o que vira, o Rei achou a história patética e mandou chamar Demarato, Rei de Esparta deposto por suspeita de ser ilegítimo, para que lhe explicasse afinal quem eram aqueles homens. Demarato conta que os Lacedemónios são temíveis, que se estão a preparar para a batalha, e que Xerxes deverá proceder com cuidado. Xerxes não fica convencido. (A narrativa de Heródoto acaba aqui.) Bom, os gregos acabaram por levar uma das maiores coças de que há memória. Embora depois se tenham vingado, em Salamina...
para o maradona.
... ainda no caso de espionagem na batalha das Termópilas, leio a descrição de Heródoto (VII, 208-209) sobre o que se terá passado (a que contei no post mais em baixo foi tirada de The Cambridge Ancient History). O Rei Xerxes da Pérsia enviou um espião para observar o inimigo. O espião viu uma série de rapazes bem constituídos, uns a fazer exercícios físicos nus e outros a pentearem os longos cabelos, e lá ficou embasbacado durante algum tempo. Ninguém lhe ligou nenhuma (Heródoto diz isso mesmo). Quando voltou e contou a Xerxes o que vira, o Rei achou a história patética e mandou chamar Demarato, Rei de Esparta deposto por suspeita de ser ilegítimo, para que lhe explicasse afinal quem eram aqueles homens. Demarato conta que os Lacedemónios são temíveis, que se estão a preparar para a batalha, e que Xerxes deverá proceder com cuidado. Xerxes não fica convencido. (A narrativa de Heródoto acaba aqui.) Bom, os gregos acabaram por levar uma das maiores coças de que há memória. Embora depois se tenham vingado, em Salamina...
domingo, maio 23, 2004
Para Cabra, Cabra e Meia: melhor que Alice, the older stepsister só o clássico e definitivo Big Bad Wolf. Nada como um bom-mau curriculum, dear Sara.
O gozo da maldade
Escusado será dizer que na história da Branca de Neve, sempre me pareceu engraçada a figura da bruxa má. Era escusado dizê-lo, mas já disse. Há um prazer e um gozo na maldade que vicia por ter graça. Falo de uma maldade de Cabra (com maiúscula por respeito) se quiserem, a que acho muita piada. Aos sábados à noite, no canal dois, podemos agora ver uma série de humor inglesa chamada Nighty Night, escrita pela brilhante Julia Davis (lembram-se de Human Remains?), e que se concentra na maldade da protagonista. Desde contar aos vizinhos que o marido morreu com cancro, quando este está internado no hospital e a melhorar, a fazer a vida negra à vizinha condenada a viver numa cadeira de rodas, porque está obcecada pelo marido dela, Jill Farrell é uma personagem fascinante. Nighty Night é bom e vicia. Nunca mais é sábado!
Escusado será dizer que na história da Branca de Neve, sempre me pareceu engraçada a figura da bruxa má. Era escusado dizê-lo, mas já disse. Há um prazer e um gozo na maldade que vicia por ter graça. Falo de uma maldade de Cabra (com maiúscula por respeito) se quiserem, a que acho muita piada. Aos sábados à noite, no canal dois, podemos agora ver uma série de humor inglesa chamada Nighty Night, escrita pela brilhante Julia Davis (lembram-se de Human Remains?), e que se concentra na maldade da protagonista. Desde contar aos vizinhos que o marido morreu com cancro, quando este está internado no hospital e a melhorar, a fazer a vida negra à vizinha condenada a viver numa cadeira de rodas, porque está obcecada pelo marido dela, Jill Farrell é uma personagem fascinante. Nighty Night é bom e vicia. Nunca mais é sábado!
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer sítio (13)
"Mas seria errado não reconhecer que Homero, que viveu na época geométrica, também deve muito ao seu tempo. Deve-lhe, em particular, um elemento essencial da sua poesia, as comparações, muitas vezes bastante desenvolvidas, de um acontecimento heróico com um facto da vida quotidiana, processo que lhe permite tornar o mundo épico inteligível aos seus ouvintes recorrendo à experiência quotidiana." François Chamoux, A Civilização Grega, Edições 70, Lisboa, 1983, p. 38.
"Mas seria errado não reconhecer que Homero, que viveu na época geométrica, também deve muito ao seu tempo. Deve-lhe, em particular, um elemento essencial da sua poesia, as comparações, muitas vezes bastante desenvolvidas, de um acontecimento heróico com um facto da vida quotidiana, processo que lhe permite tornar o mundo épico inteligível aos seus ouvintes recorrendo à experiência quotidiana." François Chamoux, A Civilização Grega, Edições 70, Lisboa, 1983, p. 38.
sexta-feira, maio 21, 2004
Epitemias: só me apetece passar o resto da manhã a fazer uma longa lista dos livros que quero comprar na Feira do Livro.
quinta-feira, maio 20, 2004
quarta-feira, maio 19, 2004
'Cause I'm just a soul whose intentions are good, oh Lord, please don't let me be misunderstood: que bonitas as mambas, Luís!
terça-feira, maio 18, 2004
Hip hip! Bravo, bravo e ainda mais bravo!
"Ode ao pólipo negro
Apraz-me que no telejornal se faça, agora, uma voraz crítica aos ridículos e ofensivos "benvidos" (relativos ao Euro 2004) que a Câmara Municipal de Lisboa fez espalhar pela cidade. É bonito, quase tocante, ver a nossa língua defendida, em pleno horário nobre (note-se). Mas dá-me vontade de pensar que não se está, na realidade e em primeiro lugar, a defender uma língua, mas a criticar uma câmara (na pessoa ou não de um presidente que abre caboucos ao desbarato, é indiferente).
Esta câmara, na pessoa de alguns dos seus funcionários, não deixa, também ela, de ser uma vergonha, uma analfabeta, claro, mas chateia sabermos das potencialidades linguísticas e literárias de muitos dos energúmenos que atacam as calinadas desta instituição: são os mesmos que fazem grandes festins com vírgulas entre sujeitos e predicados; são os mesmos que tiram, sem comiseração alguma, os hífenes a todos os "fins-de-semana"; os mesmos que desconhecem, total e estupidamente, as regências dos verbos, proferindo enormidades como "o doutor gosta que". Ora, está mal, faz mal e é de condenar. Dali para fora, já! Ou, então, estudem mais um bocadinho. Consultem as autoridades escritas da Língua, por exemplo. Aprumem-se.
Têm muita razão, sim senhora. Não se escreve "benvindo" nem que à mais muda das vacas lhe dê, assim de repente, para tossir, muito menos em cartazes publicitários ao Euro (credo!). Não, não. É coisa de analfabetos que não deviam ter acesso nem ao mais pobrezinho dos livros de recibos verdes, quanto mais trabalhar à frente de uma redacção... Mas também não há o direito de pactuar com as enormidades que são tornadas públicas, com o maior sorriso nos lábios de telejornalista, todos os dias, em horário nobre, para o bom português ver, registar e copiar. Está mal...
