Cenas da vida conjugal
- O meu nome é Carlos e comi o ensopado de borrego todo e só deixei o pão.
- Olá, Carlos...
blogue de carla hilário de almeida quevedo bombainteligente@gmail.com
sexta-feira, julho 30, 2004
Cenas da vida conjugal
- E porque é que invocas o meu nome no post em baixo?
- Desculpa, querido! Não te aborreças.
- E porque é que invocas o meu nome no post em baixo?
- Desculpa, querido! Não te aborreças.
quinta-feira, julho 29, 2004
quarta-feira, julho 28, 2004
A favor do Verão
"A hora do ano que eu amo é o Verão. Mas os verões verdadeiros do Egipto ou da Grécia - com o sol forte, com os triunfantes meio-dias, com as noites extenuantes de Agosto. Não posso dizer, porém, que trabalhe (artisticamente, quero dizer) mais no Verão. Impressões dão-me muitas as formas e as sensações do Verão; mas não observei tê-las registado ou ou tê-las traduzido directamente em trabalho literário. Digo directamente porque as impressões artísticas permanecem muito tempo sem serem usadas, produzem outros pensamentos, amoldam-se outra vez por novas influências, e quando se cristalizam em palavras escritas, não é fácil recordar qual foi a hora do pretexto original, de onde verdadeiramente as palavras escritas emanam."
Konstandinos Kavafis, Poemas e Prosas, tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, Relógio d'Água, 1994, p.141.
"A hora do ano que eu amo é o Verão. Mas os verões verdadeiros do Egipto ou da Grécia - com o sol forte, com os triunfantes meio-dias, com as noites extenuantes de Agosto. Não posso dizer, porém, que trabalhe (artisticamente, quero dizer) mais no Verão. Impressões dão-me muitas as formas e as sensações do Verão; mas não observei tê-las registado ou ou tê-las traduzido directamente em trabalho literário. Digo directamente porque as impressões artísticas permanecem muito tempo sem serem usadas, produzem outros pensamentos, amoldam-se outra vez por novas influências, e quando se cristalizam em palavras escritas, não é fácil recordar qual foi a hora do pretexto original, de onde verdadeiramente as palavras escritas emanam."
Konstandinos Kavafis, Poemas e Prosas, tradução de Joaquim Manuel Magalhães e Nikos Pratsinis, Relógio d'Água, 1994, p.141.
Sobre o genocídio de Darfur: obrigatória a leitura deste post, no blogue Rua da Judiaria, e a do post intitulado "Darfur, a raiva que nos dá", no Aviz. E não, não acredito na humanidade.
segunda-feira, julho 26, 2004
Do Carlos para o Francisco: só há duas coisas a fazer: nada ou chorar em silêncio. Um abraço pelo Diego.
domingo, julho 25, 2004
sábado, julho 24, 2004
sexta-feira, julho 23, 2004
As perguntas só podem estar mal feitas
My weblog owns 18.75 % of me.
Does your weblog own you?
(Mais um teste via Malícia-de-Mulher.)
Does your weblog own you?
(Mais um teste via Malícia-de-Mulher.)
quinta-feira, julho 22, 2004
Mais recados ou eu também recebo SMS: o Macguffin manda dizer que morre de saudades da blogosfera, sobretudo do bomba inteligente, e que o Professor Rui Ramos é absolutamente fabuloso (ou absolutely fabulous, como queiram).
Recado do Carlos para o Francisco: não sei porque pedes desculpa (a Argentina é, de facto, a Argentina), mas os brasileiros que viram jogar a Argentina contra a Colômbia têm razões para tomar pastilhas de carvão. Um abraço, Chico!
I encourage you from time to time, and always in a respectful manner, to question my logic*
Imprescindível Alberto, embora diverjamos em matérias essenciais de gosto como The Office (grrr), Marlon Brando (miau) e Madonna (piupiu), a verdade é que nas questões de pormenor da vida estamos sempre de acordo.
* O-Ren Ishii, Kill Bill vol. 1.
Imprescindível Alberto, embora diverjamos em matérias essenciais de gosto como The Office (grrr), Marlon Brando (miau) e Madonna (piupiu), a verdade é que nas questões de pormenor da vida estamos sempre de acordo.
* O-Ren Ishii, Kill Bill vol. 1.
quarta-feira, julho 21, 2004
Obsessiva-compulsiva
Alguém me sabe explicar que diabo de ponto preto é aquele no destaque?
Adenda: agradecimentos sentidos ao Alexandre que me resolveu o problema. Agora sim, posso dormir descansada.
Alguém me sabe explicar que diabo de ponto preto é aquele no destaque?
Adenda: agradecimentos sentidos ao Alexandre que me resolveu o problema. Agora sim, posso dormir descansada.
Toda a Verdade
Na entrevista que deu a Maria João Avillez, na SIC Notícias, José Pacheco Pereira falou sobre o seu blogue. Apresento aqui o que estava prestes a dizer, quando foi abruptamente interrompido pela entrevistadora: "Pois lá mantenho o Abrupto, sabe Deus às vezes... olhe, mas o meu blogue preferido é o bomba inteligente. Aquilo sim, é uma categoria de blogue. Visito-o todos os dias. Conhece?"
Mas a broncopata começou a falar dos média. Dos média? Mas quem é que quer saber disso para alguma coisa?
Na entrevista que deu a Maria João Avillez, na SIC Notícias, José Pacheco Pereira falou sobre o seu blogue. Apresento aqui o que estava prestes a dizer, quando foi abruptamente interrompido pela entrevistadora: "Pois lá mantenho o Abrupto, sabe Deus às vezes... olhe, mas o meu blogue preferido é o bomba inteligente. Aquilo sim, é uma categoria de blogue. Visito-o todos os dias. Conhece?"
Mas a broncopata começou a falar dos média. Dos média? Mas quem é que quer saber disso para alguma coisa?
terça-feira, julho 20, 2004
Boa noite, Lisboa! Quero ouvir!
(daqui, via desassossegada)
The best girl in the world is coming to town. No dia 13 de Setembro, a excursão bloguística composta por esta miúda, esta e mais esta, e a vossa criada fardada, estará à porta do Pavilhão Atlântico de farnel apetrechado e bilhete em riste. Like a Virgin, like a me no urgin'... (Ali G dixit)
(daqui, via desassossegada)
The best girl in the world is coming to town. No dia 13 de Setembro, a excursão bloguística composta por esta miúda, esta e mais esta, e a vossa criada fardada, estará à porta do Pavilhão Atlântico de farnel apetrechado e bilhete em riste. Like a Virgin, like a me no urgin'... (Ali G dixit)
domingo, julho 18, 2004
Se fosse lésbica, seria gira e teria piada
You Are Ellen DeGeneres! Sweetheart of the daytime talkshow circuit. You outed yourself on national TV and received a toaster oven from Melissa Etheridge. You were also the voice of an absent-minded blue fish. Which Lesbian Icon Are You?
You Are Ellen DeGeneres! Sweetheart of the daytime talkshow circuit. You outed yourself on national TV and received a toaster oven from Melissa Etheridge. You were also the voice of an absent-minded blue fish. Which Lesbian Icon Are You?
sábado, julho 17, 2004
Ílion
Gostei do filme Tróia. Julgo que se trata de uma adaptação muito boa da Ilíada, embora fuja por vezes à história homérica. Parece-me, por exemplo, normal que se arranje um romance para Aquiles. Na Ilíada há falta de gajas. É só guerra e mais guerra e corpos esventrados e sangue. Não há espaço para paixões intensas. Ora um filme com Brad Pitt (lindo de morrer e um actor excelente; a verdadeira gaja boa e inteligente com que tantos homens sonham), em que não haja a little bit of butt não é filme que se preze. Percebo e desculpo e Homero com certeza também. As cenas das batalhas são excelentes e a do combate entre Aquiles e Heitor muito, muito boa (só faltou a fuga de Heitor com Aquiles a correr atrás dele à volta das muralhas, mas enfim, também não interessa) e com um final (refiro-me ao do duelo) muito fiel ao que é descrito na Ilíada.
Os dois grandes problemas deste filme são, a meu ver, os seguintes: Briseida e o problema da hieraquia. Sobre Briseida já disse que era preciso arranjar par para o herói. Briseida aparece no início da Ilíada como parte dos despojos de outra batalha para depressa ser esquecida. Faz parte do motivo da ira de Aquiles (não conto mais para lerem a história que vale a pena). No filme, Briseida adquire protagonismo, aparece como troiana e prima de Heitor, mas compreende-se a sua necessidade.
A questão da hierarquia é mais complicada de explicar, mas tentarei fazê-lo. O problema está em definir quem mata quem. Briseida não mata Agamémnon. Tal nem seria possível. O Rei de Micenas ser morto por uma escrava? Não. Agamémnon é morto pela mulher, Clitemnestra, quando volta a casa. O episódio é contado na Odisseia (XI, 441-61) e tem consequências terríveis (Orestes volta para vingar a morte do pai e comete matricídio, sendo depois perseguido pelas Erínias, as deusas vingadoras dos crimes de sangue). Segundo nos conta o Dicionário de Mitologia Grega e Romana, de Pierre Grimal, Aquiles, filho da deusa Tétis e de Peleu, inteiramente submerso pela mãe nas águas da imortalidade, à excepção do calcanhar (o seu ponto vulnerável), é morto pelo deus Apolo, que terá direccionado a seta atirada por Páris. No filme, isto não está claro porque os deuses estão ausentes. A cena não está, contudo, mal pensada, porque Aquiles retira as setas cravadas no peito antes de tombar apenas com aquela espetada no calcanhar. Tudo isto para que não se pense que Aquiles foi de facto morto pelo cobarde Páris.
Apenas uma nota sobre Helena. A beleza de Helena fazia com que velhos se ajoelhassem. Monica Bellucci teria sido melhor escolha para o papel.
Gostei do filme Tróia. Julgo que se trata de uma adaptação muito boa da Ilíada, embora fuja por vezes à história homérica. Parece-me, por exemplo, normal que se arranje um romance para Aquiles. Na Ilíada há falta de gajas. É só guerra e mais guerra e corpos esventrados e sangue. Não há espaço para paixões intensas. Ora um filme com Brad Pitt (lindo de morrer e um actor excelente; a verdadeira gaja boa e inteligente com que tantos homens sonham), em que não haja a little bit of butt não é filme que se preze. Percebo e desculpo e Homero com certeza também. As cenas das batalhas são excelentes e a do combate entre Aquiles e Heitor muito, muito boa (só faltou a fuga de Heitor com Aquiles a correr atrás dele à volta das muralhas, mas enfim, também não interessa) e com um final (refiro-me ao do duelo) muito fiel ao que é descrito na Ilíada.