Faça-se o rastreio e eliminem-se os pólipos negros que nos transmitem as notícias, senhores!"
Texto escrito por: the one and only, batukada.
"Ode ao pólipo negro
Apraz-me que no telejornal se faça, agora, uma voraz crítica aos ridículos e ofensivos "benvidos" (relativos ao Euro 2004) que a Câmara Municipal de Lisboa fez espalhar pela cidade. É bonito, quase tocante, ver a nossa língua defendida, em pleno horário nobre (note-se). Mas dá-me vontade de pensar que não se está, na realidade e em primeiro lugar, a defender uma língua, mas a criticar uma câmara (na pessoa ou não de um presidente que abre caboucos ao desbarato, é indiferente).
Esta câmara, na pessoa de alguns dos seus funcionários, não deixa, também ela, de ser uma vergonha, uma analfabeta, claro, mas chateia sabermos das potencialidades linguísticas e literárias de muitos dos energúmenos que atacam as calinadas desta instituição: são os mesmos que fazem grandes festins com vírgulas entre sujeitos e predicados; são os mesmos que tiram, sem comiseração alguma, os hífenes a todos os "fins-de-semana"; os mesmos que desconhecem, total e estupidamente, as regências dos verbos, proferindo enormidades como "o doutor gosta que". Ora, está mal, faz mal e é de condenar. Dali para fora, já! Ou, então, estudem mais um bocadinho. Consultem as autoridades escritas da Língua, por exemplo. Aprumem-se.
Têm muita razão, sim senhora. Não se escreve "benvindo" nem que à mais muda das vacas lhe dê, assim de repente, para tossir, muito menos em cartazes publicitários ao Euro (credo!). Não, não. É coisa de analfabetos que não deviam ter acesso nem ao mais pobrezinho dos livros de recibos verdes, quanto mais trabalhar à frente de uma redacção... Mas também não há o direito de pactuar com as enormidades que são tornadas públicas, com o maior sorriso nos lábios de telejornalista, todos os dias, em horário nobre, para o bom português ver, registar e copiar. Está mal...
Faça-se o rastreio e eliminem-se os pólipos negros que nos transmitem as notícias, senhores!"
Texto escrito por: the one and only, batukada.
segunda-feira, maio 17, 2004
"Is you Madonna?"
(Ali G, no vídeo de Music)
A desassossegada Sara (que não pára quieta com o e-mail; ora tira, ora põe, ora substitui por frases, ora whatever) pergunta se este amarelo Kill Bill (que não é bem, mas a intenção é boa) é "para sempre". Gasp! Para sempre? Quando se fala de vestidos, nada pode ser para sempre. Depois passa de moda e é uma maçada. Mas por enquanto fica. Tem lá paciência. Olha, ofereço-te esta letra da Madonna (a quem rezo todos os dias) e o respectivo vídeo, por causa do carro amarelo...
What It Feels Like For A Girl
Girls can wear jeans
And cut their hair short
Wear shirts and boots
'cause it's ok to be a boy
But for a boy to look like a girl is degrading
'cause you think that being a girl is degrading
But secretly you'd love to know what it's like
Wouldn't you
What it feels like for a girl
Silky smooth
Lips as sweet as candy, baby
Tight blue jeans
Skin that shows in patches
Strong inside but you don't know it
Good little girls they never show it
When you open up your mouth to speak
Could you be a little weak
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
Hair that twirls on finger tips so gently, baby
Hands that rest on jutting hips repenting
Hurt that's not supposed to show
And tears that fall when no one knows
When you're trying hard to be your best
Could you be a little less
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
Strong inside but you don't know it
Good little girls they never show it
When you open up your mouth to speak
Could you be a little weak
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
In this world
Do you know
Do you know
Do you know what it feels like for a girl
What it feels like in this world
(Ali G, no vídeo de Music)
A desassossegada Sara (que não pára quieta com o e-mail; ora tira, ora põe, ora substitui por frases, ora whatever) pergunta se este amarelo Kill Bill (que não é bem, mas a intenção é boa) é "para sempre". Gasp! Para sempre? Quando se fala de vestidos, nada pode ser para sempre. Depois passa de moda e é uma maçada. Mas por enquanto fica. Tem lá paciência. Olha, ofereço-te esta letra da Madonna (a quem rezo todos os dias) e o respectivo vídeo, por causa do carro amarelo...
What It Feels Like For A Girl
Girls can wear jeans
And cut their hair short
Wear shirts and boots
'cause it's ok to be a boy
But for a boy to look like a girl is degrading
'cause you think that being a girl is degrading
But secretly you'd love to know what it's like
Wouldn't you
What it feels like for a girl
Silky smooth
Lips as sweet as candy, baby
Tight blue jeans
Skin that shows in patches
Strong inside but you don't know it
Good little girls they never show it
When you open up your mouth to speak
Could you be a little weak
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
Hair that twirls on finger tips so gently, baby
Hands that rest on jutting hips repenting
Hurt that's not supposed to show
And tears that fall when no one knows
When you're trying hard to be your best
Could you be a little less
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
Strong inside but you don't know it
Good little girls they never show it
When you open up your mouth to speak
Could you be a little weak
Do you know what it feels like for a girl
Do you know what it feels like in this world
For a girl
In this world
Do you know
Do you know
Do you know what it feels like for a girl
What it feels like in this world
Mais um blogoaniversário para começar a semana. Desta vez é o Almocreve das Petas que completa um ano de blogosfera. Parabéns! E pelo fato novo também.
domingo, maio 16, 2004
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é Helena e dedico-a ao lado feminino deste blogue. Durante anos andei enganada com esta etimologia. Julgava que o El inicial de Eléni seria o mesmo que vemos em Elláda (Grécia ou Hélade) ou éllinas (grego ou heleno) e que teria alguma coisa a ver com Hellas, cidade da Tessalia fundada por Helena, e que esse El inicial teria alguma relação com o vocábulo ilios, que significa sol. Mas não. Elléni (Helena, em grego moderno) ou 'Ellin (em grego antigo) vem de seléni, que significa lua. Não faz mal. Trata-se apenas de uma luz diferente.
A palavra para hoje é Helena e dedico-a ao lado feminino deste blogue. Durante anos andei enganada com esta etimologia. Julgava que o El inicial de Eléni seria o mesmo que vemos em Elláda (Grécia ou Hélade) ou éllinas (grego ou heleno) e que teria alguma coisa a ver com Hellas, cidade da Tessalia fundada por Helena, e que esse El inicial teria alguma relação com o vocábulo ilios, que significa sol. Mas não. Elléni (Helena, em grego moderno) ou 'Ellin (em grego antigo) vem de seléni, que significa lua. Não faz mal. Trata-se apenas de uma luz diferente.
sábado, maio 15, 2004
Carpe diem!