Os dois grandes problemas deste filme são, a meu ver, os seguintes: Briseida e o problema da hieraquia. Sobre Briseida já disse que era preciso arranjar par para o herói. Briseida aparece no início da Ilíada como parte dos despojos de outra batalha para depressa ser esquecida. Faz parte do motivo da ira de Aquiles (não conto mais para lerem a história que vale a pena). No filme, Briseida adquire protagonismo, aparece como troiana e prima de Heitor, mas compreende-se a sua necessidade.
A questão da hierarquia é mais complicada de explicar, mas tentarei fazê-lo. O problema está em definir quem mata quem. Briseida não mata Agamémnon. Tal nem seria possível. O Rei de Micenas ser morto por uma escrava? Não. Agamémnon é morto pela mulher, Clitemnestra, quando volta a casa. O episódio é contado na Odisseia (XI, 441-61) e tem consequências terríveis (Orestes volta para vingar a morte do pai e comete matricídio, sendo depois perseguido pelas Erínias, as deusas vingadoras dos crimes de sangue). Segundo nos conta o Dicionário de Mitologia Grega e Romana, de Pierre Grimal, Aquiles, filho da deusa Tétis e de Peleu, inteiramente submerso pela mãe nas águas da imortalidade, à excepção do calcanhar (o seu ponto vulnerável), é morto pelo deus Apolo, que terá direccionado a seta atirada por Páris. No filme, isto não está claro porque os deuses estão ausentes. A cena não está, contudo, mal pensada, porque Aquiles retira as setas cravadas no peito antes de tombar apenas com aquela espetada no calcanhar. Tudo isto para que não se pense que Aquiles foi de facto morto pelo cobarde Páris.
Apenas uma nota sobre Helena. A beleza de Helena fazia com que velhos se ajoelhassem. Monica Bellucci teria sido melhor escolha para o papel.
Passear pela blogosfera é bom e faz crescer
- Felicito tardiamente o Senhor Carne pelo primeiro blogoaniversário. Compensarei esta minha falha com gins tónicos cá em casa. Parabéns, ó bigodes!
- Não sei se vou a tempo (algo me diz que talvez), mas gostaria de ajudar o lado feminino deste blogue a não ter insónias. Chumbo, à partida, três modelos: a "versão eram-da-minha-avó-mas-já-se-sabe-que-a-moda-é-uma-coisa-que-vai-e-vem"; o "super-dazzling-get-out-of-my-way chique" e os "simplórios, confortáveis e muito chinelantes". Os primeiros têm a desvantagem de estar mesmo fora de moda, as tiras atadas na perna dos segundos são capazes de matar qualquer top model habituada a toda a espécie de sandália estranha e os terceiros são demasiado simples, bons para idas ao banco e aos correios, mas fracos para uma grande festa. Restam, então, a "versão assassina de pés" e o "ultra-barroco chique". Pois agora depende da indumentária porque nenhum dos sapatinhos preza pelo conforto. Os primeiros são um clássico, sem nada que enganar. Acho, contudo, graça aos "ultra-barroco chique". Tudo depende do vestido.
- O Luís anda, como o vosso casal luso-argentino, a ver a Copa América na Sport TV (as coisas que uma rapariga faz para provar o seu amor ilimitado). Vejo os jogos de forma intermitente, uma vez que dão na televisão às duas, três da manhã. Mas o Brasil-Costa Rica passou-nos! Como é possível? O meu Marido pergunta qual foi o resultado, embora saiba que o Brasil ganhou (grr). Adenda às 23h: o Luís respondeu ao meu apelo. Obrigada. Tive pena de não ver o jogo precisamente por causa do vulcão. A Argentina já está a jogar contra o Peru. No outro dia vi a Argentina jogar contra o Uruguai (4-2, a favor da Argentina). Que jogo empolgante! E com muita pancadaria à mistura. Estes sul-americanos não são para graças.
- A Rititi há uns tempos destacou-me para o seu governo como Ministra da Cóltura Compusilva, responsável pela alfabetizaçao das classes operárias, criando campos de concentraçao intelectual para o povo viciado em Quim Barreiro. Mal aceitava de lágrima nos olhos e palete de lenços de papel na mão, e de tal estado miserável e esborratador de maquilhagem agressivas ainda não tinha saído, já os Marretas davam a garantia da minha presença carismática no Ministério da Agro-Cultura. Ora pensei muito e decidi: desculpem, meus queridos amigos e obrigada pelos convites aliciantes, mas não tenho dúvidas do meu perfil de Presidente da República. Aquilo sim é para mim. Ele são problemas para resolver, audiências e converseta, dissolver ou não dissolver, convocar ou não convocar, e sobretudo reunir e pensar e pensar e reunir. Uma loucura de vida, um stress como poucos cargos provocam. 'Tá pra mim. Ou isso ou Presidente do Conselho de Administração de qualquer coisa. Se não, pode ser mesmo Dona do Mundo que também me parece bem.
- Finalmente, coisas sérias. O José Pacheco Pereira, que é um homem que não existe, e digo-o por causa da sua renúncia ao cargo da Unesco (uma maravilha de cargo... a viver em Paris, a comer maravilhosamente, com tempo, com chofer, sem maçadas, ai...), é coerente com tudo o que defende e com tudo o que ataca. E esta coerência (a que costumava chamar honestidade - uma palavra cujo significado parece perdido nos tempos que correm) faz dele uma pessoa especial, no sentido em que é aqui que ele se destaca dos restantes muito bons, com capacidades intelectuais, inteligência, rigor etc. Há pouquíssimas pessoas que tomam na vida uma posição pública e definida que vá ao encontro dos seus príncipios. Provavelmente porque muitas começam por ter uns princípios algo esfrangalhados, o que não é nada bom princípio (e cá está o trocadilho para desanuviar). Mas espera lá... queria falar do Abrupto... Ah! Por causa do livro do Ribeiro Ferreira que aconselha! Pois claro. Que de política nada percebo (como se fosse preciso tal coisa). Mas não é aí que está quase tudo, não. É na obra estrondosa The Cambridge Ancient History. Tsc, tsc... não lê o bomba e depois dá nisto.
- Felicito tardiamente o Senhor Carne pelo primeiro blogoaniversário. Compensarei esta minha falha com gins tónicos cá em casa. Parabéns, ó bigodes!
- Não sei se vou a tempo (algo me diz que talvez), mas gostaria de ajudar o lado feminino deste blogue a não ter insónias. Chumbo, à partida, três modelos: a "versão eram-da-minha-avó-mas-já-se-sabe-que-a-moda-é-uma-coisa-que-vai-e-vem"; o "super-dazzling-get-out-of-my-way chique" e os "simplórios, confortáveis e muito chinelantes". Os primeiros têm a desvantagem de estar mesmo fora de moda, as tiras atadas na perna dos segundos são capazes de matar qualquer top model habituada a toda a espécie de sandália estranha e os terceiros são demasiado simples, bons para idas ao banco e aos correios, mas fracos para uma grande festa. Restam, então, a "versão assassina de pés" e o "ultra-barroco chique". Pois agora depende da indumentária porque nenhum dos sapatinhos preza pelo conforto. Os primeiros são um clássico, sem nada que enganar. Acho, contudo, graça aos "ultra-barroco chique". Tudo depende do vestido.
- O Luís anda, como o vosso casal luso-argentino, a ver a Copa América na Sport TV (as coisas que uma rapariga faz para provar o seu amor ilimitado). Vejo os jogos de forma intermitente, uma vez que dão na televisão às duas, três da manhã. Mas o Brasil-Costa Rica passou-nos! Como é possível? O meu Marido pergunta qual foi o resultado, embora saiba que o Brasil ganhou (grr). Adenda às 23h: o Luís respondeu ao meu apelo. Obrigada. Tive pena de não ver o jogo precisamente por causa do vulcão. A Argentina já está a jogar contra o Peru. No outro dia vi a Argentina jogar contra o Uruguai (4-2, a favor da Argentina). Que jogo empolgante! E com muita pancadaria à mistura. Estes sul-americanos não são para graças.
- A Rititi há uns tempos destacou-me para o seu governo como Ministra da Cóltura Compusilva, responsável pela alfabetizaçao das classes operárias, criando campos de concentraçao intelectual para o povo viciado em Quim Barreiro. Mal aceitava de lágrima nos olhos e palete de lenços de papel na mão, e de tal estado miserável e esborratador de maquilhagem agressivas ainda não tinha saído, já os Marretas davam a garantia da minha presença carismática no Ministério da Agro-Cultura. Ora pensei muito e decidi: desculpem, meus queridos amigos e obrigada pelos convites aliciantes, mas não tenho dúvidas do meu perfil de Presidente da República. Aquilo sim é para mim. Ele são problemas para resolver, audiências e converseta, dissolver ou não dissolver, convocar ou não convocar, e sobretudo reunir e pensar e pensar e reunir. Uma loucura de vida, um stress como poucos cargos provocam. 'Tá pra mim. Ou isso ou Presidente do Conselho de Administração de qualquer coisa. Se não, pode ser mesmo Dona do Mundo que também me parece bem.
- Finalmente, coisas sérias. O José Pacheco Pereira, que é um homem que não existe, e digo-o por causa da sua renúncia ao cargo da Unesco (uma maravilha de cargo... a viver em Paris, a comer maravilhosamente, com tempo, com chofer, sem maçadas, ai...), é coerente com tudo o que defende e com tudo o que ataca. E esta coerência (a que costumava chamar honestidade - uma palavra cujo significado parece perdido nos tempos que correm) faz dele uma pessoa especial, no sentido em que é aqui que ele se destaca dos restantes muito bons, com capacidades intelectuais, inteligência, rigor etc. Há pouquíssimas pessoas que tomam na vida uma posição pública e definida que vá ao encontro dos seus príncipios. Provavelmente porque muitas começam por ter uns princípios algo esfrangalhados, o que não é nada bom princípio (e cá está o trocadilho para desanuviar). Mas espera lá... queria falar do Abrupto... Ah! Por causa do livro do Ribeiro Ferreira que aconselha! Pois claro. Que de política nada percebo (como se fosse preciso tal coisa). Mas não é aí que está quase tudo, não. É na obra estrondosa The Cambridge Ancient History. Tsc, tsc... não lê o bomba e depois dá nisto.
quinta-feira, julho 15, 2004
Apio Verde! Fazem hoje um ano de blogosfera o Miniscente e o Desesperada Esperança. Grandes beijos de parabéns para o Luís e para o Bruno desta vossa leitora fiel e agradecida.
Fechar a loja?