A Ana, neste dia especial, enviou-me um presente bonito que passo a transcrever. E entre junk mail e qualquer outra coisa prefiro a segunda, mesmo sopa de abóbora! Muitos beijos.
"Por um desvio semântico qualquer, que os filólogos ainda não estudaram, passámos a chamar manhã à infância das aves. De facto envelhecem quando a tarde cai e é por isso que ao anoitecer as árvores nos surgem tão carregadas de tempo." Carlos Oliveira
A Ana, neste dia especial, enviou-me um presente bonito que passo a transcrever. E entre junk mail e qualquer outra coisa prefiro a segunda, mesmo sopa de abóbora! Muitos beijos.
"Por um desvio semântico qualquer, que os filólogos ainda não estudaram, passámos a chamar manhã à infância das aves. De facto envelhecem quando a tarde cai e é por isso que ao anoitecer as árvores nos surgem tão carregadas de tempo." Carlos Oliveira
O Belo e o Bom
Safo escreveu algures no século VII a.C. vários fragmentos em dialecto grego eólico. Safo escreveu pouco e, ao mesmo tempo, tudo sobre o muito que importa: o amor (ou o eros), a despedida, a família, a solidão, a beleza. Dos poucos fragmentos que chegaram até nós, este é o meu preferido.
Quem é belo
é belo aos olhos
- e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo
Safo, Líricas em Fragmentos, tradução de Pedro Alvim, Vega, Lisboa, 1991.
Safo escreveu algures no século VII a.C. vários fragmentos em dialecto grego eólico. Safo escreveu pouco e, ao mesmo tempo, tudo sobre o muito que importa: o amor (ou o eros), a despedida, a família, a solidão, a beleza. Dos poucos fragmentos que chegaram até nós, este é o meu preferido.
Quem é belo
é belo aos olhos
- e basta.
Mas quem é bom
é subitamente belo
Safo, Líricas em Fragmentos, tradução de Pedro Alvim, Vega, Lisboa, 1991.
sexta-feira, maio 14, 2004
"And I'm not sorry, it's human nature." (via Cruzes Canhoto)
How spiffing! You're Alexander the Great!
Yeah, baby. You were the King of Macedonia, and conqueror of much of the world; you're responsible for the spread of Christianity, as well as Hellenistic society and even the Roman Empire. Your power was feared for thousands of miles around.
And how gay were you. When you'd conquered Persia, you fell in love with a male courtier from that court - scandalous in those days, because the Persians were believed to be uncivilised barbarians.
You were always really in love with your boyhood friend, Hephaestion, and when he died you were grief-stricken to a legendary degree: convinced that he would live on after death, you passed away soon afterwards.
Which Famous Homosexual are you?
How spiffing! You're Alexander the Great!
Yeah, baby. You were the King of Macedonia, and conqueror of much of the world; you're responsible for the spread of Christianity, as well as Hellenistic society and even the Roman Empire. Your power was feared for thousands of miles around.
And how gay were you. When you'd conquered Persia, you fell in love with a male courtier from that court - scandalous in those days, because the Persians were believed to be uncivilised barbarians.
You were always really in love with your boyhood friend, Hephaestion, and when he died you were grief-stricken to a legendary degree: convinced that he would live on after death, you passed away soon afterwards.
Which Famous Homosexual are you?
Take me away, boys! (via Cruzes Canhoto)
You are Ludwig II, the Swan King of Bavaria!
Born with the name of Otto, you became Ludwig at the request of your grandfather, King Ludwig I, because you were born on his birthday. You became Crown Prince at the tender age of 3, and soon after stole a purse from a shop on the basis that everything in Bavaria belonged to you. Tragedy struck when your pet tortoise was taken away; relatives thought the six-year-old prince was too attached to it. Your childhood was lonely and formal. Once, you were prevented from beheading your younger brother by the timeous arrival of a court official. From the age of 14 you suffered from hallucinations.
Despite striking an imposing figure with your great height and good looks, your speeches were pompous to the point of incomprehensibility. You became even more of a recluse, often spending hours reading poetry in a seashell-shaped boat in your electrically-illuminated underground grotto.
You are most famous for building three fairytale castles - Linderhof, Neuschwanstein and Herrenchiemsee - at tremendous public expense. Declared insane and confined to your bedroom by concerned (and embarrassed) subjects, you escaped on 13 June 1886, but were later found drowned with your physician in Lake Stamberg in mysterious circumstances.
Which Historical Lunatic Are You?
From the fecund loins of Rum and Monkey.
You are Ludwig II, the Swan King of Bavaria!
Born with the name of Otto, you became Ludwig at the request of your grandfather, King Ludwig I, because you were born on his birthday. You became Crown Prince at the tender age of 3, and soon after stole a purse from a shop on the basis that everything in Bavaria belonged to you. Tragedy struck when your pet tortoise was taken away; relatives thought the six-year-old prince was too attached to it. Your childhood was lonely and formal. Once, you were prevented from beheading your younger brother by the timeous arrival of a court official. From the age of 14 you suffered from hallucinations.
Despite striking an imposing figure with your great height and good looks, your speeches were pompous to the point of incomprehensibility. You became even more of a recluse, often spending hours reading poetry in a seashell-shaped boat in your electrically-illuminated underground grotto.
You are most famous for building three fairytale castles - Linderhof, Neuschwanstein and Herrenchiemsee - at tremendous public expense. Declared insane and confined to your bedroom by concerned (and embarrassed) subjects, you escaped on 13 June 1886, but were later found drowned with your physician in Lake Stamberg in mysterious circumstances.
Which Historical Lunatic Are You?
From the fecund loins of Rum and Monkey.
O Cruzes Canhoto propoe uma série de testes para hoje. Vou começar pelo do criminoso. Bwahahahaha...
Congratulations, you're Elizabeth Bathory!
Hailing from sunny Transylvania, your first blood-related incident was when you stabbed a servant girl in the face with a pair of scissors for underperforming. Some of the red spray landed on your hands, and as you washed it off, you noticed that it left your skin fresh and young looking. From then on you were convinced that the blood of young girls was the secret to eternal youth.
Rather than killing girls outright by stabbing them or slitting their throats, you enjoy torturing them for weeks on end by pricking them with needles or prodding with sharp spikes - all to bathe in their blood. You've killed over six hundred women, all without raising a peep from the authorities.
Which Evil Criminal are You?
A Rum and Monkey crime.
Congratulations, you're Elizabeth Bathory!