Sim é verdade: ando na prai... a trabalhar que nem uma verdadeira alucinada. Dias deitada na areia a pôr bronze... no meio de papéis e livros, nas bibliotecas da cidade e as noites em claro na borga e em fest... a queimar as pestanas à frente do computador a escrever teorias que pareçam credíveis sobre a Antiguidade Clássica. Hoje, decidi não ir à prai... acordei mais tarde porque estive a trabalhar até horas também tardias e resolvi blogar. Parece que há muito blogueador que quer encerrar a empresa. Pois. Eu pensei nisso uma vez (em um ano e quatro meses, não está mal), tomei um duche frio e passou-me. Parece-me que foi o que aconteceu ao Cruzes Canhoto... Infelizmente, o J. parece não ter recuperado e acabou com o blogue. Mas volta e isso é o que de facto interessa. Beijinhos!
Sim é verdade: ando na prai... a trabalhar que nem uma verdadeira alucinada. Dias deitada na areia a pôr bronze... no meio de papéis e livros, nas bibliotecas da cidade e as noites em claro na borga e em fest... a queimar as pestanas à frente do computador a escrever teorias que pareçam credíveis sobre a Antiguidade Clássica. Hoje, decidi não ir à prai... acordei mais tarde porque estive a trabalhar até horas também tardias e resolvi blogar. Parece que há muito blogueador que quer encerrar a empresa. Pois. Eu pensei nisso uma vez (em um ano e quatro meses, não está mal), tomei um duche frio e passou-me. Parece-me que foi o que aconteceu ao Cruzes Canhoto... Infelizmente, o J. parece não ter recuperado e acabou com o blogue. Mas volta e isso é o que de facto interessa. Beijinhos!
terça-feira, julho 13, 2004
Estado em que se encontra este blogue: "Oh dear! Oh dear! I shall be too late!" Alice's Adventures in Wonderland, Lewis Carroll.
segunda-feira, julho 12, 2004
Pormenores (21)
... gostei tanto no filme Finding Nemo da personagem Dóri, o peixinho azul que acompanha Marlin da busca do filho Nemo, que sofre de perda temporária de memória e que não consegue fixar nada a não ser uma morada...
... gostei tanto no filme Finding Nemo da personagem Dóri, o peixinho azul que acompanha Marlin da busca do filho Nemo, que sofre de perda temporária de memória e que não consegue fixar nada a não ser uma morada...
domingo, julho 11, 2004
O Galito é de quem o merece
Há lá coisa mais sexy do que uma travessa média de costoletas de borrego acompanhadas de umas batatas fritas redondas e tão estaladiças que nem a gordurinha do molho as amolece? A resposta é não, não há. Só se for uma farinheira frita redondinha e à solta num pratito. No Galito aprendi a substituir o tóxico Martini por vinho branco com água tónica e muito gelo, aconselhado com autoridade e amor pelo Sr. Henrique. No Galito digo que sim a tudo porque sei que sou manipulada para meu próprio bem. E negar as sugestões do Sr. Henrique, armando-me em parva, podem pôr em causa a harmonia que o próprio define. Seria estúpido atrever-me a recusar uns ovinhos mexidos com espargos e de grande má-educação pedir sal. Não! Aos ovos mexidos faltavam sal, mas a culpa é minha que me enchi de farinheira e de pimentos assados com alho. Nada de incomodar o Sr. Henrique com ninharias que com certeza o aborreceriam. Quanto às sobremesas, o melhor é comer uma de cada e nada de reclamar que no estômago "não cabe mais nada". Que infantilidade! Mais vale ficar em casa e não maçar as pessoas que com tanto carinho e farta certeza nos dizem o que devemos fazer. Afinal de contas, o Galito é para adultos.
Há lá coisa mais sexy do que uma travessa média de costoletas de borrego acompanhadas de umas batatas fritas redondas e tão estaladiças que nem a gordurinha do molho as amolece? A resposta é não, não há. Só se for uma farinheira frita redondinha e à solta num pratito. No Galito aprendi a substituir o tóxico Martini por vinho branco com água tónica e muito gelo, aconselhado com autoridade e amor pelo Sr. Henrique. No Galito digo que sim a tudo porque sei que sou manipulada para meu próprio bem. E negar as sugestões do Sr. Henrique, armando-me em parva, podem pôr em causa a harmonia que o próprio define. Seria estúpido atrever-me a recusar uns ovinhos mexidos com espargos e de grande má-educação pedir sal. Não! Aos ovos mexidos faltavam sal, mas a culpa é minha que me enchi de farinheira e de pimentos assados com alho. Nada de incomodar o Sr. Henrique com ninharias que com certeza o aborreceriam. Quanto às sobremesas, o melhor é comer uma de cada e nada de reclamar que no estômago "não cabe mais nada". Que infantilidade! Mais vale ficar em casa e não maçar as pessoas que com tanto carinho e farta certeza nos dizem o que devemos fazer. Afinal de contas, o Galito é para adultos.
Conversas deliciosas
[em Quadratura do Círculo, SIC Notícias]
José Magalhães: O PS vai arranjar o seu Scolari...
José Pacheco Pereira: ... e ficar em segundo lugar.
[em Quadratura do Círculo, SIC Notícias]
José Magalhães: O PS vai arranjar o seu Scolari...
José Pacheco Pereira: ... e ficar em segundo lugar.
sexta-feira, julho 09, 2004
Para todas as miúdas: "Vou levar-te para casa - tomar conta de ti / Dar-te um bom banho, vestir-te um pijama e / Fazer-te uma papinha, meter-te na caminha / Ler-te uma historinha e deixar-te bem calminha", Retratamento, Da Weasel.
Blogues temáticos
Blogues novos surgem diariamente. Vejo alguns, acho graça, não acho tanta, passo ao lado, o normal de quem se passeia rapidamente pela blogosfera. Gostaria de ver mais blogues temáticos, bem escritos e com piada, e por isso deixo aqui algumas ideias:
- diário de um divorciado: já que a blogosfera é uma espécie de sofá gigante, porque não aproveitar? Sugeria que o blogue fosse anónimo (aconselho, no caso de ser verdade, a que o blogue seja feito por um homem) e tivesse comentários seleccionados. O objectivo seria uma total exposição da vida privada, sem nenhuma espécie de pudor, só para deitar cá para fora o que tanto o atormenta;
- blogue sobre fármacos: a ideia seria analisar um fármaco por dia, dando pontuações, fazendo comparações com outros do mesmo tipo. Anónimo ou assinado, individual ou colectivo é indiferente; com comentários seleccionados;
- blogue exclusivamente sobre comida: pode ser individual ou colectivo, anónimo ou assinado; se for colectivo, com comentários.
- e... a outra ideia guardo-a para mim...
Blogues novos surgem diariamente. Vejo alguns, acho graça, não acho tanta, passo ao lado, o normal de quem se passeia rapidamente pela blogosfera. Gostaria de ver mais blogues temáticos, bem escritos e com piada, e por isso deixo aqui algumas ideias:
- diário de um divorciado: já que a blogosfera é uma espécie de sofá gigante, porque não aproveitar? Sugeria que o blogue fosse anónimo (aconselho, no caso de ser verdade, a que o blogue seja feito por um homem) e tivesse comentários seleccionados. O objectivo seria uma total exposição da vida privada, sem nenhuma espécie de pudor, só para deitar cá para fora o que tanto o atormenta;
- blogue sobre fármacos: a ideia seria analisar um fármaco por dia, dando pontuações, fazendo comparações com outros do mesmo tipo. Anónimo ou assinado, individual ou colectivo é indiferente; com comentários seleccionados;
- blogue exclusivamente sobre comida: pode ser individual ou colectivo, anónimo ou assinado; se for colectivo, com comentários.
- e... a outra ideia guardo-a para mim...
Tell me something new
You are an SEDF - Sober Emotional Destructive Follower. This makes you an evil genius. You are extremely focused and difficult to distract from your tasks. With luck, you have learned to channel your energies into improving your intellect, rather than destroying the weak and unsuspecting.
Your friends may find you remote and a hard nut to crack. Few of your peers know you very well - even those you have known a long time - because you have expert control of the face you put forth to the world. You prefer to observe, calculate, discern and decide. Your decisions are final, and your desire to be right is impenetrable.
You are not to be messed with. You may explode.
O teste está aqui. (Via Malícia-de-Mulher)
You are an SEDF - Sober Emotional Destructive Follower. This makes you an evil genius. You are extremely focused and difficult to distract from your tasks. With luck, you have learned to channel your energies into improving your intellect, rather than destroying the weak and unsuspecting.
Your friends may find you remote and a hard nut to crack. Few of your peers know you very well - even those you have known a long time - because you have expert control of the face you put forth to the world. You prefer to observe, calculate, discern and decide. Your decisions are final, and your desire to be right is impenetrable.
You are not to be messed with. You may explode.
O teste está aqui. (Via Malícia-de-Mulher)
quarta-feira, julho 07, 2004
Exportação blosgosférico-literária: o livro O Meu Pipi estará nas bancas brasileiras em Agosto, adaptado pelo escritor Mário Prata e incluindo alguns textos diferentes da versão publicada em Portugal. Trata-se de uma versão para pipilogos, ou para coleccionadores. Muitos parabéns ao Pipi!
terça-feira, julho 06, 2004
Sandálias quase aladas
Num dos bairros no sopé da Acrópole, Monasteráki, fica uma lojinha de sandálias gregas. Não é uma sapataria como as outras. As sandálias forram as paredes e exibem-se penduradas no tecto. A luz não abunda. A loja cheira a pele e a graxa, também porque ali são cosidas, cortadas, feitas à mão à vista de todos. Com medalhinhas, fivelas, de cor preta ou neutra, com muitas tiras, com menos tiras, há de tudo. Ontem, recuperei as minhas sandálias gregas, pretas, cheias de tiras a cobrir os tornozelos, que se confundem com as sandálias dos guerreiros e as dos anjos. Estas não são aladas, mas podiam (só por causa do estilo). Tenho-as hoje calçadas. Parabéns Grécia!
Num dos bairros no sopé da Acrópole, Monasteráki, fica uma lojinha de sandálias gregas. Não é uma sapataria como as outras. As sandálias forram as paredes e exibem-se penduradas no tecto. A luz não abunda. A loja cheira a pele e a graxa, também porque ali são cosidas, cortadas, feitas à mão à vista de todos. Com medalhinhas, fivelas, de cor preta ou neutra, com muitas tiras, com menos tiras, há de tudo. Ontem, recuperei as minhas sandálias gregas, pretas, cheias de tiras a cobrir os tornozelos, que se confundem com as sandálias dos guerreiros e as dos anjos. Estas não são aladas, mas podiam (só por causa do estilo). Tenho-as hoje calçadas. Parabéns Grécia!
segunda-feira, julho 05, 2004
Saber perder
Se me voltam a falar em saber perder, levam uma mordidela. Só sabemos perder quando fizemos tudo o que podia ser feito, e mais ainda, para ganhar. Quando sabemos que não o fizemos, ficamos aborrecidos e a isso não se chama saber perder, mas "ficar chateado que nem um peru". Tem ou não importância? Na nossa vida faz toda a diferença. No contexto futebolístico, claro que não tem. Mas não digam que sabemos perder quando o que devemos dizer é que não soubemos ganhar.