Hailing from sunny Transylvania, your first blood-related incident was when you stabbed a servant girl in the face with a pair of scissors for underperforming. Some of the red spray landed on your hands, and as you washed it off, you noticed that it left your skin fresh and young looking. From then on you were convinced that the blood of young girls was the secret to eternal youth.
Rather than killing girls outright by stabbing them or slitting their throats, you enjoy torturing them for weeks on end by pricking them with needles or prodding with sharp spikes - all to bathe in their blood. You've killed over six hundred women, all without raising a peep from the authorities.
Which Evil Criminal are You?
A Rum and Monkey crime.
quinta-feira, maio 13, 2004
Em que é que ficamos?
O Abrupto pergunta o seguinte: "Como é que traduzo olimpyanism? Por "olimpianismo", fiel ao uso conceptual novo (veja-se nota sobre Kenneth Minogue), ou "olimpismo"? No Houaiss há "olimpiano" e "olímpico", mas não "olimpianismo"..." Pois voto em olimpianismo. Embora "olimpiano" não esteja registado no Dicionário da Academia, nunca poderíamos traduzir esse novo conceito por "olimpismo", uma vez que a palavra tem um determinado significado que o associa aos Jogos Olímpicos e que o afasta do sentido que se pretende. Olimpianismo parece-me um bom aportuguesamento.
O Abrupto pergunta o seguinte: "Como é que traduzo olimpyanism? Por "olimpianismo", fiel ao uso conceptual novo (veja-se nota sobre Kenneth Minogue), ou "olimpismo"? No Houaiss há "olimpiano" e "olímpico", mas não "olimpianismo"..." Pois voto em olimpianismo. Embora "olimpiano" não esteja registado no Dicionário da Academia, nunca poderíamos traduzir esse novo conceito por "olimpismo", uma vez que a palavra tem um determinado significado que o associa aos Jogos Olímpicos e que o afasta do sentido que se pretende. Olimpianismo parece-me um bom aportuguesamento.
Reencarnação precisa-se
Ricardo, há um template muito bonito igual a este que tenho agora mas em azul. Go for it!
Ricardo, há um template muito bonito igual a este que tenho agora mas em azul. Go for it!
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer lado (12)
"Don't tell me to stop / tell the rain not to drop / tell the wind not to blow / 'cause you said so, mmm." Don't Tell Me, Madonna.
"Don't tell me to stop / tell the rain not to drop / tell the wind not to blow / 'cause you said so, mmm." Don't Tell Me, Madonna.
quarta-feira, maio 12, 2004
O que fazer numa noite de insónia? Um teste de personalidade! Via Controversa Maresia, cá está o líder que me coube em sorte. Podia ser pior.
Um ano e mais ainda
Há um ano, a Ana Roque aparecia na blogosfera a citar Aulo Gélio e a receber um sólido "foda-se" de boas-vindas aqui no bomba. Depois foi a pergunta de engate: "o Modus não terá e-mail?" Pois é. Escusam de andar aí com coisas porque quem engatou a Ana Roque fui eu. E para a minha amiga Ana, neste aniversário do Modus Vivendi, um poema de Dorothy Parker e beijos muito grandes.
Résumé
Razors pain you;
Rivers are damp;
Acids stain you;
And drugs cause cramp.
Guns aren't lawful;
Nooses give;
Gas smells awful;
You might as well live.
Dorothy Parker, 1926
Há um ano, a Ana Roque aparecia na blogosfera a citar Aulo Gélio e a receber um sólido "foda-se" de boas-vindas aqui no bomba. Depois foi a pergunta de engate: "o Modus não terá e-mail?" Pois é. Escusam de andar aí com coisas porque quem engatou a Ana Roque fui eu. E para a minha amiga Ana, neste aniversário do Modus Vivendi, um poema de Dorothy Parker e beijos muito grandes.
Résumé
Razors pain you;
Rivers are damp;
Acids stain you;
And drugs cause cramp.
Guns aren't lawful;
Nooses give;
Gas smells awful;
You might as well live.
Dorothy Parker, 1926
terça-feira, maio 11, 2004
Oh baby, I don't care
O desinteresse por muitas coisas antes dadas como garantia da minha atenção aumenta à medida que o tempo passa. Muitas vezes respondo "não me interessa" a uma pergunta qualquer: "Leste The Bell Jar?" "Sim, quando tinha 18 anos, mas agora não me interessa." Poucas coisas, tanto as relacionadas com a literatura como outras mais prosaicas, me interessam realmente. E quando a literatura se confunde com a vida, ainda menos. Ontem cheguei à conclusão de que a homossexualidade de Kavafis não me interessa nadinha. Muito menos como desculpa para uma análise e crítica dos poemas eróticos. Talvez uma das diferenças entre um escritor e aquele que se diverte a escrever seja a de que a vida do escritor não me interessa. É verdade que me estou nas tintas para a mesquinhez de Joyce ou para a bondade de Tchekóv e mesmo para a asma de Proust (que tanto me poderia interessar). Não me interessa também porque não sei nem tenho possibilidade de saber como eram essas vidas. Só aquele que não é escritor faz depender a escrita do seu quotidiano.
Interessa-me a nova série de Smack the Pony e de Southpark na SIC Radical. Interessa-me saber mais sobre o excêntrico Ali G e sobre a maneira como fala com a conjugação sempre errada dos verbos ou sobre o curiosíssimo Johnny Knoxville. Interessa-me a originalidade de Trey Parker e de Matt Stone (sim, tenho um fraco por excêntricos). Mas não quero saber da vida monótona de Kavafis. Também porque me desaponta. E, no entanto, não devia.
O desinteresse por muitas coisas antes dadas como garantia da minha atenção aumenta à medida que o tempo passa. Muitas vezes respondo "não me interessa" a uma pergunta qualquer: "Leste The Bell Jar?" "Sim, quando tinha 18 anos, mas agora não me interessa." Poucas coisas, tanto as relacionadas com a literatura como outras mais prosaicas, me interessam realmente. E quando a literatura se confunde com a vida, ainda menos. Ontem cheguei à conclusão de que a homossexualidade de Kavafis não me interessa nadinha. Muito menos como desculpa para uma análise e crítica dos poemas eróticos. Talvez uma das diferenças entre um escritor e aquele que se diverte a escrever seja a de que a vida do escritor não me interessa. É verdade que me estou nas tintas para a mesquinhez de Joyce ou para a bondade de Tchekóv e mesmo para a asma de Proust (que tanto me poderia interessar). Não me interessa também porque não sei nem tenho possibilidade de saber como eram essas vidas. Só aquele que não é escritor faz depender a escrita do seu quotidiano.
Interessa-me a nova série de Smack the Pony e de Southpark na SIC Radical. Interessa-me saber mais sobre o excêntrico Ali G e sobre a maneira como fala com a conjugação sempre errada dos verbos ou sobre o curiosíssimo Johnny Knoxville. Interessa-me a originalidade de Trey Parker e de Matt Stone (sim, tenho um fraco por excêntricos). Mas não quero saber da vida monótona de Kavafis. Também porque me desaponta. E, no entanto, não devia.
Obrigada, Paulo e Victor Cunha, pela correcção na data do primeiro número do jornal O Independente, em que saiu a primeira crónica do Carlos. Foi a 20 de Maio de 1988. Já está corrigido lá em baixo.
Trapos novos
Parece que o meu vestido faz conjunto com o fato do Homem a Dias, o que me parece correctíssimo. E que imagem tão catita, Alberto! Também tenho aqui uma foto mesmo gira para pôr ali ao lado...
Parece que o meu vestido faz conjunto com o fato do Homem a Dias, o que me parece correctíssimo. E que imagem tão catita, Alberto! Também tenho aqui uma foto mesmo gira para pôr ali ao lado...
domingo, maio 09, 2004
Pormenores (6)
... gosto muito dos dois primeiros versos de Ave Maria, de Frank O'Hara: "Mothers of America / let you kids go to the movies!" embora o resto do poema seja maçador...
... gosto muito dos dois primeiros versos de Ave Maria, de Frank O'Hara: "Mothers of America / let you kids go to the movies!" embora o resto do poema seja maçador...
Etimologia hebdomadária
A palavra para hoje é ironia. A eironía grega é tão antiga como Sócrates e vem do verbo eiró (este "o" final é um ómega), que significa perguntar. O eirón é aquele que diz menos do que aquilo que pensa, sendo a eironía o acto de perguntar fingindo ignorância, dissimulando. Trata-se de uma palavra que, muito provavelmente, nunca terá alterações nem na grafia nem no sentido.
A palavra para hoje é ironia. A eironía grega é tão antiga como Sócrates e vem do verbo eiró (este "o" final é um ómega), que significa perguntar. O eirón é aquele que diz menos do que aquilo que pensa, sendo a eironía o acto de perguntar fingindo ignorância, dissimulando. Trata-se de uma palavra que, muito provavelmente, nunca terá alterações nem na grafia nem no sentido.
A manter: "sentir a falta de". O Luís escreveu um post sobre esta expressão e fiquei a pensar que temos muitas vezes saudades de alguém ou de alguma coisa, mas sentir a falta de alguém ou de alguma coisa é diferente. "Ter saudades" implica apesar de tudo uma esperança que "sentir a falta de" exclui.
A abandonar: o lado feminino deste blogue pediu a expulsão imediata de "tradução automática". Fora! Não há pior coisa do que ver uma excelente ideia a tornar-se uma piada. Bom... pronto, comer um crepe chinês azedo é pior.
A abandonar: o lado feminino deste blogue pediu a expulsão imediata de "tradução automática". Fora! Não há pior coisa do que ver uma excelente ideia a tornar-se uma piada. Bom... pronto, comer um crepe chinês azedo é pior.
sábado, maio 08, 2004
Aniversários blogosféricos: dois dos meus blogues favoritos completam hoje um ano de existência - Ponto e Vírgula e O Meu Pipi. O primeiro anda a postar pouco e o segundo está nas termas há demasiado tempo. Gngngngn... Parabéns!
Minha querida, jolie, amorzinho fofo, ternura de mamãe (brasileiro), coisinha mailinda deste universo e do outro, batuquini, repete comigo: cadeira. Isso, inspira. E mais uma: tijolo. Expira que é para não ficar roxinha. Ah, e ainda mais uma: batata. Sentiste alguma coisa? Alguma nervoseira, um ligeiro desmaio, algum achaque? Nada? Se é assim, o caminho para a felicidade vem na colecção Vida Saudável - 101 Sugestões , disponível na banca mais próxima.
Pormenores (3)
... gosto muito quando no vídeo de The Way You Move dos excêntricos Outkast, Antwan Patton bate palmas à passagem de uma série de meninas em biquini...
... gosto muito quando no vídeo de The Way You Move dos excêntricos Outkast, Antwan Patton bate palmas à passagem de uma série de meninas em biquini...
Hoje é que é! O Mar Salgado faz um ano de blogovida e está de parabéns por durante esse tempo nos dar tantos textos e tão bons. Beijos a toda a tripulação e em especial ao Nuno Mota Pinto aka Alma Gémea.
sexta-feira, maio 07, 2004
This one goes out to the one I love
Em 1988, tinha a vossa criada fardada uns 17 ou 18 anitos, e o meu (agora) Marido escrevia a sua primeira crítica de teatro no primeiro número do jornal O Independente. O Carlos iniciava assim a sua vida de cronista em Portugal. Começou cheio de hubris, como podem ler em baixo. Uma maravilha de menino.
O Menino-Rei, de Jean Pierre Sarrasc, pelo Teatro da Rainha
Texto de Carlos Quevedo, em O Independente, 1988
Uma criança perde-se numa auto-estrada. Ia de férias com os pais. Estes, entre culpados e aliviados, procuram-na em vão. Na auto-estrada, versão actualizada da floresta dos clássicos contos para crianças, o menino encontrará diferentes personagens que o iniciarão a viver num mundo sem esperança.
Este espectáculo é apresentado na sala Patrick Friedman do Instituto Franco-Português. Bem situado, não é difícil lá chegar. As paragens dos autocarros 18 e 42 assim como a do eléctrico 24 são as mais próximas. No entanto, os autocarros 16, 26 e 30 também servem, assim como as estações do metropolitano São Sebastião, Saldanha e porque não a telemática Picoas. Se for de carro, não há problemas em encontrar lugar para estacionar. Embora não muito iluminada é uma zona bastante segura de Lisboa. A dois passos temos o Hospital Particular e a quatro, a embaixada do Vaticano. Os bilhetes, aliás nada caros, compram-se mesmo em frente à entrada do Instituto. Se chegar adiantado/a ou os /as, o espectáculo só começa às 21h45, pode subir ao primeiro andar onde há sempre uma exposição com interesse. Hélas! O bar não está aberto a essas horas, contrariedade que não tenho dúvidas o Instituto corrigirá nas próximas produções. Chegada a hora do espectáculo, descem-se umas escadas que nos levam a uma das duas portas de entrada da sala, encontrando-se estas no lado oposto ao do palco. Junto deste, à esquerda, vemos uma tranquilizadora e exclusiva porta de emergência.