Saber perder é das atitudes mais nobres de que somos capazes, mas depois de darmos muita luta, de nos esganarmos, de emagrecermos quase até ao esqueleto, de arrastarmos as olheiras pela calçada, e depois, quando perdemos, sermos capazes da altivez na derrota, porque o que vivemos foi sublime. E não, não estou a falar de futebol. Já passou.
Se me voltam a falar em saber perder, levam uma mordidela. Só sabemos perder quando fizemos tudo o que podia ser feito, e mais ainda, para ganhar. Quando sabemos que não o fizemos, ficamos aborrecidos e a isso não se chama saber perder, mas "ficar chateado que nem um peru". Tem ou não importância? Na nossa vida faz toda a diferença. No contexto futebolístico, claro que não tem. Mas não digam que sabemos perder quando o que devemos dizer é que não soubemos ganhar.
Saber perder é das atitudes mais nobres de que somos capazes, mas depois de darmos muita luta, de nos esganarmos, de emagrecermos quase até ao esqueleto, de arrastarmos as olheiras pela calçada, e depois, quando perdemos, sermos capazes da altivez na derrota, porque o que vivemos foi sublime. E não, não estou a falar de futebol. Já passou.
Passear na blogosfera é bom e faz crescer
Pois... já sei que foi um lindo Campeonato e que mais não-sei-quê e que hoje é outro dia e que sou novata nestas coisas de entusiasmos futebolísticos, mas ouvir o Scolari a dizer que "a equipa grega joga sempre assim" dá-me volta ao estômago. Então se sabe que é assim, porque não fez nada? Não me digam que os jogadores gregos são invencíveis! Nem numa batalha, quanto mais num campo de jogo. Bom, mas a fúria passa (muito lentamente) e há um outro assunto que merece a minha maior atenção.
Tenho tentado seguir na prática a Campanha "Faça Uma Papoila Feliz" no âmbito das comemorações do aniversário da minha querida amiga Papoila. Mas o Nilton e o Nuno da Câmara Pereira devem ter lido o blogue da Papoila e não saem à rua com medo dos automobilistas que, como eu, aplaudem a ideia. Minha querida Papoilinha: 30 anos é muito bom (diz esta tua amiga do alto da sua vastíssima experiência de 33 primaveras). É o começo da vida própria. Todo o resto foi um treino para chegares aí. Grandes beijos de parabéns!
Pois... já sei que foi um lindo Campeonato e que mais não-sei-quê e que hoje é outro dia e que sou novata nestas coisas de entusiasmos futebolísticos, mas ouvir o Scolari a dizer que "a equipa grega joga sempre assim" dá-me volta ao estômago. Então se sabe que é assim, porque não fez nada? Não me digam que os jogadores gregos são invencíveis! Nem numa batalha, quanto mais num campo de jogo. Bom, mas a fúria passa (muito lentamente) e há um outro assunto que merece a minha maior atenção.
Tenho tentado seguir na prática a Campanha "Faça Uma Papoila Feliz" no âmbito das comemorações do aniversário da minha querida amiga Papoila. Mas o Nilton e o Nuno da Câmara Pereira devem ter lido o blogue da Papoila e não saem à rua com medo dos automobilistas que, como eu, aplaudem a ideia. Minha querida Papoilinha: 30 anos é muito bom (diz esta tua amiga do alto da sua vastíssima experiência de 33 primaveras). É o começo da vida própria. Todo o resto foi um treino para chegares aí. Grandes beijos de parabéns!
domingo, julho 04, 2004
Calma! hoje é um dia de nervos, de roidela de unhas compulsiva. Hoje é o último dia do entusiasmo (e estar entusiasmado todos os dias, durante quase um mês, cansa). Só uma nota: muito se fala dos deuses do Olimpo e das personagens da Antiguidade Clássica, sobretudo ligadas à Guerra de Tróia, como se o jogo de futebol fosse uma espécie de encenação de uma batalha. Os próprios Gregos entrevistados evocam o seu passado glorioso, as suas origens, como razão para a sua indubitável vitória (lições de auto-estima não precisam, já aqui o disse). Uma rapariga entrevistada disse o seguinte: "somos melhores porque somos gregos". Caraças, que já tenho quase 90 páginas escritas sobre o que é isso de "ser grego". Eu preciso de as escrever; ela sabe-o: diferenças muito naturais, apesar de tudo. Mas piores foram os 400 anos de turcocracia... Não conheço nenhum outro povo que viva numa negação tão feroz. São, de facto, especiais. Mas, mesmo assim...
Pormenores (20)
... gostei tanto de ouvir ontem, no programa Quadratura do Círculo, o José Pacheco Pereira a dizer com os olhos ligeiramente para baixo e com um meio-sorriso de troça que a saída do Primeiro-Ministro tinha sido "abrupta"...
... gostei tanto de ouvir ontem, no programa Quadratura do Círculo, o José Pacheco Pereira a dizer com os olhos ligeiramente para baixo e com um meio-sorriso de troça que a saída do Primeiro-Ministro tinha sido "abrupta"...
sábado, julho 03, 2004
Correio do leitor: o meu querido amigo Miguel escreveu ao bomba sobre a Final do Europeu. Aqui fica a mensagem (quase) completa. Saudades, Miguel! Obrigada!