A disposição dos lugares é do tipo anfiteatro ou de bancada, o que garante uma óptima visibilidade. A acústica é excelente. Esta sala tem capacidade para duzentos e oitenta espectadores, embora nesta produção tenha sido reduzida para cento e cinquenta. O veludo grená do pano de boca e dos muitos confortáveis lugares domina o espaço. A alcatifa é encarnada e não destoa do conjunto. As paredes, parcialmente forradas de madeira clara e lustrosa, embora não muito apropriadas para os black-outs, já que o brilho dificulta a obscuridade total, dão-nos uma sensação de asseio e de novo. A cabine dos operadores de luz está acusticamente isolada evitando que ouçamos o irritante e brechtiano clic dos gravadores. A temperatura no interior é agradável e não se ouvem barulhos exteriores que incomodem ou distraiam, O pessoal responsável pela arrumação e pela venda do programa pertence às companhias que apresentam os seus espectáculos neste Instituto. Aliás, a programação é heterogénea: companhias de teatro profissional, amador, colóquios, cinema, conferências etc. Raramente o auditório fica inactivo.
O espectáculo termina às 23h50.
Em 1988, tinha a vossa criada fardada uns 17 ou 18 anitos, e o meu (agora) Marido escrevia a sua primeira crítica de teatro no primeiro número do jornal O Independente. O Carlos iniciava assim a sua vida de cronista em Portugal. Começou cheio de hubris, como podem ler em baixo. Uma maravilha de menino.
O Menino-Rei, de Jean Pierre Sarrasc, pelo Teatro da Rainha
Texto de Carlos Quevedo, em O Independente, 1988
Uma criança perde-se numa auto-estrada. Ia de férias com os pais. Estes, entre culpados e aliviados, procuram-na em vão. Na auto-estrada, versão actualizada da floresta dos clássicos contos para crianças, o menino encontrará diferentes personagens que o iniciarão a viver num mundo sem esperança.
Este espectáculo é apresentado na sala Patrick Friedman do Instituto Franco-Português. Bem situado, não é difícil lá chegar. As paragens dos autocarros 18 e 42 assim como a do eléctrico 24 são as mais próximas. No entanto, os autocarros 16, 26 e 30 também servem, assim como as estações do metropolitano São Sebastião, Saldanha e porque não a telemática Picoas. Se for de carro, não há problemas em encontrar lugar para estacionar. Embora não muito iluminada é uma zona bastante segura de Lisboa. A dois passos temos o Hospital Particular e a quatro, a embaixada do Vaticano. Os bilhetes, aliás nada caros, compram-se mesmo em frente à entrada do Instituto. Se chegar adiantado/a ou os /as, o espectáculo só começa às 21h45, pode subir ao primeiro andar onde há sempre uma exposição com interesse. Hélas! O bar não está aberto a essas horas, contrariedade que não tenho dúvidas o Instituto corrigirá nas próximas produções. Chegada a hora do espectáculo, descem-se umas escadas que nos levam a uma das duas portas de entrada da sala, encontrando-se estas no lado oposto ao do palco. Junto deste, à esquerda, vemos uma tranquilizadora e exclusiva porta de emergência.
A disposição dos lugares é do tipo anfiteatro ou de bancada, o que garante uma óptima visibilidade. A acústica é excelente. Esta sala tem capacidade para duzentos e oitenta espectadores, embora nesta produção tenha sido reduzida para cento e cinquenta. O veludo grená do pano de boca e dos muitos confortáveis lugares domina o espaço. A alcatifa é encarnada e não destoa do conjunto. As paredes, parcialmente forradas de madeira clara e lustrosa, embora não muito apropriadas para os black-outs, já que o brilho dificulta a obscuridade total, dão-nos uma sensação de asseio e de novo. A cabine dos operadores de luz está acusticamente isolada evitando que ouçamos o irritante e brechtiano clic dos gravadores. A temperatura no interior é agradável e não se ouvem barulhos exteriores que incomodem ou distraiam, O pessoal responsável pela arrumação e pela venda do programa pertence às companhias que apresentam os seus espectáculos neste Instituto. Aliás, a programação é heterogénea: companhias de teatro profissional, amador, colóquios, cinema, conferências etc. Raramente o auditório fica inactivo.
O espectáculo termina às 23h50.
quinta-feira, maio 06, 2004
There you have it!
"Não acho que Mourinho seja arrogante. O que acho é que as pessoas, neste país (e, se calhar, nos outros), confundem arrogância com segurança, com auto-estima, com confiança. Só aos modestos ou falsos modestos é dado direito de vencer, e nunca àqueles que partem para a luta convencidos que vão ganhá-la – onze contra onze, a bola é redonda, todos os resultados são possíveis, a conversa estafada de sempre." Eduardo, em What do you represent.
"Não acho que Mourinho seja arrogante. O que acho é que as pessoas, neste país (e, se calhar, nos outros), confundem arrogância com segurança, com auto-estima, com confiança. Só aos modestos ou falsos modestos é dado direito de vencer, e nunca àqueles que partem para a luta convencidos que vão ganhá-la – onze contra onze, a bola é redonda, todos os resultados são possíveis, a conversa estafada de sempre." Eduardo, em What do you represent.
Apio verde!
Andava a pensar que já não lincava o Abrupto há quase mais de um século. E não é que hoje é o dia ideal para o fazer? Parabéns ao José Pacheco Pereira por um ano de Abrupto. Ah, e bom dia! Mesmo às quatro da tarde.
In the Wee Small Hours of the Morning
letra de Mann/Hilliard
interpretado por Frank Sinatra
When the sun is high in the afternoon sky
you can always find something to do...
But from dusk til dawn as the clock ticks on
something happens to you.
In the wee small hours of the morning
While the whole wide world is fast asleep
You lie awake and think about the girl
And never ever think of counting sheep
When your lonely heart has learned its lesson
You'd be hers if only she would call
In the wee small hours of the morning
That's the time you miss her most of all
Andava a pensar que já não lincava o Abrupto há quase mais de um século. E não é que hoje é o dia ideal para o fazer? Parabéns ao José Pacheco Pereira por um ano de Abrupto. Ah, e bom dia! Mesmo às quatro da tarde.
In the Wee Small Hours of the Morning
letra de Mann/Hilliard
interpretado por Frank Sinatra
When the sun is high in the afternoon sky
you can always find something to do...
But from dusk til dawn as the clock ticks on
something happens to you.
In the wee small hours of the morning
While the whole wide world is fast asleep
You lie awake and think about the girl
And never ever think of counting sheep
When your lonely heart has learned its lesson
You'd be hers if only she would call
In the wee small hours of the morning
That's the time you miss her most of all
Cuidadinho com as palavras é preciso
Nas minhas primeiras semanas de vida na Grécia, fiz uma viagem pelo Peloponeso. Sabia pouco mais que o alfabeto e entretinha-me a juntar algumas letras que via escritas em fachadas ou em cartazes e a adivinhar o sentido da palavras. Aprendia a ler e a escrever naquela língua muito estranha e, ao mesmo tempo, tão familiar. Ouvia o que as pessoas diziam, tentava pedir um ou outro prato nos restaurantes e ia fixando aqueles de que mais gostava, como uns feijões grandes (fassolia yigantes) de entrada ou uma carne estufada com cebolinhas (stifado moschari), ambos pratos típicos dos quais - posso dizê-lo - tenho saudades. Aprendia uma ou outra asneira para provocar a confusão em situações sociais interessantes e percebia aos poucos que estava num país muito peculiar. Por causa da minha tentativa em aprender grego e do meu entusiasmo sempre que aprendia qualquer coisa nova, era recebida com muita simpatia e imenso carinho. Os gregos, de violentos e agressivos, passavam a cordeirinhos quando me viam de caneta e papel em punho, cheia de dúvidas e de perguntas. Além disso, não era americana, nem alemã, nem inglesa, nem francesa. Era portuguesa, morena do sul como eles, amante de sol e de boa comida, hedonista e curiosa. Julgo que foi a curiosidade que me manteve naquele país durante algum tempo. Mas a história que quero contar é outra.
Nas minhas primeiras semanas de vida na Grécia, fiz uma viagem pelo Peloponeso. Parámos numa aldeia recôndita, onde havia um restaurantezinho e três ou quatro casitas e decidimos almoçar (coisa que poucos gregos fazem). Não havia ninguém a não ser a dona do restaurante e nós. Tentava seguir a conversa em grego e percebia uma ou outra palavra. De repente, ouvi a senhora dizer "aima". Levantei a cabeça e disse: "Aima? Does it mean blood?" A senhora respondeu que sim e foi-se embora. Não sabia o que dizer. Não pensei sequer em perguntar por que razão tinha dito aquilo. Só pensava como poderia aquela mulher humilde saber aquela palavra extrordinária. Era grega, era naturalmente a resposta à minha estúpida pergunta. Nunca mais me esqueci deste episódio. Fiquei naquele país mais uns anos por causa disto.
Nas minhas primeiras semanas de vida na Grécia, fiz uma viagem pelo Peloponeso. Sabia pouco mais que o alfabeto e entretinha-me a juntar algumas letras que via escritas em fachadas ou em cartazes e a adivinhar o sentido da palavras. Aprendia a ler e a escrever naquela língua muito estranha e, ao mesmo tempo, tão familiar. Ouvia o que as pessoas diziam, tentava pedir um ou outro prato nos restaurantes e ia fixando aqueles de que mais gostava, como uns feijões grandes (fassolia yigantes) de entrada ou uma carne estufada com cebolinhas (stifado moschari), ambos pratos típicos dos quais - posso dizê-lo - tenho saudades. Aprendia uma ou outra asneira para provocar a confusão em situações sociais interessantes e percebia aos poucos que estava num país muito peculiar. Por causa da minha tentativa em aprender grego e do meu entusiasmo sempre que aprendia qualquer coisa nova, era recebida com muita simpatia e imenso carinho. Os gregos, de violentos e agressivos, passavam a cordeirinhos quando me viam de caneta e papel em punho, cheia de dúvidas e de perguntas. Além disso, não era americana, nem alemã, nem inglesa, nem francesa. Era portuguesa, morena do sul como eles, amante de sol e de boa comida, hedonista e curiosa. Julgo que foi a curiosidade que me manteve naquele país durante algum tempo. Mas a história que quero contar é outra.
Nas minhas primeiras semanas de vida na Grécia, fiz uma viagem pelo Peloponeso. Parámos numa aldeia recôndita, onde havia um restaurantezinho e três ou quatro casitas e decidimos almoçar (coisa que poucos gregos fazem). Não havia ninguém a não ser a dona do restaurante e nós. Tentava seguir a conversa em grego e percebia uma ou outra palavra. De repente, ouvi a senhora dizer "aima". Levantei a cabeça e disse: "Aima? Does it mean blood?" A senhora respondeu que sim e foi-se embora. Não sabia o que dizer. Não pensei sequer em perguntar por que razão tinha dito aquilo. Só pensava como poderia aquela mulher humilde saber aquela palavra extrordinária. Era grega, era naturalmente a resposta à minha estúpida pergunta. Nunca mais me esqueci deste episódio. Fiquei naquele país mais uns anos por causa disto.
quarta-feira, maio 05, 2004
Tenho seguido a promessa da Cristina desde 21 de Abril: "Se o FC Porto ganhar hoje ao Corunha, nunca mais digo mal do Bush, carago!" Viva o Puorto!
Expressões e palavras a abandonar (reacções)
- O João sugere uma série de expressões a abandonar mais depressa que uma bala. São elas o já clássico "é assim", que agora está enterrado sem direito a lanterna no caixão e com os olhitos cheios de um spray que parece que cega (referência ao Kill Bill vol. 2, desculpem, mas não me vou esquecer disto tão cedo); "é a minha opinião", pois com certeza será se o dito texto for escrito ou dito na primeira pessoa. Essa é uma das expressões que o Jardel não dirá. Valha-nos isso; "se é a tua opinião, eu respeito-a": pois lá está, depende da pessoa. As expressões "isso é relativo" e "isso é subjectivo" dão direito a tese. "Está cientificamente provado que" vai de mãozinhas dadas com "estudos demonstram que" e mesmo abraçado a "está provado que". E as fontes, senhores? "Isso aconteceu derivado a" parece-me mesmo coisa de futebolês. Não percebo a expressão. Finalmente, a minha preferida de sempre: "eu sou muito frontal". Obrigada, João, por lembrares esta expressão querida aos pobres de espírito. Essa da frontalidade tão explorada em programas como o Big Brother só é comparável àquela magnífica "estou a ser eu própria(o)". Como se alguém estivesse interessado nos "frontais" ou nos "próprios".
- O Luís fala de um estudo com o título estupendo "the joy of banning", publicado no British Medical Journal. Aqui fica o post do Luís (sem a frase final em que ele usa a palavra arrgh "basicamente"). Ah, e gosto de banimento. Não gosto é de "do" banimento. Só para equilibrar a coisa. Obrigada!
"Do banimento das palavras
O ano passado também o British Medical Journal quis saber que palavras deveriam ser banidas da revista e da língua inglesa em geral. As top 10 na lista das mais detestadas foram:
9/11 ( o que era uma injustiça pois o BMJ tinha referido sempre o acontecimento como 11September);
clientes (utilizado para descrever doentes);
desenvolvidos / em desenvolvimento (para países);
milagre (em contexto noticioso)
modernização;
herói (para descrever alguém que morreu por ter tido o infortúnio de estar no lugar errado no momento errado).
As outras palavras eram circunstanciais e a piada perde-se na tradução (ou o amor é um lugar estranho, se quiserem).