Alto lá com o entusiasmo!
É muito bonito que sejam os dois países mais pobres, pequenos, antigos e civilizados da Europa a disputar a final. Ganhe quem ganhar (e não concebo que Portugal perca), a Grécia será o verdadeiro campeão do Euro 2004, já que avançou vários passos (desde nunca ter ganho um desafio no Euro até chegar à final), enquanto Portugal terá apenas avançado dois (ter chegado à final e, se Deus quiser, ganhar). A equipa da Grécia, com todas as desvantagens que tinha, é um pouco - ou mais ainda - o Portugal deste torneio. Se a Grécia ganhar, será pela segunda vez seguida e só um idiota não lhe tirará o chapéu, de bom grado. Se perder, fica ela por ela. É uma final perfeita.
Isto enche-me de felicidade. Despachámos os gordos milionários - em dinheiro e população - e provámos que a inteligência (a Grécia de Otto Rehhagel) e a paixão (Scolari) continuam a valer mais do que a manha, a experiência e a fama. O futebol, afinal, é como a gastronomia: o tamanho e a riqueza de um país não querem dizer nada. O que interessa é o saborinho.
E o nosso - português ou grego, pseudo-brasileiro ou pseudo-alemão, português ou grego, é, de longe o melhor.
Miguel Esteves Cardoso
Alto lá com o entusiasmo!
É muito bonito que sejam os dois países mais pobres, pequenos, antigos e civilizados da Europa a disputar a final. Ganhe quem ganhar (e não concebo que Portugal perca), a Grécia será o verdadeiro campeão do Euro 2004, já que avançou vários passos (desde nunca ter ganho um desafio no Euro até chegar à final), enquanto Portugal terá apenas avançado dois (ter chegado à final e, se Deus quiser, ganhar). A equipa da Grécia, com todas as desvantagens que tinha, é um pouco - ou mais ainda - o Portugal deste torneio. Se a Grécia ganhar, será pela segunda vez seguida e só um idiota não lhe tirará o chapéu, de bom grado. Se perder, fica ela por ela. É uma final perfeita.
Isto enche-me de felicidade. Despachámos os gordos milionários - em dinheiro e população - e provámos que a inteligência (a Grécia de Otto Rehhagel) e a paixão (Scolari) continuam a valer mais do que a manha, a experiência e a fama. O futebol, afinal, é como a gastronomia: o tamanho e a riqueza de um país não querem dizer nada. O que interessa é o saborinho.
E o nosso - português ou grego, pseudo-brasileiro ou pseudo-alemão, português ou grego, é, de longe o melhor.
Miguel Esteves Cardoso
sexta-feira, julho 02, 2004
quinta-feira, julho 01, 2004
Só maçadas: falo com pessoas sensatas de Esquerda que são contra a realização de eleições antecipadas. Falo com pessoas sensatas de Direita que são a favor da realização de eleições antecipadas. Parece que o problema não é da Esquerda nem da Direita. Isto tem a ver com outra coisa. Poderá o bom-senso estar em dois lados na maior parte das vezes tão distintos?
Sapos que vamos ter de engolir
(inspirado no excelente post "O País possível", da autoria do Alberto Gonçalves)
1. Scolari: ainda ontem, na conferência de imprensa a seguir ao jogo, o treinador da Selecção disse que a vitória aos Holandeses tinha sido a vingança pela derrota do clube brasileiro do não-sei-quê que ele treinara em 1995. Há pachorra?
2. Santana Lopes: desde que ouvi o Daniel Oliveira no "É a Cultura" (Charlotte Quevedo, pleased to meet you) que me ando a preparar para aceitar Santana como Cof-Primeiro-Gasp-Ministro. Perante tamanha agitação, é inevitável virar à direita. O sapo sempre é mais pequeno e pode ser que o sirvam cozinhado.
3. Ferro Rodrigues: ai, vai-me custar muito, vai, vai. Mas tenho esperança que o próprio sapo expluda antes de ser servido. Se não, é tapar o nariz e fechar os olhos e pôr lá a cruz no PS que é para ver se pelo menos têm maioria absoluta. (Não acredito que escrevi isto... Muito provavelmente não serei capaz de o fazer.)
4. PS coligado com BE: isso não é um sapo! É um ultraje! Se isso acontecer, processo o Estado por danos morais.
(inspirado no excelente post "O País possível", da autoria do Alberto Gonçalves)
1. Scolari: ainda ontem, na conferência de imprensa a seguir ao jogo, o treinador da Selecção disse que a vitória aos Holandeses tinha sido a vingança pela derrota do clube brasileiro do não-sei-quê que ele treinara em 1995. Há pachorra?
2. Santana Lopes: desde que ouvi o Daniel Oliveira no "É a Cultura" (Charlotte Quevedo, pleased to meet you) que me ando a preparar para aceitar Santana como Cof-Primeiro-Gasp-Ministro. Perante tamanha agitação, é inevitável virar à direita. O sapo sempre é mais pequeno e pode ser que o sirvam cozinhado.
3. Ferro Rodrigues: ai, vai-me custar muito, vai, vai. Mas tenho esperança que o próprio sapo expluda antes de ser servido. Se não, é tapar o nariz e fechar os olhos e pôr lá a cruz no PS que é para ver se pelo menos têm maioria absoluta. (Não acredito que escrevi isto... Muito provavelmente não serei capaz de o fazer.)
4. PS coligado com BE: isso não é um sapo! É um ultraje! Se isso acontecer, processo o Estado por danos morais.
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