Um leitor pediu o banimento de Great em Great Britain (por razoes óbvias). Paradigma, reforma (reorganização sem avaliação sistemática), lideres de opinião, basicamente, são palavras que ninguém consegue já ouvir sem prurido.
E também a palavra qualidade, a palavra cuidados, a palavra partilhar, a palavra comunidade, todas excessivamente utilizadas.
Tonks A, The joy of banning BMJ 2002; 325:1436 e tb referido por JAS Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care 2003; 33:305-10"
- O João sugere uma série de expressões a abandonar mais depressa que uma bala. São elas o já clássico "é assim", que agora está enterrado sem direito a lanterna no caixão e com os olhitos cheios de um spray que parece que cega (referência ao Kill Bill vol. 2, desculpem, mas não me vou esquecer disto tão cedo); "é a minha opinião", pois com certeza será se o dito texto for escrito ou dito na primeira pessoa. Essa é uma das expressões que o Jardel não dirá. Valha-nos isso; "se é a tua opinião, eu respeito-a": pois lá está, depende da pessoa. As expressões "isso é relativo" e "isso é subjectivo" dão direito a tese. "Está cientificamente provado que" vai de mãozinhas dadas com "estudos demonstram que" e mesmo abraçado a "está provado que". E as fontes, senhores? "Isso aconteceu derivado a" parece-me mesmo coisa de futebolês. Não percebo a expressão. Finalmente, a minha preferida de sempre: "eu sou muito frontal". Obrigada, João, por lembrares esta expressão querida aos pobres de espírito. Essa da frontalidade tão explorada em programas como o Big Brother só é comparável àquela magnífica "estou a ser eu própria(o)". Como se alguém estivesse interessado nos "frontais" ou nos "próprios".
- O Luís fala de um estudo com o título estupendo "the joy of banning", publicado no British Medical Journal. Aqui fica o post do Luís (sem a frase final em que ele usa a palavra arrgh "basicamente"). Ah, e gosto de banimento. Não gosto é de "do" banimento. Só para equilibrar a coisa. Obrigada!
"Do banimento das palavras
O ano passado também o British Medical Journal quis saber que palavras deveriam ser banidas da revista e da língua inglesa em geral. As top 10 na lista das mais detestadas foram:
9/11 ( o que era uma injustiça pois o BMJ tinha referido sempre o acontecimento como 11September);
clientes (utilizado para descrever doentes);
desenvolvidos / em desenvolvimento (para países);
milagre (em contexto noticioso)
modernização;
herói (para descrever alguém que morreu por ter tido o infortúnio de estar no lugar errado no momento errado).
As outras palavras eram circunstanciais e a piada perde-se na tradução (ou o amor é um lugar estranho, se quiserem).
Um leitor pediu o banimento de Great em Great Britain (por razoes óbvias). Paradigma, reforma (reorganização sem avaliação sistemática), lideres de opinião, basicamente, são palavras que ninguém consegue já ouvir sem prurido.
E também a palavra qualidade, a palavra cuidados, a palavra partilhar, a palavra comunidade, todas excessivamente utilizadas.
Tonks A, The joy of banning BMJ 2002; 325:1436 e tb referido por JAS Curr Probl Pediatr Adolesc Health Care 2003; 33:305-10"
terça-feira, maio 04, 2004
Eu sabia que isto estava escrito em qualquer lado (11)
"She'd never mess with an idiot she hates." Lorenz Hart, The Lady is a Tramp, cantado por Frank Sinatra.
"She'd never mess with an idiot she hates." Lorenz Hart, The Lady is a Tramp, cantado por Frank Sinatra.
segunda-feira, maio 03, 2004
Crise de otovermite aguda
Não consigo deixar de cantar este tema de Nancy Sinatra! "I was five and he was six / We rode on horses made of sticks / He wore black and I wore white / He would always win the fight / Bang bang..." Ai...
Esclarecimento: o Nuno diz-me por e-mail que o Bang Bang que não consigo parar de cantar é da autoria de Salvatore Bono, mais conhecido por Sonny Bono, o mesmo da dupla Sonny and Cher. Certo!
Não consigo deixar de cantar este tema de Nancy Sinatra! "I was five and he was six / We rode on horses made of sticks / He wore black and I wore white / He would always win the fight / Bang bang..." Ai...
Esclarecimento: o Nuno diz-me por e-mail que o Bang Bang que não consigo parar de cantar é da autoria de Salvatore Bono, mais conhecido por Sonny Bono, o mesmo da dupla Sonny and Cher. Certo!
domingo, maio 02, 2004
Etimologia hebdomadária
"Bang bang, he shot me down. Bang bang, I hit the ground. Bang bang, that awful sound. Bang bang, my baby shot me down..." A palavra para hoje é vingança. O latino vindicare - de vingar, que está na origem de vingança - significa libertar, livrar, defender, proteger, castigar, punir. O castigo como libertação parece bastante credível. Curioso é um dos exemplos dados pelo dicionário na utilização de vindicare: sponsam in libertatem vindicare; ou seja, reivindicar a liberdade da noiva. Cá está. Noiva aka _________ aka Black Mamba etc. Tarantino e coisa e tal bang bang.
"Bang bang, he shot me down. Bang bang, I hit the ground. Bang bang, that awful sound. Bang bang, my baby shot me down..." A palavra para hoje é vingança. O latino vindicare - de vingar, que está na origem de vingança - significa libertar, livrar, defender, proteger, castigar, punir. O castigo como libertação parece bastante credível. Curioso é um dos exemplos dados pelo dicionário na utilização de vindicare: sponsam in libertatem vindicare; ou seja, reivindicar a liberdade da noiva. Cá está. Noiva aka _________ aka Black Mamba etc. Tarantino e coisa e tal bang bang.
Bill is dead, baby. Bill is dead.
Luís, geniais os Killes Billes. A cena de que fala é para ser vista de bomba de asma em riste. O thank you final devia ser o de todos nós para o Quentin. Fica como se fosse. E "escangalhar" não pode ser abandonado. Era só o que faltava.
Luís, geniais os Killes Billes. A cena de que fala é para ser vista de bomba de asma em riste. O thank you final devia ser o de todos nós para o Quentin. Fica como se fosse. E "escangalhar" não pode ser abandonado. Era só o que faltava.
Cenas da vida conjugal
- Não tenho blogue.
- Tens, tens, querido. Tens aquela página de Zeus.
- Mas já não a actualizo há mais de dois mil anos.
- Não tenho blogue.
- Tens, tens, querido. Tens aquela página de Zeus.
- Mas já não a actualizo há mais de dois mil anos.
sábado, maio 01, 2004
Sobre Dr.s e Doutores: "Know what? They're losin', 'cause we got a PhD in Advanced Body Movin'", Musicology, Prince.
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